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PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS LEGAIS:

No documento MTB-12 RESGATE E EMERGÊNCIAS MÉDICAS.pdf (páginas 36-40)

CAPITULO –1 SERVIÇO DE RESGATE DO CORPO DE BOMBEIROS

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS LEGAIS:

• adotar medidas iniciais que garantam primeiramente a segurança do local e da guarnição;

• nos crimes dolosos como homicídio ou lesões corporais provocadas por agressões, o socorrista deverá preocupar-se simultaneamente com o atendimento da vítima e a segurança da equipe e, em seguida, tomar as devidas providências policiais cabíveis. Se a vítima for autora de crime, deverá ser detida e apresentada ao policiamento ostensivo para as demais providências;

• solicitar apoio do policiamento sempre que a situação exigir, visando a segurança do local, do socorrista ou da vítima;

• alterar o mínimo possível o local da ocorrência durante o atendimento, preservando ao máximo as condições das edificações, dos objetos e dos veículos encontrados;

• todo acidente pode gerar um local de crime, razão pela qual é dever de todo policial militar preservá-lo para a devida apuração, pela autoridade policial competente para adoção das providências decorrentes. Para efeito de exame do local de crime, não deverá ser alterado o estado das coisas, a não ser que seja absolutamente necessário.

Entre as causas que justificam a alteração do local estão:

• necessidade de socorro imediato às vítimas;

• risco à vida para a vítima;

• risco à vida para os socorristas;

• risco à vida para outras pessoas ou risco de novos acidentes;

• impossibilidade física de acesso à vítima; e

• impossibilidade de outra forma de salvamento.

Adotar as seguintes atitudes em situações especiais como:

• crimes de abuso sexual: evitar constrangimento à vítima, respeitando sua intimidade e seu estado emocional;

• violência contra crianças: o socorrista deverá priorizar o atendimento à vítima e, se houver identificação do responsável pela violência, tomar as medidas policiais cabíveis, evitando seu envolvimento emocional. Nesses casos, o socorrista não deve permitir que sentimentos de justiça ou revolta prejudiquem o atendimento à vítima, mesmo que seja o próprio criminoso.

• vistoriar o local da ocorrência após o atendimento à vítima, procurando afastar as situações de risco;

• em acidentes de trânsito com vítima, que geralmente são crimes culposos, o socorrista deve atuar de maneira que haja o mínimo de prejuízo para o local.

Nesses casos, cabe ao Corpo de Bombeiros, o atendimento à vítima e a segurança do local, antes de passá-la para o policiamento ostensivo;

• deixar o local em segurança após o atendimento da ocorrência;

• quando o local estiver em condições de segurança, o policial militar de maior graduação presente do Corpo de Bombeiros é responsável por passar a ocorrência para o policiamento no local;

• fazer croquis do local de crime alterado, anexando uma cópia ao relatório da ocorrência RA/CB.

1.8. RECUSA DE ATENDIMENTO OU TRANSPORTE POR PARTE DA VÍTIMA E/OU FAMILIARES:

O transporte da vítima deve ser sempre efetuado nos casos:

• adulto consciente e mentalmente capaz que não recuse formalmente o atendimento;

• vítima inconsciente ou por qualquer meio incapaz de dar sua concordância;

• criança ou adolescente, cujos pais ou tutores legais, dêem seu consentimento no atendimento ou que não estejam no local da ocorrência; e

• vítima com deficiência mental cujos responsáveis concitam no atendimento ou que não estejam presentes no local da ocorrência.

1.8.1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA A RECUSA DE ATENDIMENTO OU TRANSPORTE:

O socorrista tem o dever legal de socorrer vítima de acidentes e emergências clínicas, especialmente se ferida ou em grave e iminente perigo (artigo 135 do Código Penal), adotando os procedimento operacionais de acordo com a situação.

Quando a vítima não apresentar redução da capacidade mental, como nos casos de confusão mental, e, de forma expressa e indiscutível se recusar a ser socorrida, o socorrista deverá verificar se há lesões e se estas podem resultar em agravo à saúde, seqüelas ou morte. Após verificar e certificar-se de que não há lesões, o socorrista poderá liberar a vítima do atendimento e/ou transporte ao hospital, devendo constar, em RACB, a recusa da parte interessada em ser socorrida e sua conseqüente liberação.

Contudo, caso certificar-se de que, embora havendo lesões, estas não resultem em agravo à saúde, seqüelas ou morte da vítima, o socorrista deverá enfatizar a importância da ida ao hospital para recebimento de atendimento médico, esclarecer os eventuais resultados das lesões e a possibilidade de seu agravamento, e se, ainda assim, a vítima mantiver-se inflexível na sua decisão de não ser transportada ao hospital para receber o devido atendimento médico:

• arrolar pelo menos duas testemunhas;

• informá-la de que sua recusa será registrada em BO/PM-TC (Boletim de Ocorrência Policial Militar – Termo Circunstanciado), visando resguardar de ulterior responsabilidade da guarnição e da Instituição;

• comunicar o fato ao Oficial de Operações e Oficial de Área;

• acionar a guarnição de policiamento ostensivo com responsabilidade sobre o local da ocorrência para registro do fato em BO/PM-TC, constando as informações da

vítima, sua recusa, possíveis lesões e complicações, a insistência no atendimento, bem como os dados das testemunhas arroladas;

• constar no RACB a recusa do atendimento e/ou transporte ao hospital, o número do BO/PM-TC e os dados da respectiva guarnição que atendeu a ocorrência.

Caso certificar-se de que há lesões que poderão resultar em agravo à saúde, seqüelas ou morte da vítima ou que há probabilidade de essas circunstâncias ocorrerem em razão de que a lesão (sinal) ou o relato da vítima (sintomas) nem sempre revelam a gravidade do trauma ou a extensão da lesão, o que pode, porém, ser avaliado em função do tipo de acidente, o socorrista deverá providenciar o atendimento e/ou transporte ao hospital mais adequado, indicado pelo Centro de Operações, arrolar pelo menos duas testemunhas e informar a vítima de que o fato será registrado em Boletim de Ocorrência, visando resguardo de ulterior responsabilidade da guarnição e da Instituição.

Deverá ainda comunicar o fato ao Oficial de Operações e Oficial de Área e acionar a guarnição de policiamento ostensivo com responsabilidade sobre o local da ocorrência:

• registro do fato em BO/PM-TC, constando as informações da vítima, sua recusa, possíveis lesões e complicações, a insistência no atendimento, bem como os dados das testemunhas arroladas;

• solicitar aos policiais militares da guarnição que apresentem a ocorrência no Distrito Policial para as providências daquela Instituição; e

• constar no RACB a recusa do atendimento e/ou transporte ao hospital, a necessidade de pronto socorro, o número do BO/PM-TC e os dados da respectiva guarnição que atendeu a ocorrência.

É importante lembrar que, quando necessário, arrolar testemunhas preferencialmente que não sejam parentes da vítima ou pertencentes à guarnição. Não é necessária presença da vítima que recusou atendimento e/ou transporte ao hospital nem das testemunhas para a confecção do Boletim de Ocorrência, podendo ser convidadas a comparecer à Delegacia, se desejarem.

É dever de todo policial militar conhecer a legislação penal vigente, bem como as normas processuais e administrativas, referente ao exercício profissional.

Lembrar que o excesso no exercício das funções legais é punível criminalmente.

No documento MTB-12 RESGATE E EMERGÊNCIAS MÉDICAS.pdf (páginas 36-40)