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3 APROPRIAÇÃO DE RESULTADOS: UM POSSÍVEL CAMINHO PARA A

3.3 PROCEDIMENTOS S METODOLÓGICOS

À luz de autores referenciados anteriormente e dos dados que obtidos por meio de entrevista semiestruturada aplicada à Especialista e Vice-diretor da escola e questionários aplicados aos professores, especialmente das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, pertencentes aos sistemas de avaliação externa, irei discorrer sobre o detalhamento da atuação desses sujeitos no processo de apropriação e utilização dos resultados das avaliações externas, especificamente ao que se refere às avaliações do PROEB.

Tal pesquisa possui a abordagem qualitativa como opção metodológica e se trata de um estudo de caso.

Conforme citado em Yin (2001), o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que compreende um método que abrange tudo em abordagens específicas de coletas e análise de dados. Além disso “[...] o estudo de caso, assim como outras estratégias de pesquisa, representa uma maneira de se investigar um tópico empírico seguindo-se um conjunto de procedimentos pré-especificados.” (YIN, 2001, p.35).

Para Fonseca (2002), o estudo de caso pode ser caracterizado como o estudo de uma entidade bem definida, como um programa, uma instituição ou um sistema educativo, por exemplo, visando conhecer, em profundidade, uma determinada situação. É uma investigação

que “[...] se debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única em muitos aspectos.” (FONSECA, 2002, p. 33).

É importante destacar que:

[...] o caso pode ser similar a outros, mas é ao mesmo tempo distinto, pois tem um interesse próprio, singular. [...] O interesse, portanto, incide naquilo que ele tem de único, de particular, mesmo que posteriormente venham a ficar evidentes certas semelhanças com outros casos ou situações. (LÜDKE; ANDRÉ, 2018, p. 20).

A presente seção tem como objetivo explicitar o percurso metodológico utilizado para o desenvolvimento da pesquisa, fundamentado principalmente, nos autores Ludke e André (1986) e Yin (2001).

Como explica Ludke e André (1986, p.33), a entrevista representa um dos instrumentos básicos para a coleta de dados, (...) ela desempenha importante papel não apenas nas atividades científicas como em muitas outras atividades humanas.

Para Ludke e André (1986):

A grande vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que ela permite a captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos. Uma entrevista bem-feita pode permitir o tratamento de assuntos de natureza estritamente pessoal e íntima, assim como temas de natureza complexa e de escolhas nitidamente individuais. (LUDKE; ANDRÉ, 1986, p. 34).

Ainda de acordo com Ludke e André (1986), o tipo de entrevista mais adequado para o trabalho de pesquisa que se faz atualmente em educação aproxima-se mais dos esquemas mais livres, menos estruturados, pois, as informações que se quer obter, em geral de professores, diretores, orientadores, alunos e pais, são mais convenientemente abordáveis através de um instrumento mais flexível. É fundamental que o entrevistado esteja bem informado sobre os objetivos da entrevista e de que as informações fornecidas serão utilizadas exclusivamente para fins de pesquisa, respeitando-se sempre o sigilo em relação aos informantes.

Portanto, segundo Ludke e André (1986, p.37), é preciso que ele concorde, “[...] em responder às questões, sabendo, portanto, que algumas notas têm que ser tomadas e até aceitando um ritmo com pausas destinadas a isso.”.

Segundo Gerhardt e Silveira (2009), a pesquisa qualitativa se preocupa com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, aprofundando-se na compreensão de um grupo social ou de uma organização, por exemplo. Nessa abordagem, busca-se a “[...] compreensão e

explicação da dinâmica das relações sociais [...]”, e o pesquisador “[...] é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de suas pesquisas.” (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 32).

Para Lüdke e André (2018, p. 27), essa metodologia tem um “[...] grande potencial para conhecer e compreender melhor os problemas da escola.”. Diante disso, optamos pela entrevista semiestruturada, “[...] que se desenrola a partir de um esquema básico, porém não aplicado rigidamente, permitindo que o entrevistador faça as necessárias adaptações.” (LÜDKE; ANDRÉ, 2018, p. 40).

Os sujeitos da pesquisa foram o Vice-diretor e a Especialista de Educação Básica que compõem a equipe gestora da escola, além dos professores regentes de aulas, incluindo Professores para Ensino e Uso da Biblioteca e Professores da Educação Especial.

A intenção da presente pesquisa foi investigar se ocorre e como ocorre a análise e apropriação dos dados do PROEB, ou seja, como os dados vêm sendo trabalhados, não apenas com os professores de Português e Matemática, mas também com os professores das demais disciplinas, no momento em que as análises são pautadas nos resultados da escola.

Os questionários foram enviados aos professores via formulário do Google. Dos 22 convites realizados, 20 responderam às questões. Já as entrevistas aplicadas ao Vice-diretor e à Especialista, foram realizadas no período de março de 2020, via aplicativo de mensagens, o Whatsapp, por meio de gravação de áudios. Os instrumentos utilizados, questionários e entrevistas, foram realizados por meios virtuais devido ao isolamento social imposto a todos nós, em função da Pandemia do Corona Vírus que assolou todo o mundo, forçando-nos à nova rotina e adaptações no dia-a-dia.

Encontra-se nos apêndices desta dissertação os roteiros utilizados nas entrevistas e questionários aplicados aos sujeitos da pesquisa especificados acima.

O Vice-diretor, no cargo há 4 anos, é professor efetivo de Geografia e atua na escola desde 2013. Já a Especialista, no cargo há 5 anos, é licenciada também em Língua Portuguesa e atua na rede estadual de ensino desde 2000.

Dos professores que responderam aos questionários, encontraremos efetivos e designados, todos pertencentes à rede estadual de ensino, com mínimo 2 anos de experiência.