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Houve diminuição significativa da concentração sérica de progesterona nos grupos Ovx (9,8 ± 2,16) e resposto com E2 (6,6 ± 9,90), PG (8,4 ± 1,53) ou

ambos (7,1 ± 1,25) comparado ao grupo Sham (31,7 ± 2,91).

15 DIAS

Sham Ovx Eb PG PG+Eb 0 10 20 30 40

a

b

b

b

b

P ro g es te ro n a (n g /m L )

Figura 34: Efeitos da administração de E2 (0,7 µg/100g/p.c./dia sc) e PG (250

µg/100g/pc sc) associado ou não a E2 sobre os níveis séricos de progesterona em

ratas Ovx por 15 dias [S (n=5), Ovx (n=5), E2 (n=3), PG (n=4), PG+E2 (n=4)].

Letras iguais correspondem a valores estatisticamente semelhantes. S vs Ovx, E2

(p<0,05).





 Dosagem de Tiroxina - T

4

Houve diminuição significativa nas concentrações séricas de T4 no grupo E2 (2,86 ± 0,235) comparado ao Ovx (4,56 ± 0,437) não havendo

diferença significativa entre os demais grupos [Sham (4,15±0,296), PG (3,03±0,336), PG+E2 (3,56±0,415)]. - Figura 35.

S Ovx E2 PG PG+E2 0 2 4 6 a,b b a a,b a,b Ovx T4 ( µµµµ g /d L )

Figura 35: Efeitos da administração de E2 (0.7 µg/100g/p.c./dia sc) e PG (250

µg/100g/pc sc) associado ou não a E2 sobre os níveis séricos de T4 em ratas

ovariectomizadas por 15 dias [Sham (n=18), Ovx (n=9), E2 (n=8), PG (n=9), PG+E2

(n=9)].

Letras iguais correspondem a valores estatisticamente semelhantes. Ovx vs E2

(p=0,0083).





 Dosagem sérica de Triiodotironina - T

3

Nos animais castrados há 15 dias, não houve diferença significativa do T3 sérico entre os grupos experimentais [Sham (58,24 ± 2,727), Ovx (49,06 ± 2,921); E2 (50,46 ± 2,042); PG (51,77 ± 2,110); PG+E2 (59,42 ± 4,160)] - Figura 36. S Ovx E2 PG PG+E2 0 20 40 60 80 Ovx T3 (n g/ dL )

Figura 36: Efeitos da administração de E2 (0.7 µg/100g/p.c./dia sc) e PG (250

µg/100g/pc sc) associado ou não a E2 sobre os níveis séricos de T3 em ratas

ovariectomizadas por 15 dias [Sham (n=18), Ovx (n=9), E2 (n=10), PG (n=9), PG+E2

5.2.3 - Atividade da Enzima Desiodase Tipo 2

Como a desiodação periférica do T4 é de grande importância para a

disponibilidade do T3 para os diferentes tecidos, mensuramos a atividade da

enzima no BAT (tecido adiposo marrom), hipófise e hipotálamo.

Não houve alteração significativa na atividade desiodase tipo 2 no BAT [Sham (0,41 ± 0,041), Ovx (0,35 ± 0,038), E2 (0,39 ± 0,024), PG (0,36 ± 0,040),

PG+E2 (0,31 ± 0,024)] - Figura 37 e hipófise [Sham (0,66 ± 0,086), Ovx (0,51 ±

0,081), E2 (0,85 ± 0,117), PG (0,60 ± 0,056), PG+E2 (0,56 ± 0,057)] - Figura 39,

porém houve diminuição significativa na atividade desiodase tipo 2 no hipotálamo - no grupo PG+E2 (0,56 ± 0,057) comparado ao grupo E2 (0,85 ±

0,117) no experimento de 6 dias não havendo diferença significativa entre os demais grupos [Sham (0,66 ± 0,086), Ovx (0,51 ± 0,081), PG (0,60 ± 0,056)] - Figura 41.

Não houve alteração significativa na atividade desiodase tipo 2 no BAT [Sham (0,96 ± 0,135), Ovx (0,74 ± 0,166); E2 (0,59 ± 0,086); PG (0,85 ± 0,142);

PG+E2 (0,79 ± 0,141)] - Figura 38, hipófise [Sham (3,13 ± 0,364), Ovx (2,56 ±

0,248), E2 (3,47 ± 0,371), PG (2,77 ± 0,270), PG+E2 (3,50 ± 0,370)] - Figura 40

e hipotálamo - [Sham (0,63 ± 0,250), Ovx (0,83 ± 0,18), E2 (1,04 ± 0,260), PG

(1,00 ± 0,073), PG+E2 (0,81 ± 0,071)] - Figura 42 no período de ovariectomia

Sham Ovx E2 PG PG+E2 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 Ovx fm ol es T 4/ m in .m g .p tn

Figura 37: Atividade da desiodase tipo 2 no tecido adiposo marrom (BAT) em animais

Ovx (6 dias) que receberam ou não E2 (0.7 µg/100g/p.c./dia sc) ou PG (250

µg/100g/pc sc) associado ou não a E2 [Sham (n=9), Ovx (n=5), E2 (n=5), PG (n=4),

PG+E2 (n=4)].

Sham Ovx E2 PG PG+E2 0.0 0.5 1.0 1.5 Ovx fm o le s T 4/ m in .m g .p tn

Figura 38: Atividade da desiodase tipo 2 no tecido adiposo marrom (BAT) em animais

Ovx (15 dias) que receberam ou não E2 (0.7 µg/100g/p.c./dia sc) ou PG (250

µg/100g/pc sc) associado ou não a E2 [Sham (n=14), Ovx (n=9), E2 (n=9), PG (n=8),

Sham Ovx E2 PG PG+E2 0.0 0.5 1.0 1.5 Ovx fm ol es T 4/ m in .m g .p tn

Figura 39: Atividade da desiodase tipo 2 hipofisária em animais Ovx (6 dias) que

receberam ou não E2 (0.7 µg/100g/p.c./dia sc) ou PG (250 µg/100g/pc sc) associado

ou não a E2 [Sham (n=9), Ovx (n=5), E2 (n=5), PG (n=4), PG+E2 (n=4)].

Sham Ovx E2 PG PG+E2

0 1 2 3 4 5

Ovx

fm o le s T 4/ m in .m g .p tn

Figura 40: Atividade da desiodase tipo 2 hipofisária em animais Ovx (15 dias) que

receberam ou não E2 (0.7 µg/100g/p.c./dia sc) ou PG (250 µg/100g/pc sc) associado

Sham Ovx E2 PG PG+E2 0.0

0.2 0.4

0.6 a,b a,b a a,b

b Ovx fm o le s T 4/ m in .m g .p tn

Figura 41: Atividade da desiodase tipo 2 hipotalâmica em animais Ovx (6 dias) que

receberam ou não E2 (0.7 µg/100g/p.c./dia sc) ou PG (250 µg/100g/pc sc) associado

ou não a E2 [Sham (n=9), Ovx (n=5), E2 (n=5), PG (n=4), PG+E2 (n=4)].

Letras iguais correspondem a valores estatisticamente semelhantes. E2 vs PG+E2

(p<0,0149).

Sham Ovx E2 PG PG+E2

0.0 0.5 1.0 1.5 Ovx fm o le s T 4/ m in .m g .p tn

Figura 42: Atividade da desiodase tipo 2 hipotalâmica em animais Ovx (15 dias) que

receberam ou não E2 (0.7 µg/100g/p.c./dia sc) ou PG (250 µg/100g/pc sc) associado

6

66...000 --- DDDIIISSSCCCUUUSSSSSSÃÃÃOOO

A partir da perimenopausa, há diminuição dos níveis de estrogênio circulante (Burdette, 2002; Wuttke et al., 2003) o que leva as mulheres a experimentarem sintomas que implicam em perda da qualidade de vida (Liu et

al.,2001; Horn-Ross, 2002; Beck et al., 2005). Além disso, com o declínio na

produção do estrogênio endógeno podemos constatar alterações metabólicas que levam a mudanças na quantidade e distribuição de tecido adiposo (Kannel

et al., 1991; Zamboni et al., 1992; Zamboni et al., 1996). Essa alteração em

relação à deposição de tecido adiposo é reversível, uma vez que estudos realizados por Gambacciani et al. (1997) e Sites (1998) mostram que a obesidade abdominal foi reduzida pela terapia de reposição hormonal em mulheres na menopausa. A Terapia de Reposição Hormonal (TRH), utilizando estrógenos em associação ou não a progestágenos, tem ajudado a amenizar os inúmeros sintomas da menopausa. Estudos demonstraram aumento no risco de desenvolvimento de câncer de mama e câncer endometrial em pacientes que fazem uso da TRH (Rossouw et al., 2002; Beck et al., 2003; Goldstein & Sites, 2002; Wuttke et al., 2003). Dessa forma, muitas mulheres descontinuaram a TRH convencional e passaram a procurar alternativas para tratar os sintomas da menopausa, preferindo os chamados fitoestrógenos.

Fitoestrógenos são um grupo de compostos naturais policíclicos que exercem atividades estrogênicas e estão sendo usados para o tratamento das doenças decorrentes da menopausa (Beck et al., 2003 e 2005; Wuttke et al., 2003; ).

em mulheres orientais (Piersen, 2003; Adlercreutz, 2002), além de reduzir o risco de desenvolver osteoporose (Nikander, 2004). Dentre os benefícios da utilização de fitoestrógenos podemos citar: diminuição do colesterol sérico (Sirtori et al., 1995; Carroll & Kurowska, 1995) e prevenção de doenças cardiovasculares (Knight et al., 1996; Sirtori et al., 1995). Dentre as plantas mais utilizadas, podemos citar o red clover [Trifolium pratense (Tp)] (Liu et al., 2001; Beck et al., 2003). O Tp possui concentração significativa das isoflavonas biochanina A e formononetina, além de genisteína e daidzeína, que se acredita serem os responsáveis por seus efeitos biológicos (Beck et al., 2003; Burdette et al., 2002).

Apesar dos vários efeitos benéficos atribuídos aos isoflavonóides, são atribuídos também possíveis efeitos colaterais sobre a função tireóidea, como: inibição da atividade tireoperoxidase (Divi et al., 1997; Doerge & Chang 2002) e inibição da atividade das iodotironinas desiodases (Gaitan, 1996, Ferreira et

al., 2002) detectadas in vitro, então poderia haver alteração na biossíntese

hormonal e no metabolismo periférico dos hormônios tireóideos in vivo. Os isoflavonóides também afetam as proteínas ligadoras dos hormônios tireóideos e consequentemente a regulação do TSH (Gaitan, 1996). Midleton et al. (2000) demonstraram que a genisteína possui ação inibidora sobre as enzimas tirosina cinases.

Nesse estudo, foi avaliado o efeito do tratamento com o fitoestrógeno Tp sobre a função tireóidea e massa corporal in vivo por curto e médio intervalo de tratamento, uma vez que dados na literatura são ainda muito limitados. Em geral, os estudos sobre a influência desses compostos sobre a função tireóidea

têm sido feitos in vitro. Além disso, foi avaliada a relação entre hormônios gonadais e função tireóidea na gênese da obesidade.

Conforme anteriormente descrito (Wu et al., 2004; Burdette et al., 2002), as fêmeas ovariectomizados apresentaram ganho de massa corporal após a castração e este efeito foi revertido pela administração de E2, o que está de

acordo com dados da literatura (Wu et al.,2004; Mohamed et al., 2000), porém a administração de Tp não conseguiu reverter completamente tal efeito seja no período de 23 ou 74 dias após a castração, o que é contraditório com o trabalho de Burdette et al. (2002), no qual o tratamento com Tp no período de 23 dias de castração, levou à reversão do ganho de massa corporal, o que pode ser atribuído à diferente linhagem dos animais (Sprague-Dawley) ou mesmo à quantidade de animais por gaiola. Trabalhos com camundongos Knock-out para REα (αERKO) ou camundongos com deficiência na síntese de estrogênio devido à deleção do gene da aromatase ou do gene para o receptor de FSH tiveram aumento de mais de 100% da gordura corporal, confirmando o efeito do estrogênio sobre a regulação de massa adiposa (Heine et al., 2000; Jones et al., 2000; Danilovich et al., 2000). Esses resultados sugerem que o ganho de massa corporal nos animais Ovx é principalmente causado pela diminuição dos níveis de estrógenos e os dados obtidos nesse trabalho mostram que o tratamento com o fitoestrógeno Tp não parece exercer efeito estrogênico significativo em relação ao ganho de massa corporal.

Tendo em vista que a obesidade é um grave problema de saúde pública, uma vez que predispõe a diversas doenças, e considerando-se que há aumento da incidência deste distúrbio após a menopausa, é de fundamental

importância um melhor entendimento sobre os fenômenos que acompanham o desenvolvimento da obesidade.

A influência dos esteróides gonadais na regulação da massa corporal já está bem descrita na literatura (Geary e Asarian, 1999; McElroy e Wade, 1987; Laudenslager et al., 1980), porém pouco se sabe sobre a relação entre os hormônios gonadais e a função tireóidea durante a gênese da obesidade. Uma vez que os hormônios tireóideos regulam o metabolismo energético, poderíamos supor que alguma alteração da função tireóidea pudesse levar as ratas ovariectomizadas à obesidade. Dessa forma foi desenvolvido um modelo para estudo de alterações em curto intervalo de tempo, 6 e 15 dias de tratamento, com reposição de E2 (17-βestradiol), PG (progesterona) e PG+E2 a

ratas ovariectomizadas, visando um melhor entendimento sobre as alterações que precedem o ganho de peso corporal. A melhor compreensão dos mecanismos envolvidos na gênese do sobrepeso e da obesidade poderá contribuir para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para o tratamento deste importante problema que vem se acentuando com a adoção de uma vida mais sedentária pela maioria da população.

Foi observado aumento significativo no percentual de massa corporal a partir do 9º dia de castração, sendo esse ganho revertido tanto pela administração de E2 quanto de progesterona na dose utilizada, o que está de

acordo com trabalhos prévios desenvolvidos no laboratório (Marassi et al., 2007).

A leptina sérica não estava significativamente alterada no protocolo de 6 dias entre os diferentes grupos, porém foi observada diminuição significativa

animais ovariectomizados no protocolo de 15 dias de castração. Houve aumento significativo da leptina sérica nos animais 23 dias após ovariectomia quando comparados ao grupo sham, o que já era esperado uma vez que vários trabalhos têm demonstrado interações entre estrógenos e leptina. Além disso, esses animais estavam com sobrepeso, e sabe-se que quanto maior a massa adiposa maior a produção de leptina. Kimura et al. (2002) demonstraram diminuição do receptor de leptina no cérebro de ratas ovariectomizadas o que dificultaria a sinalização sobre a adiposidade do animal, levando ao aumento de ganho de massa corporal.

Nos animais castrados há 74 dias houve aumento significativo da leptina quando comparado aos demais grupos. A influência dos estrógenos e da terapia de reposição hormonal sobre a secreção de leptina e sua concentração sérica é incerta, uma vez que alguns autores demonstraram que os estrógenos influenciam a secreção de leptina enquanto outros não conseguiram demonstrar tal influência (Hadji et al., 2000; Lambrinoudaki et al., 2003; Douchi

et al., 2002;Ayub et al., 2006).

Em trabalho recente de Shin et al. (2007) foi demonstrada a existência de correlação entre a expressão dos subtipos de receptor de estrogênio (ERα/ERβ) no tecido adiposo omental e a obesidade, assim como do mRNA de leptina neste tecido, o que não foi observado em relação ao tecido adiposo subcutâneo. Nesse trabalho o grupo de mulheres com maior expressão de ERβ que ERα, no tecido adiposo omental, apresentou maior grau de adiposidade (maior índice de massa corporal [BMI] e circunferência abdominal) comparado ao grupo com maior expressão de ERα que ERβ, além de maior

poderia bloquear os efeitos benéficos do ERα (como regulação negativa da lipase lipoprotéica). Uma vez que o estrogênio parece exercer seus efeitos metabólicos predominantemente via ERα em camundongos, uma maior expressão de ERβ bloquearia seus efeitos.

Demonstrando a eficácia do modelo experimental de castração utilizado nesse trabalho, foi avaliado o peso absoluto do útero nos animais em diferentes tempos de castração; o peso absoluto do útero foi significativamente menor nas ratas ovariectomizadas a partir do 6º dia de castração. Essa diminuição significativa do peso uterino nos animais ovariectomizados é secundário à deficiência de estrogênio. A dose de E2 utilizada não foi suficiente

para reverter os efeitos da ovariectomia em 23 dias após a castração, o que mostrou ser tempo-dependente, uma vez que com o período maior de tratamento a mesma dose de E2 aumentou significativamente o peso uterino

dos animais. Não foi observado efeito de Tp sobre o peso uterino, o que já era esperado, uma vez que, como dito anteriormente, os fitoestrógenos agem principalmente via ERβ e no útero, há predominância do ERα. Isso pode ser considerado de grande importância, pois esse fitoestrógeno não causaria no útero, os efeitos indesejáveis atribuídos à TRH convencional, como o aumento na predisposição ao câncer de colo de útero (Dew et al., 1998; Hedblad et al., 2002).

Não foi observada alteração significativa no peso absoluto da tireóide nos dois períodos de castração, o que corrobora os achados de Madej et al. (2002) e Lima et al. (2006), embora houvesse ligeira diminuição nas ratas tratadas com Tp nos animais castrados após 23 dias. Tal dado pode indicar um

efeito proliferativo sobre a tireóide in vitro (Furlanetto et al., 1999), apesar de não haver relatos sobre que tipo de ER estaria envolvido com esse efeito em tireócitos.

No período de castração de 23 dias, foi demonstrado que o conteúdo de radioiodo após 15 minutos de sua administração não foi significativamente alterado entre os grupos tratados, embora tenha havido diminuição não significativa no grupo Ovx, o que é condizente com os resultados anteriormente obtidos por nosso grupo (Lima et al., 2006). Outros fatores parecem estar modulando a captação de iodeto pelo NIS nas ratas Ovx, pois o TSH sérico neste grupo estava normal. A administração de E2 estimulou, embora de

maneira não significativa, a captação de radioiodo pela glândula, sugerindo um efeito direto do E2 sobre a tireóide, pois o TSH deste grupo encontra-se dentro

da faixa da normalidade.

Para analisarmos a capacidade de síntese hormonal no grupo após 74 dias de castração, foi avaliado o conteúdo de radioiodo após 2 horas de sua administração; não foi observada alteração significativa entre os grupos tratados. Com relação à atividade tireoperoxidase, não foi observada alteração significativa na atividade desta enzima nos animais após 74 dias de castração tratados com Tp in vivo, embora tanto Divi et al., (1997) quanto Doerge et al., (2002) tenham demonstrado inibição da atividade TPO por isoflavonóides in

vitro.

Pode-se supor então que, ao durante o processamento da TPO, os isoflavonóides poderiam se dissociar da enzima, pois estariam ligados reversivelmente a esta, sendo que o mesmo ocorre com os anti-tireóideos

dados na literatura sugerem que o iodo exerce efeito protetor sobre a ação dos isoflavonóides (Ikeda, 2000) deste modo, talvez pelo fato dos animais receberem níveis suficientes de iodo na dieta, essa inibição seja impedida in

vivo. Um outro fator que deve ser considerado é que a dose ou o tempo de

tratamento não tenha sido suficiente para bloquear a biossíntese hormonal. Outra hipótese é que não cheguem quantidades suficientes de isoflavonóides na tireóide devido à limitada absorção intestinal e/ou ao efeito de primeira passagem.

Esses dados mostram que, caso as isoflavonas inibam a TPO in vivo, sua ação é muito menos potente que a do PTU e MMI, pois esses causam inibição da biossíntese hormonal em menos de sete dias. O fato do Tp não levar à redução de T3 e T4 séricos também reforça a hipótese de não haver inibição da TPO in vivo.

Não houve alteração significativa nas concentrações séricas de T3 entre os grupos experimentais no período de 15 dias de castração, porém houve diminuição significativa nas concentrações séricas de T4 no grupo E2

comparado ao grupo Ovx, como já demonstrado anteriormente (Chen & Walfish 1978 a e b, Harris et al., 1979). Isso poderia estar correlacionado ao possível aumento da atividade desiodase tipo 1 hepática e/ou renal induzida pelo tratamento com E2 por 15 dias, não avaliado no presente estudo.

Os animais castrados há 23 ou 74 dias não apresentaram diferenças significativas nas concentrações séricas de T4, o que está de acordo com os trabalhos de Lisbôa et al., 2001, Christianson et al., 1981 e Lima et al., 2006, embora haja tendência ao aumento de sua concentração nas ratas que

animais castrados há 23 dias tratados tanto com E2 quanto com Tp+E2 em

comparação ao grupo Sham; já nos animais castrados há 74 dias houve aumento significativo do T3 no grupo Tp+E2 comparado ao grupo Ovx, o que

pode ser devido à modificação na metabolização periférica do T4. No período de castração de 23 dias, mas não no de 74 dias, o grupo tratado com Tp+E2

apresentou diminuição significativa dos níveis séricos de TSH em relação ao grupo ovariectomizado, o que parece ser consequência dos níveis elevados de T3 sérico. Uma vez que foi observado aumento do T3 sérico no grupo Tp+E2

quando comparado ao grupo Sham isso poderia sinalizar um possível efeito colateral do fitoestrógeno sobre a função tireóidea de mulheres ainda em período reprodutivo.

A atividade da enzima D1 hipofisária, tireóidea, hepática e renal não sofreu alteração nos animais castrados há 23 dias, tratados ou não com E2

e/ou Tp, com as doses utilizadas. Não foi observada alteração significativa na atividade D1 hipofisária e hepática nos animais ovariectomizados há 74 dias, porém houve aumento significativo da D1 tireóidea do grupo Tp comparado ao grupo Ovx, embora não haja alteração nas concentrações séricas de T3 nesse grupo.

Dada a necessidade de melhor caracterizar o perfil metabólico/hormonal foi feita a dosagem da atividade desiodase tipo 2 (D2) no tecido adiposo marrom (BAT), hipófise e hipotálamo dos animais. Não foram observadas alterações significativas na atividade desiodase tipo 2 (D2) no BAT e hipófise dos animais castrados por 6 dias, porém houve diminuição significativa na atividade desiodase tipo 2 hipotalâmica no grupo PG+E2 comparado ao grupo

animais tratados com a associação PG+E2, pois em trabalho de Kong et al.

(2004) foi demonstrado que o T3 produzido no hipotálamo por ação da enzima

D2, leva ao aumento da ingestão alimentar. Esse efeito parece ser mediado pela liberação de neuropeptídeo Y estimulada pelo T3 produzido localmente (Coppola et al., 2007).

Não foram observadas alterações significativas na atividade D2 no BAT, hipófise e hipotálamo no período de ovariectomia de 15 dias, como também não foi observada alteração significativa na atividade D2 hipofisária no trabalho de Lisbôa et al. (1997, 2001).

Avaliando as concentrações séricas de estradiol em maior período de castração (15 dias) foi detectado aumento significativo do estradiol sérico nos animais tratados com PG+E2 comparado ao grupo ovariectomizado. Em

relação às concentrações séricas de progesterona por um período de castração de 15 dias houve diminuição significativa da concentração desse hormônio no grupo Ovx e E2 comparado ao grupo Sham.

Considerando os resultados do presente estudo, pode-se dizer que doses contínuas de Tp não alterariam de forma significativa o padrão hormonal tireóideo. Uma possível redução da atividade tireoperoxidase in vivo poderia levar à diminuição do conteúdo de iodo organificado, promovendo então o aumento da sensibilidade da glândula ao TSH, o que poderia explicar a síntese normal dos hormônios tireóideos apesar dos baixos níveis de TSH. Contudo, é possível que o tratamento crônico com fitoestrógeno Tp (além de 60 dias) possa bloquear a biossíntese hormonal; porém, é muito provável que os efeitos do fitoestrógeno Tp sobre a biossíntese hormonal seja dependente de baixa

ingestão de elevados níveis de fitoestrógenos poderíamos observar aumento do T3 sérico, caracterizando um possível efeito colateral desses compostos, o que pode ser espécie-específica.

Baseados nesses resultados, supõe-se que não há alterações significativas nos parâmetros de função tireóidea envolvidos na gênese da obesidade após a ovariectomia, porém mais estudos são necessários para melhor esclarecimento sobre a função de outras moléculas sinalizadoras e sua interação com os hormônios tireóideos para caracterizar as alterações que acompanham o desenvolvimento da obesidade.

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77...000

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CCCOOONNNCCCLLLUUUSSSÃÃÃOOO

A castração dos animais diminuiu o peso uterino e aumentou o ganho de massa corporal, sendo esse efeito revertido pela reposição com E2, mas não

com a administração do fitoestrógeno Tp, apesar do Tp ter apresentado efeito trófico sobre o tecido vaginal, sem promover efeitos significativos no tecido uterino. Apesar de alguns trabalhos demonstrarem efeitos dos fitoestrógenos sobre a função tireóidea in vitro, seu efeito in vivo não parece alterar de forma significativa o perfil hormonal tireóideo, pois não foi constatada alteração significativa nas concentrações séricas de T4, T3 e TSH, na função da proteína transportadora NIS, da atividade tireoperoxidase ou atividades desiodases.

Observamos ganho de massa corporal a partir do 9º dia de castração, sendo esse efeito revertido tanto por E2 quanto PG nas doses utilizadas. A

leptina sérica já estava aumentada nos animais no período de 15 dias após a castração sendo a reposição com E2, PG e Tp suficiente para reverter esse

perfil, possivelmente pelo fato do animal não ter aumentado o ganho de massa corporal. Porém, não observamos alterações significativas nas concentrações séricas hormonais e atividade desiodase que nos permitisse caracterizar a participação dos hormônios tireóideos na gênese da obesidade.

R

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