• Nenhum resultado encontrado

4 MATERIAL E MÉTODO:

4.4 PROCEDIMENTOS E COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro a abril de 2010. Foram aplicados os seguintes instrumentos, na ordem de execução: questionário de informações sócio-demográfica e clínica; Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) (ALMEIDA,1998); Escala Adaptada de Vínculo afetivo (FLANAGAN,1982); Escala de Atividades Básicas de Vida Diária (FREITAS e MIRANDA, 2006); Questionário WHOQOL-BREF (POWER et al, 2005); Questionário WHOQOL-OLD (POWER et al., 2005); Escala Razão Para Fumar (SOUZA, 2009); e Questionário de Tolerância de Fagerström (DO CARMO e PUEYO, 2002). Os dois últimos instrumentos foram aplicados somente no grupo fumante.

A data e horário da coleta de dados foram determinados individualmente através de entendimento entre os indivíduos participantes e a pesquisadora, de acordo com a disponibilidade de ambas as partes.

A aplicação dos questionários foi realizada individualmente pela pesquisadora, lendo cada pergunta para cada um dos indivíduos estudados. Dessa forma, buscou-se a compreensão adequada das perguntas dos questionários pelos idosos, para que assim as respondessem corretamente.

A identificação das doenças dos idosos foi feita com base no prontuário de cada idoso, fornecido pela equipe de enfermagem.

4.4.1 Aferição das informações sócio-demográfica e clínica

As informações sócio-demográfica e clínica foram obtidas através de um questionário, o qual abrange as seguintes características: gênero, faixa etária, escolaridade, estado civil, presença de doença e saúde percebida (APÊNDICE B).

4.4.2 Avaliação do vínculo afetivo

Para avaliação da presença de vínculo afetivo, foram utilizadas duas questões retiradas da Escala de Vínculo Afetivo de Flanagan (FLANAGAN, 1982), em sua versão adaptada e validada traduzida para o português: 1- Possui relacionamento com pais, irmãos,

filhos, e/ou outros parentes? 2- Possui relacionamento com amigos? (CARVALHO, 2008) (ANEXO A).

4.4.3 Avaliação da cognição

A análise da cognição foi realizada através do MEEM (ANEXO B), que é um teste cognitivo breve, composto por itens relacionados à orientação temporo-espacial, registro, memória de curto prazo, atenção, cálculo e linguagem, possibilitando avaliação concisa do estado mental do paciente (FOLSTEIN et al, 1975). É instrumento utilizado mundialmente, possuindo versões em diversas línguas e países, já com versão validada para a população brasileira (ALMEIDA, 1998; BRUCKI, 2003). Este instrumento é usado para diagnosticar demência, mas pode ser utilizado como teste de rastreio para perda cognitiva ou como avaliação cognitiva à beira do leito (FOLSTEIN, 1998).

A escolaridade e a idade são variáveis de influência na pontuação desse teste. Vários estudos em diferentes países demonstraram que quanto menor a escolaridade e maior a idade, menor era a pontuação (CALLAHAN et al, 1996; JAQMIN-GADDA et al, 1997; GRIGOLLETO et al, 1999). No estudo atual, utilizou-se a seguinte pontuação de corte no MEEM, de acordo com a escolaridade: igual ou menor a 15 pontos nos indivíduos analfabetos, igual ou menor a 22 pontos naqueles com escolaridade entre 1 a 11 anos, e 27 pontos naqueles com escolaridade superior a 11 anos (ALMEIDA, 1998).

4.4.4 Análise da funcionalidade

Para análise da funcionalidade, foi utilizada a escala de Katz modificada, elaborada por Freitas e Miranda (2006) para avaliação das atividades básicas da vida diária, ou, simplesmente, atividades de vida diária (AVDs). Esta escala tem sido incluída na maioria das avaliações multidimensionais e tem-se mostrado válida nos quase 40 anos em que vem sendo utilizada (ANEXO C).

As AVDs são aquelas que se referem ao auto-cuidado, ou seja, são atividades fundamentais para a manutenção da independência: capacidade para alimentar-se, ter continência, locomover-se, tomar banho, vestir-se e usar o banheiro (GONÇALVES e DIAS, 1999).

4.4.5 Estudo da qualidade de vida

Para avaliação da qualidade de vida na amostra estudada foram utilizados os questionários WHOQOL- BREF e WHOQOL- OLD (POWER et al, 2005).

O WHOQOL-BREF consiste de 26 questões sobre a qualidade de vida, sendo duas gerais e as 24 demais representando cada uma das facetas derivadas do instrumento de avaliação original, o WHOQOL-100 (ANEXO D). Os instrumentos citados já foram traduzidos e validados para língua portuguesa (FLECK et al, 2000).

As 24 perguntas são relativas a quatro domínios e suas respectivas facetas, como segue: domínio 01- físico, focalizando as facetas dor e desconforto, energia e fadiga, sono e repouso, atividades da vida cotidiana, dependência de medicação ou de tratamentos e capacidade de trabalho; domínio 02- psicológico, cujas facetas são sentimentos positivos, pensar, aprender, memória e concentração, auto-estima, imagem corporal e aparência, sentimentos negativos, espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais; domínio 03- relações sociais, que inclui as facetas: relações pessoais, suporte (apoio) social e atividade sexual; domínio 04- meio ambiente, abordando as facetas: segurança física, proteção, ambiente no lar, recursos financeiros e cuidados. Para cálculo dos domínios do questionário de qualidade de vida WHOQOL-BREF foi utilizado o modelo padrão estabelecido por Power et al (2005) (ANEXO E).

O WHOQOL-OLD foi desenvolvido para avaliar a qualidade de vida especificamente de indivíduos idosos, assegurando assim que importantes áreas acerca da velhice estejam cobertas por este instrumento (ANEXO F). O módulo WHOQOL-OLD envolve abordagem psicométrica clássica para analisar a consistência interna, validade discriminante, critério de validade, validade concorrente e teste-reteste. Seus resultados indicam propriedades psicométricas adequadas para esta versão. Este instrumento é composto de seis facetas: funcionamento dos sentidos (FS), nas questões 1,2,10,20; autonomia (AUT), nas questões 3,4,5,11; atividades passadas, presentes e futuras (PPF), nas questões 12,13,15,19; participação social (PSO), nas questões 14,16,17,18; morte e morrer (MEM), nas questões 6,7,8,9; intimidade (INT), nas questões 21,22,23,24; e escore global, nas questões de 1 a 24 (FLECK, 2003).

Power et al (2005) relataram como deve ser realizada a pontuação do questionário WHOQOL-OLD (ANEXO G) .

4.4.6 Aferição para motivação para o fumo

Thomkins (1966) descreveu o tabagismo como maneira empregada pelos indivíduos para controlarem seus sentimentos. Baseados nesta afirmativa, Horn e Waingrow (1966) propuseram uma escala com o propósito de identificar os motivos predominantes que levariam diferentes indivíduos a fumar: a Escala Razões para Fumar (ERPF). SOUZA et al (2009) propuseram modificação na ERPF, com a introdução de questões relacionadas a: dependência (questões 5,12,19); prazer de fumar (questões 3,10,17); redução da tensão/relaxamento (questões 4,11,18); tabagismo social (questões 7,14,21); estimulação (questões 1,8,15); hábito/automatismo (questões 6,13,20); e manuseio (questões 2,9,16). Esta última escala foi chamada de ERPF modificada (ERPFM) (SOUZA et al, 2009) (ANEXO H).

4.4.7 Análise da dependência nicotínica

O questionário de Tolerância de Fagerström (QTF) foi elaborado pelo médico dinamarquês Karl Fagerström, sendo atualmente utilizado mundialmente para avaliar o grau de dependência nicotínica em substituição a outros teste mais caros, que consomem mais tempo ou são invasivos. Este questionário fundamenta-se em “seis suposições maiores hipotéticas”, com as quais estaria relacionada a dependência nicotínica e que seriam reflexo fiel do comportamento do homem frente ao fumo, independente das interpretações pessoais (HALTY et al, 2002).

O questionário de Fagerström, validado no Brasil por Do Carmo e Pueyo (2002), foi utilizado para medir o grau de dependência nicotínica nos idosos estudados, prevendo, assim, o desconforto ao deixar de fumar e a necessidade de tratamento para controle da síndrome de abstinência. A utilização deste questionário mostrou ser de aplicação simples, rápida e de baixo custo (HALTY et al, 1994) (ANEXO I).

Documentos relacionados