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Hipótese e Justificativa

Capítulo 3. Resultados e Discussão

3.1. Quadro Físico da área de estudos

A enorme extensão do litoral brasileiro abrange diversificados tipos de sistemas costeiros como praias arenosas, falésias ígneas e sedimentares, estuários, dunas e manguezais (TESSLER & GOYA, 2005). Suas complexidades de formação natural podem ser avaliadas de acordo com informações derivadas do quadro físico da área, avaliando dados de geologia, geomorfologia, solos, drenagem e clima, entre outros.

A província costeira de São Paulo corresponde à área do estado drenada diretamente para o mar, constituindo o rebordo do Planalto Atlântico. É, em maior parte, uma região serrana contínua, que à beira mar cede lugar a uma sequência de planícies de variadas origens (ALMEIDA, 1964).

Com a grande diversidade de paisagens, estas áreas sofrem também do impacto severo ocasionado por ações antropogênicas (a partir da instalação do homem junto a estes ambientes costeiros de maneira pouco planejada) e por causas naturais, que podem ser associadas a variações climáticas e por variações do nível do mar, fatores que aceleram os processos erosivos e deposicionais, tornando-os materiais mais inconsolidados, o que faz com que estes ambientes sejam considerados extremamente frágeis (SOUZA, 2005).

As correntes de maré são importantes na configuração dos sistemas lagunares, como é o caso das desembocaduras de Ararapira, Cananéia e Icapara, na região de Cananéia-Iguape (TESSLER & MAHIQUES, 1983).

O sistema Lagunar de Iguape, Cananeia e Paranaguá é formado por um conjunto de baias, ilhas, planícies, colinas, morros, serras e desembocadura de rios, e deve a proteção dos seus ecossistemas interiores a cinco grandes ilhas litorâneas (costeiras). Assim, no sentido Norte-Sul estão as ilhas Comprida, de Cananéia, do Cardoso, Superagui e das Peças, formando junto ao continente um sistema de lagunas, verdadeiros mares interiores de águas salobras, densamente ocupadas por formação de manguezais muito importantes dentre as do litoral brasileiro, abrangendo parte dos estados de São Paulo e Paraná.

No lado Paulista a comunicação com o mar aberto faz-se através de três “barras”: ao norte, o canal conhecido localmente como Barra de Icapara; em seguida, a Barra de Cananéia, situada entre as ilhas Comprida e do Cardoso e, ao sul a Barra do Ararapira, além da foz do Rio Ribeira de Iguape. O corpo de água da laguna, paralelo à linha de costa, tem vários nomes locais – como Mar Pequeno, Mar de Cubatão, Baía de Trapandé, além do canal de Ararapira que circunda a Ilha do Cardoso e do Mar de Cubatão que se situa entre a ilha de Cananéia e o continente – profundidades que variam de águas bem rasas a até 15 metros. Diversos rios fluem para a laguna (Taquari, Iririaia Mirim, Açungui, etc).

Este esquema, embora de aparência simples, é sensivelmente complexo, sobretudo ao sul, em virtude da existência de uma série de baias, divertículos e marigots salgados, onde se concentram estoque planctônicos fundamentais à cadeia alimentar do ecossistema lagunar-estuarino do qual depende boa parte da vida aquática e recursos pesqueiros do litoral sul do Brasil (p. s/n).

A figura 20 demonstra de forma esquemática a área de estudos inserida no sistema lagunar Cananéia – Iguape em que é possível observar detalhadamente existência da complexa ação natural na região, em função da presença intensa dos regimes fluvial e marítimos, que possibilita mudanças intensas nesta região, se tornando necessário ações de planejamento que permita boa conservação da área.

Figura 20. Sistema Lagunar de Iguape - Cananeia.

Fonte: Tessler et al 2006

Segundo Monteiro (1973), a região do vale do rio Ribeira de Iguape é definida como de clima tropical influenciado por massas polares e tropicais. O litoral sul está inserido na Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), sendo uma região composta por cinturão de condensação e nebulosidade semipermanente. Isto faz com que seja delimitada a posição de maior avanço das frentes frias, a partir de zonas instáveis de baixa pressão que se formam no encontro de massas de ar tropicais atlânticas com as polares. Assim, ocorre instabilidade e atividades de ventos mais intensos a NE. Além disso, associada ao efeito de precipitação orográfica através da Serra do Mar, condiciona a área aos verões mais úmidos da costa sudeste do Brasil (NASCIMENTO JUNIOR, 2006).

De acordo com a classificação de Köppen, a região do vale do rio Ribeira de Iguape é caracterizada como subtropical úmido com verão quente (Cfa), sendo a estação seca pouco definida e precipitação abundante durante todos os meses do ano). A figura 21 apresenta a média mensal pluviométrica, entre os anos de 1977 a 2006.

Figura 21. Isoietas do litoral sul do estado de São Paulo, entre os anos de 1977 a 2016.

Fonte: CPRM

Através da análise das isoietas, é possível observar que as maiores amplitudes pluviométricas ocorrem no Sul e na ponta nordeste da região, com precipitações que chegam a 2800 mm de chuva anualmente. As áreas menos úmidas, por outro lado, encontram-se próximas a região ocidental, com precipitações médias de 1700 mm de chuva.

Para Souza (2014), os aspectos climáticos, quando analisados junto a estrutura litológica e as características de relevo, tornam-se os principais responsáveis pela caracterização das drenagens deste ambiente.

Os baixos níveis altimétricos caracterizam a drenagem mal definida, sem configuração clara sobre sua principal característica, devido a pequena atuação gravitacional que dificulta o escoamento das águas superficiais. Isto é amplamente configurado em áreas derivadas de baixas altitudes, como as planícies, tornando o lençol freático raso e tendo pequena permeabilidade dos solos, com baixas variações altimétricas locais (MARETTI, 1989).

A figura 22 apresenta a carta hipsométrica do litoral sul, representando a repartição as altitudes, as quais limitam as curvas de nível desta área e que foram classificadas a partir de 8 classes diferenciadas.

Figura 22. Carta Hipsométrica do litoral sul.

Fonte: Imagem ASTER-GDEM

O predomínio nesta área é de terrenos com baixas diferenças altimétricas, onde as maiores altitudes são encontradas em duas principais áreas, ao norte do município de Iguape, em uma área composta por presença da Serra do Mar, próximo ao munícipio de Pedro de Toledo, e outra ao sul, no município de Cananeia, em regiões fronteiriças do estado do Paraná, e na Ilha do Cardoso.

Outra característica importante de avaliação relacionada as diferenças altimétricas, é a declividade da área. As cartas de declividades representam os gradientes de inclinação de terreno, considerando o valor de tangente do ângulo de inclinação. Quanto maior o valor de declividade, mais íngreme será o terreno, sendo apresentada a figura 23, que representa a carta de declividade do litoral sul.

De acordo com Embrapa (1999) as áreas podem ser classificadas em áreas planas, com superfícies horizontais e desnivelamentos pequenos, onde a variação será de 0 a 3%, sendo as principais áreas sujeitas de inundação; suave ondulado, com topografia pouco movimentada, com declives suaves (entre 3 a 8%); ondulado, com declives entre 8 a 20%; forte ondulado, com topografia movimentada, e declives fortes, entre 20 a 45%; montanhoso, onde apresenta topografia vigorosa, formas acidentadas e declives fortes e muito fortes (45 a 75%) e escarpado, sendo formas constituído de formas abruptas, com superfícies muito íngremes, sendo mais de 75% de declividade.

Figura 23. Declividade do litoral sul.

Fonte: CPRM, 2012

É possível observar que o litoral sul apresenta predomínio de relevo plano, observado na extensa planície costeira, sendo pequenas áreas com declividade mais elevada, como a área da ilha do Cardoso, por exemplo. Tal característica condiciona diretamente na drenagem da área, sendo a atuação da gravidade mais baixa, devido a extensa planície, aumentando também a incidência de material de deposição derivado das áreas mais distantes.

Quanto aos aspectos pedológicos, relacionados, portanto, a formação dos solos desta área, a composição e espessura dos solos irão variar de acordo com o tipo de relevo, tipo de rocha matriz e os agentes de transporte. Isso porque em áreas mais íngremes, como as serras e morros, os solos serão mais rasos, com deposições em pequenas quantidades sobre rochas que estão próximas de aflorar.

Nas áreas mais baixas, a relação de espessura do solo e quantidade de matéria orgânica irão aumentar em função da deposição de material erodido e que são transportados das áreas mais elevadas. Assim, áreas com menor declividade do terreno, o solo tende a ser mais profundo e argiloso. Já as planícies são geralmente arenosas. A figura 24, apresenta a classificação dos solos do litoral sul.

Figura 24. Carta pedológica do litoral sul

Fonte: Relatório do CBH – Ribeira de Iguape Litoral Sul 2012.

De acordo com a Embrapa (1999), os Argissolos são solos minerais, não hidromórficos, podendo ser eutróficos, distróficos ou álicos, a depender das profundidades.

Cambissolos são solos mais jovens, com minerais primários e altos teores de siltes, sendo ainda caracterizados como horizonte B incipiente, com textura franco- arenosa ou mais fina. Devido ao teor elevado de silte, apresentam baixa permeabilidade, sendo facilmente atingidos por chuvas intensas.

Em relação aos Espodossolos, são constituídos de material mineral, com horizonte B espódico, imediatamente abaixo do horizonte E, A ou hístico que podem atingir de 3 a 4 metros de espessura. São vistos como resistentes as intéperies por sua composição de quartzo, sendo solos pobres, devido ao alto teor de acidez.

Os Gleissolos são constituídos por material mineral com horizonte glei iniciando nos primeiros 150 cm da superfície. Não apresentam horizonte vértico ou horizonte B plânico acima ou coincidente com horizonte glei. São geralmente formados em áreas alagadas, com lençol freático suspenso, portanto, mal drenados.

Os Latossolos são solos bem desenvolvidos, com grande profundidade e porosidade, sendo considerado solos cujos materiais são os mais decompostos, devido ao tempo de maturação, por serem solos velhos ou maduros, sendo quase ausente de minerais facilmente intemperizáveis. São constituídos por material orgânico, apresentando horizonte B latossólico precedido de qualquer tipo de horizonte A dentro de 200 cm da superfície do solo ou dentro de 300 cm se o horizonte A apresenta mais que 150 cm de espessura. São mais associados aos relevos planos a suave ondulados, com baixas declividades. São profundos, porosos, bem drenados e permeáveis, sendo, no entanto, de baixa fertilidade e menos susceptíveis aos processos erosivos.

Neossolos são solos que não apresentam horizonte B, com pouca evolução e constituído de material mineral ou material orgânico com menos de 20 cm de espessura. Os neossolos flúvicos são derivados de sedimentos aluviais.

Já os Organossolos, também não apresentam horizonte B, sendo originado da acumulação progressiva de resíduos vegetais em ambientes palustre, com pouca profundidade e coloração preta a cinzenta muito escura.

Considerando, portanto, as características de formação dos solos apresentadas no mapa pedológico (figura 9), é possível avaliar as condições de vulnerabilidade destes em relação ao litoral sul paulista. Isso porque, em função de sua formação natural, os tipos de solos se apresentam com diferentes susceptibilidades.

Portanto, é definido que os Latossolos apresentam menores vulnerabilidades, devido ao seu desenvolvimento mais acentuado, com maior tempo de maturação e baixos minerais intemperizáveis. Os Cambissolos e Argissolos apresentam também baixa condição de intemperismo, com baixa permeabilidade. Já os Neossolos, Organossolos e Gleissolos apresentam maior vulnerabilidade frente aos processos erosivos, devido a sua camada orgânico intensa e pouco tempo de evolução de sua formação.

Assim, a figura 25 demonstra as classes de vulnerabilidades apresentadas a partir de 5 principais classes criadas a partir de índices avaliando cada formação pedológica da área de estudos.

Figura 25. Classes de suscetibilidade associadas a formação dos solos do litoral sul de SP

Fonte: SIG-RB (2016)

A avaliação do índice de suscetibilidade de solos apresentado demonstra que as principais áreas vulneráveis se encontram na planície costeira, próximas as praias

e dunas, bem como relacionados as áreas de mangues, sendo essencial a conservação destes ambientes para a manutenção da rica biodiversidade existente. Já as áreas menos vulneráveis se encontram nas regiões mais distantes do litoral, já na porção mais continental, onde existem as áreas mais elevadas altimetricamente, formadas por materiais mais bem consolidados e portanto, menos propensa aos processos erosivos.

Diversas características associadas a formação natural da área são definidas ainda a partir das condições altimétricas, e entre estas, destaca-se os corpos hídricos, os quais são apresentados na figura 26.

Figura 26. Carta de drenagem do litoral sul de São Paulo

Fonte: IBGE

Relacionados ao padrão de drenagem, na região serrana (áreas com maiores altitudes), são encontradas drenagens do tipo dendrítico, aos quais se assemelham a galhos de árvores (Christofoletti, 1981), que facilita a ocorrência de erosão e entalhamento do talvegue dos rios nos vales, sendo, todavia, adaptada às direções estruturais da litologia. Já nas áreas planas, como as planícies litorâneas, ocorre um padrão definido por meandrântico, no qual o rio muda de forma e posição ao longo das

extensas planícies, através de processo continuado de erosão e deposição as suas margens (Dias, 2012).

As configurações naturais do litoral sul apresentam elevada dinamicidade dos processos naturais, destacando-se a atuação predominante de processos de movimentos de massa em predomínios do Planalto Atlântico (áreas com maiores altimetrias), representadas sobretudo pelas escarpas da Serra do Mar. Por sua vez, no domínio da Planície Costeira ocorrem processos de inundação e alagamentos, devido as características de rebaixamento topográfico desta área, como é possível observar na figura 27.

Figura 27. Carta topográfica da área de estudos

Fonte: IGC, 2008

Através da carta topográfica é possível observar ainda a baixa altimetria associada aos municípios do litoral sul, sendo que as áreas mais elevadas, como observada também pela carta de hipsometria, estão localizadas nas áreas limítrofes da região.

Associados também as condições físicas desta área, a cobertura vegetal natural é apresentada na figura 28. As coberturas vegetais predominantes são definidas

pela floresta ombrófila densa (dos tipos montana, submontana, e das terras baixas), de domínio da Mata Atlântica, as quais se desenvolvem em relevo montanhosos entre intervalos de 50 metros até 1.500 metros de altitudes (Projeto Biota 2004).

Figura 28. Cobertura vegetal natural do litoral sul

Fonte: Modificado de Dias (2012) - Landsat 8 OLI

Além desta, a vegetação de restinga apresenta grande incidência na cobertura vegetal, a qual se caracteriza por arbustos com aproximadamente 3 metros de altura e se organizam de forma densa e emaranhada, sendo que algumas das espécies podem atingir até 15 metros de altura (VIADANA e PANCHER 2009). A vegetação de restinga ocorre principalmente em depósitos arenosos, simultaneamente as areias marinhas. Sua formação deriva do transporte de areia de ondas que se dirigem a costa, através das águas rasas. Seu porte se dará em função do teor de salinidade do solo, sendo que a maior salinidade apresenta vegetações mais rasteiras e pouco exuberante, já em solos menos salinos, a vegetação se desenvolve mais e mais densa (CHRISTOFOLETTI, 1979).

Destaca-se, por fim, a vegetação de várzeas, como as vegetações com influência fluviomarinha e influência marinha, derivadas de ambientes úmidos, como os manguezais, e que estão associadas a terrenos planos e com baixa altimetria, e se encontram principalmente no contato direto com os canais estuarinos. Tem sua adaptação anatômica e fisiológica associada a variação de salinidade e carência de oxigênio, devido as elevações das marés e solos lodosos, constantemente encharcados. Estão associadas as áreas de baixa energia, com ausência de ventos fortes e marés violentas.

Para garantir a proteção dessas extensas coberturas vegetais, a Constituição Federal tem entre um de seus objetivos, o de proteger o meio ambiente, elevando-o à condição de bem público essencial à qualidade de vida, sendo incumbido ao poder público o exercício do controle ambiental, demonstrando tal necessidade no parágrafo 4º do Capítulo IV, que efetiva a proteção destes sistemas naturais:

§ 4°. – A Floresta Amazônica Brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal mato-grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

O Código Florestal, atualizado a partir da Lei 12.651 (Brasil, 2012), também dá respaldo a proteção e/ou conservação dos ambientes de restingas, áreas de manguezais e faixas marginais de cursos d’água (definidas por Áreas de Proteção Permanente – APP), a partir de seu 4º artigo (SOUZA, 2017).

A intensa cobertura vegetal encontrada indubitavelmente é mantida devido aos aspectos jurídicos e institucionais implementados nesta área, pois a existência de diversas áreas protegidas por lei, reafirmam a necessidade de proteção (integral ou de uso sustentável) destes remanescentes vegetacionais, o que mantém maior equilíbrio do ambiente, devido sobretudo, a intensa dinâmica do litoral sul, que sofrem sérias consequências devido os processos erosivos e deposicionais ocorrentes e que pode provocar na diminuição da estabilidade deste ecossistema.

A proteção legal de áreas no Brasil é regulamentada pela implementação das Unidades de Conservação (UCs), a partir da instituição da Lei nº 9.985 (Brasil, 2000), com a regulamentação do art. 225, §1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, e

criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), a qual define as áreas de proteção em âmbito federal, estadual e municipal. As UCs são formadas a partir de espaços com características naturais relevantes, com função de assegurar a representatividade de amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente (SOUZA, 2017).

Dentre as classificações do SNUC distingue-se as de proteção integral, cujo objetivo principal é a manutenção dos ecossistemas sem alterações causadas pela interferência humana, com uso indireto de seus atributos naturais.

Todavia, define-se ainda as do tipo Unidade de Uso Sustentável, com o objetivo de compatibilizar a conservação da natureza com o uso de maneira sustentável dos recursos naturais, permitindo a conciliação de usos de suas áreas por presença humana.

Os tipos de categorias de UCs no litoral sul podem ser visualizadas a partir da figura 29. É possível identificar, portanto, a implementação de 7 categorias de UCs na área de estudos, sendo 2 do tipo proteção integral e mais 5 com uso sustentável de seus recursos.

Figura 29. Categorias de Unidades de Conservação inseridas no litoral sul

Fonte: MMA, 2017.

As áreas de proteção integral estão classificadas enquanto estação ecológica, com a necessidade de preservação natureza, permitindo a realização de pesquisas científicas, sendo de posse e domínios públicos e necessária a implementação de Plano de Manejo, permitido alterações em seu ecossistema a partir de medidas de restauração, manejo de espécies, coletas, desde que preservados as condições iniciais da área; os Parques Nacionais preservando o ecossistema natural de grande relevância ecológica e beleza cênica, com a possibilidade de realização de pesquisas científicas e desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, tendo normas e restrições de visitas definidas pelo Plano de Manejo da área (MMA, 2017).

Já as áreas de usos sustentáveis existentes no litoral sul, são classificadas como Área de Proteção Ambiental (APA), em que são áreas extensas, com objetivo de proteger a biodiversidade, ordenar o processo de ocupação humana, assegurando a sustentabilidade do uso dos recursos naturais; Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), preservando os ecossistemas naturais de importância regional ou local, com pequena extensão e pouca ou nenhuma ocupação humana e detentora de características

singulares; Reserva Extrativista (RESEX), utilizada por populações tradicionais para a extração de recursos a partir de atividades extrativistas e agricultura de subsistência e criação de animais de pequeno porte, assegurando seu uso sustentável, permitindo visitação pública e pesquisa científica; Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), onde vivem populações tradicionais que se baseiam em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais desenvolvido ao longo de gerações e adaptados as condições ecológicas locais; e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), sendo uma área privada com objetivo de conservar a diversidade biológica, permitindo a pesquisa cientifica e visitação turística, recreativa e educacional (MMA, 2017).

Relacionados ainda as UCs, a figura 30 apresenta a espacialização de todas as UCs implementadas no litoral sul, diferenciando-as entre áreas da esfera estadual e federal, a qual é possível observar que grande parte do território delimita a existência de aspectos jurídicos-institucionais para sua proteção.

Figura 30. Unidades de Conservação implementadas no litoral sul

Avalia-se a existência de 20 UCs divididas entre as categorias apresentadas acima, representando boa parte do território do litoral sul. Para tanto, são apresentadas na tabela 2 a lista das UCs, com o grupo principal, a categoria SNUC e a UC existente.

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