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Hipótese e Justificativa

Capítulo 2. Procedimentos Técnico-Operacionais

O presente trabalho utilizou-se de diferentes procedimentos para sua execução, que serão apresentados sucintamente em modelo de fluxograma. Assim, as etapas envolvidas foram a de organização do projeto, levantamento dos principais componentes naturais e componentes antrópicos, análise e proposição das vulnerabilidades, sendo estruturado da seguinte forma:

Organização: definição dos objetivos da pesquisa, definição da área de estudos e escala de trabalho, elaboração de justificativa de execução e adequação das atividades ao planejamento elaborado;

Inventários: Levantamento bibliográfico sobre os principais autores atribuídos à temática da pesquisa, considerando as condições físicas e socioeconômica da área de estudo. Levantamento de dados espaciais (shapefiles), bibliográficos, cartográficos e estatísticos que retratem as características físicas e socioeconômicas para a elaboração da suscetibilidade natural e vulnerabilidade social, dando possibilidade de execução a vulnerabilidade ambiental;

Análise: Avaliação das informações levantadas, integrando as condições de suscetibilidade natural (a partir do quadro físico) e vulnerabilidade social (informações socioeconômicas);

Proposição: Elaboração da vulnerabilidade ambiental a partir da integração da suscetibilidade e vulnerabilidade social, avaliando os setores de maior risco (susceptibilidade), a partir de conflitos socioambientais e impactos relacionados a área de estudo.

Partindo dessa condição, os procedimentos foram organizados de maneira sistemática a partir das seguintes fases: atividades de gabinete I, atividades de campo, atividades de gabinete II e a organização dos dados para a redação da tese final, de acordo com o fluxograma apresentado na figura 4.

Figura 4. Fluxograma de Desenvolvimento das atividades. Adaptado de Souza (2017)

Considerando o fluxograma apresentado, a primeira etapa foi denominada de atividades de gabinete I, da qual fazem parte as pesquisas e levantamento inicial de diversas bibliografias e materiais cartográficos. A partir da definição do principal objeto de estudo, bem como a definição da área e da escala a ser explorada, foi proposto a justificativa da pesquisa, a partir da elaboração de um cronograma de ações bem

definidos. Assim, definiu-se pela seleção do litoral sul do estado de São Paulo, representados pelos municípios de Cananéia, Iguape e Ilha Comprida.

Posteriormente, os materiais e bibliografias formaram o inventário desta pesquisa, com o levantamento dos dados naturais e socioeconômicos da área de estudo, na compreensão de sua organização espacial, a partir da elaboração da base cartográfica para a definição das principais áreas vulneráveis, tanto naturais quanto socioeconômicas. Com isso, os produtos cartográficos elaborados para o meio físico serão apresentados a seguir:

O primeiro produto de exímia importância para a avaliação geral da área de estudos são as cartas topográficas, na escala de 1:50.000. Assim, foram adquiridas 13 cartas topográficas, de acordo com a tabela 1.

Tabela 1. Base cartográfica do litoral sul do estado de São Paulo

Carta Folha Fonte

Ariri SG.22-X-D-III-2

MI-2844-2 IBGE

Barra do Ararapira SG.22-X-DIII-4

MI-2844-4 Exército Brasileiro

Barra do Ribeira SG.23-V-A-V-1

MI-2830-1 IBGE

Cananéia SG.23-V-C-I-1

MI-2845/1 Exército Brasileiro

Iguape SG.23-V-A-IV-2 IBGE

Ilha de Cananéia SG.23-V-A-IV-3 IBGE

Juquiá SG-23-V-A-I-4 IBGE

Miracatu SG.23-V-A-II-3

MI-2813-3 IBGE

Pariquera-Açu SG.23.V.A.IV.1

MI-2829-1 IBGE

Pedro de Toledo SG.23-V-A-II-4 IBGE

Ponta de Juréia SG.23-V-A-V-2 IBGE

Rio Guaraú SG.22-X-B-VI-4

MI-2828-4 IBGE

As cartas topográficas adquiridas foram georreferenciadas e posteriormente vetorizadas, apresentando como produto, as curvas de nível com equidistância de 20 metros, as curvas mestras, pontos cotados, áreas urbanas, bem como as rodovias federais, hidrografia e limites municipais.

A carta de drenagem foi elaborada a partir da vetorização dos dados contidos nas cartas topográficas, na escala de 1:50.000. A drenagem foi subdividida entre regime de rios intermitentes e rios perenes. A análise da drenagem demonstra de maneira nítida a predominância do padrão dendrítico em áreas próximas aos locais de maior altimetria, e padrão meandrântico em áreas mais planas.

A carta de isoietas foi obtida do Atlas Pluviométrico do Brasil, da CPRM, com escala de 1:250.000, e construído a partir da indicação das isoietas médias mensais entre os anos de 1977 a 2016.

A carta hipsométrica, escala 1:100.000, tem como função apresentar a amplitude altimétrica da área, representada por repartições das altitudes, a partir de tonalidade de cores de variadas intensidades, desde o mais baixo (verde) até o mais elevado (vermelho), sendo um meio de elucidar o comportamento das áreas de maior e menor dissecação do relevo. Esta foi derivada do MDE (Modelo Digital de Elevação) em ambiente SIG, derivada de produto ASTER-GDEM, com resolução espacial de 20 metros. Foi posteriormente classificada entre 8 classes, variadas entre 0-|50 metros, 51- |100 metros, 101-|300 metros, 301-|500 metros, 501-|750 metros, 751-|1000 metros, 1001-|1250 metros e 1251-|1400 metros. Segundo Dias (2012), as classes compostas no intervalo de 0 a 50 metros compreendem a Planície Costeira, sendo a variação de 50 a 100 metros a zona de transição e o intervalo de 100 a 1400 metros as áreas de escarpas e topos de morros.

O mapa clinográfico, escala 1:100.000 (ou de declividades) representa os gradientes de inclinação do terreno, apresentados por porcentagem ou através da tangente do ângulo de inclinação. Elaborada também a partir do MDE (ASTER GDEM), as classes geradas seguiram a metodologia de Embrapa 1999, sendo representadas por 6 classes: Plano, com inclinação de 0-|3%, representando quase a totalidade de áreas sujeitas a inundação, relevo suave ondulado, compreendendo 3-|8%, relevo ondulado, de 8-|20%, forte ondulado de 20-|45%, montanhoso 45-|75% e escarpado, para áreas com inclinação maiores que 75%. A avaliação da inclinação

torna-se fonte importante de informação para avaliar as maiores susceptibilidades a movimentos de massa e áreas de inundação.

Referentes as formações dos solos, apresentadas na Carta Pedológica, foram obtidas de IAC (1999), responsável pelo levantamento de reconhecimento com detalhes dos solos da região do Ribeira de Iguape, no Estado de São Paulo. Estas informações foram disponibilizadas pelo relatório do Comitê da Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul (CBH-RB, 2013) e foram retrabalhadas para a escala 1:100.000.

O mapa de Unidades Geológicas apresenta as principais unidades mapeadas, disponibilizados no Geobank da CPRM14. Assim, para a elaboração desta carta, foram utilizados os dados referentes as Unidades Geológicas e dados referentes as estruturas/falhas existentes no litoral sul. A reunião de ambas cartas (Pedológica e Unidades Geológicas) permitem avaliar a formação superficial da área de estudos, avaliando as condições litológicas e estratigráficas do litoral sul do estado de São Paulo, sendo modificadas para a escala 1:100.000.

O mapa de cobertura vegetal natural, escala 1:100.000 compreende informações sobre as principais classes naturais de ocorrência na área de estudos. Modificado de DIAS (2012), a partir de interpretação visual de imagens LANDSAT 8 e SENTINEL, para o ano de 2017.

Relacionados às Unidades de Conservação (UCs), foram elaborados dois produtos, o primeiro exemplificando as categorias de UC, divididas entre as de Uso Sustentável e as de Proteção Integral; o segundo apresenta os tipos de UCs existentes, sendo existente 13 UC de Uso Sustentável e 7 de Proteção Integral. Os dados utilizados para a elaboração destes produtos foram obtidos de MMA (2017)15, disponibilizados no portal oficial.

O mapa de uso e ocupação da terra (2017), foi adaptado de Dias (2012) o qual foi produzido para o ano de 2010 e em que foi proposto o tipo de uso da terra, considerando a característica de ocupação, entre uso urbano ou uso rural e o tipo de funcionalidade da ocupação, agrupando os diversos usos. Assim, foi utilizado o shape produzido na pesquisa, sendo atualizado para o ano de 2017, utilizando-se imagens LANDSAT 8 e trabalhos de campo, em que foram atualizados de maneira visual as

14

http://geowebapp.cprm.gov.br/ViewerWEB/ 15 http://mapas.mma.gov.br/i3geo/datadownload.htm

classes mais perceptíveis de mudança, desde o ano de 2010 para o ano de 2017. Vale considerar que a resolução espacial das imagens LANDSAT não permite grande detalhe (devido a sua resolução espacial de 30 metros), mas é adequada para a escala do trabalho elaborado, de 1:100.000.

Já a Compartimentação do Relevo também considerou os shapes produzidos em Dias (2012), em que foram delimitados vetores de formas poligonais a partir de morfologias semelhantes, através da interpretação da rugosidade e textura das imagens, do uso do modelo digital de terreno (MDE), as formações superficiais, e adaptação do Mapa Geomorfológico do Plano do Comitê de Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul do Estado de São Paulo, no ano de 2007, também apresentadas em escala 1:100.000.

Para o mapa de suscetibilidade natural, foram utilizados dados derivados do mapeamento físico, como geologia, geomorfologia, pedologia, declividade, cobertura vegetal natural e pluviométrico, aos quais foram definidos pesos de acordo com as principais características de formação desta área, sendo portanto, considerados sobretudo os dados geológicos, geomorfológicos, uso e ocupação do solo e a declividade.

Para a realização desta etapa, foi utilizado a ferramenta weighted overlay, disponível em Arc Toolbox => Spatial Analyst Tools, Overlay (ArcGis, 10.5). Para utilizar a ferramenta, foi necessário a definição de pesos sobre cada mapeamento. Nesse sentido foram criadas novas colunas no arquivo shapefile, considerando os pesos que deveriam ser usados para cada caso, seguindo as metodologias utilizadas e adaptadas para a melhor condição avaliada na área de estudo. Posteriormente, estes dados foram transformados em arquivo raster (matriz) para a o cruzamento dos dados que deram origem ao mapa de suscetibilidade.

Assim, considerando os seguintes dados: unidades geológicas, geomorfológicos, cobertura vegetal e a declividade foram os utilizadas os seguintes pesos, de acordo com as tabelas abaixo:

Unidades Geológicas: Considerando as épocas máximas, o que leva em consideração principalmente a consolidação dos materiais, diminuindo a sua suscetibilidade para processos erosivos.

Formação Geológica Época Máxima Indicadores de Fragilidade Proterozóica 2,0 Mioceno 3,0 Pleistoceno 4,0 Holoceno 5,0

Geomorfológicos: Considerou-se as geomorfologias estruturais, sendo divididas em Formações do Quaternário, Cinturão Orogênico do Atlântico e os Depósitos sedimentares do Quaternário. Portanto, consideramos a maior vulnerabilidade avaliada nas áreas sedimentares por suas formações recentes e ainda muito instáveis, derivadas de processos marítimos e fluviais; depois as formações Quaternárias, como os sedimentos continentais; por fim, as formações derivadas do cinturão orogênico do Atlântico, considerando as principais serras e morros residuais presentes na área de estudo. Assim, temos:

Formação Morfoestrutural Indicadores de Fragilidade Cinturão Orogênico do Atlântico 3,0

Formações Quaternárias 4,0

Depósitos Sedimentares 5,0

Uso e ocupação do solo: Relaciona-se as informações de ocupação do solo, caracterizando áreas de uso urbano, de uso rural e de usos diversos (representados pela cobertura natural vegetal). Assim, considerou-se que as áreas que apresentam maior exposição do solo aos processos erosivos, representam os indicadores de vulnerabilidades mais elevados. Por outro lado, as áreas que apresentam maior condição de proteção do solo, são caracterizados como menos vulneráveis aos processos erosivos. Para tanto, os indicadores foram representados da seguinte maneira:

Uso e ocupação do solo Indicadores de Fragilidade

Áreas de Uso Urbano -

Área Urbana 4,5

Área Urbana - loteamentos 4,5

Uso rural -

Agricultura - Banana 3,0

Campo Aberto - Pastagens 5,0

Campo Sujo 4,0

Propriedade Rural e Usos Associados 4,5

Usos Diversos -

Mata Atlântica 1,0

Restinga 3,0

Mangues 4,0

Declividade: A declividade para a área de estudos, representa importância devido a localização das diferentes formas de relevo. As áreas mais planas, representam as extensas planícies litorâneas, onde os processos erosivos são extremamente intensos devido a sua formação natural. Já as áreas mais íngremes, representadas pelos planaltos afastados do litoral sul, apresentam formação de materiais bem consolidados, o que faz com que os processos erosivos sejam menos intensos. Portanto, o índice de vulnerabilidade é assim representado.

Declividade % Indicadores de Fragilidade 0 -| 3 5 3 -| 8 4 8 -| 20 3 20 -| 45 3 45 -| 75 2 > 75 1

Para tanto, foram criadas colunas considerando os pesos derivados da metodologia dos trabalhos de Crepani et al (2001), Nascimento & Dominguez (2009) e Souza (2017) de maneira adaptada, considerando as principais temáticas do litoral sul de São Paulo para a definição dos pesos utilizados em cada temática e aplicados à nova coluna.

As propostas metodológicas foram ainda utilizadas para a definição do mapa de vulnerabilidade social, elaborado a partir do cruzamento das informações de IPVS, IPRS, uso da terra e IDHM, adaptando as classes definidas nas metodologias de

cada temática para a elaboração do produto apresentado como resultado da metodologia social. Assim, foram criadas cinco classes, semelhante ao processo de criação do mapa de suscetibilidade.

Posteriormente, os dados foram transformados para dados tipo raster, para a utilização a ferramenta weighted overlay, do ArcGis, versão 10.4. Assim, foram adicionados os overlays (camadas temáticas) e definidos as porcentagens de interação de cada temática junto ao produto, dando origem ao produto suscetibilidade natural, contendo 5 principais classes, a saber: Classe 1 – Muito baixa; Classe 2 – Baixa; Classe 3 – Média; Classe 4 – Alta e Classe 5 – Muito Alta. Estas classes definem o grau de suscetibilidade da área, considerando seus aspectos físicos.

O uso destes produtos torna-se imprescindível para a compreensão física desta área, que apresenta grande influência flúvio-marinha, contribuindo de maneira intensiva para a condição de extrema fragilidade, sendo possível identificar, com estes produtos, as áreas que se apresentam mais susceptíveis aos processos evidenciados nesta área.

Para a construção do mapa do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS 2012), foram obtidos arquivos shapes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) para cada um dos municípios avaliados, que já estavam classificados contendo as classes apresentadas. As classes são derivadas, segundo a publicação metodológica, dos 3 principais indicadores, quais sejam: escolaridade, longevidade e riqueza municipal.

O Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (ano de 2010), também foram obtidos de IPEA, contendo a classificação dividida a partir de grupos de vulnerabilidade, sendo classificados em ordem crescente em relação as vulnerabilidades, ou seja, os grupos 2 e 3 apresentam vulnerabilidades mais baixas do que os grupos definidos nos grupos 5 e 7, por exemplo, que apresentam vulnerabilidade alta. Segundo a publicação metodológica do IPVS, estes dados se apresentam como complementares ao IPRS, considerando questões como desigualdade e áreas de concentração de pobreza. Para tanto, considera renda, escolaridade, saúde, mercado de trabalho, acesso aos serviços e mobilidade social, na tentativa de compreender a dinâmica social de cada município.

A elaboração do mapa de IDHM, por sua vez, considerou os dados apresentados pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil), que classifica o desenvolvimento dos municípios a partir de uma classificação que varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maiores os níveis de qualidade de vida da área analisada. Para isso, são avaliadas informações referentes à longevidade, educação e renda dos municípios. Com as informações obtidas, foi possível a construção dos mapas, a partir da criação de nova coluna contendo os dados relativos ao IDHM apresentados pelo PNUD, sendo possível a espacialização das informações adquiridas.

A avaliação destas informações referentes as questões sociais permitem definir o nível de desenvolvimento dos municípios, avaliados a partir da qualidade de vida das populações frente aos Estados componentes e a nível federal, permitindo avaliar como se encontra o nível atual de tal desenvolvimento.

Assim foi possível a construção do mapa de vulnerabilidade ambiental, considerando a elaboração dos mapas de vulnerabilidade natural e social, o que permite melhor compreensão da complexidade a qual a região se situa. Para tal elaboração, foi efetuado um cruzamento do shape de suscetibilidade natural com os devidos pesos (em escala de 1 a 5) e também o de vulnerabilidade social (considerando o mapa de IPVS, por possuir maior diferenciação das classes, como explicado outrora no trabalho); para tanto, existem pesos definidos que variam de 1 a 7, de acordo com a metodologia do IPVS, com exceção da classe 6 (inexistente na área de estudos de acordo com a metodologia). Além disso, a classe NC foi definido como peso 0, sobretudo pela inexistência de informações que possam classifica-los em outra classe.

Com isso, para a geração do mapa, foi utilizado a ferramenta weighted

overlay, definindo 50% de influência para cada um dos temas, e posteriormente

classificadas as classes de acordo como descrito acima. Assim, o resultado apresentado foi um mapa contendo as classes que variam de 1 a 5, como descrito a seguir: Classe 1 – Muito baixa; Classe 2 – Baixa; Classe 3 – Média; Classe 4 – Alta e Classe 5 – Muito Alta. Estas classes definem o grau de vulnerabilidade da área.

Foram realizadas atividades de campo, inicialmente com o objetivo de reconhecimento da área de estudos, e posteriormente com o intuito de aferir, atualizar e averiguar as informações mapeadas, bem como comparar e acurar dúvidas relacionadas as informações disponibilizadas nos materiais cartográficos. Assim, o primeiro campo

foi realizado na data de março de 2017, tendo como principal objetivo o reconhecimento regional desta área. Foram realizadas visitas nos três municípios destacados e obtidas fotografias que foram inseridos no desenvolvimento da pesquisa.

Já no mês de julho de 2017, foram selecionados alguns pontos principais para possibilitar a retirada de possíveis dúvidas, acerca do material cartográfico produzido. Além disso, foram buscados materiais bibliográficos junto a instituições como Fundação Florestal (em Cananéia) e Gerenciamento da Bacia do Ribeira e Litoral Sul, localizado no município de Registro. Além disso, foram obtidos materiais junto a moradores da área, como o Sr. Paulinho Fortes, historiador e profundo conhecedor das principais histórias relacionadas ao desenvolvimento desta região, auxiliando no entendimento do desenvolvimento regional.

Em janeiro de 2018, foi elaborada mais uma atividade de campo, para a Ilha do Cardoso, última área a ser realizada o reconhecimento, devido sobretudo a dificuldade de acesso (feito exclusivamente via embarcações), o qual foi possível conversar com moradores desta área (inserida em uma Unidade de Conservação), compreendendo melhor a dinâmica de funcionamento do local. Além disso, foi possível visitar quase que totalmente a área, desde sua área mais ao norte (nas proximidades de Cananéia e Ilha Comprida), até sua área mais a Sul (próximo a Superagui, na divisa com o estado do Paraná).

Por fim, entre o fim de agosto e início de setembro de 2019, foram realizadas novas atividades de campo para os municípios do litoral sul, com o objetivo principal de verificar possíveis mudanças no território, como na ponta nordeste do município de Ilha Comprida, onde é possível identificar a ação erosiva marítima, que desaloja moradores de maneira rápida e intensa. Além disso, foi possível ainda registrar novas fotos sobre as áreas, que foram apresentadas no presente trabalho.

Com as atividades de campo, foi possível a validação das etapas anteriores desta pesquisa, contribuindo para sanar dúvidas relacionadas aos materiais cartográficos produzidos, sobretudo, frente aos mapas de uso e ocupação da terra, considerando os sistemas naturais e antrópicos atuantes no litoral sul do estado de São Paulo.

A etapa de atividades de gabinete II consistiu na integração dos diferentes dados levantados e analisados. Assim, tendo conhecimento prévio sobre o ambiente físico e social, os materiais cartográficos produzidos foram integrados e armazenados

em banco de dados georreferenciados, permitindo uma avaliação conjunta dos elementos presentes nos mapas temáticos.

Posteriormente à construção dos materiais cartográficos relacionados às condições naturais e sociais da área de origem, foram elaborados os mapas de vulnerabilidades, sendo os dados organizados em um banco de dados, com o objetivo principal de disponibilizá-los à comunidade, via Web, que permita a elaboração de download aos interessados, possibilitando assim o uso para a construção de novas proposições e estudos derivados do litoral sul do estado de São Paulo. Para tanto, foram ainda utilizados e interpretados os mapas de vulnerabilidade, considerando para tanto, os principais usos e ocupação da terra mapeados na atividade de gabinete I, permitindo a redação da tese desta pesquisa.

Para a proposta disponibilização de dados geográficos via WebGIS, foram utilizados produtos gratuitos e disponíveis na internet, de forma a estabelecer uma Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE). Primeiramente, foram selecionados os dados geográficos e analisados a consistência das geoinformações utilizando SIG QGIS, versão 2.18 Las Palmas, e também definidos a padronização dos dados com Sistema de Coordenadas Geográficas SIRGAS 2000 (EPSG 4674). O Código EPSG refere-se ao Grupo Europeu de Pesquisa Petrolífera, grupo organizador dos códigos numéricos para os Sistemas de Referência de Coordenadas (SRC) do mundo.

Após a criação do banco SIG local, a arquitetura para a disponibilização dos dados através da Web foi planejada de acordo a figura 05. Para o estabelecimento de uma IDE e disponibilização dos dados através da Web, os dados foram armazenados em um banco de dados geográficos no PostGIS e foi utilizado como servidor de dados geográficos o GeoServer, software que atende aos padrões da Open Geospatial Consortium (OGC) para intercâmbio de dados espaciais na Web.

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