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PROCEDIMENTOS DE VALIDADE DE CONSTRUTO (EMPÍRICA) PARA ADAPTAÇÃO CULTURAL DE INSTRUMENTOS

3 ESTRUTURA DO PROCESSO DE MEDIÇÃO

4 PROCEDIMENTOS PARA ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DE INSTRUMENTOS

4.2 PROCEDIMENTOS DE VALIDADE DE CONSTRUTO (EMPÍRICA) PARA ADAPTAÇÃO CULTURAL DE INSTRUMENTOS

A validade de construto tem sido considerada a principal forma para validar os instrumentos de medida, pois permite verificar se as medidas escolhidas são verdadeiras e se descrevem o construto como ele é. Assim, avalia se o instrumento utilizado mede ou não o construto teórico que foi proposto (PASQUALI, 2003; MENEZES, 2006). Após o processo de adaptação transcultural procede-se a etapa de validação empírica do instrumento adaptado. Nessa fase, verifica-se se o instrumento mensura exatamente aquilo que o mesmo se propõe a medir (ALEXANDRE - COLLUCI, 2009).

Os procedimentos empíricos têm como intuito reunir informações que possibilitem a avaliação da qualidade psicométrica do instrumento que será realizado em estágios distintos. 4.2.1 Planejamento da aplicação

Nessa fase, dois aspectos são destacados, a seleção da amostra para a aplicação do instrumento piloto e as instruções para essa aplicação.

A amostra deverá ser determinada de modo a ser representativa da população alvo cujas características, portanto, precisam ser conhecidas. Pasquali (1999, 2003) orienta que geralmente de 5 a 10 sujeitos, por item do instrumento, são suficientes para atender ao tamanho da amostra, porém ressalta que uma amostra com menos de 20 sujeitos, dificilmente poderá ser considerada adequada para as análises estatísticas.

As instruções que acompanham os instrumentos têm a função de tornar claro, para o sujeito como respondê-los corretamente. No preparo das instruções a serem dadas, deverá ser definida a sistemática de aplicação, isto é, as condições de aplicação, se individual ou coletiva, bem como, a elaboração de uma estratégia que viabilize a aplicação do instrumento aos sujeitos. Quanto a essa estratégia, no formato do instrumento-piloto, define-se como a resposta do sujeito deverá ser dada para cada item. O formato mais utilizado, no caso de escalas de atitude e personalidade, são as escalas tipo Likert, onde cada item segue uma escala de pontos que exprimem a intensidade da resposta do indivíduo ao item (PASQUALI,1998).

4.2.2 Coleta da informação

É o processo que corresponde a aplicação do questionário à amostra estimada, quando se devem seguir as precauções necessárias à aplicação de qualquer instrumento de pesquisa.

Os dados produzidos, nesta fase, darão origem a um banco de dados informatizado, que será utilizado para a análise na etapa subsequente.

4.2.3 Procedimentos analíticos para elaboração do instrumento

Os procedimentos analíticos compreendem a última parte dos três grandes fundamentos para a elaboração de um instrumento de medida psicossocial. É quando são realizados os procedimentos estatísticos para análise dos dados obtidos na fase anterior, em busca de um instrumento válido e preciso (PASQUALI, 1998).

Para Reichenheim, Moraes (2007), planejada e executada a etapa de campo, procede-se a análise dos dados. A equivalência de mensuração para o autor baseia-se na investigação das propriedades psicométricas do instrumento vertido.

Na avaliação do desenvolvimento do instrumento novo, três enfoques psicométricos podem ser sugeridos: avaliação da estrutura dimensional e da adequação dos itens componentes; avaliação de confiabilidade das informações a partir do processo que utiliza as escalas em teste; e avaliação de validade das mesmas em seus diversos matizes (REICHENHEIM, MORAES, 2007).

Bico e Ungir (2004) trazem que validade e a fidedignidade são parâmetros interdependentes na avaliação de um instrumento de medida, ou seja, quando um instrumento não é confiável, provavelmente também não será válido.

Confiabilidade, fidedignidade ou precisão de um teste referem-se à característica que um teste deve possuir, medir sem erros, que significa que o mesmo teste, medindo os mesmos sujeitos em ocasiões diferentes, produz resultados semelhantes (PASQUALI, 2003). A confiabilidade (ou consistência) de um teste é a precisão com que o teste mede o que se propõe a medir, em uma dada população em suas condições normais (AIKEN, 2003). Fidedignidade diz respeito à consistência dos escores obtidos na mesma amostra, quando os mesmos indivíduos que participam são retestados em diferentes ocasiões ou com diferentes conjuntos de itens equivalentes (MENEZES, 2006).

A confiabilidade ou fidedignidade indica em que grau de uma medida as diferenças individuais observadas nos escores dos testes são devido a diferenças reais ou a erros aleatórios. Tendo em vista essa possibilidade, a utilização de um valor numérico visa a expressão da confiabilidade, através do qual é visualizada a extensão da variância de erro produzida nos escores dos instrumentos, ou seja, em que proporção fatores irrelevantes interferem na

mensuração em ocorrência. Assim, esse parâmetro representa a estabilidade do instrumento através de coeficiente de correlação. A fidedignidade é dita consistente quando fornece uma medida estável e variável. Em outras palavras, confiabilidade é relativa à consistência ou estabilidade de uma medida (MARTINS, 2006; FEGADOLLI, 2008).

A avaliação da confiabilidade através do teste/re-teste, consiste na técnica de avaliação de um grupo de pessoas em dois momentos diferentes, visando estabelecer o grau com que o instrumento pode reproduzir os resultados, e a confiabilidade entre diferentes avaliadores, em que as mesmas pessoas são avaliadas por dois ou mais avaliadores, com o objetivo de investigar a concordância de aplicação e/ou de interpretação entre os avaliadores (MENEZES, 2006). Quando a correlação entre os resultados das duas aplicações é fortemente positiva, o instrumento pode ser considerado confiável (MARTINS, 2006).

O coeficientede Alfa de Cronbach é um outro teste utilizado para se aferir a confiabilidade de um instrumento é o mais comumente utilizado em escalas do tipo Likert, pois nesse formato, a resposta ao item pode assumir mais de duas alternativas. Conforme Pasquali (2003) o coeficiente alfa reflete o grau 75 de covariância dos itens entre si, servindo de indicador da consistência interna do próprio teste. A pontuação do coeficiente alfa vai de 0 a 1, onde o 0 indica a ausência total de consistência interna dos itens, e o 1, a presença de consistência interna de 100%, indicando que quanto maior for o valor encontrado, mais precisa será a medida. Embora não exista um consenso entre pesquisadores a respeito dos níveis mais adequados de fidedignidade, valores situados acima de 0,80 são considerados significativos para pesquisas na área social e valores abaixo de 0,70 são tidos como coeficientes frágeis (PASQUALI, 2003; PEREIRA, 2004; HAIR et al, 2009).

5 MÉTODOS