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2. O Curso

2.2. Projeto Pedagógico de Curso – PPC: Concepção do Curso

2.2.1. Concepção Geral do Curso em Relação às Demandas Efetivas de Natureza Econômica, Social e da Área Profissional

A Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni se situa em uma das mais vigorosas regiões brasileiras - a região Sudeste. O Estado de Minas Gerais, um dos maiores e mais importantes Estados brasileiros, tem características singulares, pelo seu potencial econômico, pelas suas tradições, pela cultura regional, por sua importância política e sua estrutura educacional.

A inserção de Minas Gerais na região Sudeste do País, com extensas linhas fronteiriças com outros Estados líderes que têm alavancado o processo de desenvolvimento nacional, confere ao Estado a responsabilidade de buscar seu crescimento e afirmar seus valores, preparando suas instituições para as novas matrizes do desenvolvimento mundial. Minas Gerais tem um número expressivo de municípios, contando hoje com 853 municípios, com os quais distribui as responsabilidades sócio-econômico-político-administrativas.

O município de Teófilo Otoni está inserido na mesorregião do Vale do Mucuri e possui as seguintes características geográficas: área territorial (km²): 3.242.263 (IBGE);população:

134.745 habitantes (IBGE);densidade: 41,56 hab-km² (IBGE);Indicadores: IDH médio: 0,684 (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD-2000);PIB: R$ 883.761.000,00 1.154.886 (IBGE); ePIB per capita: R$ 8.848,55 (IBGE).

Fundada, em 07 de Setembro de 1853, Teófilo Otoni cresceu gradativamente, principalmente pelo fato de estar inserida em uma região rica em recursos naturais. A cidade é mundialmente conhecida pela extração e comércio de pedras preciosas, e desempenha importante papel na região. Dentro deste cenário, salienta-se, no entanto que a maior parte dos municípios da região passa por uma expansão urbana sem planejamento adequado, apresentando dificuldades para gerenciar problemas como manutenção do patrimônio, déficit habitacional e carência de recursos técnicos e por vezes econômico-financeiros. Diante disso o curso de Arquitetura e Urbanismo tem a proposta de contribuir significativamente para Teófilo Otoni e região, formando profissionais capacitados para atuarem nas questões ligadas à construção, preservação e gerenciamento do ambiente construído em suas diversas faces e interfaces: planejamento regional e urbano, paisagem, conceituação e salvaguarda do patrimônio histórico-artístico-cultural, estudo e planejamento da edificação, tecnologia construtiva.

Espera-se com, com a implantação do curso, melhorias no gerenciamento de infraestrutura e os processos de planejamento urbano, como também a qualidade da produção da construção civil como um todo. A implantação do curso visa também contribuir para a realização de programas e atividades de pesquisa e extensão nas áreas de arquitetura e urbanismo, promovendo a integração entre a comunidade acadêmica e a comunidade local. Os egressos do curso terão formação direcionada para o envolvimento com todas as etapas do processo de produção do espaço construído, interagindo de maneira efetiva com os usuários desses espaços e com suas demandas. Os profissionais formados e principalmente a produção realizada em conjunto com a comunidade contribuirão para o desenvolvimento das áreas urbanas, com qualidade na produção da arquitetura local, especialmente dos espaços habitacionais, sem exclusão de nenhuma camada social. Dessa forma, acredita-se que o curso terá grande impacto na cidade de Teófilo Otoni e região do Vale do Mucuri.

2.2.2. Possibilidade de Inserção no Mercado

Várias iniciativas do governo federal vêm ampliando e criando recentemente oportunidades de trabalhos para os profissionais da arquitetura e do urbanismo com uma forte demanda por profissionais capacitados para trabalhar com a complexidade e a escassez características desta região, especificamente carente dos projetos de interesse social em geral.

Alguns fatores têm aumentado as possibilidades de atuação do egresso dos cursos de Arquitetura e Urbanismo. Dentre eles podemos apontar o Estatuto da Cidade (Lei Federal nº.

10.257, de 10 de julho de 2001) que estabelece diretrizes gerais da política urbana, definindo

um conjunto de instrumentos de natureza urbanística e ambiental voltados para induzir as formas de uso ocupação do solo. Além de incorporar a ideia de participação direta do cidadão em processos decisórios sobre o destino das cidades, a lei favorece a atuação do profissional da arquitetura e do urbanismo junto aos municípios na concepção e revisão dos novos planos diretores com a recomendação explícita de garantir a função social dos terrenos urbanos.

A criação do Conselho das Cidades (CONCIDADES), no ano 2004, também representa um importante fator de agregação de valor à profissão e a materialização de um importante instrumento de gestão democrática da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano - PNDU, em processo de construção.

Além dos fatores apontados acima ainda poderíamos citar o PAC - Plano de Aceleração do Crescimento - aprovado pelo governo federal em 2006 e que garante investimentos para a Infraestrutura Social e Urbana, englobando saneamento, habitação, metrôs, trens urbanos, universalização do programa Luz para Todos e recursos hídricos.

Podemos conferir um exemplo de aplicação dos recursos deste plano no Programa

“Minha casa, minha vida”. O programa conta com recursos federais do FGTS e do tesouro nacional com o objetivo de construção de cerca de 01 (um) milhão de casas populares, com prestações baratas e mais acessíveis à população de baixa renda.

Em 2008, o governo federal aprovou a Lei de nº. 11.888, que garante a assistência técnica gratuita para a construção de casas populares. O direito à assistência técnica abrange trabalhos de projeto, acompanhamento e execução de obra, a cargo dos profissionais das áreas de arquitetura e urbanismo e engenharia. Este, necessário para a edificação, reforma, ampliação ou regularização fundiária da habitação. Além dos benefícios de cunho social a aprovação da lei representa uma importante conquista para os arquitetos e urbanistas ao definir a formação do profissional que poderá atuar nos projetos.

Outro fator mais recente e muito importante é a criação e regulamentação do CAU - Conselho de Arquitetura e Urbanismo, de abrangência Federal e que garante certos nichos muito específicos de atuação do profissional de Arquitetura e Urbanismo, este quase inexistente na região.

Todos os municípios desta região apresentam elevado grau de desarranjo urbano-ambiental, além de uma carência muito aguda de profissionais aptos a discutirem problemas urbano-ambientais de toda natureza, capazes de propor soluções criativas no sentido de garantir a viabilidade de vários tipos de projetos, desde a escala predial até a regional, tendo em vista a excelência técnica e ambiental.

O quadro regional exposto acima aponta, sem dúvidas garante um amplo campo de atuação para o profissional da área de arquitetura e urbanismo de maneira geral, mas principalmente voltado para projetos de interesse social. É neste sentido e para este campo de atuação, que o Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade pretende direcionar o seu ensino sem, contudo esquecer a atuação e a aptidão únicas do profissional de arquitetura e urbanismo. Apenas uma sólida formação com ênfase nos processos projetivos e construtivos e no planejamento urbano pode aproximar este profissional dos reais meios de produção da cidade brasileira, com seus aspectos culturais e sociais absolutamente únicos.

2.2.3. Políticas Institucionais no âmbito do Curso

A Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni elabora seus PPCs a partir da reflexão, discussão e colaboração de todos os segmentos envolvidos, assumindo seu cumprimento integral como um compromisso institucional, tendo presente em suas ações que este compromisso estabelece os princípios da identidade Institucional e expressa a missão, os objetivos, os valores, as práticas pedagógicas, as políticas de ensino e extensão e sua incidência social e regional.

O PDI orienta as decisões e ações tanto da gestão acadêmica quanto da administração da instituição, onde incorpora a concepção educacional centrada na formação integral consistente, formação teórica acompanhada do desenvolvimento de habilidades e competências em estreita unidade entre teoria e prática, sólida formação ética, compromisso social e político dos estudantes, tendo em vista a participação no desenvolvimento e transformação da sociedade brasileira.

Com critérios pedagógicos, a Política de Ensino privilegia a formação por competências e habilidades, estrutura a concepção curricular para favorecer a flexibilidade e na busca da interdisciplinaridade, investe em projetos alinhados com a identidade e com a missão institucional, fortalece diversas modalidades de ensino-aprendizagem, assim como fomenta a inovação, a produção do conhecimento e a participação nas atividades e compromissos da comunidade acadêmica. Tais aspectos da política institucional são expressos no projeto pedagógico do curso na medida em que os componentes curriculares devem promover o desenvolvimento integral do aluno, centrado em competências e habilidades próprias dos profissionais de cada curso.

Por outro lado, é a política de extensão que possibilita a extensão do curso com a sociedade, com a realidade. É através da prestação de serviços, cursos e intervenção em problemas emergentes da comunidade que será possível enraizar tanto a IES, quanto o curso

de Arquitetura e Urbanismo na realidade concreta, para que possa criticamente identificar e estudar seus verdadeiros e significativos problemas e desafios.

Portanto a IES, por meio do curso de Arquitetura e Urbanismo promove a formação de profissionais comprometidos com seu meio e propagadores de ações de cidadania voltadas para o desenvolvimento da sociedade.

2.3. Objetivos do Curso