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B. Escala de Auto-Estima

9. Procedimentos de análise dos resultados

No presente estudo aplicou-se a estatística não paramétrica por ter variáveis categóricas de tipo ordinal. Aplicou-se o Teste de Spearman o que, por sua vez, indicou o uso da regra da mediana para localizar tanto os valores teóricos como os valores observados de cada uma das variáveis.

Determinou-se a freqüência de cada uma das variáveis, os escores dos tipos de violência, os níveis de auto-estima e as demais variáveis informados pelas mulheres entrevistadas.

Primeiramente, apresenta-se a descrição dos dados de identificação dos sujeitos para se estabelecer o perfil da população investigada.

Para identificar a freqüência dos três tipos de violência em estudo, adotou-se como regra geral a mediana, estabelecendo que os valores abaixo da mediana representam a presença da freqüência de ocorrência da violência e os valores acima indicam ausência da freqüência de ocorrência da violência. Significa então que, quanto mais baixo o escore registrado pelas mulheres, maior a freqüência de ocorrência de violência e quanto maior escore registrado pelas mulheres menor é a freqüência de ocorrência de violência registrada pelas mulheres.

Na violência física, tem-se em função do número de questões como valores teóricos o valor mínimo 15 e valor máximo 75 e dos valores observados o valor mínimo 27 e valor máximo 70. Para localizar os escores registrados pelas mulheres optou-se pela regra da mediana para localizar os escores. Registrou-se como valor da mediana 49. Os valores entre 27 e 44 localizaram-se no primeiro quartil, entre 45 e 49 no segundo quartil, valores localizados abaixo da mediana. Os valores entre 50 a 54 no terceiro quartil e de 55 a 70 no quarto quartil, estão acima da mediana.

Na violência psicológica, calcularam-se como valores teóricos o valor mínimo 30 e o valor máximo 150 e dos valores observados o valor mínimo 50 e valor máximo 130. Para localizar os escores registrados pelas mulheres optou-se pela regra da mediana. Registrou-se como valor da mediana 91. Os valores entre 50 e 82 se localizaram no primeiro quartil, e entre 83 e 91 no segundo quartil,valores abaixo da mediana. Os valores entre 92 e 99 estão no terceiro quartil e entre 100 e 130 no quarto quartil, cujo valor da mediana é 91.

Na violência social, calcularam-se como valores teóricos o valor mínimo 14 e valor máximo 70 e dos valores observados o valor mínimo 28 e valor máximo 64. Para localizar os escores registrados pelas mulheres utilizou-se a regra da mediana. Registrou-se como valor da mediana 46. Os valores entre 28 e 41 se localizaram no primeiro quartil, entre 42 e 46 no segundo quartil, valores abaixo da mediana. Os valores entre 47 e 49 no terceiro quartil e entre 50 a 64 no quarto quartil, valores acima da mediana.

Para medir a auto-estima da mulher que sofre algum tipo de maltrato, utilizou-se a Escala de Janis e Field que estabelecia como valor teórico mínimo 23, o que representa menor nível de auto-estima e o valor teórico máximo 115, o que representa maior nível de auto-estima.

Em função dos valores estabelecidos e do valor da mediana foi possível identificar se era alto ou baixo o nível de auto-estima das mulheres participantes do estudo. Os valores abaixo da mediana representam baixos níveis de auto-estima e os valores acima representam altos níveis de auto-estima.

Na auto-estima, também se calcularam os valores teóricos, como valor mínimo foi 23 e valor máximo 115 e dos valores observados o valor mínimo 36 e valor máximo 91. Para localizar os escores registrados pelas mulheres utilizou-se a regra da mediana. Registrou-se como valor da mediana 59. Os valores entre 36 e 56 se localizaram no primeiro quartil, entre 57 e 59 no segundo quartil, valores abaixo da mediana. Os valores entre 60 e 62 no terceiro quartil e entre 63 e 91 no quarto quartil, valores acima da mediana.

É importante reforçar que, no presente estudo, não se pretendeu medir a intensidade das variáveis. Mas a relação da freqüência de ocorrência da violência com os níveis de auto-estima, determinando os escores da violência física,

psicológica e social, assim como os escores da auto-estima registrados. Estes resultados também serviram para determinar se existe relação entre as variáveis dos tipos de violência e auto-estima com as variáveis idade, tempo de convivência com seu atual parceiro e a escolaridade da mulher.

Os resultados descritivos da violência física, violência psicológica, violência social e auto-estima foram apresentados através de percentagens e estão representados em Tabelas e Gráficos correspondentes a cada uma destas variáveis.

Utilizou-se a prova de Spearman para determinar a existência e a relação entre a variável violência física com a auto-estima, a violência psicológica com a auto-estima e a violência social com a auto-estima.

Compararam-se os valores teóricos e os valores observados da violência física , violência psicológica, violência social e auto-estima.

Após as análises programadas para o presente estudo, aplicou-se a análise de regressão multivariada para reforçar a busca de possiveís relações entre as vaiáveis do estudo.

GARCÍA-MORENO (2000) menciona que para o estudo da violência, recentemente se propuseram modelos mais complexos para sua análise, e que entre eles se encontra as análises estatistíca multivariada para determinar a associação entre algumas variáveis com a violência.

No presente estudo utilizou-se a análise multivariada a qual tem sido utilizada para abordagens analíticas que considerem o comportamento de muitas variáveis simultaneamente (PEREIRA,1999) e utilizou-se a técnica de regressão múltipla pois esta abordagem permite considerar, simultaneamente, todas as informações obtidas pelas várias medidas no programa SPSS.

Tendo em vista os resultados observados e análise de regressão multivariada com relação ao tempo de convivência, decidiu-se comparar os valores observados e relacionar este aspecto (tempo de convivência) frente à freqüência dos três tipos de violência.

Também, em função dos resultados deste estudo, decidiu-se comparar os valores teóricos com os valores observados para identificar a existência de alguma relação entre a auto-estima da mulher maltratada e a violência sofrida por pessoas de

sua convivência (mãe da mulher maltratada e pai de seu parceiro como um homem que agredia).

Todos os dados obtidos neste estudo foram objeto de análises reflexivas sobre a questão focalizada, tendo suporte da literatura sobre o tema para se apresentar as conclusões e sugestões.