• Nenhum resultado encontrado

8.1 METODOLOGIA

A combinação de várias técnicas é recomendada não só por pesquisadores da área de IHC, mas pela metodologia científica de forma geral, pois cada técnica pode enfatizar ou não as características da interface avaliada (PREECE; ROGERS; SHARP, 2005 p. 300). Segundo Leventhal e Barnes (2008), a usabilidade pode ser conduzida de forma a facilitar o uso de avaliações e testes de usabilidade, contudo, diferentes abordagens para a avaliação da usabilidade podem ser apresentadas em diferentes contextos.

A investigação do problema proposto foi viabilizada através de pesquisa bibliográfica, abrangendo autores mais relevantes em relação ao tema da pesquisa; e realização de avaliações de usabilidade com o objetivo de conseguir informações acerca do problema.

O método de pesquisa versa no procedimento ou caminho utilizado pelo pesquisador para estabelecer semelhanças entre variáveis, sendo composto de uma série de etapas. Em cada uma dessas etapas, é possível utilizar instrumentos para a coleta e para a análise de dados, chamadas técnicas, que equivalem a operações, ações ou modos de dar cumprimento a uma atividade.

De tal modo, o método pode ser composto por várias técnicas para alcançar os objetivos da pesquisa. Nesse sentido, a escolha dos métodos e das técnicas depende da natureza da pesquisa, do objetivo pretendido, dos recursos e do tempo disponíveis. Também depende das habilidades e da experiência do pesquisador em selecionar os métodos e técnicas adequadas em cada caso (IIDA; GUIMARÃES, 2016).

Para Santos (2002), na Interação Humano Computador (IHC), o método de avaliação baseado em critérios ergonômicos visa abranger vários aspectos da qualidade ergonômica dos sistemas interativos. Nessa esfera da usabilidade, a literatura indica a seleção de métodos variados de avaliação de sistemas, isto é, preconiza-se uma combinação de métodos de avaliação por especialistas e de métodos que envolvam os usuários do sistema (BENYON, 2011; PREECE; ROGERS; SHARP, 2013). Esse princípio de combinar os métodos de avaliação, se

o pesquisador chegar à mesma conclusão a partir de mais de uma abordagem, então provavelmente a conclusão estará correto.

A escolha pela pesquisa descritiva em formato de estudo de caso se deu pelo fato da pesquisadora ter buscado conhecer e interpretar a realidade, sem nela interferir para modifica-la. Interessou-se em descobrir e observar fenômenos e procurar descrevê-los, classifica-los e interpreta-los. Os dados qualitativos visando compreender e interpretar determinados comportamentos, a opinião e as expectativas dos indivíduos, não tendo o intuito de obter números como resultados, mas insights; muitas vezes imprevisíveis, que possam indicar o caminho para tomada de decisão correta sobre as questões levantadas e a observação em campo.

De acordo com Kim e Han (2008), os métodos que mensuram o nível de usabilidade de produtos são divididos em dois tipos: questionários e métodos relacionados ao desempenho.

Nos casos que não são necessários participantes para a avaliação, os especialistas são solicitados a exporem suas opiniões baseadas em observações estruturadas e este método é denominado como não empírico através de duas maneiras: avaliação heurística e/ou walkthrough.

No caso dos métodos empíricos faz se necessário a participação de usuários para a realização das técnicas de observações e entrevistas que são empregadas nos testes de usabilidade. Segundo Jordan (1998) e Moody (2002), os métodos empíricos são geralmente divididos em métodos quantitativos (coleta de dados numéricos seguida de uma analise estatística) e métodos qualitativos (coleta de dados qualitativos do comportamento humano seguida de uma análise subjetiva ou interpretativa).

Quando se encontra um problema de usabilidade por meio da inspeção por especialistas e depois se observa o mesmo problema durante o teste com usuário e também a partir da opinião dele, há uma indicação de que o problema realmente precisa ser corrigido (BRINCK; GERGLE; WOOD, 2002).

A metodologia deste trabalho engloba três estudos de campos, os quais foram descritos nos próximos capítulos. No Quadro 8 está representado a síntese da proposta metodológica aplicada.

Quadro 8 - Representação dos estudos realizados e seus respectivos objetivos.

Fonte: Elaborado pela autora.

8.1.1 Avalição Heurística

O método de avaliação heurística visa identificar problemas de usabilidade. Este método não envolve usuários, e deve ser realizado por avaliadores especialistas. Em geral, recomenda-se que 3 a 5 especialistas realizem uma avaliação. Este método é bastante rápido, e de menor custo que a maior parte dos métodos de avaliação amplamente difundidos.

As heurísticas utilizadas tiveram como base os critérios de avaliação de Nielsen (1994). A avaliação foi realizada com cinco participantes, do gênero masculino e feminino. Todos os testes foram documentados em formato digital (filmados). E seguiram-se duas fases: Fase 1: Consolidação da avaliação por especialistas. Fase 2: Seleção dos problemas que devem ser corrigidos.

8.1.2 Teste de Usabilidade

Em casos como esse, em que a solução já está pronta, as técnicas de avaliação prospectivas como os questionários e entrevistas são ideais por colherem as opiniões e experiências de seus usuários finais a respeito da aplicação desenvolvida. Muitas empresas de software elaboram e aplicam regularmente questionário de satisfação a seus usuários, como parte de sua estratégia de qualidade (CYBIS, 2003).

Os testes foram realizados com 10 usuários 50% foram do gênero masculino e 50% feminino. Através de questionário de satisfação, foi feita coleta da opinião dos participantes.

Esta é uma técnica bastante útil em um processo de avaliação de interação, pois através de questionários o avaliador pode obter informações importantes sobre o perfil do usuário, suas dificuldades de interação com o sistema e sugestões. Assim, o usuário pode expressar todas as suas necessidades e satisfações por meio deste instrumento de coleta de dados. Como ferramentas de registro: áudio, vídeo.

Objetivos do teste: A aplicação do Teste de Usabilidade objetiva avaliar a interface humano-computador do software, a fim de verificar a qualidade do design da interface de forma gradual, e consequentemente observar problemas encontrados, para que possam ser corrigidos.

Questionário a ser respondido pelos usuários após o teste: O questionário específico respondido pelos usuários após a aplicação do teste foi elaborado segundo os critérios ergonômicos fundamentados no trabalho.

8.1.3 Análise gráfica da interface

Para a análise gráfica da interface realizou-se a estruturação de um quadro (ver anexo) estabelecendo critérios segundo os elementos e princípios visuais descritos neste trabalho. Foram atribuídos focos de análise a cada critério, sendo os mesmos analisados com conclusão da condição de cada critério na interface do simulador em avaliação. Cada quadro foi composto de um critério em avaliação e do resultado da análise do mesmo, com demonstrações gráficas.

A análise da interface foi realizada por 2 especialistas da área de Design gráfico com vasta experiência no desenvolvimento de interfaces. Foi escolhido o

Guia para a Análise do Design de Interface (GADI) devido a sua maior proximidade com as questões que envolvem o design gráfico e por ter sido desenvolvido para analisar ambientes virtuais de aprendizagem.

A estrutura do GADI não requer a seleção de telas específicas para a análise, pois considera o ambiente como um conjunto. O GADI foi formulado para acessoria na avaliação de usabilidade dos ambientes de aprendizagem mediados pela internet, considerando questões relacionadas ao design, a IHC e a pedagogia. O guia foi validado em 2004 através da análise da Oficina de Projeto Didático, desenvolvida pela Coordenação Central de Educação a Distância (CCEAD) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e que usa o sistema de gerenciamento de conteúdo AulaNet desenvolvido no Laboratório de Engenharia de Software da mesma instituição.