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3 MÉTODOS

3.2 Procedimentos para coleta de dados

Com relação aos procedimentos para a coleta de dados, um plano de coleta de dados, que está no Apêndice 01 desta tese, foi realizado a fim de guiar as observações, entrevistas e identificação documental. Milles & Huberman (1994) sugerem que, em relação à coleta de dados, um projeto de pesquisa deve debater questões analíticas que surjam no processo de delimitação, foco e organização do estudo.

Considerações apresentadas por esse autor sobre como criar uma estrutura conceitual, formular perguntas de pesquisa, definir o caso e delimitar a teoria, assim como delimitar a coleta de dado e realizar a instrumentação foram utilizadas para a construção desta pesquisa, em especial: iniciar o trabalho com uma amostra refúgio de informantes e sub-cenários considerando o conhecimento prévio do pesquisador; pensar em termos de arquitetura de amostragem e considerar o informante como importante e outras pessoas a serem entrevistadas com o fim de controlar inclinações; ter cuidado com a confiança excessiva na conversa ou informações de informantes ou poderá ser negligenciada a amostragem de eventos-chave, interações em cenários diferentes e episódios que envolvam padrões emergentes no estudo; sair para a periferia, ou seja, conversar com outras pessoas que não sejam centrais ao estudo, pois poderão ser coletadas informações comparativas e de contrastes que poderão ser de grande valia na compreensão do fenômeno; concentrar-se em lugares onde realmente estejam as informações necessárias; procurar por instâncias típicas ou representativas, negativas ou inválidas e excepcionais ou discrepantes; listar questões latentes do plano de pesquisa em relação à estrutura conceitual e perguntas de pesquisa; os fenômenos de interesse; generalidade do plano de pesquisa; descrições e explicações acreditáveis; viabilidade e ética.

Além das sugestões listadas por esses autores, especificamente para esta pesquisa foram utilizados os três grupos principais de fontes de evidências sugeridas por Yin (2009) – observação, entrevistas e documentos. Aproveitando a flexibilidade do estudo de caso, outras técnicas puderam ser utilizadas a fim de enfatizar a exploração e a descrição do caso.

Os dados coletados asseguraram rigor científico e objetividade a esta pesquisa, uma vez que o estudo de caso utilizou múltiplas fontes tais como análise de arquivos e documentos, gravações e outras fontes audiovisuais, entrevistas, observações, relatórios e artefatos físicos, como recomendado pela literatura. A necessidade de um planejamento adequado das etapas da pesquisa também foi respeitada. Responder às questões sugeridas por Godoi (2006) foi de grande valia: onde observar? Quando observar? Quem observar? O que observar? Como observar? Foram realizadas visitas ao empreendimento e definido um roteiro de observação que procurou responder às questões acima sugeridas.

Por meio da observação procurou-se apreender aparências, eventos e comportamentos que fossem relevantes para o propósito da pesquisa e o uso mais importante dos documentos deu-

se em função da corroboração e ampliação das evidências oriundas de outras fontes (YIN, 2009). O roteiro de observação está apresentado no Quadro 14.

ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Questões de observação Respostas preliminares

Onde observar? Toda a extensão do empreendimento terrestre e a sede gestora do empreendimento

Quando observar? De Fevereiro a outubro de 2011, durante o horário de funcionamento Quem observar? Gestores e Funcionários

O que observar? Artefatos, avisos, ferramentas, situações, objetos, quadros, comportamentos.

Como observar? Buscar identificar a representação dos aspectos teóricos.

Quadro 14 – Questões para observação Fonte: Elaborado pela autora

Adotou-se para esta pesquisa a entrevista semi-estruturada que, segundo Godoi (2006), tem como objetivo principal descobrir os significados, questões e situações relativas ao tema de interesse. Outra vantagem dessa técnica é a flexibilidade para incluir novas perguntas de acordo com o rumo da entrevista.

As entrevistas semi-estruturadas foram realizadas com o gestor da área estratégica, da área operacional, da área de comunicação, da área de meio-ambiente e da área de recursos humanos, com base em um roteiro de entrevistas contendo os pontos importantes a serem analisados; perguntas abertas, baseadas na teoria. Antes da realização das entrevistas foi aplicado um pré-teste com dois sujeitos que não foram incluídos como respondentes da pesquisa.

Essas entrevistas foram gravadas e obedeceram preliminarmente ao roteiro elaborado. Como a questão de pesquisa tem seu foco na identificação dos elementos que compõem a gestão estratégica de pessoas e sua relação com os sistemas de gestão ambiental no nível organizacional, foram entrevistados gestores que fazem parte do corpo estratégico da empresa e ligados às áreas de gestão de pessoas e meio-ambiente. Para verificar a prática organizacional em relação aos dois contructos investigados foram entrevistados gestores e funcionários ligados à área de operações da unidade de análise.

As entrevistas com os gestores foram realizadas a fim de descobrir como são definidas as estratégias de gestão de pessoas e como elas são comunicadas e implementadas. Essas entrevistas tiveram o intuito de encontrar divergências e convergências de informações, além de analisar a percepção sobre as políticas definidas pela organização e as práticas efetivamente implantadas. Considerou-se oportuno realizar as entrevistas no local de trabalho dos entrevistados, pois nesse ínterim, outras evidências puderam ser observadas.

Em relação à coleta documental, foram identificados documentos internos, nos quais constam as políticas e os instrumentos utilizados para as diretrizes de RH da empresa. E, a fim de buscar convergência e divergência de informações, também foram identificadas e observadas informações direcionadas para o público externo da organização em relação à divulgação das suas políticas de RH, tais como publicações de jornais e revistas, informações disponíveis na internet, manuais, cartilhas etc.