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Produtos desenvolvidos no processo de resolução do problema

CAPÍTULO V – A UNIDADE DIDDÁTICA: CONCEÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO

5.2. A intervenção pedagógica e o desenvolvimento do processo de ABP

5.2.2. Produtos desenvolvidos no processo de resolução do problema

O termo produto é utilizado para designar a produção intelectual dos alunos resultante da resolução de uma situação-problema (Deslile, 2000:43). Portanto, em seguida, apresentam- se, sucintamente, os trabalhos de cada grupo, com a referência aos problemas e às propostas de resolução dos mesmos.

5.2.2.1. Grupo A

O grupo A elegeu os problemas urbanos da freguesia de Campolide, nomeadamente da Rua Vítor Bastos, relativos ao estacionamento indevido como um dos principais entraves à qualidade de vida dos seus residentes (Anexo 11). A escolha por este tema radicou no facto de a maioria dos elementos do grupo ou os seus familiares diretos mais próximos residirem nesta freguesia. A par do estacionamento indevido, foi referida, também, a ausência de lugares disponíveis de estacionamento, bem como a obstrução das passagens pedestres enquanto repercussões diretas que interferem no bem-estar diário dos moradores. Uma vez identificado o problema, o grupo ponderou sobre as possíveis soluções para a sua resolução, tendo proposto medidas concernentes à requalificação da via pública como seja a colocação de pilaretes nos passeios, prevendo a implantação deste tipo de equipamento como uma intervenção necessária perante a ausência de civismo por parte dos condutores. Ainda no mesmo contexto, o grupo considerou o estacionamento pago como uma outra solução capaz de ser aplicada na área em estudo. Dado que esta área não integra a lista de zonas de acesso automóvel condicionado e que, aquando da realização de inquéritos, os residentes manifestaram concordância em relação à aquisição do dístico de residente, a implantação da Empresa Municipal de Estacionamento e Mobilidade de Lisboa (EMEL), de forma a garantir os interesses da população residente, foi apresentada como proposta de solução e minimização do problema identificado.

5.2.2.2. Grupo B

O grupo B, por seu turno, optou por tratar os problemas urbanos da freguesia de Santa Maria Maior alusivos aos incêndios habituais em Lisboa, em especial na Rua dos Sapateiros (Anexo 12). A escolha do referido tema relacionou-se com a ocorrência destes eventos, não só noutras épocas, como o incêndio que completou o cenário de destruição causado pelo grande Terramoto de 1755 ou o violento incêndio que deflagrou no Chiado, em 1988, e que destruiu a Baixa de Lisboa, mas, também, no recente episódio ocorrido a 31/01/2015 na rua

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em estudo. Curiosamente, ainda que aquando da realização de inquéritos à população residente esta tenha mencionado a ausência de espaços verdes circundantes e a degradação dos edifícios como as suas principais preocupações, o grupo selecionou a temática dos incêndios urbanos dado que, na altura, já decorriam intervenções que visavam a reabilitação urbana da área em estudo. Assim, uma vez identificados os elementos catalisadores do problema urbano identificado, como sejam a exposição das estruturas internas dos edifícios, o deficiente acondicionamento dos fios elétricos dos mesmos no exterior ou a existência de materiais de construção pouco resistentes, o grupo propôs, como medidas resolutórias, a reabilitação dos edifícios bem como um maior rigor no isolamento dos mesmos; a adoção de sistemas de prevenção de incêndios, tais como detetores de fumo ou chuveiros automáticos e, ainda, campanhas de prevenção de incêndios junto dos moradores, por forma a minimizar comportamentos de risco conducentes à ocorrência deste tipo de problemas.

5.2.2.3. Grupo C

O grupo C selecionou o problema das cheias em ambiente urbano, particularmente na freguesia da Estrela, Rua Pior do Crato, como tema a ser investigado (Anexo 13). Assim sendo, a justificação deste está relacionada com os eventos ocorridos este ano, sobretudo durante a estação invernosa, já que a ocorrência de cheias nesta área tem por base a proximidade à ribeira de Alcântara, pelo que, com alguma frequência, se registam situações de prejuízos materiais e de acidentes pessoais na área em estudo. Além do contributo dos fenómenos de precipitação intensa para a ocorrência do fenómeno hidrológico extremo como sejam as cheias, também a dificuldade de escoamento, a pressão urbanística, a ausência de espaços verdes que facilitem a infiltração da precipitação e a carência de sistemas de drenagem de águas residuais e pluviais apresentam-se como estímulos ao desenvolvimento de problemas como o identificado. Logo, como propostas de solução, o grupo aponta a manutenção e limpeza urbanas, sobretudo no que respeita à limpeza das sarjetas, a elaboração de um plano de emergência e evacuação que vise a evacuação dos moradores ou a adoção, por parte destes, de materiais que dificultem a entrada da água nas habitações ou estabelecimentos e, por último, o revestimento asfáltico do espaço público de forma a possibilitar o armazenamento temporário de água no interior das respetivas camadas. Deste modo, o grupo prevê, não a resolução do problema dado o seu cariz natural, mas a minimização dos impactes resultantes do mesmo.

5.2.2.4. Grupo D

O grupo D propôs-se tratar os problemas urbanos existentes na freguesia de Benfica, em específico na Rua Augusto Costa Costinha (Anexo 14), alusivos à requalificação dos

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edifícios abandonados, em relação aos quais o grupo pretende atribuir uma nova função passando os mesmos a formar, desta feita, um espaço verde com um parque infantil dentro do qual conste um espaço de diversão para a população residente mais jovem. Por outro lado, na nova área de lazer, além dos equipamentos já mencionados, deviam constar trilhos de longas caminhadas e equipamentos de exercício direcionados para as necessidades da população mais adulta e idosa. Desta feita, o grupo pretendia a conciliação e o convívio, num único espaço, de todos os moradores, bem como a preconização de uma utilização sustentável do espaço verde. Na génese da elaboração das propostas apresentadas, estiveram as preocupações manifestadas pela população residente aquando da realização de inquéritos por parte do grupo. Ademais, o grupo também identificou outros problemas, relacionados com a degradação de equipamentos urbanos e comunitários, como sejam o desgaste dos meios de recolha de resíduos (ecopontos/ lixeiras), a deterioração de pavimentos pedonais ou, também, o perecimento dos canteiros por falta de manutenção e corrosão natural, cujos impactos têm efeitos no dia-a-dia dos residentes.

5.2.2.5. Grupo E

O grupo E preferiu o estudo dos problemas urbanos existentes na freguesia de Santa Maria Maior (Anexo 15), tendo identificado, para tal, as dificuldades de acesso de pessoas com mobilidade condicionada ou reduzida às suas habitações ou à respetiva envolvente como o maior entrave associado ao bem-estar dos moradores. O grupo optou por esta temática por ser sensível aos condicionamentos a que a população residente está sujeita, uma vez que a habitação, sobretudo nos bairros antigos e típicos de Lisboa, como é o caso de Alfama (área em estudo), não atende às restrições que podem estar associadas à condição física humana. O facto de uma parte muito significativa da população residente ser constituída por idosos reforça a preocupação em torno das questões de diminuição da capacidade motora e enfatiza uma proposta de minimização do problema identificado, por parte do grupo, que radica na melhoria das vias de acesso. Assim, o grupo considerou que a área urbana em causa devia estar provida de uma rede de percursos pedonais acessíveis, seguros, confortáveis e que a construção de rampas e escadarias deve, neste sentido, não apresentar uma inclinação acentuada. O grupo apontou, ainda, a importância de um desenvolvimento urbano sustentável como sendo aquele que promove a inclusão social, neste caso de indivíduos com limitações. Por isso, a proposta prevê uma estrutura viária e a existência de infraestruturas urbanas atentas à questão identificada.

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