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Processo de Ensino e Aprendizagem

A avaliação está sempre presente nas atividades humanas, uma vez que, cotidiana- mente, consciente ou inconscientemente emitem-se julgamentos e juízos de valores sobre pessoas, objetos e fatos. No ambiente educacional não é diferente. Contudo, a avaliação como parte integrante do processo educacional, necessariamente, assume caráter sistemá- tico, formal, gradual e contínuo e quando desenvolvida de forma indissociável nas ações de ensino, pesquisa e extensão, esta certamente se amplia. Claro está o papel decisivo que a avaliação assume no processo de ensino e aprendizagem, uma vez que, possibilita diagnosticar questões relevantes, aferir os resultados alcançados considerando os objetivos propostos e identificar a necessidade de eventuais mudanças no percurso formativo. Para Vasconcellos (1994, p 43) a avaliação é um processo abrangente da existência humana e “que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos”.

Para Luckesi (2011, p. 27) o ponto de partida para atuar com avaliação é

Saber o que se quer com a ação pedagógica. A concepção pedagógica guia todas as ações do educador. O ponto de partida e saber aonde desejamos chegar em termos de formação do educando. Afinal, que resultados desejamos? Ou seja, precisamos definir com clareza o que queremos, a fim de produzir, acompanhar (investigar e intervir, se necessário) para chegar aos resultados almejados.

Sendo assim, a avaliação da aprendizagem como elemento integrante da prática pedagógica, deve ser entendida como um meio e não como um fim em si mesma. Ou seja, um meio de verificar se o processo de ensino e aprendizagem está ocorrendo de acordo com os objetivos traçados e as práticas pedagógicas desenvolvidas. Nessa perspectiva, a avaliação no curso de Licenciatura em matemática dar-se-á em dinâmica processual e continua com enfoque crítico, dialético, diagnóstico e formativo; com estratégias pedagógicas que assegurem a preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

Importa salientar que a concepção de avaliação apresentada neste projeto está vinculada ao objetivo maior da educação que é a formação integral dos sujeitos. De acordo com Luckesi (2006, p.46)

Um educador, que se preocupe com que a sua prática educacional esteja voltada para a transformação, não poderá agir inconsciente e irrefletida- mente. Cada passo de sua ação deverá estar marcado por uma decisão clara e explícita do que está fazendo e para onde possivelmente está encaminhado os passos de sua ação. A avaliação nesse contexto não será uma ação mecânica. Ao contrário, terá de ser uma atividade racional- mente definida, dentro de um encaminhamento político e decisório a

favor da competência de todos para a participação democrática da vida social.

Nessa mesma direção, Freire (1984, p. 92) sublinha que a avaliação não pode ser um “procedimento que indique o ponto final de um trabalho, uma classificação, para depois resultar numa exclusão futura”, deve sim mostrar ao professor em que nível de aprendizagem se encontra o estudante. A avaliação, na concepção do autor deve indicar quais alterações na práxis do professor deve acontecer para facilitar a aprendizagem e, portanto, envolve analisar o que se faz, comparando os resultados obtidos com as finalidades que se procura alcançar. Nesse sentido a avaliação revela erros e acertos, bem como corrige, melhora e aumenta a eficiência.

Dessa forma, compreende-se que avaliar implica num primeiro momento a dispo- sição para acolher o estudante no seu modo de ser, na sua totalidade e não apenas na aprendizagem específica que se esteja avaliando. Logo, o primeiro ato básico para avaliar é o de investigar e diagnosticar, estabelecendo ações posteriores para que realmente a avaliação aconteça. Nas palavras de Vasconcellos (1998), o que se espera de uma avaliação numa perspectiva transformadora é que os seus resultados constituam parte de um diagnóstico que possibilitará a partir da análise identificar o perfil e competências iniciais do estudante e da turma, referente a cada componente curricular, possibilitando, assim, identificar a compreensão dos conhecimentos prévios e necessários para novas aprendizagens.

A partir de uma avaliação diagnóstica, tanto professores quanto estudantes têm subsídios para reajustarem seus planos de ações. Entende-se que a avaliação nessa direção, consiste em um instrumento que visa regular toda ação pedagógica com a função de diagnosticar o nível da aprendizagem individualizada dos estudantes, considerando que eles possuem ritmos e necessidades diferenciadas.

No que tange à avaliação formativa é importante frisar que esta é compreendida como uma prática educativa contextual, mediadora e flexível, presente ao longo do processo de ensino e aprendizagem de maneira contínua e dialógica. Também, oportuniza a retroali- mentação do processo de ensino e aprendizagem, à medida que fornece dados ao professor para planejar seu trabalho docente, reconhecendo o aproveitamento dos estudantes no decorrer do processo formativo. Quanto ao estudante, possibilita no ato de autoavaliar-se conhecer suas principais fragilidades e potencialidades, indicando possíveis soluções para a superação de dificuldades.

Ressalta-se a importância da avaliação numa relação mediadora por ser uma facilitadora da aprendizagem, em que a responsabilidade dos novos saberes passa a ser do estudante, tendo o professor o papel de orientador dos estudos. Nesse sentido, colocam-se as palavras de Marques (2008, p.5) quando enfatiza o papel do professor como apoiante e facilitador que procura levar em conta as “diferenças cognitivas, sociais e afetivas dos estudantes e que as interações se caracterizem pelo respeito mútuo, em que o erro seja tido como motor de desenvolvimento e em que haja lugar para a exigência, para a

responsabilidade e solidariedade”.

Considerando o acima colocado, entende-se que a avaliação deve ser uma aliada no processo de ensino e da aprendizagem, sendo realizada durante todo o período letivo, com o objetivo de verificar se os estudantes estão atingindo os objetivos e metas previstas, visto que, a verdadeira função da avaliação é auxiliar a construção de uma aprendizagem satisfatória.