• Nenhum resultado encontrado

QUADRO 1 – CATEGORIAS DA ESCALA DE ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM (BORUCHOVITCH e SANTOS, 2001).

3. PROCEDIMENTOS 1 Adaptação do jogo

A adaptação do jogo foi um processo que passou por diversas etapas, as quais se entremearam aos procedimentos adotados durante o estudo piloto e o trabalho de campo propriamente dito. Assim sendo, inicialmente serão descritos os procedimentos mais gerais, relativos à coleta de dados. O processo de adaptação do jogo “Bingo Melhor Estudante” estará no final deste capítulo.

3.2. Contato com a escola

Entre as Escolas Públicas Municipais do Ensino Básico de Jundiaí, foi escolhida a que reuniu condições favoráveis ao desenvolvimento do presente estudo: a facilidade de acesso, diferentes turmas de quarta série e a receptividade do pessoal administrativo e docente.

Posteriormente, foi feito um contato com a Diretora da Escola, para verificar a disponibilidade de ser realizado o estudo. A partir da informação de que seria necessária uma autorização da Secretaria Municipal de Educação, foi encaminhada às autoridades

competentes, uma carta de apresentação que identificava a pesquisadora como mestranda da UNICAMP (APÊNDICE B). Foram também esclarecidos os objetivos do trabalho com os alunos, o cronograma, sendo assegurado que as atividades previstas não implicariam interferência na rotina da escola e que os dados coletados teriam caráter confidencial. Somente depois da autorização foi iniciado o trabalho de campo, conforme será descrito a seguir.

3.3. Delimitação dos sujeitos

Por sorteio, foram selecionadas duas, das quatro turmas da quarta série do Ensino Fundamental, as Turmas A e B. Dos trinta e cinco alunos matriculados na Turma A, vinte e nove sujeitos participaram do Estudo Piloto e dos trinta e cinco alunos da Turma B, vinte e nove participaram de todas as atividades do Trabalho de campo propriamente dito, isto é, as atividades de coleta de dados e do jogo. Os alunos da Turma B, nascidos em 1989 a 1991, tinham, na época do estudo, entre dez e onze anos, sendo que apenas uma aluna completara doze anos. Dos vinte e nove sujeitos da Turma B, treze deles são do sexo feminino e dezesseis, do sexo masculino.

É importante ressaltar que, a partir da implementação da nova Lei de Diretrizes e Bases (L.D.B) 9394/96, os alunos foram agrupados por idade, tendo em vista o Sistema de Progressão Continuada dentro de cada ciclo. No município de Jundiaí, as quatro séries iniciais do Ensino Fundamental são consideradas como primeiro ciclo. Alunos com necessidades especiais estão incluídos nas turmas correspondentes à idade cronológica e, teoricamente, devem receber acompanhamento diferenciado. A reprovação por rendimento, quando necessária, ocorre apenas ao final do ciclo.

3.4. Coleta de dados

O trabalho de campo realizou-se em duas etapas: uma, de caráter exploratório, e a outra, o trabalho de campo propriamente dito.

3.4.1. Estudo piloto

Anteriormente ao trabalho com os alunos, foi feito contato com a professora da turma, visando esclarecê-la quanto aos objetivos do estudo, bem como estabelecer uma relação de cooperação. Foi, portanto, assegurado o propósito de se respeitar as atividades previstas no calendário da escola e de não se fazer interferências na rotina da turma. Foram também estabelecidos os horários das atividades.

O primeiro contato com as crianças foi em pequenos grupos de dois a quatro alunos, em espaços que não estavam sendo utilizados no momento: ora a sala de vídeo, ora a sala de artes, a biblioteca ou mesmo a sala da coordenadora pedagógica, visando o preenchimento individual da Escala de Estratégias de Aprendizagem de Boruchovitch e Santos (2001). Foi assim possível conquistar a confiança dos alunos e observar as dificuldades inerentes à atividade. Pôde-se também perceber quais as questões que apresentaram maior dificuldade de compreensão para os sujeitos, o que foi levado ao conhecimento dos autores da Escala. Feitas as adaptações necessárias, chegaram à versão final da mesma, utilizada no trabalho de campo propriamente dito.

Em seguida, nas salas de aula, foram feitas três sessões de leitura de três textos narrativos, indicados por Alliende et al. (1994) para as idades de dez a doze anos. Foi realizado o Teste Cloze, preparados pelos mesmos autores, para cada um dos textos lidos. Dessa forma, a partir dos resultados obtidos pelos alunos da Turma A nos diferentes testes de compreensão, foi escolhido para a etapa seguinte aquele em que a turma teve um desempenho médio, ou seja, cerca de 50% de acertos.

Depois das sessões de leitura foram realizadas duas sessões de jogos (dois grupos de quatro alunos) para avaliar a funcionalidade do jogo “Ludo Melhor Estudante”.

Ao término do estudo piloto, e a partir das observações feitas nessas sessões, foi decidido pela sua adaptação para um jogo coletivo “Bingo Melhor Estudante” o qual, uma vez elaborado, foi também avaliado quanto à funcionalidade, com todos os alunos da mesma Turma A, enquanto estavam sendo feitos os preparativos para o trabalho de campo.

Os detalhes sobre o jogo, os procedimentos da sua aplicação e a sua análise estão descritos, mais adiante.

3.4.2. Trabalho de campo

Também nessa etapa houve um contato prévio com a professora da Classe, a qual se mostrou interessada a respeito do trabalho e predisposta a colaborar. Foi definido um cronograma de atividades, de comum acordo, de forma a não prejudicar as rotinas da escola e das aulas.

O contato inicial com os sujeitos transcorreu, da mesma forma que no estudo piloto, em pequenos grupos, fora da sala de aula, para o preenchimento, pelos alunos, da Escala de Estratégias de Aprendizagem. O horário de funcionamento da Escola, no primeiro período, é das sete às doze horas, com um intervalo de aproximadamente vinte minutos para a merenda. Tomou-se cuidado para não iniciar o trabalho com alunos se estivesse faltando pouco tempo para o intervalo ou para o final do período. Foram necessárias três manhãs para que fossem aplicados os instrumentos individuais a todas as crianças. A professora liberava os alunos em duplas ou trios para preencherem a Escala, atividade que teve a duração média de trinta minutos para cada pequeno grupo. Os alunos eram deixados bem à vontade para solicitar esclarecimentos e eram observados para que lhes fosse dada ajuda, quando necessário. Alguns alunos necessitaram de uma ajuda mais direta, através da leitura conjunta entre sujeito e pesquisador.

A segunda etapa foi a sessão de leitura do texto narrativo “O gato e o rato”, seguida do teste de compreensão. Inicialmente foi recomendado aos alunos que prestassem muita atenção durante a leitura porque depois eles fariam uma atividade de compreensão. Foi assegurado que os resultados não teriam conseqüência para a vida escolar deles, mas que era muito importante eles se esforçarem para serem bem sucedidos na atividade. Feita uma leitura oral pelo pesquisador, foi dado um tempo para que pudessem reler o texto silenciosamente. A seguir, o texto foi recolhido e foram distribuídas as folhas com o Teste Cloze.

Finalmente, houve a sessão do jogo “Bingo Melhor Estudante” que será detalhada no próximo item.

4. ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO DO JOGO “BINGO O MELHOR