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4. Investigação Empírica: Produção audiovisual para apoio à reabilitação do AVC em

4.4. Processo de construção do 1º vídeo

4.4.2. Produção

Pensada a ideia e escrito o guião técnico é o momento de avançar no processo criativo e passar as ideias escritas para a exploração visual das mesmas (Nogueira, 2010). Neste subcapítulo será, então, descrita a produção do 1º produto audiovisual através de tópicos como: o material usado, a localização das filmagens, planos e ângulos escolhidos, o tempo despendido, as dificuldades que surgiram e as mudanças necessárias.

Para a captação da imagem foi usado material fotográfico, uma câmara Canon 700D, as lentes 18-55mm e 50 mm da Canon e um tripé. As duas lentes possibilitaram a captação de diferentes planos, a 18-55mm foi usada para grandes e médios planos e em planos com necessidade de zoom in ou zoom out, consoante o espaço físico disponível, enquanto que a lente 50mm foi usada para planos de pormenor. O tripé foi imprescindível para dar estabilidade à imagem.

A captação do som foi feita com um microfone de lapela e o gravador de áudio do

Android Huawei P Smart. A escolha do microfone de lapela veio facilitar a possibilidade de a fisioterapeuta poder executar os movimentos enquanto os explica, ao mesmo tempo que o som é captado de perto e sem ruídos de fundo.

Logo na fase inicial da produção surgiu um problema que veio alterar a ideia apresentada no subcapítulo anterior. Inicialmente o objetivo era gravar a fisioterapeuta e a paciente num mesmo plano, em casa da paciente, de modo a acentuar a ideia de serem exercícios exequíveis num contexto domiciliário. Porém, a impossibilidade de enquadrar os dois personagens num mesmo plano, devido à falta de espaço físico dentro de casa da

paciente, exigiu alterações. A sucessão de imagens foi então alterada para: primeiro, a fisioterapeuta a executar o exercício enquanto o explica, num ambiente médico, e depois, a paciente a executar o exercício no contexto domiciliário com a contagem em voz-off da fisioterapeuta (de maneira a parecer que esta está presente, fora do plano), e assim sucessivamente. Dessa maneira, a localização das filmagens passou a ser feita em dois sítios, numa sala da ESSUA, que serviu como ambiente hospitalar para as filmagens da fisioterapeuta, e em casa da paciente, para trazer o conforto do lar para a execução dos exercícios.

Os objetos usados nas filmagens foram apenas os necessários, evitando ambientes visualmente muito ruidosos e exercícios que exigem muita informação. Um ambiente mais simples foi possível nos planos da fisioterapeuta, em que a sala era toda branca e tinha apenas uma maca, uma mesa e um banco, objetos necessários para a explicação e execução dos exercícios. Enquanto que os planos em casa da paciente acabaram por se tornar demasiado complexos visualmente, por causa dos móveis e a respetiva exposição destes na casa, o que não podia ser alterável. Nestes segmentos de imagens, os objetos usados pelo paciente foram restringidos aos necessários, a cama, a mesa, a cadeira e o sofá, o copo de água e o pano.

As filmagens demoraram dois dias com a paciente e mais dois dias com a fisioterapeuta. Por causa de problemas com a captação do som, que não foi feita em alguns planos, foi necessário um quinto dia para uma segunda gravação em voz-off das partes necessárias.

A maior dificuldade que surgiu durante a produção do vídeo foi a incapacidade da paciente de executar o número exigido de repetições de um exercício ou até mesmo de executar alguns exercícios. Juntando a isto a alteração da ordem de planos (de um plano só para cada exercício, com os dois personagens, para dois planos para cada exercício, um para cada personagem) o guião teve de ser alterado. O guião foi então reescrito com a alteração dos planos, com menos exercícios e com menos repetições. Pela sua extensão, este encontra-se em nos Apêndices (Apêndice 2).

Os planos e ângulos filmados foram escolhidos mais pelo espaço físico disponível do que por opção. No entanto, tentou-se ao máximo criar planos que melhor se adequassem aos exercícios. Para os exercícios dos membros superiores e inferiores optou-se por planos gerais. Este tipo de plano permite mostrar integralmente o personagem, dos pés à cabeça, e pode ainda incluir o cenário que as envolve. A escolha deste plano surge quando se quer captar a linguagem corporal total de um personagem e uma vasta quantidade de informação visual (Nogueira, 2010). Neste sentido, foi o plano

ideal para mostrar as personagens a realizar os exercícios que exigiam o uso do corpo inteiro. Para os exercícios dos membros superiores, mas que envolvessem o ambiente ou objetos, optou-se por planos médios. O plano médio permite um equilíbrio entre a distância, com o plano geral, e o envolvimento do espetador, com o plano de pormenor (explicado a seguir). O personagem é apresentado até à cintura e pretende captar o essencial da linguagem corporal e ainda assim as nuances das expressões faciais (Nogueira, 2010). E para os exercícios dos membros inferiores ou que não necessitavam de envolver o ambiente ou objetos, optou-se por planos de pormenor ou de detalhe. Este tipo de plano permite centrar a atenção num pormenor (Nogueira, 2010), neste caso, no movimento do exercício que está a ser realizado. Para os planos da fisioterapeuta a falar, optou-se pelo grande plano, mostrando apenas a cabeça e os ombros, sem envolver o ambiente e, dessa forma, não dispersar a atenção do sénior durante visualização do vídeo e criar uma relação mais íntima entre este e a fisioterapeuta, pela proximidade da linguagem facial (Nogueira, 2010). Todos os planos escolhidos encontram-se descritos em pormenor no guião (Apêndice 2). O ângulo de câmara usado foi sempre o mesmo, o plano frontal, em que a câmara é colocada sensivelmente ao nível dos olhos da personagem ou de frente para o que se pretende mostrar (Nogueira, 2010). E, por fim, não foi usado qualquer movimento de câmara, esta manteve-se estática em todos planos.