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Na primeira etapa, foi realizada uma visita à escola selecionada, quando foi entregue uma cópia do projeto de pesquisa à direção da escola. No intuito de esclarecer as metas do estudo de caso, foi apresentada aos professores participantes a pesquisa, seus objetivos e problematizações. No mesmo dia, foram estabelecidos de comum acordo horários de encontro do pesquisador com os referidos professores.

A segunda etapa consistiu na coleta de dados por meio de observações, cujo foco foi a estrutura da escola - os ambientes (salas de aula, bibliotecas, laboratórios, dentre outros). Foi ainda identificada a clientela da escola, a partir da quantidade de estudantes e de onde são oriundos. Também obtivemos uma cópia do projeto político-pedagógico da escola a fim de estabelecer (possíveis) relações das TDs com o contexto escolar. Além disso, nessa ocasião, entregamos o Termo de Compromisso51 à direção da escola, que autorizou o desenvolvimento desta pesquisa e colhemos a assinatura dos participantes da pesquisa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido52.

Na terceira etapa, concretizou-se a participação dos sujeitos da pesquisa: os professores de Química da escola. Todos os professores de Química da escola se dispuseram a participar da pesquisa. Nessa etapa, ocorreram entrevistas semiestruturadas, baseadas em questões que pudessem dar respaldo ou sustentação ao problema da pesquisa. As entrevistas foram realizadas em datas que os professores tinham disponibilidade de tempo, ressaltando-se que, para cada participante, foi numa data diferente.

Conforme Lüdke e André (1986), o estudo de caso se constitui a partir de uma variedade de informações oriundas de observações, em situações diversas e com uma variedade de informantes. O desenvolvimento de um estudo de caso apresenta três fases: a primeira é a fase exploratória ou aberta; na segunda ocorre a sistematização em relação à coleta de dados; e a terceira fase é da análise e interpretação dos dados.

4.4 O AMBIENTE E OS SUJEITOS DA PESQUISA DO ESTUDO DE CASO

O estudo de caso foi realizado em uma escola da rede pública estadual, que abriga o ensino Fundamental e Médio, localizada na região norte da cidade de Caxias do Sul. Essa escola foi selecionada porque é de grande porte (abrangência), ou seja, é uma das 10 maiores escolas da cidade. O anseio dos pesquisadores em aproximar ou ao menos tentar promover uma interlocução do ensino público com a academia (ensino superior) também justificou a opção por uma escola pública.

A escola atende 1.275 estudantes em três turnos (matutino, vespertino e noturno) no Ensino Fundamental e Médio, oriundos de diferentes bairros da cidade. Conta com um total de 65 professores, dos quais 28 são professores nomeados53 e 37 são professores

51 O mesmo encontra-se em anexo – Anexo A. 52 O mesmo encontra-se em anexo – Anexo B.

53 Professores nomeados participaram de concurso público e foram aprovados. Para participar de concurso

contratados54. Sua estrutura física compõe-se de 17 salas de aula. Dispõe de um amplo espaço de leitura anexo a uma biblioteca onde os estudantes podem retirar livros, tanto as obras literárias quanto os textos escolares. Dispõe ainda de uma sala digital (laboratório de informática) com 30 computadores com acesso (rápido) à internet. A sala digital é coordenada por dois professores, um no turno na manhã e outro no turno da tarde. O princípio que norteia a disponibilidade de professores-coordenadores na sala digital é o de desenvolver atividades pedagógicas e projetos interdisciplinares envolvendo o ambiente das aulas e a sala digital, com o suporte desses professores-coordenadores. Como exemplo, há um projeto interdisciplinar realizado na escola com um grupo de professores de Línguas Adicionais, publicado recentemente na Revista Cadernos do Aplicação55. A escola conta ainda com um amplo ginásio de esportes, com quadras de voleibol, futsal e basquetebol. O laboratório de química da escola é equipado de forma satisfatória, com uma variedade de reagentes e vidraria adequada (o laboratório não tem um laboratorista ou técnico).

Os sujeitos da pesquisa foram três professores de Química dessa escola, que habitualmente trabalham com turmas do terceiro ano do Ensino Médio. Para que pudéssemos analisar as entrevistas semiestruturadas sem expor a identidade dos participantes, resolvemos denominá-los de Alfa, Beta e Gama (os três termos são modalidades de radiações emitidas por substâncias radioativas).

No que diz respeito à formação dos sujeitos da pesquisa, o professor Alfa tem Licenciatura Curta em Ciências e Licenciatura Plena em Química; Curso de Especialização em Educação Química e há 32 anos trabalha com o ensino de Química. O professor Beta tem Licenciatura Plena em Biologia e há 12 anos trabalha com o ensino de Química e de Biologia. E o professor Gama tem Licenciatura Curta em Ciências e Licenciatura Plena em Química, além de ter cursado Bacharelado em Química. Possui Mestrado em Ciências e Matemática e há 30 anos trabalha com o ensino de Química. As entrevistas realizadas com os professores foram gravadas em áudio e transcritas na íntegra a fim de possibilitar a posterior análise do conteúdo. O roteiro da entrevista, bem como o modelo de entrevista com as respostas de um professor entrevistado, podem ser conferido no Apêndice A e B. A pesquisa empírica foi realizada entre os meses de outubro e novembro de 2012.

54 Professores contratados são aqueles cujos contratos são realizados de forma emergencial para suprir a

demanda de professores nas escolas. Não há necessidade de ter concluído a graduação na área de interesse.

55 O artigo publicado foi intitulado: “Linguagens e suas tecnologias na sala digital: em busca da

interdisciplinaridade”, de autoria de um dos professores-coordenadores da sala digital da escola. Relatos mais pontuais sobre o projeto interdisciplinar podem ser encontrados no endereço eletrônico a seguir. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/CadernosdoAplicacao/article/view/24620>. Acesso em: 20 out. 2012.