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PROCEDIMENTOS ÉTICOS E DE COLETA DE DADOS 1 Procedimentos Éticos

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO

5. REVISÃO DE LITERATURA

6.5 PROCEDIMENTOS ÉTICOS E DE COLETA DE DADOS 1 Procedimentos Éticos

O projeto maior em que este se insere foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina (CEPSH/UFSC) e aprovado sob o Certificado número 520/2009, conforme as resoluções nº 196, de 10 de outubro de 1996, e nº 251 de 05 de agosto de 1997, ambas do Ministério da Saúde, em vigor por acasião da qualificação do projeto.

Na ocasião da solicitação de renovação do Certificado, foi realizada e inclusão dos objetivos e método da presente pesquisa cuja aprovação se deu através do Parecer Consubstanciado do CEP, número 378881, de 17 de Junho de 2012.

Foram considerados todos os procedimentos éticos referente aos princípios da proteção dos direitos, bem-estar e dignidade dos participantes, tais como: a apresentação das informações aos participantes; a garantia do caráter voluntário e anônimo; assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE - APÊNDICE 02); confidencialidade de todos os dados coletados; e a possibilidade de desistência, em qualquer fase da pesquisa. Foram assinadas duas vias do TCLE, sendo que uma delas, com os dados para contato com as pesquisadoras, ficou de posse dos participantes.

Além disso, ao longo da coleta de dados, foram tomados todos os cuidados éticos para preservar o bem-estar dos participantes, visando minimizar mobilizações emocionais e oferecendo suporte a qualquer momento, quando necessário.

6.5.2 Procedimentos para Coleta de Dados

Através de contato telefônico, as famílias pré-selecionadas foram convidadas a participar da pesquisa. Prestadas as informações a respeito do estudo, foi agendado a visita domiciliar com aquelas que aceitaram participar.

Em visita domiciliar, após breve apresentação da pesquisa e esclarecimento de possíveis dúvidas, foi apresentado aos casais o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Após assinatura deste, foi realizada a coleta de dados.

A coleta foi realizada por uma dupla de pesquisadoras. Optou-se por iniciar a coleta com a aplicação dos instrumentos objetivos:

questionário e escalas. As pesquisadoras se dividiam para fazer a aplicação com pai e mãe, ao mesmo tempo, em ambientes diferentes da casa. Esta aplicação dos instrumentos objetivos teve duração aproximada de 30 minutos e ajudou a estabelecer uma aproximação pesquisador-família para o segundo momento, quando foi realizada a entrevista com genograma, o instrumento mais complexo e subjetivo. Este requer estabelecimento de um vínculo com os participantes, visando facilitar a obtenção de informações de cunho mais íntimo, conforme proposta de Wendt e Crepaldi (2008). A entrevista seguiu um roteiro semi-estruturado e ao final, foi oportunizado à família acrescentar mais informações que julgasse necessárias ou quisesse compartilhar. O tempo deste segundo momento da coleta variou entre uma hora e uma hora e trinta minutos.

Ao final da visita domiciliar, as pesquisadoras faziam uma síntese das principais temáticas que haviam sido abordadas ao longo da coleta e verificavam com o casal como eles estavam se sentindo, pontuando que a verbalização de lembranças de suas histórias de vida, e de diversas informações de cunho íntimo, sobre suas famílias de origem e atual, não era um exercício fácil e poderia incorrer em mobilização emocional. Era então realizado um acolhimento dos sentimentos e das percepções do casal sobre a experiência da coleta, seguido dos agradecimentos e despedida.

6.6 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DOS DADOS

A compreensão de fenômenos sistêmicos complexos, como os que ocorrem nas famílias, requer a combinação de variadas estratégias qualitativas e quantitativas de coleta e análise de dados (Dessen, Silva & Dessen, 2009). Assim, nesta pesquisa, os dados coletados foram analisados segundo uma combinação destas duas abordagens.

A análise quantitativa reúne, registra e analisa fenômenos que são categorizados em dados numéricos; utiliza métodos estatísticos de confiabilidade e fidedignidade; busca identificar, quantificar as diferenças que existem em um mesmo segmento e verificar relações entre variáveis de um ou mais grupos e, em vez de simplesmente interpretar os dados subjetivamente, utiliza a estatística e fornece resultados que permitem afirmar ou não a existência de relações funcionais de diferentes variáveis em fenômenos humanos complexos. Para a análise quantitativa dos dados são utilizadas técnicas estatísticas que podem ser descritivas ou inferenciais. A análise descritiva apresenta

informações sobre frequência, média, desvio padrão, etc.; e a análise inferencial verifica comparações entre as médias, correlações, regressões, análises multivariadas, entre outras (Dessen et al., 2009).

A análise qualitativa, por sua vez, visa à demonstração da variedade das perspectivas dos participantes sobre o objeto, partindo dos significados subjetivos e sociais a ele relacionados. Busca uma apreensão que se mostra delimitada pela abordagem teórica do pesquisador, através de uma sistematização baseada na qualidade, sem a pretensão de atingir a representatividade (Flick, 2004). Nesta pesquisa, a análise qualitativa buscou a compreensão do funcionamento e dinâmica familiar em uma dimensão trigeracional; bem como uma perspectiva intergeracional das práticas e estilos parentais a partir dos significados subjetivos e sociais dos participantes. A análise contou com estratégias para assegurar a sua validade interna, tais como: triangulação de dados e de análise; e esclarecimento dos vieses do pesquisador ao longo de todo o processo (Creswell, 2007).

6.6.1 Análise Quantitativa – Primeira Etapa

A primeira etapa da análise teve como foco o conjunto das doze famílias. Foi realizada uma caracterização geral das doze famílias, com a utilização de estatística descritiva de cada instrumento (média das repostas; mediana; moda e desvio padrão).

Em seguida, foram realizadas análises correlacionais entre as diferentes dimensões dos quatro instrumentos quantitativos. Por se tratar de um número pequeno de participantes, foi utilizada a análise de correlação de Spearman (ρ de Spearman), um teste não-paramétrico, que não exige condições de distribuição normal dos dados, e que analisa todas as variáveis e identifica as correlações de duas a duas. Para a análise deste estudo, foram consideradas apenas as relações fortes (com coeficientes de correlação de 0,7 a 0,9) e moderadas (coeficientes de 0,4 a 0,6), com valores de p < 0,05 (Dancey & Reidy, 2013).

Todos os dados quantitativos foram analisados por meio do Statistical Package of Social Sciences (SPSS versão 18.0).

6.6.2 Análise Qualitativa – Segunda Etapa

Em um segundo momento, cada família foi analisada individualmente e os instrumentos serviram para uma caracterização das famílias quanto ao seu funcionamento; relação coparental e estilos

parentais atuais e lembranças de cuidados parentais na infância e adolescência do pai e da mãe.

Os dados qualitativos das entrevistas e do diário de campo foram utilizados com intuito de integrar as análises e aprimorar os resultados. Esta segunda etapa buscou identificar peculiaridades das famílias, nos dados qualitativos da sua história e situação atual, que não são capturadas pela análise quantitativa.

6.6.3 Integração das Análises Quantitativa e Qualitativa

A análise final foi realizada a partir da combinação das análises parciais compondo a “triangulação metodológica”, que é a complementaridade das análises quantitativas e qualitativas e dos dados observacionais e de entrevista. Estas análises representam recortes diferentes de expressão da realidade e a combinação entre elas aumenta a confiabilidade dos dados e a validade do estudo, permitindo uma melhor compreensão da complexidade do fenômeno (Biasoli-Alves, s.d; Creswell, 2007). A análise final, portanto, buscou uma compreensão das relações entre coparentalidade, funcionamento familiar e estilos parentais em uma perspectiva intergeracional em famílias com crianças em idade pré-escolar.

7. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO