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(Do Sr. Vieira Reis)

Proíbe, em todo o território nacional, a cobrança de taxas de cadastramento de clientela em busca de emprego pelas agências de colocação de mão-de-obra e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º A agência de colocação de mão-de-obra, que tenha por finalidade selecionar,

treinar e colocar mão-de-obra no mercado de trabalho, mesmo que funcione em meio digital, fica proibida de cobrar previamente qualquer taxa à título de cadastramento de trabalhadores interessados em conseguir emprego ou serviço.

Art. 2º O tratamento dos dados pessoais deve assegurar o direito à privacidade dos

trabalhadores.

Parágrafo único. Os dados cadastrais em poder da agência de colocação de mão-de- obra devem se limitar à qualificação e a experiência profissional do usuário pessoa física.

Art. 3º É vedado à empresa que vier a contratar trabalhadores por meio de agências

de colocação efetuar quaisquer descontos a título de ressarcimento com gastos de seleção, treinamento e contratação.

Art. 4º A cobrança indevida de taxas para cadastro ou de despesas com a

contratação sujeita a empresa de colocação de mão-de-obra ou a empresa que efetuou o desconto irregular à multa administrativa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) por trabalhador prejudicado.

Art. 5º A utilização do cadastro de trabalhadores para finalidade diversa da

atividade de colocação de mão-de-obra sujeita a empresa a multa administrativa de R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Art. 6º O processo de fiscalização, autuação e imposição de multas reger-se-á pelo

disposto no Título VII da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1942.

Parágrafo único. O valor da multa será atualizado, no mês correspondente ao da publicação desta lei, pela variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos doze meses imediatamente anteriores.

Art. 7º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação

O projeto do deputado Vieira Reis modificou bastante o projeto de Neuton Lima, e também o substitutivo de Picciani: as agências de emprego passaram a ser nomeadas “agências de colocação de mão-de-obra”; os candidatos a emprego se tornaram “a clientela”, e, principalmente, foram acrescentados três artigos sobre as penalidades para as agências infratoras, com a estipulação dos valores de multas, sobretudo uma multa para a má utilização do cadastro dos trabalhadores. Mais uma vez o sentido de ser dessas sanções ficará claro, mais adiante, quando da apresentação dos processos judiciais movidos entre si pelas agências.

Em maio de 2005 o deputado Miro Teixeira PT/RJ, foi designado relator pela CCJC, mas devolveu o projeto alguns dias depois “sem manifestação”. No dia 07/07/2005 foi a vez do deputado Jefferson Campos PMDB/SP. Dois meses depois o relator depois deu seu parecer pela “constitucionalidade, juricicidade e técnica legislativa do projeto” de Neuton, parecer igual para o substitutivo de Picciani e, no

mérito, pela aprovação do PL 4.978, do deputado Vieira Reis. Essa longa, demorada jornada, teve temporariamente, um final infeliz: em 31/01/2007 a MESA arquivou o projeto, nos termos do Art. 105. Mas a odisséia não chegou ao fim. Em 15/02/2007 o deputado Jorginho Maluly PFL/SP apresentou o Projeto de Lei Nº 210, “Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões – Art. 24 II” com o mesmo teor do projeto arquivado. Todavia, uma mudança oportuna no Art. 1º faz uma ressalva e inclui no rol das “agências de colocação de mão-de-obra” as AGEONs, e no Art. 4º há um aumento no valor da multa paga por cada trabalhador prejudicado pela agência infratora; o parágrafo único do Art. 6º passou a ser o próprio Art. 6º e a correção passou a valer para as duas multas. O Art. 6º passou a ser o Art. 7º e, consequentemente, houve o acréscimo do Art. 8º que dispõe sobre a data de vigoração da Lei.

Art. 1º. A agência de colocação de mão-de-obra, que tenha por atividade fim

selecionar, treinar e intermediar mão-de-obra no mercado de trabalho, mesmo que funcione em meio digital, fica proibida de cobrar direta ou indiretamente qualquer taxa à título de cadastramento de trabalhadores interessados em conseguir emprego ou serviço.

Art. 4º. A cobrança indevida de taxas para cadastro ou de despesas com a

contratação sujeita a empresa de colocação de mão-de-obra ou a empresa que efetuou o desconto irregular à multa administrativa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por trabalhador prejudicado.

Art. 6º. Os valores das multas especificadas nos Artigos 4º e 5º serão atualizados, no

mês correspondente ao da publicação desta lei, pela variação acumulada do Indice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos doze meses imediatamente anteriores.

Art. 7º. O processo de fiscalização, autuação e imposição de multas reger-se-á pelo

disposto no Título VII da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

Art. 8º. - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Foram designados como relatores os deputados Pedro Henry PP/MT e Nelson Trad PMDB/MS, pelas comissões CTASP e CCJC, respectivamente. No dia 23/05/2007 a CTASP concedeu por unanimidade o parecer favorável, motivo de reportagens na mída:

Outro projeto aprovado é o PL n° 210/07, do deputado Jorginho Maluly (DEM/SP), que proíbe, em todo território nacional, a cobrança de taxas de cadastramento de clientela em busca de emprego pelas agências de colocação de mão-de-obra. Para o deputado Roberto Santiago (PV/SP), a proposição vem para acabar com a “picaretagem” das agências de emprego do País. Santiago lembrou que essas agências já recebem uma remuneração das empresas que utilizam seus serviços. Portanto, cobrar do trabalhador é uma incoerência186.

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Quinta-feira, 24 de Maio de 2007 Dep. Pedro Henry

O Projeto de Lei N 210/07, proposto pelo Sr. Jorginho Maluly, foi votado ontem e aprovado por unanimidade. Ele proíbe, em todo o território Nacional, a cobrança de taxas de cadastramento de clientela em busca de emprego pelas agencias de colocação de mão-de-obra. Como relator, tivemos o Dep. Pedro Henry187.

============================================================ Comissão aprova proibição de cobrança para cadastro de RH

29/05/2007-13h40

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou na quarta- feira (23) o Projeto de Lei 210/07, que proíbe a cobrança de taxas de cadastramento de clientela pelas agências de recursos humanos. A proposta, do deputado Jorginho Maluly (DEM-SP), prevê aplicação de multa às empresas que cobrarem pelo cadastramento ou às contratantes que descontarem do salário do trabalhador os gastos com seleção e contratação. O relator na Comissão de Trabalho, deputado Pedro Henry (PP-MT), considerou oportuna a iniciativa.

Tramitação

A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania188.

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Projeto proíbe cobrança por cadastro em agência de emprego Data: 29/05/2007

A Câmara analisa o Projeto de Lei 210/07, que proíbe agências de emprego de cobrarem taxas de cadastramento de clientes que procuram trabalho. Segundo a proposta, do deputado Jorginho Maluly (DEM-SP), as agências que atuam no treinamento ou intermediação entre empresas e profissionais, mesmo por meio digital, não podem fazer nenhum tipo de cobrança para manter o cadastro de interessados em vagas de emprego.

De acordo com o projeto, os dados cadastrais devem limitar-se à qualificação e à experiência profissional do cliente, para garantir o direito à privacidade dos trabalhadores. A proposta proíbe também que as empresas contratantes efetuem desconto no salário do trabalhador como ressarcimento pelos gastos com o treinamento, a seleção e a contratação.

Penalidades

O texto estabelece multa no valor de R$ 5 mil por trabalhador prejudicado. As multas incidirão sobre a agência que cobrou pelo cadastramento ou sobre a empresa contratante, em caso de desconto no salário do trabalhador. Se o cadastro de trabalhadores for usado para outra finalidade, a empresa de recursos humanos terá que pagar multa administrativa de R$ 100 mil. Os valores serão atualizados pela variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) relativo aos 12 meses imediatamente anteriores.

Ao manifestar preocupação com o nível de desemprego no País, especialmente entre os jovens recém-formados em cursos de nível superior, Jorginho Maluly destacou que o desespero e a ansiedade levam os trabalhadores a buscar o auxílio das agências. “As empresas de colocação de mão-de-obra não podem se valer do desespero dos desempregados para obterem lucros exorbitantes. Não se pode cobrar dos trabalhadores a hipotética colocação no mercado de trabalho”, declarou. Outro receio do deputado é a utilização indevida dos dados pessoais dos clientes dos serviços de busca de emprego, como o uso do cadastro para envio de mala direta. “É inadmissível que as agências de colocação vendam os dados para financeiras que

187 Disponível em: <http://ctasponline.blogspot.com/2007_05_01_archive.html>.

188 Disponível em: <http://www.portaldocomercio.org.br/dlg/scr/not/not.asp?D2=13856&D1=11>. Ver também: <http://diap.ps5.com.br/file/1388.doc> e <http://www.camara.gov.br/internet/ordemdodia/integras/461458.htm>.

oferecem empréstimos pessoais e diversos outros serviços a essa parcela tão fragilizada da sociedade. É preciso garantir a devida segurança à intimidade dos desempregados”, disse Maluly.

A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Escrito por: Agência Câmara

Fonte: O Imparcial – Not.016/2007-Gazeta-MA189.

Apesar do otimismo da imprensa, o relator Nelson Trad da CCJC votou pela constitucionalidade, juridiciadade técnica legislativa, mas com uma emenda que retira os Arts. 4º, 5º, 6º e 7º por considerá-los inconstituionais já que multas são instituições administrativas não podendo, portanto, serem originárias de iniciativas parlamentares.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA