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PARTE II: MÉTODO

10. Procedimentos

10.1. Procedimentos gerais

Após uma primeira reunião com a equipa do Estabelecimento, na qual foram discutidos e clarificados os objetivos gerais do projeto, o mesmo foi delineado e submetido à comissão de Ética da Universidade Autónoma, obtendo parecer positivo por parte da mesma. Posteriormente, solicitámos a autorização formal para a realização do estudo, junto do equipamento da SCML. Após o acordo, que demorou cerca de dois meses, o projeto foi apresentado em pormenor à referida Instituição, seguindo-se da explicação desses mesmos objetivos às famílias, numa reunião inicial que decorreu em Fevereiro de 2016.

Seguidamente, acertaram-se todos os pormenores de recolha, em termos logísticos (espaços, tempos, material) com os técnicos da instituição.

Realizámos uma calendarização junto das famílias e do Equipamento para o início da recolha dos dados. De acordo com os contactos fornecidos pela Instituição, realizámos marcações telefónicas para as entrevistas e aplicação do protocolo, considerando a disponibilidade dos participantes. Os dados foram recolhidos entre Março e Maio de 2016, numa sala destinada para o efeito, só na presença do(s) membro(s) da família e a investigadora. Cada entrevista teve em média a duração de 40 a 50 minutos e foi realizada após a recolha dos dados quantitativos, tendo sido gravada em áudio, de acordo com autorização prévia de cada participante pelo preenchimento do consentimento informado (elaborado segundo o modelo de Helsínquia, garantindo anonimato, confidencialidade e a possibilidade de desistência a qualquer momento) (Anexo 1).

Em quatro casos excecionais o preenchimento dos questionários foi efetuado pela investigadora, segundo a resposta dada pelo participante, após leitura de cada pergunta. Foi garantida a confidencialidade de todos os dados transmitidos.

A realização do grupo focal realizou-se no mês de Junho de 2016, com 9 famílias, sendo a entrevista gravada em áudio e vídeo. Teve uma duração de 90 minutos. A realização dos genogramas foi efetuada posteriormente à recolha dos dados, após a transcrição das entrevistas individuais, que serviram de suporte à realização dos mesmos.

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10.2. Procedimentos de Análise de Dados 10.2.1. Dados Qualitativos

As entrevistas gravadas em áudio foram transcritas para utilização da informação para construção do genograma e análise de conteúdo das categorias mais relevantes relatadas pelas FMP, através do programa genopro e para análise de conteúdo através do software Alceste.

O grupo focal foi gravado em vídeo e áudio, o que permitiu a sua transcrição. Posteriormente, o documento resultante da transcrição foi enviado a três juízes independentes, que fizeram uma análise fenomenológica descritiva do conteúdo do texto. Esta análise pretende aceder à experiência subjetiva dos participantes, a partir da sua própria perspetiva, sem impor categorias ou aspetos teóricos do investigador.

Em primeiro lugar, cada juiz procedeu a uma leitura geral do texto, a qual podemos designar de “leitura flutuante”, com o objetivo de compreender a dinâmica desenvolvida pelo grupo e tomar um primeiro contacto com as ideias verbalizadas pelos participantes.

Numa segunda leitura, no que se refere ao grupo focal, os juízes iniciaram a identificação das principais temáticas emergentes do texto, atribuindo depois um código a cada uma, o que permitiu identificar as verbalizações pertencentes a cada categoria temática. Este processo foi repetido até se obter uma saturação do texto, isto é, todo o discurso estar incluído numa (e apenas numa) categoria.

Para a realização dos genogramas, feita com base nas transcrições realizadas a cada entrevista, recorremos ao programa genopro que nos permitiu identificar vários elementos (familia nuclear) e família alargada, bem como traçar de acordo com as várias opções de relações emocionais, as relações entre as várias pessoas, com foco no sujeito-alvo, sendo este quem fornecia a informação para as entrevistas. Este programa permitiu ainda dar um grande destaque às situações de doenças físicas e psicológicas, sendo um ferramenta muito útil para observar as a estrutura, as dinâmicas e as transmissões de padrões específicos nas FMP, sendo muito útil para transformar os dados qualitativos em dados quantitativos. No total, tal como nas entrevistas, realizamos 32 genogramas.

70 Os dados obtidos através do preenchimento dos instrumentos foram analisados através do Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 23.

Para a análise estatística e de acordo com cada objetivo, fizemos recurso à análise da estatística descritiva frequências, explorar e descritivas, e com base nos testes paramétricos e utilizamos a correlação de Pearson (r), e Sperman (rho) para medir o grau de associação entre duas variáveis. Para verificar a normalidade das variáveis e ainda o nível de confiabilidade de cada escala e subescala também utilizamos a análise da confiabilidade.

Utilizamos as correlações seguindo os pressupostos com base nas indicações e condições para a sua utilização, ou seja, verificando se variável segue uma distribuição normal, a dimensão e homogeneidade dos grupos, a expressão dos dados em escala continua e independência dos grupos.

Com uma amostra superior a 30 elementos, (n= 34) consideramos que embora com um número reduzido tínhamos tendência para uma distribuição amostral normal (teorema do limite central) e poderiam ser utilizamos os testes paramétricos.

No caso das correlações utilizadas na investigação em questão, consideramos que existe correlação quando p igual ou inferir a .05.

De acordo com a variedade de testes de correlações destacamos a Correlação de Pearson e Correlação de Spearman, sendo o primeiro um teste paramétrico para variáveis que apresentam um perfil normal e o segundo não paramétrico para variáveis que não apresentam o perfil normal.

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