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2. MOTIVAÇÃO DAS NORMAS

4.3 Procedimentos para Inspeção Visual

Para que seja emitido o Atestado de conformidade das instalações elétricas o corpo de bombeiros de São Paulo atualmente exige uma inspeção visual local por um profissional qualificado e para este laudo profissional siga um padrão correto a IT-41 define um escopo de vistoria presente no Anexo A, segundo os profissionais do CEPI do Ceara a intenção é que o estado adote a mesma exigência, expandindo e alterando escopo de itens a ser analisado com base nas necessidades apresentadas por estudo local.

4.4.1 Classificação da Instalação

Como qualquer instalação possui um coeficiente de deterioração com o passar do tempo antes de tudo deve ser visto a localização da edificação para saber qual a periodicidade necessária da inspeção, em caso de locais expostos à corrosão atmosférica severa deve ser anual, e para demais regiões cada 3 anos. No estado do Ceará o CBMCE recomenda seguir o padrão da DT 042 - Utilização de materiais em linhas de distribuição aéreas de MT e BTda Enel para fazer a classificação da edificação:

a) Área Tipo A - Corrosão Desprezível ou Moderada: é aquela que se verifica aproximadamente entre 15 e 25 anos, comprometendo sem riscos, o desempenho dos equipamentos e materiais. São ambientes localizados a partir de 20 km de distância da orla marítima;

b) Área Tipo B1 - Corrosão Mediana: é aquela que se verifica aproximadamente entre 10 e 15 anos, com comprometimento moderado de riscos, o desempenho dos equipamentos e materiais. São ambientes localizados a distâncias maiores que 5 km e menores que 20 km da orla marítima, podendo existir alguns anteparos naturais ou artificiais, não estando diretamente expostos a ação corrosiva;

c) Área Tipo B2 - Corrosão Severa: é aquela que se verifica aproximadamente entre 5 e 10 anos, comprometendo com riscos, o desempenho dos equipamentos e materiais. São ambientes localizados a distâncias maiores que 2 km e menores que 5 km da orla marítima, podendo existir alguns anteparos naturais ou artificiais, não estando diretamente expostos a ação corrosiva;

d) Área Tipo C - Corrosão Muito Severa: é aquela que se verifica no período de até 5 anos, comprometendo severamente, o desempenho dos equipamentos e materiais. São ambientes expostos diretamente a ação corrosiva, sem nenhum anteparo natural ou artificial, ficando no máximo até 2 km da praia, de portuários salinos e embocaduras de rios.

Figura 13: Faixa de corrosão atmosférica no Estado do Ceará.

Fonte: DT-42 ENEL

Em Fortaleza a classificação está indicada na figura 14 e não segue obrigatoriamente os limites definidos no item anterior, devido às barreiras artificiais, salinas, mangues e foz de rios.

Figura 14: Área de corrosão em Fortaleza.

Fonte: DT-42 ENEL, 2008

Atualmente a DT-42 foi atualizada e simplificada, não apresentando por exemplo a classificação B1 e B2, porém por ser mais detalhada o CBMCE ainda recomenda o uso da acima descrita.

4.4.2 Inspeção visual

A inspeção visual deverá ser feita por um profissional qualificado, engenheiro eletricista, dos quadros de proteção, dos pontos de conexão, derivação e distribuição de circuitos e dos equipamentos de proteção.

Todos os quadros devem que ser vistoriados, considerando a alocação do quadro e seus componentes, sua sinalização, facilidade do acesso, arrumação de condutores, identificação de condutores entre outros.

No caso de instalações já existentes se faz necessário realizar medições termográficas de temperatura conforme a classe térmica dos condutores. Essas medições permitem a detecção de problemas como mau contato de alguma fiação; oxidação dos componentes; desgaste de algumas peças; sobrecarga de circuitos.

Para que a medição termográfica tenha melhor resultado elas devem, preferencialmente, ser realizadas no período de maior pico de utilizações. Caso não seja possível se orienta que seja realizada a ligação de equipamentos ao circuito e feita a medição após a temperatura estabilizar O horário da medição e o tempo de estabilização de temperatura deve ser indicado no relatório.

No caso dos pontos de conexão, derivação e distribuição de circuitos não é possível fazer uma análise completa por razoes físicas assim deve ser feita uma verificação amostral dos pontos de conexão com base nas premissas da NBR5426, nível geral de inspeção II, plano de amostragem simples normal, NQA (nível de qualidade aceitável) de 2,5%. A escolha das caixas a ser inspecionadas deve ser aleatória incluindo todos os tipos (caixas de interruptores, de tomadas de uso geral, de tomada de uso específico, de passagem para iluminação teto ou parede etc).

Nas caixas de conexão devem ser observados aspectos de deterioração das conexões, fator de enchimento das tubulações, compartilhamento com outros tipos de circuitos (dados, voz, imagem), existência umidade, ponto quente ou sobrecarga, condições da isolação, firmeza das conexões e mal-uso. A definição da quantidade de amostras a serem inspecionadas depende da totalidade de pontos de conexão na instalação. A quantidade de defeitos encontradas na amostra, conforme critérios da NBR5426, permite concluir acerca da necessidade ou não de revisão em 100% das instalações.

Tabela 1: Parâmetros de qualidade em testes

Quantidade de pontos Número de amostras Número mínimo de defeitos Entre 02 e 08 02 0 Entre 09 e 15 03 0 Entre 16 e 25 05 0 Entre 25 e 50 08 1 Entre 51 e 90 13 1 Entre 91 e 150 20 1

Entre 151 e 280 32 2 Entre 281 e 500 50 3

Fonte: NBR - 5426

A verificação da funcionalidade geral dos dispositivos de proteção é atestada pela simples operação mecânica dos mesmos ou acionamento de botões de teste (como o apresentado na figura 15).

Figura 15: Botão de teste em disjuntor.

Fonte: Schneider Eletric, 2018

A partir dos resultados das inspeções e medições o profissional deverá elaborar o relatório final da inspeção, tomando como base os limites de qualidade da NBR 5426 Caso sejam encontradas não-conformidades que ultrapassem os limites de qualidade aceitável da NBR5426, a instalação deve ser declarada como não-conforme, não excluindo que o defeito encontrado seja corrigido.

Para que haja um resguardo técnico de responsabilidade tanto do profissional quanto do proprietário do imóvel a previsão é que a norma exija que o profissional responsável pelo atestado mantenha um registro fotográfico e de medições um período mínimo de 3 anos de modo a garantir a veracidade das informações pelo tempo de duração do atestado. Este registro deve ser rastreável na planta elétrica e uma cópia deve ser entregue ao responsável pelo uso do imóvel.

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