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Apresentação da aula 2

Olá, aluno. Seja bem-vindo à nossa segunda aula da disciplina de

Metodologia Científica. Nesta aula, a partir de agora, você verá sobre os fatores

que estão envolvidos na realização de um projeto de pesquisa científica, mais

especificamente, sobre a seleção de um projeto de pesquisa. Vamos lá?

Os projetos de pesquisa se tratam dos planos e os procedimentos para a

pesquisa que estão relacionados com todas as decisões que o pesquisador vai

tomar para a sua execução. Então, temos que tratar desde suposições mais

abrangentes até os métodos mais detalhados de coleta e de análise dos dados.

Nessa etapa, estão envolvidas diversas decisões, que envolvem qual

projeto deve ser utilizado para se estudar um determinado tema. A informação

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dessa decisão vai refletir todas as concepções que o pesquisador traz para o

estudo, os procedimentos da investigação (também chamados de estratégias) e

os métodos específicos de coleta e de análise e interpretação dos dados.

A seleção de um projeto de pesquisa é também baseada na natureza do

problema ou na questão de pesquisa que está sendo tratada, nas experiências

pessoais dos pesquisadores e no público ao qual o estudo se dirige.

Aqui apresentarei três tipos de projetos: qualitativos, quantitativos e de

métodos mistos. Sem dúvida, as três abordagens não são tão distintas quanto

parecem, inicialmente. As abordagens qualitativa e quantitativa não devem ser

encaradas como extremos opostos ou dicotomias, pois, em vez disso,

representam fins diferentes em um contínuo (NEWMAN; BENZ, 1998).

Um estudo tende a ser mais qualitativo do que quantitativo ou vice-versa.

A pesquisa de métodos mistos reside no meio deste contínuo, porque incorpora

elementos das duas abordagens, qualitativa e quantitativa. A seguir, serão

detalhados esses três tipos de pesquisa.

2.1 Tipos de projetos

Para começar, falaremos sobre a pesquisa qualitativa, ela se trata de

um meio para explorar e para entender o significado que os indivíduos ou os

grupos atribuem a um problema social ou humano (STAKE, 2006). Em todo o

processo de pesquisa, temos as questões e procedimentos metodológicos que

serão realizados, bem como os dados que serão coletados e a análise desses

dados elaborada a partir das peculiaridades de cada tema de pesquisa e as

interpretações realizadas pelo pesquisador sobre o significado dos dados

(CRESWELL, 2008).

A elaboração do relatório qualitativo tem uma estrutura flexível.

Os pesquisadores imersos nesse tipo de pesquisa apoiam uma maneira

de encarar a pesquisa que está relacionada a um estilo indutivo, em que o foco

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é no significado individual, bem como na importância da interpretação de uma

situação complexa (STAKE, 2006).

A pesquisa quantitativa, por sua vez, diz respeito a uma forma de

realizar testes para teorias objetivas, em que se busca examinar a relação entre

as variáveis (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2012). Essas variáveis podem ser

mensuradas por instrumentos típicos, para que os dados numéricos possam ser

analisados com a utilização de procedimentos estatísticos (STAKE, 2006).

Em relação ao relatório qualitativo, ele tem uma estrutura fixa, em que

temos introdução, literatura e teoria, métodos, resultados e discussão

(CRESWELL, 2008). Da mesma forma que os pesquisadores qualitativos, os

quantitativistas possuem algumas suposições sobre a testagem dedutiva das

teorias, sobre a criação de proteções contra vieses, sobre o controle de

explicações alternativas e sobre sua capacidade para generalizar e para replicar

os achados (STAKE, 2006).

Por fim, a pesquisa de métodos mistos se trata de uma abordagem de

pesquisa que vai combinar as formas qualitativa e quantitativa (SAMPIERI;

COLLADO; LUCIO, 2012). Assim, ela possui suposições filosóficas que reforçam

a utilização de abordagens qualitativas e quantitativas e a mistura das duas

abordagens em um estudo.

Importante

Com isso, podemos inferir que se trata mais do que uma mera

coleta e análise dos dois tipos de dados. Isso devido ao fato de

que envolve também a utilização das duas abordagens em

conjunto, de forma que a força geral da pesquisa seja maior do

que a utilização isolada da pesquisa qualitativa ou quantitativa

(CRESWELL, 2008).

2.2 Estratégias de pesquisa

Cabe ao pesquisador, não apenas eleger uma pesquisa qualitativa,

quantitativa ou de métodos mistos para realizar, mas deve decidir também sobre

qual o tipo de estudo dentro destas três escolhas (STAKE, 2006). Por definição,

a estratégia de pesquisa trata dos tipos de projetos que irão proporcionar um

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direcionamento particular para os procedimentos metodológicos de um projeto

de pesquisa (CRESWELL, 2008).

A disponibilidade de estratégias disponíveis para os pesquisadores

aumentou substancialmente nos últimos trinta anos, sobretudo com o maior

desenvolvimento da tecnologia da computação, que possibilitou um maior

impulsionamento da análise dos dados (STAKE, 2006).

Além disso, também aumentou a capacidade de analisarmos modelos

com maiores níveis de complexidade, em que os pesquisadores conseguem

articular novos procedimentos para realização das pesquisas (SAMPIERI;

COLLADO; LUCIO, 2012).

2.3 Estratégia de pesquisa quantitativa

Agora vou falar para você sobre a estratégia quantitativa. Desde o final do

século XIX, temos as pesquisas quantitativas relacionadas à concepção

pós-positivista (STAKE, 2006). Nesta concepção, é muito comum a utilização de

experimentos reais e os experimentos com menos nível de rigor (conhecidos

como quase-experimentos), bem como os estudos de correlação e os

experimentos de tema único (NEUMAN E MCCORMICK, 1995).

Pesquisa quantitativa

Fonte:

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No entanto, a partir da virada do século XXI, as pesquisas quantitativas

têm utilizado experimentos complexos, com muitas variáveis e múltiplas técnicas

de tratamentos dos dados (STAKE, 2006). A estratégia quantitativa também tem

utilizado modelos de equação estrutural elaborados, que incorporam caminhos

causais e a identificação da “força” coletiva de múltiplas variáveis (HAIR JR. et

AL, 2006). A partir de agora, focarei em duas estratégias mais utilizadas em

pesquisas quantitativas: levantamentos e experimentos.

Temos definido que a pesquisa de levantamento possibilita uma

descrição numérica de tendências, atitudes ou opiniões em uma determinada

população, utilizando-se de uma amostra para estudar essa população

(SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2012). Esse tipo de pesquisa vai incluir os

chamados estudos transversais e longitudinais, que usam questionários para a

realização da coleta de dados, buscando uma generalização estatística, partindo

de uma amostra para toda a população (BABBIE, 1990).

Já a pesquisa experimental tem o objetivo de determinar se um

tratamento específico influencia um resultado (STAKE, 2006). Essa influência

será avaliada ao se proporcionar um tratamento específico a um grupo e

negando a outro, para depois verificar como foram os resultados obtidos por

ambos os grupos (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2012).

As pesquisas experimentais abrangem os experimentos verdadeiros, com

a qualificação aleatória dos indivíduos para as condições de tratamento, bem

como os quase-experimentos, que utilizam projetos não-aleatórios (KEPPEL,

1991).

Pesquise

Para entender melhor do que se trata uma pesquisa

quantitativa, leia o artigo: Pesquisa Quantitativa em

Finanças: Uma Análise das Técnicas Estatísticas

Utilizadas por Artigos Científicos Publicados em

Periódicos Qualificados no Triênio 2007 a 2009,

disponível em:

https://periodicos.ufsm.br/reaufsm/article/download/5851/pd

f

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2.3.1 Estratégias qualitativas

Em uma primeira análise, por não precisar tratar especificamente com

variáveis numéricas, a pesquisa qualitativa foi tratada como uma estratégia mais

simples e muito se discutia sobre a sua validade (de uma perspectiva positivista)

enquanto estratégia de pesquisa.

No entanto, com a evolução das formas de tratamento e análise de dados,

essa “fama” dos estudos qualitativos está caindo. Temos vários pesquisadores

que estão dedicados a tratar dos vários tipos e disponibilizando procedimentos

completos sobre abordagens de investigação qualitativa, que buscam a análise

de significados (WOLCOTT, 2001; STAKE, 2006).

Temos autores que tratam sobre a prática de pesquisa dos pesquisadores

que utilizam a análise de narrativa (CLANDININ; CONNELY, 2000), bem como

o desenvolvimento de estratégias mais complexas, como a teoria fundamentada,

também chamada de Grounded Theory (STRAUSS; CORBIN, 1998). Outras

estratégias que valem ser mencionadas são os procedimentos etnográficos e os

processos mais sistematizados de estudo de caso, propostos por Wolcott (1999)

e Stake (1995), respectivamente.

A etnografia se configura em uma estratégia de pesquisa em que o

pesquisador analisa um grupo cultural que esteja intacto em seu ambiente

natural durante um período prolongado, em que a coleta de dados ocorre

essencialmente por dados de observação e entrevistas (CRESWELL, 2008).

Este processo de pesquisa é mais flexível e se desenvolve de forma contextual,

dando respostas para as realidades encontradas no campo de pesquisa

(LECOMPTE; SCHENSUL, 1999).

Já a teoria fundamentada é uma estratégia em que o pesquisador vai

elaborar uma teoria geral, mais abstrata, a partir de um processo, ação ou

interação fundamentada nos pontos de vista dos participantes (CHARMAZ,

2006). Aqui temos a utilização de várias etapas de coleta de dados, bem como

o refinamento e o relacionamento das categorias de informação (CHARMAZ,

2006; STRAUSS; CORBIN, 1998).

Temos também os estudos de caso, nos quais o pesquisador vai explorar

de forma aprofundada de um programa, um evento, uma atividade, um processo

de um ou mais indivíduos (YIN, 2006). Esses casos são relacionados de acordo

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com o tempo e a atividade, o pesquisador vai realizar a coleta de informações

detalhadas utilizando diversas técnicas de coleta de dados por período

prolongado (STAKE, 2006).

Também temos a pesquisa narrativa, que se trata de uma estratégia de

investigação na qual quem está pesquisando vai investigar as vidas dos

indivíduos, se utilizando destes para fazerem relatos sobre suas histórias de vida

(STAKE, 2006).

Em posse dessas informações, o pesquisador vai estabelecer uma

cronologia da narrativa, de forma a recontar os eventos relatados (SAMPIERI;

COLLADO; LUCIO, 2012). Ao final do processo de pesquisa, a narrativa irá

combinar as perspectivas sobre a vida do pesquisado, em conjunto com as

impressões do pesquisador em uma narrativa colaborativa (CLANDININ;

CONNELY, 2000).

Pesquise

Para entender melhor do que se trata uma pesquisa

qualitativa, leia o artigo: Ações de cooperação,

aprendizagem e estratégias organizacionais em redes

interorganizacionais: estudo nos arranjos produtivos

locais (APL) de software do Paraná, disponível em:

http://www.periodicosibepes.org.br/index.php/recadm/article

/download/2294/913

2.3.2 Estratégia de métodos mistos

Quando se fala das estratégias de métodos mistos, percebemos que elas

não são tão conhecidas e utilizadas quanto as abordagens anteriores. A origem

de se optar por utilizar métodos distintos se dá em 1959, quando Campbell e

Fisk empregaram métodos múltiplos para investigar a validade de traços

psicológicos (STAKE, 2006). Esses pesquisadores, em suas considerações

metodológicas sobre a pesquisa realizada, buscaram incentivar outros em

utilizar múltiplos métodos para investigar abordagens múltiplas em suas coletas

de dados (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2012).

Esse incentivo incitou os pesquisadores a realizarem uma combinação de

métodos, com isso, foram associadas abordagens relativas aos métodos de

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pesquisa de campo, tais como observações, entrevistas (característicos da

pesquisa qualitativa) e levantamentos tradicionais (utilizados para levantamento

de dados quantitativos).

Nessa abordagem, os dados qualitativos e quantitativos podem ser

agrupados e os resultados utilizados concomitantemente, como forma de

reforçar a validade um do outro (STAKE, 2006). Já quanto aos procedimentos,

nos métodos mistos temos o que se chama de abordagem sequencial, em que

o pesquisador busca elaborar ou expandir o que foi levantado por um método

com a utilização do outro método (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2012).

Mas como isso pode ser feito? Bom, podemos iniciar a pesquisa com uma

entrevista qualitativa, em que temos um objetivo mais exploratório do fenômeno

analisado e dar continuidade com uma pesquisa de levantamento, tendo em vista

uma maior possibilidade de generalização estatística dos resultados para a

população analisada (STAKE, 2006; CRESWELL, 2008).

Além disso, há a possibilidade de iniciarmos a pesquisa com um método

quantitativo, em que vamos testar uma determinada teoria ou conceito e

continuar a pesquisa utilizando uma abordagem qualitativa, para podermos

explorar detalhadamente alguns casos selecionados (SAMPIERI; COLLADO;

LUCIO, 2012).

Pesquise

Para entender melhor do que se trata uma pesquisa mista,

leia o artigo: Abordagem Metodológica

Qualitativo-Quantitativa em Pesquisas na Área de Administração,

disponível em:

http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/7/enanpad200

3-epa-0249.pdf

2.4 Tipos de trabalhos científicos

Depois de sabermos sobre as abordagens de pesquisa, temos que

conhecer quais são os tipos de trabalhos científicos com os quais podemos nos

deparar ao longo de nossa trajetória acadêmica. Inicialmente, temos que saber

que a forma como os trabalhos científicos são compostos, de maneira geral,

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apresentará uma estrutura semelhante, distintas somente em relação ao objetivo

que se pretende atingir com o trabalho.

Por definição, trabalho científico trata das teses, dissertações e os

trabalhos de conclusão de curso (ABNT, 2018). A seguir, serão apresentadas as

definições formais sobre o que é cada um desses tipos de trabalho.

Tese: se trata de um documento que exibe o resultado de uma

pesquisa em que o tema é único e bem limitado. Está sempre

vinculada a um programa de doutoramento. “Deve ser elaborado

com base em investigação original, constituindo-se em real

contribuição para a especialidade em questão. É feita sob a

coordenação de um orientador (doutor) e visa à obtenção do título

de doutor ou similar” (ABNT, 2018, p. 3);

Dissertação: se trata de um documento vinculado a um programa

de mestrado, sempre orientado por um doutor e “que representa o

resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo

científico retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua

extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar

informações” (ABNT, 2018, p. 2);

Trabalho de Conclusão de Curso(TCC): esse é um documento

que pode ter várias nomenclaturas e está relacionado à conclusão

de cursos de graduação e especialização lato sensu. É o trabalho

resultante de um estudo escolhido, obrigatoriamente relacionado

ao curso que se está concluindo, sendo coordenado por um

orientador.

Deve-se sempre frisar as diferenças que temos entre essas três

categorias de trabalhos. A diferença não está no procedimento metodológico

utilizado, mas no aprofundamento e maturidade da pesquisa, quando levamos

em conta fatores como o propósito, a abrangência e a originalidade (LUCKESI

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2.5 Etapas de um trabalho científico

Agora vamos falar especificamente sobre as etapas que formam um

trabalho científico. A primeira etapa é a introdução, que tem o objetivo de fazer

as considerações preliminares sobre o trabalho para quem está lendo o texto, ou

seja, devemos nos preocupar em situar o leitor em relação ao contexto

pesquisado. Nesse momento, vamos informar ao leitor a contextualização sobre

o tema e o problema de pesquisa, bem como a justificativa do trabalho.

Importante

A justificativa deve conter quais são as razões para a escolha

do tema e do problema, ou seja, devemos mostrar para o leitor

os porquês da realização da nossa pesquisa. Ainda na

introdução, devemos expor quais são os objetivos da pesquisa,

que se trata dos propósitos do estudo e para que estamos

pesquisando determinado tema.

Após a introdução, temos o desenvolvimento do trabalho, que não se

trata de um capítulo, mas de uma parte do trabalho, que é formado por diversos

capítulos. Nesse tópico, temos todos os elementos textuais que vêm após a

introdução e precedem a conclusão (VERGARA, 1997). Por isso, temos que

avaliar a estrutura do trabalho dependendo de sua abordagem. Temos que

verificar se é quantitativo ou qualitativo e se será teórico ou teórico-empírico.

Quando elaboramos um trabalho teórico, a sessão sobre o

desenvolvimento da pesquisa vai apresentar toda a discussão e análise sobre o

tema, respaldado por autores que já trataram o assunto em questão. Não há uma

limitação quanto à quantidade de capítulos e eles serão escritos de acordo com

a necessidade para responder à pergunta de pesquisa formulada.

Já quando o trabalho é do tipo do teórico-empírico, o desenvolvimento

será constituído pelos capítulos que apresentam a base teórica, os

procedimentos metodológicos utilizados para realização da pesquisa, a

apresentação dos dados e, por fim, a discussão e análise dos resultados.

A base teórica refere-se ao capítulo do trabalho que objetiva a

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elaboradas por outros pesquisadores e que vão reforçar os seus argumentos

para responder à pergunta de pesquisa.

Importante

O escopo da sua base teórica vai depender da teoria que se

pretende desenvolver e os fatos ou fenômenos que se pretende

esclarecer. Lembrando que a base teórica deve estar

relacionada sempre com os objetivos da pesquisa e o

arcabouço epistemológico (que vimos na nossa primeira aula)

que está seguindo.

As fontes de pesquisa teórica são, basicamente, livros, artigos publicados

em periódicos e outros trabalhos acadêmicos (ROESCH, 1999). Lembrando

sempre que as fontes de pesquisa devem ser científicas e, dessa forma, artigos

publicados em sites de notícia, blogs, revistas não acadêmicas etc., não se

constituem como fontes de pesquisa teórica.

A base teórica está presente em várias etapas de uma pesquisa e não

somente na elaboração da proposta. Ela deve estar presente também durante a

pesquisa e, invariavelmente, nas análises e discussões (ROESCH, 1999). Por

isso, podemos inferir que a elaboração da base teórica vai acompanhar todo o

processo de pesquisa.

Em relação aos procedimentos metodológicos (erroneamente

chamado de metodologia de pesquisa, pois não estamos fazendo estudo sobre

o método), ele deve ser descrito em detalhes sobre como foram realizadas as

etapas de pesquisa.

Então, devemos falar sobre o tipo de abordagem que temos (teórica,

teórica-empírica, qualitativa ou quantitativa), o tipo de estudo, bem como a

população e a amostra pesquisada. Não devemos esquecer de detalhar quais

foram as variáveis (no caso de trabalho quantitativo) ou categorias de análise

(para trabalhos qualitativos) do nosso estudo e, também, quais foram as técnicas

de coleta e análise de dados escolhidas.

Também temos que discorrer sobre a descrição, a análise, a discussão

e a interpretação dos resultados. Esta é uma parte do trabalho em que

devemos retomar o nosso problema de pesquisa, realizando a análise e

discussão de acordo com a base teórica que escolhemos.

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Em estudos teóricos, essa etapa do trabalho tem como objetivo “explicar,

discutir, criticar e demonstrar a pertinência desses conhecimentos e teorias no

esclarecimento, solução ou explicação do problema proposto” (KÖCHE, 1997, p.

146). Já em trabalhos do tipo teórico-empírico, nesta etapa vamos apresentar

qual foi a realidade encontrada com a interpretação dos dados (VERGARA,

1997).

Aqui, podemos utilizar de recursos visuais para facilitar o entendimento do

leitor sobre as explicações que estamos fazendo, podendo utilizar gráficos,

tabelas, figuras, trechos de depoimentos e falas, sempre de acordo com a

abordagem da pesquisa.

A última etapa da pesquisa é a conclusão, que vai ser consequência de

toda a nossa discussão e análise em relação ao tema de pesquisa e o problema

proposto. Dessa forma, vale ressaltar que “só se pode concluir sobre aquilo que

se discutiu, logo, tudo o que você apresentar na conclusão deverá ter sido

discutido anteriormente” (VERGARA, 1997, p. 78).

Conclusão da aula 2

Chegamos ao final de mais uma aula. Como principal dica de escrita

desse capítulo, sempre coloco que devemos iniciar a conclusão realizando um

resgate do nosso tema e do problema de pesquisa que direcionou a realização

do trabalho. Em seguida, vamos realizar uma síntese do que discutimos para,

enfim, podermos estabelecer algumas conclusões sobre o tema. É interessante

também que você inclua algumas sugestões para pesquisas futuras, que

possam reforçar o seu argumento futuramente e possibilitar maior

desenvolvimento da teoria.

Atividade de Aprendizagem

Pesquise na internet exemplos de trabalhos realizados com

as abordagens quantitativa, qualitativa e mista. Analise as

principais distinções entre essas abordagens.

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