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4. Investigação Empírica: Produção audiovisual para apoio à reabilitação do AVC em

4.6. Processo de construção do 2º vídeo

4.6.1. Pré-Produção

Perante todas as dificuldades nas diferentes fases da produção do 1º vídeo e a avaliação empírica deste que demonstrou, precisamente, todos os problemas técnicos existentes, foi então repensada a ideia do produto audiovisual, com o objetivo de criar um segundo vídeo, que servirá como o produto final desta investigação.

Na avaliação empírica realizada no capítulo anterior, chegou-se a duas conclusões fundamentais: a pertinência da presença de uma fisioterapeuta a explicar o exercício e do paciente a realizá-lo no contexto doméstico a que é proposto, porém as principais críticas técnicas direcionaram-se, precisamente, a todos os planos do paciente. Dessa forma, foi criado um segundo conceito para o produto audiovisual como suporte à reabilitação do AVC.

O 1º vídeo apresentava uma série de problemas, essencialmente técnicos, que não correspondiam às características desejadas. Para além dos problemas de produção já salientados, percebeu-se que, embora o objetivo principal do vídeo seja que os doentes vítimas de AVC possam realizar os exercícios enquanto veem o vídeo, acompanhando os planos do paciente, esse objetivo não foi comprido da melhor maneira, não só porque apresenta três fases diferentes do dia do paciente, criando um problema temporal e não contínuo, mas também porque cada doente tem o seu ritmo a realizar os exercícios, dependendo do AVC, das suas consequências e da fase a que se encontra na reabilitação, que pode não corresponder ao mesmo que o paciente no vídeo.

Foi então idealizado um vídeo mais informativo e menos como um acompanhamento para o doente, em que se pretende manter a presença da fisioterapeuta a apresentar os exercícios, mas excluindo os planos da paciente e acrescentando tipografia e infografia, com informações e dados estatístico sobre o AVC e a sua reabilitação.

4.6.2. Produção

Devido à falta de tempo, não foram realizadas novas filmagens. Embora alguns planos da fisioterapeuta apresentem problemas técnicos, essencialmente de som, em que o som não foi captado com o microfone e por isso ficou desigual com o resto das filmagens (nomeadamente nos planos dos exercícios dos membros inferiores), optou-se por eliminar estes planos e não pela sua regravação.

Por esta razão, a única fase de produção do vídeo foi a procura e seleção da informação para a tipografia e infografia. Para isso, recorreu-se à primeira etapa desta investigação, de recolha e análise de informação bibliográfica, de onde foram selecionadas um conjunto de informações pertinentes, quanto a dados estatísticos do AVC, as suas principais consequências e a importância da reabilitação e da sua implementação no contexto doméstico.

Depois de recolhida a informação, foi criada a infografia. Foram criados dois gráficos representativos do número de mortes por tipo de AVC nos anos de 2011 a 2016. Estes dados foram retirados da Tabela3. Os gráficos foram criados no Excel e animados no PowerPoint.

4.6.3. Pós-Produção

a) Montagem

Foi criada uma montagem nova a partir da já existente, do 1º vídeo. Foram eliminadas todas as filmagens com a paciente, deixando apenas as da fisioterapeuta a apresentar o exercício, como se realiza e o número de vezes que o doente pode repetir o mesmo exercício. Desta maneira, o doente pode visualizar o vídeo, conhecer os exercícios e executá-los nas ocasiões apresentadas sempre que se lembrar. Foram também eliminados os exercícios que apresentavam problemas no som, nomeadamente, os planos dos exercícios dos membros inferiores. Desta forma, eliminou-se ao máximo os problemas técnicos. Posteriormente foi acrescentada a tipografia e infografia. Na parte inicial do vídeo optou-se por apresentar dados que realçam a prevalência do AVC, o número de óbitos nos

últimos anos, as suas principais consequências e a importância da reabilitação no contexto doméstico como atividade complementar para uma rápida recuperação. Ao longo do vídeo, foram também acrescentados alguns momentos de tipografia com informações pertinentes sobre o exercício apresentado e a importância deste. Foram também acrescentados separadores que separam os diferentes espaços em que os exercícios são realizados e/ou em que parte do dia é aconselhável serem realizados, de manhã, durante as refeições e no sofá. Na parte final do vídeo foram apresentados dados estatísticos dos resultados da fisioterapia e da sua importância para uma maior independência.

b) Imagem

Quanto às imagens da fisioterapeuta que se mantiveram, não foram modificadas e a sua edição permaneceu a mesma que a do 1º vídeo.

Quanto á tipografia, optou-se por letras brancas sobre um fundo preto. O objetivo era transmitir a mensagem de forma simples, sem distrações em termos de cores, dando- lhe algum sobriedade e seriedade, sem correr o risco de tornar o assunto “divertido” e criando assim um aspeto mais sombrio. A forma encontrada de realçar a mensagem, sem o uso da cor, de forma a esta não se perder no fundo preto, foi aumentar o tamanho das palavras-chaves. Por exemplo, em toda a grafia o tamanho usado é o 80, posicionada no meio da tela, de forma a ser facilmente visível, e nas palavras-chaves o tamanho é o 100. A caligrafia usada foi a mesma que a das legendas, a Arial. Esta decisão deveu-se tanto a uma ideia de continuidade textual, como pela simplicidade da caligrafia em questão, de modo a facilitar a leitura. Em algumas partes a grafia apresenta uma animação, em que a frase surge palavra a palavra, como que numa leitura. No final, todas as secções de grafia são prolongadas o tempo suficiente para a sua leitura e compressão total.

c) Som

Como já foi referido, foram eliminados todos os planos que apresentados problemas no som, em que o som não foi captado pelo microfone, tanto da paciente como da fisioterapeuta. A edição do som das filmagens mantidas permaneceu intacta.

Neste vídeo optou-se por usar música, que embora possa parecer uma distração, foi essencial para a parte gráfica do vídeo não ficar em silêncio, tornando o vídeo monótono e causando até alguma estranheza. A música escolhida é do Audiolibrary do Youtube e chama-se Waterfall. A sua escolha deveu-se ao facto de se tratar de uma música calma, com só um instrumento, mas que não transmite uma sensação muito triste, pelo contrário, transmite uma sensação positiva e de motivação, e era esse o objetivo. Uma música

demasiado triste iria contrariar a mensagem positiva e motivadora que se tenta passar, mas uma música demasiado alegre iria, igualmente, contrariar a importância e prevalência do problema que é o AVC. A única edição feita na música foi a de diminuir o volume nos planos da fisioterapeuta, de modo a não se sobrepor às falas e dispersar a atenção do espetador.

5. Apresentação, análise e discussão dos