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Capítulo II Enquadramento metodológico

5. Procedimento

Aos participantes escolhidos pares esta investigação, os professores de Ciências Naturais do 2.º CEB e os alunos dos 5.º e 6.º anos de escolaridade dos dois Agrupamentos de Escolas, foram aplicados inquéritos por questionário estruturados e realizados por nós. No entanto, para que pudéssemos entregar os inquéritos por questionário aos professores e alunos, foi necessário inscrevermo-nos na Direção Geral de Ensino (DGE), mais concretamente na Monitorização de inquéritos por questionário. Após o registo feito, enviámos alguns documentos para a mesma entidade, para a aceitação dos questionários em espaço escolar. Enviámos os seguintes documentos: dois inquéritos por questionário, um destinado aos professores (c.f anexo 2) e outro destinado aos alunos (c.f anexo 3); uma nota metodológica (c.f anexo 4); uma carta de orientadores (c.f anexo 5); ofícios (c.f anexo 6); pedidos de autorização aos Encarregados de Educação (c.f anexo 7) e; informação inicial (c.f. anexo 8). Foi necessário enviar o pedido de autorização aos encarregados de educação, uma vez que os alunos são menores de idade.

Após a aprovação dos questionários pela DGE, enviámos as cartas de consentimento aos diferentes presidentes dos dois Agrupamentos de Escolas e decidimos, de uma forma cordial, enviar um ofício, aos diretores de escolas para obtermos a aprovação de ambas as partes para a aplicação dos questionários. Antes de entregarmos os questionários, dirigimo-nos aos diretores de turma de cada ano e entregámos os pedidos para os Encarregados de Educação autorizarem os seus educandos a responder aos questionários. Depois de recolhidas todas as autorizações, entregámos presencialmente a cada turma, nas aulas de Ciências Naturais, os respetivos questionários. Estabelecemos um prazo de recolha dos mesmos, e a mesma foi feita presencialmente.

Os dados empíricos recolhidos através dos inquéritos por questionário foram objeto da análise de conteúdo. Na qual dá-mos enfase às questões abertas. Esta análise recorreu a um processo de categorização e sistematização dos dados, na qual sucedeu um processo de interpretação e discussão, dos mesmos. Na interpretação e discussão dos dados foi importante ter em conta os objetivos previamente estipulados, bem como a problemática da investigação.

A análise de conteúdo realizada recorreu a um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que “(…) utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos da descrição

do conteúdo das mensagens, indicadores” (Bardin, 1997, p. 38), que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/receção destas mensagens. Nesta análise toda a informação recolhida foi organizada de acordo com os objetivos da investigação. A análise de conteúdo segundo o mesmo autor, pode assumir duas funções: i) a função heurística e; ii) função de administração da prova. No que diz respeito à função heurística, é a análise de conteúdo que enriquece a tentativa exploratória, ou seja, aumenta a propensão às novas descobertas e a análise de conteúdo para ver o “que dá”. Já a função de administração da prova, existem hipóteses sobre a forma de questões provisórias que servem de diretrizes para o método de análise sistemático. De modo a poderem ser verificadas e confirmadas ou não. Nesta função, a análise de conteúdo servirá de prova (Bardin, 2004, p. 30).

Tendo em conta este ponto de vista, afirmamos que a nossa análise de conteúdo, assumiu a função heurística. A mesma análise, é um movimento constante com várias direções, como menciona Alves e Silva (1992), “das questões para a realidade, desta para a abordagem conceitual, da literatura para os dados” (p. 65).

Para Cavalcante, Calixto e Pinheiro (2014) a análise de conteúdo reflete-se num conjunto “de técnicas de pesquisa que permitem, de forma sistemática, a descrição de mensagens e de atitudes atreladas ao contexto da enunciação” (p. 14).

A análise de conteúdo, por nós efetivada, está estruturada em três etapas: i) pré- análise; ii) exploração do material; e iii) tratamento dos resultados obtidos e interpretação. No que diz respeito à primeira etapa, pré-análise, esta consistiu na fase de organização, ou seja, nesta fase, escolhemos os documentos que vão ao encontro do estudo, formulámos objetivos e elaborámos indicadores. Posteriormente, a segunda etapa diz respeito à administração das decisões tomadas na pré-análise, ou seja, nesta fase tratámos os dados, transformamos os “dados brutos”. Esta transformação e tratamento permitiu uma representação do conteúdo. Posteriormente, foi necessário criar categorias, nas quais estão organizados os dados recolhidos. As duas últimas etapas encontram-se inteiramente ligadas, na esteira de (Bardin, 1977, pp. 95-103). Nesta investigação, em particular o critério utilizado foi o semântico. Trata-se duma análise temática. A maioria dos procedimentos de análise organizou-se em redor de um processo de categorização”, tal como preconizado por (Bardin, 1977). A categorização é “operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto, por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento segundo o género (analogia, com os critérios previamente definidos)” (p. 119).

Também para a categorização dos dados, foi necessário ter em consideração alguns critérios: i) homogeneidade; ii) pertinência; iii) objetividade; e iv) adequação das categorias. Na nossa investigação as categorias criadas para a realização da análise de conteúdo foram definidas a priori tendo em conta os objetivos, no entanto sofreram algumas mudanças. Na esteira de Bardin (1977), na categorização dos dados foi aplicado um processo onde se repartiram da melhor forma possível os elementos à medida que foram sendo encontrados.

Nesta investigação fazemos uso de uma caracterização não apriorística, ou seja, as categorias apenas surgem no contacto com os dados recolhidos. Esta caracterização é mais exaustiva uma vez que, existem vários agrupamentos e reagrupamentos até à configuração final, das categorias e subcategorias, como refere Campos (2004). Este autor menciona que “a verdade é que não existem fórmulas mágicas que possam orientar o pesquisador na categorização, e que nem é aconselhável o estabelecimento de passos norteadores” (p. 614). Em suma, cabe a nós, investigadores, seguir o percurso previamente refletido, tendo como base os nossos conhecimentos teóricos e os conhecimentos adquiridos de acordo com os dados recolhidos, a sensibilidade e a intuição.

No capítulo seguinte damos a conhecer a apresentação, análise e discussão dos dados.

Capítulo III –