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4. MATERIAIS E MÉTODOS: 1 TIPO DE ESTUDO:

4.4 PROCEDIMENTOS E COLETAS DE DADOS

Na coleta de dados foi utilizado um formulário (Apêndice 1), desenvolvido para este estudo, dividido em duas partes: 1ª parte - Dados Pessoais, para anotação de informações como: nome, idade, sexo, escolaridade, tempo de institucionalização e estado de saúde: enfermidades, medicações em uso, capacidade de deambular, história prévia de quedas nos últimos 12 (doze) meses, os quais foram inicialmente coletados a partir dos prontuários médicos das respectivas instituições.

Para a coleta de dados referente à história de queda, primeiramente ficou estabelecido como “queda” a definição proposta por Duncan et al (1990, p. 95) que foi caracterizada como:

A pessoa tem uma queda quando ela acaba no solo ou chão inesperadamente [...] quando acontecida durante atividades rotineiras [...] Foi excluída aquela que ocorreu devido a uma síncope, uma doença aguda, em uma atividade incomum onde uma pessoa saudável e ativa poderia cair (por exemplo, um ato de violência), ou decorrente de um ambiente perigoso e incomum (por exemplo, piso ensaboado).

A história de quedas foi coletada a partir dos prontuários médicos, e confirmada com o enfermeiro ou cuidador responsável ou diretamente com o idoso.

Foram aplicados então, individualmente, e nesta seqüência, os testes de cognição, de suspeita de depressão e o de triagem da acuidade visual. Para a avaliação da cognição utilizou-se o Mini-exame do Estado Mental (MEEM), adaptado a realidade brasileira (BRUCKI et al, 2003) (Anexo A), Em seguida, aplicado a Escala de Depressão em Geriatria - versão reduzida (ALMEIDA e ALMEIDA, 1999) (Anexo B). Finalizando esta primeira parte,

foi realizado o teste de triagem de acuidade visual, onde a Escala Optométrica de Snellen (Figura 1) foi fixada em uma parede com a linha correspondente à acuidade 1,0 ao nível dos olhos, em local bem iluminado. O idoso foi posicionado em pé a 5 metros da escala, então solicitado a ler as linhas a partir da maior letra “E” (linha 0,1) informando qual a posição da mesma. Foi anotado como resultado o valor correspondente à última linha em que o idoso acertou a posição de todos os “E”. Quando o idoso não enxergou nem a maior letra da escala, anotou-se < 0,1. Todos estes dados e resultados foram registrados no formulário. À medida que o idoso iria ficando fora dos critérios para cada teste ele já era excluído da pesquisa e não realizava os demais testes.

Figura 1. Tabela Optométrica de Snellen.

Logo após o preenchimento da 1ª parte do formulário, quando identificados dentro dos critérios de inclusão e exclusão, os idosos realizaram a 2ª parte da avaliação no: os testes de equilíbrio na seguinte seqüência: verificação do Alcance Funcional Esperado, o Teste de Alcance Funcional (DUNCAN et al, 1990; ISLES et al, 2004) e o teste “Timed Up and Go”

Para realização do Teste de Alcance Funcional foi necessária uma parede, uma fita métrica de 1,5 metros com escala em centímetros, um círculo de cartolina vermelha com diâmetro de 15 centímetros fixada a extremidade de uma régua de 50 centímetros (Figura 2) e uma fita adesiva. Para o “Timed Up and Go” foi utilizado uma cadeira com descanso para braços com 46 centímetros de altura do assento, um cronômetro da marca Casio® com precisão de centésimos de segundos e um cone de plástico.

Os idosos foram avaliados diretamente em suas respectivas instituições e com o objetivo de evitar um ambiente competitivo no local do teste, todos os participantes do estudo foram testados individualmente.

Figura 2. Círculo de cartolina e régua de 50 cm.

Antes do início dos testes, todos os participantes foram orientados detalhadamente quanto à realização dos mesmos, os quais executaram de acordo com os protocolos utilizados pelos autores originais, como descritos a seguir:

• Medida de Alcance Funcional Esperado (MAFE) e Teste de Alcance Funcional

Durante o Teste de Alcance Funcional foi pedido ao indivíduo que se posicionasse ao lado de uma parede com o ombro do membro dominante voltado para a mesma. Paralelo ao piso foi fixada na parede uma fita métrica, posicionada à altura do acrômio do indivíduo, que elevou o membro superior dominante em 90° de flexão de ombro, cotovelo estendido e mão fechada. A esta posição atribui-se o nome de posição inicial e fez-se uma demarcação na fita métrica ao final do nível alcançado pela cabeça do terceiro metacarpo, registrando-se o valor ali obtido no formulário.

Neste momento, para identificação da percepção do idoso em relação ao seu alcance funcional, foi solicitado que o indivíduo relatasse qual distância esperava alcançar de acordo com o procedimento a seguir: o examinador estava à frente do indivíduo segurando com as duas mãos, à altura da fita métrica, uma régua com um círculo vermelho tocando perpendicularmente a fita métrica na parede a 10 cm da posição inicial. A partir desta posição, o examinador deu pequenos passos para trás, deslocando-se de 5 em 5 cm, sempre perguntando: “Você acha que consegue tocar o círculo vermelho a esta distância?” e a resposta foi “sim” ou “não” (Figura 3). Quando o indivíduo negou a pergunta registrou-se a última marca obtida com uma resposta positiva. Este último valor obtido foi denominado de Alcance Funcional Esperado (AFE). À diferença entre o Alcance Funcional Esperado e o valor da posição inicial foi denominado de Medida de Alcance Funcional Esperado (MAFE).

Figura 3. Mensuração do Alcance Funcional Esperado.

Após este procedimento iniciou-se, então, o Teste de Alcance Funcional, conforme protocolo de Duncan et al (1990). O indivíduo inclinou-se o máximo possível para frente sem fazer rotação do tronco, dar algum passo à frente ou levantar nenhum dos calcanhares do chão, marcando-se a posição final também ao final do terceiro metacarpo. Os valores das posições inicial e final foram anotados, registrando-se a também diferença entre elas. Foram executadas três tentativas para esse teste e calculou-se ao final a média dos resultados. Este valor obtido é denominado na literatura como Medida de Alcance Funcional, mas para diferenciar da medida de alcance funcional esperado, foi adotada neste estudo a nomenclatura de Medida de Alcance Funcional Real (MAFR).

Foi avaliado, em conjunto, se o indivíduo não alcançou, atingiu ou ultrapassou o Alcance Funcional Esperado. Essa análise foi realizada calculando-se a diferença entre a MAFE e a MAFR (MAFE-MAFR). Valores positivos indicaram que o idoso não alcançou o AFE implicando que o mesmo superestimou suas capacidades, valor igual a zero indicaram

que o idoso teve noção de sua capacidade e valores negativos indicaram que o idoso subestimou seu limite de alcance anterior.

• Teste Timed Up and Go (TUG)

Em seguida, foi realizado o teste Timed Up and Go visando avaliar a mobilidade funcional e o risco de quedas. O indivíduo iniciou o teste sentado em uma cadeira normal com descanso para braços (altura do assento de 46 centímetros) com as costas apoiadas no encosto. Foi posicionado um cone de plástico 3 metros a frente da cadeira. O indivíduo foi instruído a levantar, caminhar confortavelmente e de maneira segura, dar a volta no cone e sentar novamente na cadeira com as costas apoiadas. Cronometrou-se o tempo gasto em segundos para realizar esta manobra. Inicialmente foi realizada a tarefa sem marcação do tempo para familiarização. O indivíduo realizou então duas tentativas e considerou-se a média dos valores registrados, conforme o protocolo de Podsiadlo e Richardson (1991).

O examinador ficou sempre próximo ao indivíduo durante os testes para evitar quedas. Optou-se por conceder um descanso de 30 segundos entre os testes e entre as repetições para que a fadiga não comprometesse a realização dos mesmos.

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