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3. METODOLOGIA

3.7. PROCEDIMENTOS, PROTOCOLOS E INSTRUMENTOS

Os dados foram coletados por três pesquisadores: um avaliador (o autor desta dissertação) e dois anotadores. Antes da condução deste estudo, foram realizados dois estudos pilotos. O primeiro estudo piloto, com 118 sujeitos, foi realizado em um único dia para testar os questionários: IPAQ-A, CCEB e questionário de renda per capita (excluído). O segundo estudo piloto, com 35 sujeitos, realizado em duas etapas, com uma semana de intervalo, para testagem final do questionário (Anexo I) e organização do trabalho. Ambos os estudos foram concebidos em escolas que não faziam parte da amostra final.

A partir dos dados do segundo teste piloto, o questionário do estudo (Anexo I) foi submetido a uma análise de confiabilidade e reprodutibilidade. Foi utilizado o coeficiente de Kappa (k) (p<0,05) para fazer as análises e os resultados mostraram concordância e reprodutibilidade entre boa e perfeita (Tabela 2) (Landis e Koch, 1977).

Tabela 2- Valores do coeficiente de Kappa (k) para variáveis aferidas no questionário.

Variável k

Condição Socioeconômica (CSE) 0,650

Grau de instrução do chefe da família (GIRF) 0,733

Nível de atividade física (NAF) 0,716

Natureza da escola 1,00

Série 1,00

Turno 1,00

Gênero 1,00

Faixa etária 1,00

Neste estudo, os sujeitos foram submetidos à avaliação física, de perfil antropométrico, IMC e de pressão arterial, (Anexo II) e a um questionário escrito (Anexo I). As variáveis aferidas pelo questionário foram: gênero,

idade, turno das aulas, natureza da escola, série, nível socioeconômico (CSE), grau de instrução do chefe da família (GIRF) e o nível de atividade física (NAF). As variáveis aferidas pela avaliação física foram: massa corporal, estatura, índice de massa corporal, a circunferência de cintura, a pressão arterial (diastólica e sistólica) e a frequência cardíaca. Após as avaliações, os alunos tiveram acesso aos seus resultados.

Na avaliação antropométrica as medidas foram aferidas: massa corporal em quilogramas (Kg), estatura em metros (m), índice de massa corporal em quilogramas por metro ao quadrado (kg/m2) e circunferência de cintura em centímetros (cm), pressão arterial sistólica e diastólica em milímetros de mercúrio (mmHg) e frequência cardíaca em batimentos por minuto (bat/min) (Anexo II).

3.7.1. PERFIL ANTROPOMÉTRICO

Na aferição da massa corporal foi solicitado que o avaliado permanecesse de pé, de costas para a escala da balança, com afastamento lateral dos pés, estando à plataforma entre os mesmos. Em seguida colocou-se sobre e no centro da plataforma, ereto com olhar num ponto fixo á sua frente. Foi usado o mínimo de roupa possível (Fernandes Filho, 1999; PROESP-B, 2009; Christofaro et al., 2009; Buonani et al., 2011; Abbes et al., 2011; Neto et al., 2012).

Na avaliação da estatura foi solicitado que avaliado permanecesse na posição ortostática: em pé, posição ereta, braços estendidos ao longo do corpo, pés unidos, procurando pôr em contato com o instrumento de medida as superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital. A medida foi feita com o avaliado em apnéia inspiratória, de modo a minimizar possíveis variações sobre esta variável antropométrica. A cabeça ficou orientada segundo o plano de Frankfurt, paralela ao solo. A medida foi feita com o cursor em ângulo de 90° em relação à escala. Foi usado o mínimo de roupa possível, exigindo-se que o avaliado estivesse

descalço (Fernandes Filho, 1999; PROESP-B, 2009; Christofaro et al., 2009;

Buonani et al., 2011; Abbes et al., 2011; Neto et al., 2012).

Neste estudo foi utilizada para aferir massa e estatura, uma balança Soehnle 7755 Professional, com precisão de 100 gramas, com medidor de estatura embutido Asimed, com altura mínima de 95 centímetros (cm). O equipamento tem capacidade máxima de 200 quilogramas para massa corporal e 230 centímetros para estatura.

A obesidade abdominal foi diagnosticada por meio da circunferência de cintura (CC). A CC foi avaliada por meio de fita métrica, aplicada na média distância entre a borda inferior da grelha costal e o topo da crista ilíaca, paralela ao chão, com o indivíduo em pé, com o abdômen relaxado, braços ao longo do corpo e pés unidos. O resultado foi apreciado no final da expiração e foi considerado um limite de tolerância de 1 cm (Fernández et al., 2004; Bergmann et al., 2010; Buonani et al., 2011; Poeta et al., 2012; Neto et al., 2012; De Moraes et al., 2013), as medidas foram tomadas em duplicata sendo adotada a média dos valores com resultado da avaliação. Para a perimetria o instrumento adotado foi a fita (trena) métrica não flexível, T-87, Wiso, com 2 cm de largura e 200 cm de comprimento.

Os valores desta variável foram classificados de acordo com os pontos de referência de Taylor e colaboradores (2000). Estes pontos foram validados para identificar a obesidade na região abdominal, quando a circunferência de cintura atinge valores superiores ao percentil 80, em ambos os sexos, em sujeitos de 3 a 19 anos de idade. Neste estudo, a circunferência de cintura dos sujeitos foi classificada em: Alterada (>percentil 80), para presença de obesidade abdominal, ou Não alterada (< percentil 80), para ausência de obesidade abdominal.

3.7.2. ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

A obesidade (e o sobrepeso) foi diagnosticada por meio do Indice de Massa Corporal (IMC). Para o IMC foi calculado: a massa corporal em kg

(quilogramas) dividida pela estatura em m (metros) elevada ao quadrado (kg/m2) (Cole et al., 2000; Conde e Monteiro, 2006; Christofaro et al., 2009; Fernandes et al., 2009; Buonani et al., 2011; Gordia et al., 2011; Leal et al., 2012; De Moraes et al., 2013). Em seguida, para a determinação dos pontos de referência, foram aplicados os valores de corte de Cole et al. (2000), que identificam os indivíduos com sobrepeso e obesidade e os de Cole et al. (2007), que identificam os indivíduos com baixo peso (subdivididos em grau I e II, de acordo com a intensidade da condição), estas classificações se complementam e estão associadas aos valores da WHO (1995), para adultos (a partir dos 18 anos), e indicam valores de IMC de 17 kg/m2 para Baixo Peso II, 18,5 kg/m2 para Baixo Peso I, 25 kg/m2, para Sobrepeso e 30

kg/m2 Obesidade (Cole et al., 2000; Cole et al., 2007).

3.7.3. PRESSÃO ARTERIAL

Para aferição da pressão arterial foi utilizado um aparelho oscilométrico da marca Omron modelo HEM-742, previamente validado para o uso em adolescentes (Christofaro et al., 2009; Christofaro et al., 2009b; Fernandes et al., 2009; De Moraes et al., 2013), com manguito específico para adolescentes, seguindo as recomendações da literatura. A pressão arterial foi aferida no braço esquerdo nos indivíduos sentados com pelo menos 5 minutos de descanso (Fernandes et al., 2009; SBC, 2010). Após uma primeira avaliação dos participantes foram padronizados dois minutos de intervalo para realização da segunda avaliação, logo, os valores de pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram estimados pela média das duas avaliações (Giuliano et al., 2005; Silva e Lopes, 2008; Christofaro et al., 2009; Mourão, 2011), e os valores dados em mmHg.

Para determinação da tensão arterial em adolescentes, até os 17 anos, foram adotados os valores de referência de recomendados pelo The Fourth Report on the Diagnosis, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure in Children and Adolescents (2004), neste os sujeitos são analisados segundo a idade e o percentil da altura, e classificados de acordo com os

percentis  de  PAS  e  PAD,  onde  ˂  percentil  90  é  considerado  Normotenso,  do   percentil 90 ao 95 é Pré-hipertenso  (ou  limítrofe),  ˃  percentil 95 Hipertenso e ˃  percentil  99  Hipertenso  II.  No  que  tange  aos  sujeitos  acima  dos  17  anos,   adotou-se os valores de pressão arterial, PAS e PAD, Ótima <120 e < 80, Normotensa < 130 e < 85, Pré-hipertensão (Limítrofe) 130–139 e 85–89, Hipertensão 140–159 e 90–99, Hipertensão II 160–179 e 100–109 e Hipertensão  III  ≥  180  e  ≥  110 (Alberti et al., 2009; SBC, 2010). No estudo em questão foram adotadas as classificações: Pressão Arterial Normal (abaixo do percentil 95 e Normotensos) e Pressão Arterial Elevada (acima do percentil 95 e Hipertenso estágio I, II e III).

3.7.4. NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA

O nível de atividade física foi mensurado através do Questionário Internacional de Atividade Física (International Physical Activity Questionnaire for Adolescents – IPAQ-A; versão 8, forma curta, última semana) (anexo 1), desenvolvido pela OMS, com versão em português, validado por Matsudo et al. (2001). Em outro trabalho, o IPAQ (versão 8) foi validado para adolescentes por Guedes e colaboradores (2005). As perguntas do questionário estão relacionadas às atividades realizadas na última semana, anterior à aplicação do questionário, estas questões abrangem a caminhada e as atividades moderadas e intensas. Para cada atividade física (e caminhada) realizada o sujeito de indicar a frequência semanal, de um a sete dias, e a duração diária, em horas e/ou minutos. A classificação da atividade física dos adolescentes foi baseada no ponto de corte da WHO (2010), este define como prevalência insuficiente de atividade física a prática diária menor que 60 minutos (Hallal et al., 2006c; Ceschini et al., 2009; De Moraes, Guerra e Menezes, 2013). Neste estudo, os adolescentes foram classificados por tempo de prática diária de atividade física, os que praticaram pelo menos 60 minutos (≥ 60 m/d) de atividade física por dia e os que praticaram menos de 60 minutos (˂ 60 m/d) por dia.

3.7.5. CONDIÇÃO SOCIOECONÔMICA

O nível socioeconômico foi avaliado pelo Critério de Classificação Econômica do Brasil (anexo 1), desenvolvido pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP, 2012), que utiliza sistema de pontos para posse de itens e grau de instrução do chefe de família, podendo variar de A a E (anexo 10) (Silva, Cazuza e Farias Junior, 2007; Reis et al., 2009; Gordia et al., 2010; Gordia et al., 2011; Mazaro et al., 2011; Pereira et al., 2013; De Moraes et al., 2013).

Neste instrumento é utilizado o sistema de pontos. O individuo assinala em duas tabelas distintas os itens (e as quantidades) contidos no seu domicilio e o grau de instrução do chefe da família. Para cada item são estabelecidos valores em forma de escala, variando de acordo com a preponderância de cada item (anexo 1). O CCEB estima o poder de compra das pessoas e das famílias, classificando-os da seguinte forma: classe A (35 a 46 pontos), classe B (23 a 34), classe C (14 a 22) pontos, classe D (8 a 13 pontos) e classe E (0 a 7 pontos) (ABEP, 2008). Para o estudo em questão foram adotadas as classes A, B, C e, D e E.

O grau de instrução do chefe da família (GIRF), também aferido CCEB, o adolescente indica até que série (ou ano) estudou o responsável pela família. O GIRF foi classicado em: Analfabeto (até 3ª série 1º. Grau), Até 4ª série Fundamenta (até 4ª série 1º Grau), Fundamental completo (1º. Grau completo), Médio completo (2º. Grau completo) ou Superior completo.

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