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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.7 Processo de coleta dos dados

O questionário ficou online e disponível para ser respondido por 16 dias consecutivos e durante esse tempo foi monitorada a quantidade de respostas. Também foi acompanhado de perto o conteúdo das respostas, para decidir se seria necessário estender o prazo para respostas ou se dentro do estipulado já se teria chega ao objetivo do trabalho de acordo com a abordagem qualitativa.

Aos 16 dias de disponibilidade verificou-se que não seria necessário prolongar o prazo, por isso o questionário foi encerrado. Em seguida os dados foram exportados, utilizando ferramentas nativas do software, como planilhas de Excel, sendo que cada resposta gerava uma planilha diferentes. E, finalmente, pode-se começar a fase de análise dos dados colhidos.

3.8 Técnica de análise dos dados

Para a análise dos dados desta pesquisa, escolheu-se aplicar a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011), uma técnica que tem sua origem remota, ligada à hermenêutica, retórica e lógica, que eram usadas para interpretar textos.

Hoje em dia ainda existe um pouco de “interpretação livre” na análise de conteúdo, mas o espaço para processos técnicos e científicos de validação é bem maior. Esse modelo de análise científica pode ser assim definido:

[...] um conjunto de instrumentos metodológicos, cada vez mais sutis em constante aperfeiçoamento, que se aplicam a “discursos” (conteúdos e continentes) extremamente diversificados [...] Enquanto esforço de interpretação, a análise de conteúdo oscila entre os dois pólos do rigor da objetividade e da fecundidade da objetividade. Absolve e cauciona o investigador por esta atração pelo escondido, o latente, o não aparente, o

potencial de inédito (do não dito), retido por qualquer mensagem (BARDIN, 2011, p. 15).

Figura 06 – Etapas da análise de conteúdo

Segundo Bardin (2011), a análise de conteúdo pode ser dividida em três partes: pré- análise, exploração do material e tratamento dos resultados (inferência e interpretação). Na página anterior, podemos ver uma figura de Bardin (2011, p. 132) que mostra todas as etapas e sub-etapas da análise de conteúdo, dessa forma, teremos uma visão ampla sobre essa metodologia.

A primeira fase da análise de conteúdo possui três missões: escolher os documentos a serem submetidos à análise; a fase seguinte, de análise e exploração do material, depende completamente da conclusão das fases de pré-análise.

Se esta fase for realizada com cuidado, atenção e sucesso, a análise propriamente dita não passará da administração das decisões tomadas anteriormente. Mas, mesmo assim, esta é uma fase longa e complicada, que se baseia principalmente nas regras que foram formuladas na fase de pré-análise. A última fase refere-se ao tratamento dos resultados obtidos e interpretação. Aqui o pesquisador vai transformar o material analisado em dados e posteriormente interpretá-los.

Na fase de codificação ou tratamento dos dados, um sistema de análise é atribuído aos dados brutos e eles são transformados em unidades de sentido que vão permitir uma descrição apurada das características do conteúdo. Segundo Bardin (2011, p. 133) a codificação é o processo que utiliza regras claras e precisas para transformar os dados brutos recolhidos durante a fase de coleta em uma representação do conteúdo.

Durante a codificação, realizou-se uma análise temática para descobrir os núcleos de sentido de acordo com sua freqüência. A escolha se justifica uma vez que “o tema é geralmente utilizado como unidade de registro para estudar motivações de opiniões, de atitudes, de valores, de crenças, de tendências etc.” (BARDIN, 2011, p. 135). Em seguida, deu-se andamento à análise categorial que funciona “por operações de desmembramento do texto em unidades, em categorias, segundo reagrupamentos analógicos” (BARDIN, 2011, p. 201).

E finalmente, chegou-se às inferências sobre os objetivos específicos de acordo com a metodologia aplicada às respostas dos questionários e descrita aqui.

A análise de conteúdo constitui um bom instrumento de indução para se investigarem as causas (variáveis inferidas) a partir dos efeitos (variáveis de inferência ou indicadores; referencias no texto), embora o inverso, predizer

os efeitos a partir de fatores conhecidos, ainda não esteja ao alcance de nossa capacidade. (BARDIN, 2011, p. 169).

Os resultados alcançados a partir da inferência proporcionada pela análise de conteúdo estão no capítulo que se segue.

3.9 Limites e limitações da pesquisa

Como todas as pesquisas, esta também tem limites e limitações, que são naturais em estudos acadêmicos. Os principal limite da pesquisa foi a aplicação do questionário apenas na matriz da empresa, focando uma unidades entre as 45 existentes, limite que foi necessário pois um estudo nas filiais se tornou inviável para cumprir os prazos da pesquisa.

A grande limitação foi o pequeno número de respondentes ao questionário online. Apesar de suficientes, uma maior quantidade de respostas teria trazido mais respaldo para os dados obtidos e as inferências. Como sugestão para estudos futuros fica o aprofundamento das repostas através de entrevistas com alguns respondentes do questionário que demonstrassem interesse em aprofundar o assunto, dessa forma teríamos uma análise mais profunda sobre alguns temas específicos.

Também seria interessante buscar uma forma de analisar mais profundamente a percepção dos colaboradores contrastada com a percepção dos diretores da empresa (emissores da mensagem), coisa que não foi possível para esta pesquisa por falta de autorização da organização. Outro contraste que seria enriquecedor para o estudo seria a percepção dos funcionários da Matriz contra a dos funcionários das filiais, será que a distância geográfica também se repete nas informações sobre esse processo de integração?

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