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3. NARRATIVA SOBRE O MÉTODO: POSTURAS E INCLINAÇÕES

4.4 Professora Silza Rocha Mendes

Figura 10 - Foto da professora Silza Rocha Mendes.

Fonte: Silza Rocha Mendes (2018).

Na primeira visita que fizemos ao povoado Lago Grande fui à casa da professora Silza, que me recebeu de forma muito amigável e atenciosa. Seu ex-aluno Aldo da Silva Melo38 nos

38 Aldo da Silva Melo foi meu aluno no Ensino Médio, nessa época ele residia no povoado Morada Nova – vizinho

ao Lago Grande. Hoje, Aldo é professor da Educação Infantil, estudante de Direito e reside na cidade de Presidente Dutra.

havia informado que ela era a Diretora da escola Hipólito da Costa, por essa razão ela foi a primeira pessoa ligada à escola com quem entrei em contato. Quando falei sobre as intenções e objetivos de nossa pesquisa a professora se mostrou entusiasmada e se pôs a disposição para contribuir com o nosso estudo. Ela nos advertiu, no entanto, que havia pouco tempo que assumirá a direção da escola e por isso não sabia muito sobre as condições administrativas e legais da instituição. Ela nos advertiu ainda, que a pessoa que mais poderia nos ajudar seria a professora Adelícia, pois ela fora Diretora da escola Hipólito da Costa por muito tempo.

A entrevista com a professora Silza foi realizada em sua residência, no povoado Lago Grande, no dia 2 de junho de 2016, às 18 horas. Essa entrevista teve duração de 49 minutos e 25 segundos. Assim como foi feito com todos os professores colaboradores, antes da realização da entrevista deixamos com a professora Silza quatro fichas contendo a base do roteiro da entrevista. Como seu jeito calmo e voz mansa a professora Silza falou de forma espontânea sobre os temas que propomos no roteiro da entrevista. Além dos temas propostos em nosso roteiro, a professora falou sobre suas preferências e concepções da didática, sobre sua inclinação para a Literatura e sobre castigos escolares...

Assim, segue abaixo a narrativa da professora Silza Rocha Mendes.

(...)

Eu sou conhecida como Silza, mas meu nome completo é Silza Rocha Mendes. Eu nasci em Imperatriz no dia 15 de maio de 1968, meus pais são Enoque Pereira Mendes e Maria da Paz Rocha Mendes. Eu tenho oito irmãos e os oito foram criados pela minha mãe e pelo meu pai, mas tive dois irmãos gêmeos que quem criou um dele foi à irmã de minha mãe e o outro foi a irmã do meu pai. Minha mãe teve um casal de gêmeos, minha tia já tinha muitos anos de casada e nunca tinha tido filho, ela era muito apaixonada por crianças, aí meu pai deu os filhos para ela (risos). A gente deu porque assim, a minha mãe conta que a gente era muito pobre, ela ficava indo e vindo mudando de lugar para lugar e minha tia ficava sempre com a menina dela, nisto ela se apegou muito com a menina, aí na hora meu pai não teve coragem de receber a menina de volta. Muito tempo depois minha mãe engravidou e teve gêmeos então minha tia disse: “olha, eu vou ficar com uma e tu fica com a outra”. Aí ficou assim as duas separadas. Hoje, elas já são grandes e elas chamam meu pai de tio e minha mãe de tia.

Atualmente, resido no povoado Lago Grande, município de São José dos Basílios –

Maranhão. Tenho três filhas: Carla Samantha, Alana e Adriane. A minha família veio do Piauí. A mãezinha - minha avó, mãe do meu pai -, conta que eles vieram montados em jumentos do Piauí até aqui no Maranhão. Ela morreu no ano passado, já com noventa e seis anos de idade. Ela dizia que foi uma viagem de muitos dias, trouxeram muita carne em lata e se hospedavam

nos lugares que encontravam pela estrada. Ela disse que foi uma viagem muito longa e quando chegou aqui ficou e não voltou mais para o Piauí.

Eu e mais duas irmãs minha nascemos lá em Imperatriz, quando minha mãe veio embora para o Lago Grande já veio comigo e com minhas outras duas irmãs, os outros filhos ela teve aqui mesmo. Eu não lembro nada dessa passagem, mas lembro quando a gente morava em um interior perto daqui chamado Canafista. A gente morava lá nas terras do meu avô, foi lá que eu cresci e vivi até os dez anos de idade e foi lá também que eu comecei a estudar. Na época, estudei em uma escolinha particular, tu já ouviu falar nessas escolinhas particulares que eles arrumavam e a gente pagava para estudar lá? Era assim: eles arrumavam um professor e a comunidade botava os filhos e todo mundo pagava junto. Foi assim que eu fui alfabetizada. Aí com o tempo vim estudar aqui no Lago Grande, a distância era uns dois quilômetros da Canafista para o Lago Grande. Eu me lembro que, muitas vezes, a gente naquela euforia de criança vinha para escola e os garapés tudo cheio aí a gente passar com a água na cintura; hoje eu fico imaginando: meu Deus! Como meu pai não tinha medo de eu morrer afogada dentro daquele igarapé. Hoje, eu não teria coragem de deixar minhas meninas vim da Canafista para cá sozinhas com outras crianças passando aquele tanto de água, não tenho essa coragem. Mas, antes a gente vinha e a melhor parte não era nem na hora de vim para escola, à melhor era de voltar para casa e passar por dentro da água (risos).

Meus pais sempre nos incentivaram a estudar e eu gostava muito de ir para escola; meu pai falava que a mulher precisava estudar mais do que o homem. Ele queria que os filhos dele estudassem, mas ele tinha essa ideia que a mulher tinha que ter uma formação, tinha que estudar para não depender muito do marido. Ele sempre falava: “minha filha você tem que ter uma profissão”.

Eu sempre gostei muito de leitura e escrita, mas nunca me dei bem com número. As recordações que eu tenho da matemática não são boas, acho que é porque o meu professor de matemática usava a palmatória nas aulas. Eu apanhei muito de palmatória, apanhei tanto que as minhas mãos inchavam de tanto levar palmatória e isso não era bom. O professor fazia argumento toda sexta-feira, ele colocava os alunos em uma fila e ia fazendo as perguntas, aí o aluno que não acertava a resposta levava bolo daqueles alunos que acertavam e se ninguém acertasse o professor dava bolo em todo mundo. Eu não sei se foi devido a isso, a esse medo que eu tinha de levar bolo, que eu não aprendi matemática. Hoje, esse negócio de educar as pessoas através do medo não funciona, eu acho que não funciona porque com a leitura eu não tinha essa pressão de bolo e aprendi tanto a gostar de ler e escrever quanto aprendi mesmo o português.

Eu tenho uma vaga lembrança dos conteúdos de matemática que a gente estudava, lembro que a gente estudava a tabuada, conjuntos, intersecção de conjunto, conjunto vazio e problemas. A parte da matemática que eu era melhor era a tabuada; eu aprendi as quatro operações, tirava conta de multiplicar, de dividir, somar, subtrair. Foi tudo na pressão, mas aprendi (risos).

Não lembro bem se todas as crianças daqui tinham acesso à escola, só sei que lá do interior que eu morava, a Canafista, quando eu vinha para cá todas as crianças da minha idade estudavam aqui, não tinha nenhuma que ficava fora da escola. Agora, quando eu estudava na escolinha particular nem todos estudavam, mas quando era aqui, no Grupo Escolar Hipólito da Costa, todas as crianças frequentavam.

Eu não lembro bem o ano em que comecei a estudar aqui no Lago Grande, mas acho que era próximo de 1970, pois eu já tinha oito anos de idade. Aqui, eu estudei da 1ª até a 3ª série, depois eu fui para Dom Pedro e fiz a 3ª série de novo e continuei até a 8ª série. Quando terminei a 8ª série minha avó me chamou para morar em Imperatriz com ela, aí eu fiz o ensino médio lá, porque naquela época a gente estudava mesmo era na casa de parente. Aí eu vinha para cá só no período de férias. Depois que terminei o ensino médio fiz um curso de contabilidade lá em Imperatriz. Quando eu voltei de Imperatriz para cá, por acaso, apareceu um moço lá de Presidente Dutraaqui no Lago Grande procurando quem queria ser professora, aí ele veio aqui em casa e eu disse para ele: não, eu não quero. Mas, aí todo mundo me dizia: “aceita mulher, você vai ganhar bem”. E meu pai insistiu para que eu fosse aí eu fui. O moço perguntou se eu tinha terminado o ensino médio e eu disse que sim, então ele disse: “pois, você vai fazer uma prova, um teste e se passar, você será professora”. Fui fazer essa prova e tirei dez. Eu me lembro que na prova tinha conhecimentos gerais e tinha um pouco de tudo, lembro que tinha até matemática e eu acertei as questões de matemática. Nessa época, o povoado do Lago Grande pertencia ao município de Presidente Dutra, por isso foi lá que nós fizemos a prova. Foi em 1987 que fiz essa prova e comecei a dá aulas aqui na escola Hipólito da Costa. Nesse tempo a escola não estava funcionando ali naquele prédio, as salas estavam quase todas distribuídas nas casas das pessoas, eles alugavam uma sala ou salão e botavam para funcionar uma turma depois alugavam outro para funcionar outra turma...

Quando comecei dá aula eu fiquei com uma turma de quarto ano e era muito difícil de trabalhar com eles, porque eu não sabia, eu sabia do conteúdo, mas eu não tinha uma técnica de ensinar. Aí de tanto eu falar nisso a secretária de educação me disse: “a gente vai fazer um treinamento com esses professores leigos que entraram agora”. Aí depois que a gente fez o treinamento fui me achando, fui gostando, peguei gosto pela profissão e não larguei mais.

Pouco tempo depois me casei e voltei a estudar, fui fazer o magistério, mas não terminei porque tive minhas filhas: Alana, Carlinha e Adriane. Quando elas cresceram um pouco eu voltei a estudar e conclui o magistério. Quando eu terminei de fazer o magistério uma colega minha, lá de Dom Pedro, me disse que estava surgindo umas vagas para o curso de Letra da UEMA lá mesmo de Dom Pedro, mas tinha que fazer uma prova para poder entrar. Fui fazer a prova, passei e comecei a fazer o curso de Letras lá em Dom Pedro, acho que isso foi em 2000.

Fiquei estudando em Dom Pedro e trabalhando e morava aqui nos períodos de férias do trabalho daqui: janeiro, fevereiro, a metade de março e o mês de julho. Eu passava a semana inteira lá estudando e no fim da semana voltava para casa. Nessa época, minhas meninas ficavam aqui e com o tempo consegui colocar elas em uma escola lá em Dom Pedro, a Carla Samanta, minha filha, estudou em Dom Pedro e hoje tá fazendo faculdade de Biologia na UEMA; a Adriane faz faculdade de Enfermagem na UEMA de Colinas e a Alana não estudou por que não quis, preferiu casar...

Eu não tenho muitas lembranças dos meus professores daqui do Lago Grande, as poucas lembranças que tenho são ruins, porque são lembranças da professora que batia muito na gente com palmatória, na aula dela a gente não podia nem se mexer, na escola ela dava bolo. O nome dela era Raimundinha, ela morava aqui e depois ela foi embora pra Presidente Dutra. As lembranças boas que eu tenho é das leituras que eu fazia, da minha mãe sempre mandando eu ler para ela ouvir, perguntando se eu tinha dado a lição e pedindo para eu repetir a lição que eu tinha lido na escola para ela ver. Eu lembro que os deveres de casa e as leituras eu sempre fazia bem, mas a professora fazia com que eu tivesse era medo dela. Dos meus professores lá de Dom Pedro, lembro da dona Terezinha que era uma professora muito boa, ela gostava de incentivar a gente a ler, mas ela já morreu tem muito tempo. Lembro também da dona Maria Concebida que era nossa professora de português, ela era muito rígida corrigia tudo, corrigia vírgula por vírgula e a gente não conseguia tirar boa nota nas provas dela (risos).

Em elação a estrutura física da escola Hipólito da Costa, eu lembro que eram só duas salas de aula, era uma sala aqui e outra sala lá e pronto. Mas, a escola era toda construída de alvenaria. Eu não sei se ela funcionava nos três turnos, mas lembro que eu estudava no turno da manhã. Lembro que tinha as disciplinas de Educação Moral, Estudos Sociais, Língua Portuguesa, Matemática, Religião e Desenho Geométrico. As turmas que eu estudei não eram multiseriadas e nesse tempo eu lembro que a gente chamava era primeiro ano, segundo ano, terceiro ano, etc. e não, primeira série, segunda série, terceira série, mas agora voltaram a chamar de novo primeiro ano, segundo ano e terceiro ano...

Naquele tempo, a escola exigia que os alunos usassem farda, mas eram os pais dos alunos que tinham que comprar a farda. Todo mundo ia de farda e cantava o hino nacional antes de entrar na sala de aula. Já os materiais didáticos, eu não lembro se eram os pais que compravam ou se era a escola que dava! Mas, eu acho que o caderno, o lápis e a caneta eram os pais que compravam e os livros era a escola que dava.

Eu acho assim, naquela época o pensamento das pessoas era diferente de hoje, mas eu lembro que o motivo principal de eu ir para a escola era mesmo aprender a lê e escrever para no futuro poder melhorar de vida, poder trabalhar, ter seu próprio trabalho, ajudar minha família e era isso.

Na minha experiência como professora eu sempre procurei dar aulas para os meus alunos de um jeito como se fosse eu que tivesse aprendendo. Eu conversava com os alunos para que eles tivessem um objetivo na vida, eu falava muito sobre qual a importância daquele conteúdo que eu estava ensinando para vida dele, porque muitas vezes a gente tá dando aula e a maioria dos conteúdos não têm nada a ver com a vida do aluno né? Eu conversava com eles sobre onde eles poderiam usar esse ou aquele conteúdo. Para que esse conteúdo pode servir? Gosto muito de trazer conteúdos da realidade dos alunos para trabalhar em sala. Eu penso que toda criança tem que ter um sonho na vida, ter um sonho e ter uma meta para realizar, fico sempre falando para eles sobre isso. Eu não vou para sala de aula sem planejar minha aula, eu sempre gosto de planejar minha aula direitinha, meus alunos que me conhecem sabem que eu não vou para sala só conversar (risos). Eu gosto de planejar minha aula direitinho, os dois horários se for o caso, e conversar com os alunos da importância do estudo na vida da gente, que com o estudo você consegue tudo que você quiser na vida que tem objetivo, porque a maioria desses jovens não têm interesse e às vezes nós conversando com eles podemos provocar algum interesse neles. Ás vezes, a gente tá na secretaria e chegam uns professores dizendo: “meu Deus! Esses alunos não querem nada da vida”. E eu fico me perguntando: será que é só o aluno que não quer nada? E nós professores o que estamos fazendo para reativar o interesse desse aluno pela nossa aula? Gosto de tá me perguntando sobre o que eu posso fazer para mudar o meu método de ensinar para que eu consiga a atenção do meu aluno. Muitas vezes quando eu acho que em minha aula não consegue atingir o objetivo que eu queria, eu mudo o planejamento e dou a aula de novo. Por exemplo, quando recebo meus alunos e vejo que eles não fizeram todo trabalho que era para ser feito, eu sempre de repito a aula: eu não gosto de continuar um trabalho que não foi feito anteriormente pelos alunos. Eu não fico pensando assim: ah, a professora fulana de tal não fez, então eu também não vou fazer. Eu quero é que aquele não fez, veja que eu fiz. Eu digo sempre para os alunos: oh, gente vocês têm que cobrar

do professor, vocês têm que exigir do professor, eu venho para sala de aula, mas vocês têm que perguntar e mesmo que eu não saiba tudo a gente pode descobrir junto pesquisando para gente aprender. O professor não é obrigado a saber tudo que o aluno perguntar, mas aí a gente pode pesquisar e descobrir.

Eu já aprendi que se eu meter medo no aluno ele não aprende. Eu quero que o aluno me respeite para que eu possa da aula. Às vezes eu vou para sala de aula aí ouço alguns alunos dizerem: “a Silza consegue dar aula e o professor fulano de tal não consegue”. Mas eu consigo não é por que eles têm medo de mim, é por que vou para a escola é para trabalhar e eu respeito cada um dos alunos e exijo que eles me respeitem também...

Olha, eu acabei me tornando professora por acaso, eu nunca tinha pensado em ser professora, mas depois que comecei a ensinar gostei muito de ser professora e acabei investindo nessa profissão. Pois, com o tempo fui fazer magistério e depois a faculdade de letras e de vez em quando faço cursos dessa área da educação. Na minha carreira de professora eu já trabalhei até com a matemática, foi há muito tempo e foi em uma quinta série que eu trabalhei com matemática. Mas, foi por pouco tempo, porque logo em seguida veio outro professor para ficar com a matemática. Porque quando eu comecei a trabalhar eu era aquela professora que ficava sempre com a disciplina que não tinha ninguém para ficar. Se não tinha um professor para ficar com matemática, eles diziam: “pois, bota a Silza para ensinar”. Se não tem quem fique com geografia: “pois, bota a Silza para ensinar”. Não tem quem fique com ciência: “pois, bota ela para ensinar”. Foi assim que acabei ficando para ensinar português, eu não sabia nada de português eu nem gostava muito da analise sintática, mas disseram: “bota a Silza para ensinar”. Aí eu disse: não, eu não sei nada de português e vou ficar mesmo com geografia porque eu já estou acostumada, já sei o conteúdo e não vou ficar com português. Aí o diretor da escola disse: “mulher você fica com português mesmo, ninguém aqui sabe de português, mas, você aprende com mais facilidade do que os outros”. Aí ele insistiu, insistiu e eu fiquei. Foi muito bom eu ter ficado, porque depois eu aprendi português e fui correr atrás para aprender mais e mais, pois até então eu só tinha trabalhado com a primeira e segunda série e agora eu estava trabalhando com a quinta série. Depois da quinta série fui para sexta, para sétima, para a oitava e aí pronto! Eu já me garantia no português. Hoje, o pessoal até me chama, às vezes para dá aula de português em cursos de enfermagem, no ensino médio, e eu vou e acho que eles gostam da minha aula. Recentemente, em 2009, eu até passei em primeiro lugar no concurso para professor de português daqui de São José dos Basílios, mas o prefeito ainda não chamou nenhuma das pessoas aprovadas e ele tá colocando é outras pessoas no lugar.

Eu sempre dei aula aqui mesmo no Lago Grande, mas eu não participei desse curso chamado Logos Dois. Eu fiz vários cursos de formação, mas não era com esse nome. Era só nas férias que a secretaria de educação promovia cursos de formação para os professores, mas eu não participei desse Logos Dois, mas sei que teve umas professoras daqui que participaram dele. Eu não participei, porque ele era só para quem não tinha o ensino médio completo e eu tinha. Esse curso era como se fosse um curso normal. O normal era como se fosse um tipo de magistério, aí quem fazia esse curso recebia um certificado como se fosse um curso normal.

Eu já tive um aluno que ele era surdo e ele já veio de professoras que não tinham formação para trabalhar com crianças especiais. Aliás, aqui ninguém nunca se importou com isso. Esse aluno sempre vinha para sala de aula, a gente dava aula e eu percebia que ele sempre