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Disciplina: Metodologia Científica. Autores: D.r Rodrigo Souza da Costa. Revisão de Conteúdos: Esp. Murillo Hochuli Castex

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Academic year: 2021

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1 Disciplina: Metodologia Científica

Autores: D.r Rodrigo Souza da Costa

Revisão de Conteúdos: Esp. Murillo Hochuli Castex Designer Instrucional: Esp. Murillo Hochuli Castex

Revisão Ortográfica: Esp. Alexandre Kramer Morgenterm Ano: 2020

Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas

páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de

Marketing da Faculdade UNINA. O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança

de direitos autorais.

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2

Rodrigo Souza da Costa

Metodologia Científica

1ª Edição

2020

Curitiba, PR

Faculdade UNINA

(4)

3 Faculdade UNINA

Rua Cláudio Chatagnier, 112 Curitiba – Paraná – 82520-590

Fone: (41) 3123-9000

Coordenador Técnico Editorial Marcelo Alvino da Silva Conselho Editorial D.r Alex de Britto Rodrigues / D.r Eduardo Soncini Miranda / D.r João Paulo de Souza da Silva / D.ra Marli Pereira de Barros Dias /

D.ra Rosi Terezinha Ferrarini Gevaerd / D.ra Wilma de Lara Bueno / D.ra Yara Rodrigues de La Iglesia Revisão de Conteúdos Murillo Hochuli Castex Designer Instrucional Murillo Hochuli Castex Revisão Ortográfica Alexandre Kramer Morgenterm Desenvolvimento Iconográfico Juliana Emy Akiyoshi Eleutério Desenvolvimento da Capa Carolyne Eliz de Lima

FICHA CATALOGRÁFICA

COSTA, Rodrigo Souza da.

Metodologia Científica / Rodrigo Souza da Costa. – Curitiba: Faculdade UNINA, 2020.

57 p. [adaptado 58 p.]

ISBN: 978-65-87972-90-9 1.Metodologia Científica. 2. Normas. 3. Pesquisa.

Material didático da disciplina de Metodologia Científica – Faculdade UNINA, 2020.

Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870

(5)

4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO

Caro(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a) à Faculdade UNINA!

Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária.

A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania.

Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes.

Bons estudos e conte sempre conosco!

Faculdade UNINA

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5

Sumário

Prefácio ... 07

Aula 1 – Conhecimento, Ciência e o Método Científico ... 08

Apresentação da aula 1 ... 08

1.1 O que é conhecimento? ... 09

1.2 O que é Ciência? ... 12

1.3 O que é o método científico? ... 14

1.3.1 A postura científica ... 16

1.4 O que é a pesquisa científica? ... 16

1.4.1 Quais são os tipos de métodos científicos? ... 17

1.4.2 As limitações do processo científico ... 19

Conclusão da aula 1 ... 19

Aula 2 – O projeto de pesquisa científica ... 20

Apresentação da aula 2 ... 20

2.1 Tipos de projetos ... 21

2.2 Estratégias de pesquisa ... 22

2.3 Estratégia de pesquisa quantitativa ... 23

2.3.1 Estratégias qualitativas ... 24

2.3.2 Estratégia de métodos mistos ... 26

2.4 Tipos de trabalhos científicos ... 27

2.5 Etapas de um trabalho científico ... 28

Conclusão da aula 2 ... 30

Aula 3 – O planejamento da pesquisa científica ... 31

Apresentação da aula 3 ... 31

3.1 Tema de pesquisa ... 32

3.2 Problema de pesquisa... 33

3.3 Objetivos da pesquisa ... 35

3.4 Variáveis e categorias analíticas ... 36

3.5 Base teórico-empírica ... 39

Conclusão da aula 3 ... 41

Aula 4 – Instrumentos e técnicas de coleta e análise de dados ... 42

Apresentação da aula 4 ... 42

4.1 A coleta de dados a partir do enfoque quantitativo ... 43

4.1.1 Principais escalas ... 45

4.2 A coleta de dados a partir do enfoque qualitativo ... 47

(7)

6

4.2.1 Principais técnicas de coleta dos dados qualitativos ... 47

4.3 Análise dos dados ... 49

4.3.1 Técnicas quantitativas de análise ... 49

4.3.2 Técnicas qualitativas de análise ... 50

Conclusão da aula 4 ... 52

Conclusão da disciplina ... 58

Índice Remissivo ... 54

Referências ... 56

(8)

7 Prefácio

Nesta disciplina serão apresentadas reflexões acerca da essência do

conhecimento e de suas bases metodológicas. Nesse sentido, buscar-se-á

entender o conceito de metodologia, bem como as diferentes técnicas e

aplicações do conhecimento científico. Os conhecimentos metodológicos aqui

debatidos serão utilizados em diversas outras disciplinas e ao longo de todo o

percurso acadêmico dos estudantes.

(9)

8 Aula 1 – Conhecimento, ciência e o método científico

Apresentação da aula 1

Olá, aluno. Seja bem-vindo à primeira aula da disciplina de Metodologia Científica. A partir de agora, você conhecerá sobre os elementos que dão toda a base para tratarmos desse assunto. Vamos lá?

Nesta primeira aula, vamos abordar sobre do que se tratam os conhecimentos científicos e teóricos, para entender isso, temos que saber diferenciar o que é ciência do que é senso comum. O entendimento dessa diferença é essencial para que você possa realizar seus trabalhos acadêmicos, evitando fazer as análises, tendo como base juízos de valores e enriquecer seu trabalho sabendo elaborar uma análise teórico-científica.

A disciplina que se ocupa em estudar a forma como o conhecimento é construído é chamada de epistemologia. Com um entendimento adequado do que se trata a epistemologia, você poderá esclarecer o que é conhecimento e como ele é produzido.

Para o objetivo da nossa disciplina, não se faz necessário fazermos um tratado epistemológico, porém, sugiro que, quando possível, busquem entender do que se trata essa área de estudos para aprofundar o seu entendimento. O que devemos entender, inicialmente, é como o conhecimento científico é construído.

Assim, o conceito de conhecimento é essencial para a nossa disciplina.

Como a disciplina de Metodologia Científica é a base para a produção do conhecimento, você deve saber responder à seguinte pergunta: o que é conhecimento?

Temos que entender antecipadamente que a forma como o conhecimento é construído não é uniforme e não tem um padrão. Por isso, o conceito de

“conhecimento” precisa ser entendido com maior profundidade; é isso que

estudaremos nesta primeira aula.

(10)

9 1.1 O que é conhecimento?

A necessidade de conhecimento tem origem na busca constante do homem pela compreensão do seu mundo, com o objetivo de agir sobre ele e, por vezes, tentar transformá-lo. Entender o que é conhecimento é algo que se busca desde os filósofos da Antiguidade. Sócrates já questionava essa temática em diálogos com outros filósofos:

“O que é conhecimento?” A ela pode-se acrescentar outras: Qual o significado de conhecimento? Quais os limites? Como se pode confiar que o que se conhece é de fato o que se deve saber? De onde o conhecimento provém? Qual o processo de conhecer? Do ponto de vista científico, como o conhecimento pode ser aceito ou validado? O conhecimento não é, definitivamente, algo que se pode obter saindo da ignorância para, finalmente, chegar ao saber (NAJMANOVICH;

LUCANO, 2008).

Percebemos com essas indagações de Sócrates que definir o conhecimento não é algo tão simples quanto parece inicialmente. Alguns vão dizer que o conhecimento seria uma capacidade naturalmente humana, mas, se entendermos dessa forma, estaríamos desconsiderando todo o contexto histórico, social, econômico, político e cultural, no qual cada geração de cientistas produziu conhecimento.

No entanto, mesmo que seja necessário todo o entendimento sobre as discussões sobre definição do conhecimento para os filósofos da antiguidade.

Temos que demarcar e definir, mesmo que de forma arbitrária, as definições de conhecimento.

Você deve compreender, essencialmente, que o conhecimento comum (aquele que está vinculado a uma crença) é diferente do conhecimento científico.

Quando estamos falando de conhecimento científico, temos que entender que ele depende de provas, argumentações, métodos e teorias, sendo racional e sistemático.

Outro ponto que temos que analisar para saber se o conhecimento é, de

fato, científico, recai sobre o fato que não estamos falando de um conhecimento

individualmente validado, mas validado de forma coletiva, pela comunidade

científica, ou seja, nossas opiniões, crenças e ideologias ao analisar um

determinado fenômeno não podem ser consideradas como científicas.

(11)

10 O que é conhecimento? (O Pensador – Auguste Rodin, 1880)

Fonte: https://www.discoverwalks.com/wp-content/uploads/2019/11/the-thinker- 489753_1920-1280x720.jpg

Por isso, se faz necessário fazer uma distinção sobre os tipos de conhecimento, que podem ser divididos, ao menos, em cinco formas distintas (PENNA, 2000):

i. Conhecimento Sensível: trata-se daquele que ocorre pelos sentidos e vai atingir o objeto na sua especificidade e concreticidade. Além disso, ele ocorre em dois momentos: o sensorial e o perceptivo;

ii. Conhecimento Racional ou Intelectual: com esse conhecimento, se alcançam o geral e o abstrato. No entanto, não se consegue atingir o individual e o concreto. Isso porque a realidade é aquela possível e a forma de se processar o conhecimento é pela abstração;

iii. Conhecimento Vulgar: esse tipo de conhecimento é atingido sem a utilização de controles metodológicos. Geralmente, ele é expresso na forma de opinião. Este tipo de conhecimento se trata de um obstáculo a ser superado (BACHELARD, 1996);

iv. Conhecimento Científico: é caracterizado pelo rigor que se tem

para o seu atingimento. Deve-se ressaltar que não se trata de um

tipo de conhecimento que alcança uma verdade absoluta, mas que

(12)

11 pode assegurar sua condição pelo método que foi utilizado para a sua obtenção;

v. Conhecimento Metafísico: este é um tipo de conhecimento que é possível a priori, como no caso em que se aceita que “todo efeito tem uma causa”. O conhecimento é certo e não depende dos sentidos.

Importante

Com isso, podemos dizer que conhecimento é o ato de conhecer, ou seja, enquanto relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto exterior a ele (pessoa, fato e fenômeno). O produto do ato de conhecer ou o resultado deste ato, que consiste no saber adquirido e acumulado pelo homem.

Tendo em mente essa definição, a principal distinção que temos que fazer é entre conhecimento científico e senso comum.

Temos também que entender o que é senso comum, que tem como características ser valorativo, falível e inexato, este se trata de um conhecimento espontâneo, resultante das experiências vividas pelo homem ao enfrentar os problemas da vida diária. As principais características do senso comum referem- se ao fato de que este é elaborado por meio da interação entre os indivíduos e, muitas vezes, herdado de gerações anteriores.

Além disso, possui uma característica essencialmente empírica, pois se baseia na experiência cotidiana, sem planejamento rigoroso. Outra característica é a sua ingenuidade, pois não resulta de atitude crítica ou questionamento. Por fim, temos que compreender que o senso comum é subjetivo, pois depende de sensações e de juízos pessoais a respeito das coisas, com envolvimento das emoções e dos valores de quem observa.

Quando falamos de senso comum, temos que entender que teoria e fato

são opostos; isso quer dizer que o fato é fruto do acaso e a teoria é mera

especulação, dessa forma, assim permanece até ser provada. Quando a prova

é feita, a teoria se torna fato, que passa a ser considerado definitivo,

inquestionável e autoevidente.

(13)

12

Pesquise

Para aprofundar o seu conhecimento sobre os filósofos da ciência, leia o Dicionário de Filosofia, de J. Ferrater Mora.

Já no conhecimento científico, teoria e fato são inter-relacionados. A teoria não é mera especulação, mas a relação é ordenada entre fatos, considerados observações empiricamente verificadas e significativas, ou seja, relevantes teoricamente, além de provisórias e questionáveis ou passíveis de reflexão. A ciência se refere à inter-relação constante entre teoria e fato, submetida à frequente crítica e questionamento, mediante testagem empírica.

O conhecimento científico se trata do conhecimento preciso e organizado, resultante da descoberta de relações entre fatos e fenômenos materiais e mensuráveis. Ele possui linguagem própria e precisa, cujos conceitos são definidos de modo a evitar ambiguidades.

Também apresenta um maior nível de objetividade, pois não depende de juízos pessoais e suas conclusões podem ser verificadas por qualquer outro membro da comunidade científica, mediante replicação. Tem objeto específico e campo delimitado de pesquisa. Busca explicar fatos e fenômenos com base em provas concretas obtidas pelo uso de métodos.

1.2 O que é ciência?

De forma elementar, podemos subdividir a ciência em: básica, aplicada e

técnica, porém, para chegarmos nisso, temos que entender sobre a função da

política científica em um país em desenvolvimento. A ciência deve fornecer uma

análise sistemática de suas necessidades de desenvolvimento doméstico; uma

pesquisa só será considerada científica se for objeto de investigação planejada,

desenvolvida e redigida conforme as normas metodológicas consagradas pela

ciência.

(14)

13

Importante

Ciência pode ser definida como a forma de conhecer a realidade e gerar conhecimento, a pesquisa é o principal instrumento da ciência. A principal diferença da pesquisa científica para as demais é o método.

No entanto, temos que ser críticos no que se refere à confusão que usualmente se faz entre a cientificidade e a política que se deve assumir em torno dela e a parte técnica e econômica que resulta de todo o processo.

Temos que entender que a ciência é parte de uma cultura e que não se pode simplesmente ordenar que a produção científica seja feita de acordo com outros interesses (BUNGE, 1980). Essa confusão fica clara quando se colocam ciência e P&D (pesquisa e desenvolvimento) como sendo a mesma coisa.

Com isso em mente, agora temos condições de diferenciar o que seria: 1) ciência básica; 2) ciência aplicada; 3) prática; 4) produção comercial. Nesse sentido, de forma muito coerente, o autor coloca que essa distinção não seria tão complicada, pois ciência básica tem como propósito o enriquecimento do conhecimento humano acerca de uma determinada área do conhecimento.

Já a ciência aplicada se utiliza dos conhecimentos obtidos nas pesquisas básicas, ou seja, ela vai aplicar as mesmas técnicas e métodos da ciência básica para o entendimento de objetos de estudo mais particulares e, além disso, busca também gerar novos conhecimentos mais específicos em relação ao fenômeno estudado.

Ainda existe a prática que não produz conhecimento e sim técnica, que será utilizada pelo praticante, dessa forma, para o praticante, a ciência não é um fim, mas um meio (BUNGE, 1980). Por fim, tem-se a produção comercial, que busca gerar instrumentos que beneficiarão a sociedade, no entanto, temos, por incrível que possa parecer, muita confusão entre produção industrial e produção científica.

Há também que se pensar que se deve prezar pelo desenvolvimento de

ciências correlatas, pois a multidisciplinaridade é uma atividade essencial para o

desenvolvimento científico. Além disso, o intercâmbio, seja de pessoas ou de

(15)

14 informações e a colaboração internacional, auxilia o desenvolvimento, pois o nacionalismo e o isolamento conduzem à estagnação.

Importante

O desenvolvimento de uma comunidade depende da integração com sistemas superiores e que se deve realizar pela liberdade de troca de informações.

1.3 O que é o método científico?

Sobre a natureza da ciência e da pesquisa científica, temos que entender algumas questões. Primeiramente, sobre os modos de adquirir conhecimento, você tem que saber que as fontes devem ser confiáveis. No entanto, temos que tomar cuidado com a observação, pois não se trata de algo simples, pois sofre a influência do observador.

Em relação à natureza geral da ciência, temos que compreender que a ciência se trata de um empreendimento preocupado exclusivamente com o conhecimento e a compreensão dos fenômenos naturais. Temos no método científico dois tipos de pesquisa: 1) experimental, que é quando se aplicam coisas diferentes a dois ou mais grupos e; 2) não-experimental, em que não há manipulação dos grupos, apenas observação.

Para pesquisas experimentais, devemos tentar formar grupos iguais em condições que possam influenciar o resultado. Depois, aplicamos algum tipo de interferência ao grupo experimental e nada ao grupo controle. Fazemos um período de adaptação inicial com ambos os grupos (expostos ou não aos mesmos estímulos), seguido pelo período de experimentação no grupo escolhido para tal e, por fim, analisamos e comparamos os resultados.

Já na pesquisa não experimental, não há tratamento diferenciado de grupos de sujeitos, ou seja, vamos pegar os grupos como eles são e estudamos a influência que sofrem de alguma determinada variável. Por exemplo, podemos analisar a correlação entre as variáveis tempo de amamentação e nível social.

No entanto, precisamos tomar cuidado com as afirmações, pois o resultado

(16)

15 obtido somente é expressivo para a amostra estudada e possui pouca capacidade de generalização para uma população.

Quando falamos do método científico, temos que entender como se dá a objetividade na pesquisa científica. Por definição, podemos dizer que objetividade se trata de um acordo entre especialistas relativo ao que se está observando, o que deve ser ou o que foi feito na pesquisa, ou seja, é quando temos uma concordância entre as observações feitas por pesquisadores diferentes.

Dessa forma, o principal fator para satisfazer esse critério de objetividade recai sobre o fato de que quaisquer observadores, que tenham um mínimo de competência, estejam de acordo com os resultados obtidos. É a objetividade que vai auxiliar o pesquisador a diminuir sua influência (juízo de valor) sobre a pesquisa, realizando de tal forma que tenha condições de ser replicada por outros pesquisadores.

Mas, por que precisamos ter o máximo de objetividade nas pesquisas?

Isso tem a ver com a relação entre objetividade e explicação. Por si só, a objetividade tem pouca importância. Temos que entender que o objetivo básico da ciência e, consequentemente, de qualquer trabalho acadêmico, é a explicação de fenômenos e não, simplesmente, ser objetiva.

Perceba que uma pesquisa altamente objetiva pode conter observações enganosas e conclusões falsas. Então, lembre-se: a objetividade é uma característica fundamental da pesquisa científica, mas precisa ter um poder de explicação para estar completa.

Importante

A objetividade é tanto uma característica quanto um procedimento. Isso se deve ao fato de que ela não é uma característica do pesquisador, mas se trata de um procedimento, um método; uma forma de direcionar qualquer assunto científico.

Então, temos que entender do que se trata a abstração, ou seja, o

afastamento do pesquisador da pesquisa. Parte do poder da ciência está sempre

distante das preocupações comuns e do calor do relacionamento humano. Isso,

(17)

16 por definição, é parte da natureza da ciência, ou seja, sem abstração não há ciência.

Você deve entender também que o processo científico possui um caráter empírico. Dentro da ciência, o empírico significa que somos guiados pelas evidências obtidas na pesquisa científica, que deve ser sempre sistemática e controlada.

Porém, mesmo sendo empírica, isso não significa necessariamente que uma afirmação seja verdadeira. Se estivermos baseados em métodos científicos e nas evidências, provavelmente será mais verdadeira do que uma afirmação baseada inteiramente em crenças ou suposições.

O objetivo essencial da ciência é possibilitar a geração de teoria. Teorias são tentativas sistemáticas de explicar os vários fenômenos, explicando a relação entre eles e uma série de outras variáveis. Além disso, as teorias buscam inventar e descobrir explicações válidas para determinados fenômenos. Lembre- se: a preocupação da ciência recai única e exclusivamente sobre a compreensão e explicação dos fenômenos.

1.3.1 A postura científica

O conhecimento e o uso do instrumental metodológico são inúteis sem o rigor e a seriedade que o trabalho científico requer. O pesquisador deve estar imbuído de uma postura científica. Essa postura pode ser definida como a atitude ou disposição do pesquisador para buscar soluções para um problema, com o emprego de todos os métodos adequados. Nesse sentido, quando um problema é científico, deve-se refletir sobre um assunto que ainda não foi satisfatoriamente respondido.

Pesquise

Visite o site da ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas) http://www.abnt.org.br para conhecer as normas

atuais dos trabalhos científicos. Além disso, ela será usada

ao longo desta disciplina.

(18)

17 1.4 O que é a pesquisa científica?

O método científico é fundamentado pela verificação rigorosa e precisa de fatos e fenômenos por meio do uso de instrumentos e técnicas. Ele possui um objeto de investigação, ou seja, busca respostas para um problema de pesquisa, desde que esse problema seja formulado de forma que seja possível a sua verificação empírica, tendo como base um conhecimento prévio.

Entretanto, como iniciamos uma pesquisa científica? Bom, primeiramente, temos que identificar uma dúvida e formular uma pergunta que ainda não tem resposta, ou seja, elaborarmos o problema de pesquisa. Após isso, tendo em mente que o conhecimento que já existe (em muitos casos, tendo como base o senso comum ou de pesquisas anteriores) é insuficiente ou inadequado para esclarecer essa dúvida, temos que reconhecer que se faz necessário obter uma resposta para essa dúvida. Assim, podemos buscar respostas com base em evidências que justifiquem a crença de que teremos uma resposta adequada, de preferência correta.

Pesquise

Busque a obra Fundamentos de Metodologia Científica, de Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi e leia o capítulo: Ciência e conhecimento científico e métodos científicos.

1.4.1 Quais são os tipos de métodos científicos?

Vamos falar agora sobre os principais tipos de métodos científicos. O primeiro deles é o método indutivo, que pode ser definido como um processo pelo qual, a partir de dados ou observações particulares, chega-se a uma proposição geral, que antes não estava presente nas partes que foram pesquisadas.

O foco do método indutivo é criar conclusões que sejam mais abrangentes

do que as premissas nas quais foram baseadas. Esse tipo de método é utilizado

quando esperamos que se tenha um certo nível de regularidade no

acontecimento de determinados fenômenos e, dessa forma, poder-se inferir que

(19)

18 o futuro será como o passado, justificando isso pelas observações feitas no passado, ou seja, parte-se de uma observação particular, para inferir o geral e essa observação gera uma formulação teórica

Existe também o método dedutivo, que pode ser definido como um processo pelo qual partimos de dados ou observações gerais e chegamos a uma proposição geral ou particular, que está contida (pelo menos de forma implícita) nas partes pesquisadas. Geralmente, utilizamos esse método quando esperamos que exista uma relação lógica entre os fenômenos. Diferente do método indutivo, neste caso, partimos de uma observação geral para explicar o particular, sendo baseado em premissas verdadeiras.

Por fim, temos o método hipotético-dedutivo, que se trata de um processo de busca de solução provisória para um problema por meio de tentativas (formulação de hipóteses) e de eliminação de erros. Esse método não leva a uma certeza, pois a ciência começa e termina com problemas e, apenas assim, se renova e progride (POPPER, 2000). O esquema do argumento hipotético dedutivo funciona da seguinte forma:

➢ Aparece um problema que, de forma geral, surge de conflitos ou lacunas encontradas no conhecimento já existente sobre um determinado tema, podendo ser teórico ou prático;

➢ A solução para esse problema consiste em uma hipótese formulada, utilizando dedução de consequências, na forma de proposições que possam ser testadas;

➢ Essa solução é analisada, com o intuito de eliminar erros, utilizando o falseamento (tentativas de refutação pela observação e experimentação);

➢ Se a hipótese não supera os testes, ela será refutada exigindo sua reformulação. Se superar os testes, a hipótese é corroborada, trazendo uma resposta para o problema.

A natureza científica busca argumentar as características que diferenciam

o conhecimento científico dos demais tipos de conhecimento que vimos

anteriormente. O processo científico vai trabalhar apenas com a realidade

(20)

19 empírica, ou seja, aquela sobre a qual se pode fazer experimentações e que se pode observar.

Temos que saber também que qualquer teórica científica nada mais é do que uma busca pela sistematização do conhecimento, além disso, devemos compreender que as teorias são livres. No entanto, os critérios (procedimentos metodológicos) que utilizamos para a sua comprovação são rigorosos e não podemos nos deixar influenciar pelos sentimentos sobre os resultados.

Na ciência, não há fato sem teoria e também não temos teoria sem fatos.

Sobre isso, temos que diferenciar que teorias são conceitos, enquanto fatos são dados. São as teorias que organizarão e buscarão dar sentido aos fatos e esses fatos são a contraparte real da teoria, o que essa se propõe a explicar.

Ví deo

Assista ao filme Ponto de Mutação, baseado no livro de Fritjof Capra, em que um escritor, uma cientista desiludida e um ex- candidato à presidência dos EUA, discutem sobre as bases da existência e da integração do pensamento e das ações humanas no contexto do desenvolvimento.

1.4.2 As limitações do processo científico

Para finalizar esta aula, temos que compreender que pesquisas científicas são objetivas e devem estar livres de opiniões e juízos de valor. Todas as conclusões que temos têm como base as observações de quem está realizando a pesquisa. Assim, uma vez elaborado o experimento, os resultados não podem ser influenciados pelos pesquisados e os questionamentos devem ocorrer pelo método utilizado.

Em pesquisas científicas, definimos o problema, determinando quais os métodos e fontes de informação que utilizaremos, bem como os procedimentos.

Depois disso, não cabe ao pesquisador qualquer outra tomada de decisão, pois

ele não é mais o dono do resultado.

(21)

20 Conclusão da aula 1

Chegamos ao final da nossa primeira aula, em que vimos questões essenciais, como: o que é ciência, os diferentes tipos de conhecimento, o que é método e metodologia. Além disso, vimos que temos que ter discernimento para diferenciar, principalmente, os tipos de conhecimento e que o caminho para um maior desenvolvimento da sociedade passa pelo nível de conhecimento científico. Vimos também que o método científico é essencial para que possamos eliminar o senso comum das análises científicas, focando somente naquilo que efetivamente pode ser comprovado por métodos robustos e coerentes.

Atividade de Aprendizagem

Pesquise na internet trabalhos científicos (teses, dissertações, trabalhos de conclusão de curso e artigos científicos) que utilizaram o método quantitativo e o qualitativo de pesquisa e analise os tipos de conhecimentos gerados nesses trabalhos pesquisados.

Aula 2 – O projeto de pesquisa científica

Apresentação da aula 2

Olá, aluno. Seja bem-vindo à nossa segunda aula da disciplina de Metodologia Científica. Nesta aula, a partir de agora, você verá sobre os fatores que estão envolvidos na realização de um projeto de pesquisa científica, mais especificamente, sobre a seleção de um projeto de pesquisa. Vamos lá?

Os projetos de pesquisa se tratam dos planos e os procedimentos para a pesquisa que estão relacionados com todas as decisões que o pesquisador vai tomar para a sua execução. Então, temos que tratar desde suposições mais abrangentes até os métodos mais detalhados de coleta e de análise dos dados.

Nessa etapa, estão envolvidas diversas decisões, que envolvem qual

projeto deve ser utilizado para se estudar um determinado tema. A informação

(22)

21 dessa decisão vai refletir todas as concepções que o pesquisador traz para o estudo, os procedimentos da investigação (também chamados de estratégias) e os métodos específicos de coleta e de análise e interpretação dos dados.

A seleção de um projeto de pesquisa é também baseada na natureza do problema ou na questão de pesquisa que está sendo tratada, nas experiências pessoais dos pesquisadores e no público ao qual o estudo se dirige.

Aqui apresentarei três tipos de projetos: qualitativos, quantitativos e de métodos mistos. Sem dúvida, as três abordagens não são tão distintas quanto parecem, inicialmente. As abordagens qualitativa e quantitativa não devem ser encaradas como extremos opostos ou dicotomias, pois, em vez disso, representam fins diferentes em um contínuo (NEWMAN; BENZ, 1998).

Um estudo tende a ser mais qualitativo do que quantitativo ou vice-versa.

A pesquisa de métodos mistos reside no meio deste contínuo, porque incorpora elementos das duas abordagens, qualitativa e quantitativa. A seguir, serão detalhados esses três tipos de pesquisa.

2.1 Tipos de projetos

Para começar, falaremos sobre a pesquisa qualitativa, ela se trata de um meio para explorar e para entender o significado que os indivíduos ou os grupos atribuem a um problema social ou humano (STAKE, 2006). Em todo o processo de pesquisa, temos as questões e procedimentos metodológicos que serão realizados, bem como os dados que serão coletados e a análise desses dados elaborada a partir das peculiaridades de cada tema de pesquisa e as interpretações realizadas pelo pesquisador sobre o significado dos dados (CRESWELL, 2008).

A elaboração do relatório qualitativo tem uma estrutura flexível.

Os pesquisadores imersos nesse tipo de pesquisa apoiam uma maneira

de encarar a pesquisa que está relacionada a um estilo indutivo, em que o foco

(23)

22 é no significado individual, bem como na importância da interpretação de uma situação complexa (STAKE, 2006).

A pesquisa quantitativa, por sua vez, diz respeito a uma forma de realizar testes para teorias objetivas, em que se busca examinar a relação entre as variáveis (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2012). Essas variáveis podem ser mensuradas por instrumentos típicos, para que os dados numéricos possam ser analisados com a utilização de procedimentos estatísticos (STAKE, 2006).

Em relação ao relatório qualitativo, ele tem uma estrutura fixa, em que temos introdução, literatura e teoria, métodos, resultados e discussão (CRESWELL, 2008). Da mesma forma que os pesquisadores qualitativos, os quantitativistas possuem algumas suposições sobre a testagem dedutiva das teorias, sobre a criação de proteções contra vieses, sobre o controle de explicações alternativas e sobre sua capacidade para generalizar e para replicar os achados (STAKE, 2006).

Por fim, a pesquisa de métodos mistos se trata de uma abordagem de pesquisa que vai combinar as formas qualitativa e quantitativa (SAMPIERI;

COLLADO; LUCIO, 2012). Assim, ela possui suposições filosóficas que reforçam a utilização de abordagens qualitativas e quantitativas e a mistura das duas abordagens em um estudo.

Importante

Com isso, podemos inferir que se trata mais do que uma mera coleta e análise dos dois tipos de dados. Isso devido ao fato de que envolve também a utilização das duas abordagens em conjunto, de forma que a força geral da pesquisa seja maior do que a utilização isolada da pesquisa qualitativa ou quantitativa (CRESWELL, 2008).

2.2 Estratégias de pesquisa

Cabe ao pesquisador, não apenas eleger uma pesquisa qualitativa,

quantitativa ou de métodos mistos para realizar, mas deve decidir também sobre

qual o tipo de estudo dentro destas três escolhas (STAKE, 2006). Por definição,

a estratégia de pesquisa trata dos tipos de projetos que irão proporcionar um

(24)

23 direcionamento particular para os procedimentos metodológicos de um projeto de pesquisa (CRESWELL, 2008).

A disponibilidade de estratégias disponíveis para os pesquisadores aumentou substancialmente nos últimos trinta anos, sobretudo com o maior desenvolvimento da tecnologia da computação, que possibilitou um maior impulsionamento da análise dos dados (STAKE, 2006).

Além disso, também aumentou a capacidade de analisarmos modelos com maiores níveis de complexidade, em que os pesquisadores conseguem articular novos procedimentos para realização das pesquisas (SAMPIERI;

COLLADO; LUCIO, 2012).

2.3 Estratégia de pesquisa quantitativa

Agora vou falar para você sobre a estratégia quantitativa. Desde o final do século XIX, temos as pesquisas quantitativas relacionadas à concepção pós- positivista (STAKE, 2006). Nesta concepção, é muito comum a utilização de experimentos reais e os experimentos com menos nível de rigor (conhecidos como quase-experimentos), bem como os estudos de correlação e os experimentos de tema único (NEUMAN E MCCORMICK, 1995).

Pesquisa quantitativa

Fonte: https://www.abcdacomunicacao.com.br/wp-content/uploads/Pesquisas-1-

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(25)

24 No entanto, a partir da virada do século XXI, as pesquisas quantitativas têm utilizado experimentos complexos, com muitas variáveis e múltiplas técnicas de tratamentos dos dados (STAKE, 2006). A estratégia quantitativa também tem utilizado modelos de equação estrutural elaborados, que incorporam caminhos causais e a identificação da “força” coletiva de múltiplas variáveis (HAIR JR. et AL, 2006). A partir de agora, focarei em duas estratégias mais utilizadas em pesquisas quantitativas: levantamentos e experimentos.

Temos definido que a pesquisa de levantamento possibilita uma descrição numérica de tendências, atitudes ou opiniões em uma determinada população, utilizando-se de uma amostra para estudar essa população (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2012). Esse tipo de pesquisa vai incluir os chamados estudos transversais e longitudinais, que usam questionários para a realização da coleta de dados, buscando uma generalização estatística, partindo de uma amostra para toda a população (BABBIE, 1990).

Já a pesquisa experimental tem o objetivo de determinar se um tratamento específico influencia um resultado (STAKE, 2006). Essa influência será avaliada ao se proporcionar um tratamento específico a um grupo e negando a outro, para depois verificar como foram os resultados obtidos por ambos os grupos (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2012).

As pesquisas experimentais abrangem os experimentos verdadeiros, com a qualificação aleatória dos indivíduos para as condições de tratamento, bem como os quase-experimentos, que utilizam projetos não-aleatórios (KEPPEL, 1991).

Pesquise

Para entender melhor do que se trata uma pesquisa quantitativa, leia o artigo: Pesquisa Quantitativa em Finanças: Uma Análise das Técnicas Estatísticas Utilizadas por Artigos Científicos Publicados em Periódicos Qualificados no Triênio 2007 a 2009, disponível em:

https://periodicos.ufsm.br/reaufsm/article/download/5851/pd

f

(26)

25 2.3.1 Estratégias qualitativas

Em uma primeira análise, por não precisar tratar especificamente com variáveis numéricas, a pesquisa qualitativa foi tratada como uma estratégia mais simples e muito se discutia sobre a sua validade (de uma perspectiva positivista) enquanto estratégia de pesquisa.

No entanto, com a evolução das formas de tratamento e análise de dados, essa “fama” dos estudos qualitativos está caindo. Temos vários pesquisadores que estão dedicados a tratar dos vários tipos e disponibilizando procedimentos completos sobre abordagens de investigação qualitativa, que buscam a análise de significados (WOLCOTT, 2001; STAKE, 2006).

Temos autores que tratam sobre a prática de pesquisa dos pesquisadores que utilizam a análise de narrativa (CLANDININ; CONNELY, 2000), bem como o desenvolvimento de estratégias mais complexas, como a teoria fundamentada, também chamada de Grounded Theory (STRAUSS; CORBIN, 1998). Outras estratégias que valem ser mencionadas são os procedimentos etnográficos e os processos mais sistematizados de estudo de caso, propostos por Wolcott (1999) e Stake (1995), respectivamente.

A etnografia se configura em uma estratégia de pesquisa em que o pesquisador analisa um grupo cultural que esteja intacto em seu ambiente natural durante um período prolongado, em que a coleta de dados ocorre essencialmente por dados de observação e entrevistas (CRESWELL, 2008).

Este processo de pesquisa é mais flexível e se desenvolve de forma contextual, dando respostas para as realidades encontradas no campo de pesquisa (LECOMPTE; SCHENSUL, 1999).

Já a teoria fundamentada é uma estratégia em que o pesquisador vai elaborar uma teoria geral, mais abstrata, a partir de um processo, ação ou interação fundamentada nos pontos de vista dos participantes (CHARMAZ, 2006). Aqui temos a utilização de várias etapas de coleta de dados, bem como o refinamento e o relacionamento das categorias de informação (CHARMAZ, 2006; STRAUSS; CORBIN, 1998).

Temos também os estudos de caso, nos quais o pesquisador vai explorar

de forma aprofundada de um programa, um evento, uma atividade, um processo

de um ou mais indivíduos (YIN, 2006). Esses casos são relacionados de acordo

(27)

26 com o tempo e a atividade, o pesquisador vai realizar a coleta de informações detalhadas utilizando diversas técnicas de coleta de dados por período prolongado (STAKE, 2006).

Também temos a pesquisa narrativa, que se trata de uma estratégia de investigação na qual quem está pesquisando vai investigar as vidas dos indivíduos, se utilizando destes para fazerem relatos sobre suas histórias de vida (STAKE, 2006).

Em posse dessas informações, o pesquisador vai estabelecer uma cronologia da narrativa, de forma a recontar os eventos relatados (SAMPIERI;

COLLADO; LUCIO, 2012). Ao final do processo de pesquisa, a narrativa irá combinar as perspectivas sobre a vida do pesquisado, em conjunto com as impressões do pesquisador em uma narrativa colaborativa (CLANDININ;

CONNELY, 2000).

Pesquise

Para entender melhor do que se trata uma pesquisa qualitativa, leia o artigo: Ações de cooperação, aprendizagem e estratégias organizacionais em redes interorganizacionais: estudo nos arranjos produtivos locais (APL) de software do Paraná, disponível em:

http://www.periodicosibepes.org.br/index.php/recadm/article /download/2294/913

2.3.2 Estratégia de métodos mistos

Quando se fala das estratégias de métodos mistos, percebemos que elas não são tão conhecidas e utilizadas quanto as abordagens anteriores. A origem de se optar por utilizar métodos distintos se dá em 1959, quando Campbell e Fisk empregaram métodos múltiplos para investigar a validade de traços psicológicos (STAKE, 2006). Esses pesquisadores, em suas considerações metodológicas sobre a pesquisa realizada, buscaram incentivar outros em utilizar múltiplos métodos para investigar abordagens múltiplas em suas coletas de dados (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2012).

Esse incentivo incitou os pesquisadores a realizarem uma combinação de

métodos, com isso, foram associadas abordagens relativas aos métodos de

(28)

27 pesquisa de campo, tais como observações, entrevistas (característicos da pesquisa qualitativa) e levantamentos tradicionais (utilizados para levantamento de dados quantitativos).

Nessa abordagem, os dados qualitativos e quantitativos podem ser agrupados e os resultados utilizados concomitantemente, como forma de reforçar a validade um do outro (STAKE, 2006). Já quanto aos procedimentos, nos métodos mistos temos o que se chama de abordagem sequencial, em que o pesquisador busca elaborar ou expandir o que foi levantado por um método com a utilização do outro método (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2012).

Mas como isso pode ser feito? Bom, podemos iniciar a pesquisa com uma entrevista qualitativa, em que temos um objetivo mais exploratório do fenômeno analisado e dar continuidade com uma pesquisa de levantamento, tendo em vista uma maior possibilidade de generalização estatística dos resultados para a população analisada (STAKE, 2006; CRESWELL, 2008).

Além disso, há a possibilidade de iniciarmos a pesquisa com um método quantitativo, em que vamos testar uma determinada teoria ou conceito e continuar a pesquisa utilizando uma abordagem qualitativa, para podermos explorar detalhadamente alguns casos selecionados (SAMPIERI; COLLADO;

LUCIO, 2012).

Pesquise

Para entender melhor do que se trata uma pesquisa mista, leia o artigo: Abordagem Metodológica Qualitativo- Quantitativa em Pesquisas na Área de Administração, disponível em:

http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/7/enanpad200 3-epa-0249.pdf

2.4 Tipos de trabalhos científicos

Depois de sabermos sobre as abordagens de pesquisa, temos que

conhecer quais são os tipos de trabalhos científicos com os quais podemos nos

deparar ao longo de nossa trajetória acadêmica. Inicialmente, temos que saber

que a forma como os trabalhos científicos são compostos, de maneira geral,

(29)

28 apresentará uma estrutura semelhante, distintas somente em relação ao objetivo que se pretende atingir com o trabalho.

Por definição, trabalho científico trata das teses, dissertações e os trabalhos de conclusão de curso (ABNT, 2018). A seguir, serão apresentadas as definições formais sobre o que é cada um desses tipos de trabalho.

Tese: se trata de um documento que exibe o resultado de uma pesquisa em que o tema é único e bem limitado. Está sempre vinculada a um programa de doutoramento. “Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. É feita sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa à obtenção do título de doutor ou similar” (ABNT, 2018, p. 3);

Dissertação: se trata de um documento vinculado a um programa de mestrado, sempre orientado por um doutor e “que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações” (ABNT, 2018, p. 2);

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): esse é um documento que pode ter várias nomenclaturas e está relacionado à conclusão de cursos de graduação e especialização lato sensu. É o trabalho resultante de um estudo escolhido, obrigatoriamente relacionado ao curso que se está concluindo, sendo coordenado por um orientador.

Deve-se sempre frisar as diferenças que temos entre essas três

categorias de trabalhos. A diferença não está no procedimento metodológico

utilizado, mas no aprofundamento e maturidade da pesquisa, quando levamos

em conta fatores como o propósito, a abrangência e a originalidade (LUCKESI

et al, 1986).

(30)

29 2.5 Etapas de um trabalho científico

Agora vamos falar especificamente sobre as etapas que formam um trabalho científico. A primeira etapa é a introdução, que tem o objetivo de fazer as considerações preliminares sobre o trabalho para quem está lendo o texto, ou seja, devemos nos preocupar em situar o leitor em relação ao contexto pesquisado. Nesse momento, vamos informar ao leitor a contextualização sobre o tema e o problema de pesquisa, bem como a justificativa do trabalho.

Importante

A justificativa deve conter quais são as razões para a escolha do tema e do problema, ou seja, devemos mostrar para o leitor os porquês da realização da nossa pesquisa. Ainda na introdução, devemos expor quais são os objetivos da pesquisa, que se trata dos propósitos do estudo e para que estamos pesquisando determinado tema.

Após a introdução, temos o desenvolvimento do trabalho, que não se trata de um capítulo, mas de uma parte do trabalho, que é formado por diversos capítulos. Nesse tópico, temos todos os elementos textuais que vêm após a introdução e precedem a conclusão (VERGARA, 1997). Por isso, temos que avaliar a estrutura do trabalho dependendo de sua abordagem. Temos que verificar se é quantitativo ou qualitativo e se será teórico ou teórico-empírico.

Quando elaboramos um trabalho teórico, a sessão sobre o desenvolvimento da pesquisa vai apresentar toda a discussão e análise sobre o tema, respaldado por autores que já trataram o assunto em questão. Não há uma limitação quanto à quantidade de capítulos e eles serão escritos de acordo com a necessidade para responder à pergunta de pesquisa formulada.

Já quando o trabalho é do tipo do teórico-empírico, o desenvolvimento será constituído pelos capítulos que apresentam a base teórica, os procedimentos metodológicos utilizados para realização da pesquisa, a apresentação dos dados e, por fim, a discussão e análise dos resultados.

A base teórica refere-se ao capítulo do trabalho que objetiva a

apresentação, de forma aprofundada, de estudos e correntes teóricas já

(31)

30 elaboradas por outros pesquisadores e que vão reforçar os seus argumentos para responder à pergunta de pesquisa.

Importante

O escopo da sua base teórica vai depender da teoria que se pretende desenvolver e os fatos ou fenômenos que se pretende esclarecer. Lembrando que a base teórica deve estar relacionada sempre com os objetivos da pesquisa e o arcabouço epistemológico (que vimos na nossa primeira aula) que está seguindo.

As fontes de pesquisa teórica são, basicamente, livros, artigos publicados em periódicos e outros trabalhos acadêmicos (ROESCH, 1999). Lembrando sempre que as fontes de pesquisa devem ser científicas e, dessa forma, artigos publicados em sites de notícia, blogs, revistas não acadêmicas etc., não se constituem como fontes de pesquisa teórica.

A base teórica está presente em várias etapas de uma pesquisa e não somente na elaboração da proposta. Ela deve estar presente também durante a pesquisa e, invariavelmente, nas análises e discussões (ROESCH, 1999). Por isso, podemos inferir que a elaboração da base teórica vai acompanhar todo o processo de pesquisa.

Em relação aos procedimentos metodológicos (erroneamente chamado de metodologia de pesquisa, pois não estamos fazendo estudo sobre o método), ele deve ser descrito em detalhes sobre como foram realizadas as etapas de pesquisa.

Então, devemos falar sobre o tipo de abordagem que temos (teórica, teórica-empírica, qualitativa ou quantitativa), o tipo de estudo, bem como a população e a amostra pesquisada. Não devemos esquecer de detalhar quais foram as variáveis (no caso de trabalho quantitativo) ou categorias de análise (para trabalhos qualitativos) do nosso estudo e, também, quais foram as técnicas de coleta e análise de dados escolhidas.

Também temos que discorrer sobre a descrição, a análise, a discussão

e a interpretação dos resultados. Esta é uma parte do trabalho em que

devemos retomar o nosso problema de pesquisa, realizando a análise e

discussão de acordo com a base teórica que escolhemos.

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31 Em estudos teóricos, essa etapa do trabalho tem como objetivo “explicar, discutir, criticar e demonstrar a pertinência desses conhecimentos e teorias no esclarecimento, solução ou explicação do problema proposto” (KÖCHE, 1997, p.

146). Já em trabalhos do tipo teórico-empírico, nesta etapa vamos apresentar qual foi a realidade encontrada com a interpretação dos dados (VERGARA, 1997).

Aqui, podemos utilizar de recursos visuais para facilitar o entendimento do leitor sobre as explicações que estamos fazendo, podendo utilizar gráficos, tabelas, figuras, trechos de depoimentos e falas, sempre de acordo com a abordagem da pesquisa.

A última etapa da pesquisa é a conclusão, que vai ser consequência de toda a nossa discussão e análise em relação ao tema de pesquisa e o problema proposto. Dessa forma, vale ressaltar que “só se pode concluir sobre aquilo que se discutiu, logo, tudo o que você apresentar na conclusão deverá ter sido discutido anteriormente” (VERGARA, 1997, p. 78).

Conclusão da aula 2

Chegamos ao final de mais uma aula. Como principal dica de escrita desse capítulo, sempre coloco que devemos iniciar a conclusão realizando um resgate do nosso tema e do problema de pesquisa que direcionou a realização do trabalho. Em seguida, vamos realizar uma síntese do que discutimos para, enfim, podermos estabelecer algumas conclusões sobre o tema. É interessante também que você inclua algumas sugestões para pesquisas futuras, que possam reforçar o seu argumento futuramente e possibilitar maior desenvolvimento da teoria.

Atividade de Aprendizagem

Pesquise na internet exemplos de trabalhos realizados com

as abordagens quantitativa, qualitativa e mista. Analise as

principais distinções entre essas abordagens.

(33)

32 Aula 3 – O planejamento da pesquisa científica

Apresentação da aula 3

Olá, aluno. Nesta aula poderemos observar que a escolha do tema é o primeiro passo no planejamento da pesquisa, mas não o mais fácil. A dificuldade está em escolher um tema dentre os vários existentes que necessitam de pesquisa. Um assunto que necessite de melhores definições, melhor precisão e clareza pode ser um bom tema de pesquisa. Selecionar um tema equivale a eliminar aqueles que, por uma razão plausível, devem ser evitados e fixar-se naquele que merece prioridade (CERVO, BEVIAN, DA SILVA, 2012). Nesse sentido, é indispensável manter a preocupação com o tema, consultar bibliografia compatível, justificar o tema escolhido, compatibilizando com os problemas formulados.

Mas o que é um tema de uma pesquisa? Trata-se de um recorte que o pesquisador faz do seu objeto (GOLDENBERG, 2007). É do que tratará ou versará o texto/trabalho (SEVERINO, 2002). De acordo com o dicionário Michaelis (1998), a pesquisa se trata de: “(1) Assunto de que se vai tratar num discurso. (2) Matéria de um trabalho literário, científico ou artístico”.

As definições de tema em pesquisa científica não são exatamente precisas ao não deixarem claro o que é tema, sendo, portanto, mais adequado expor seu papel no trabalho científico e como se define um pesquisador por um determinado tema. Algumas técnicas especiais são sugeridas para facilitar a escolha do tema. O importante é não realizar a escolha sem critérios, pois eles servem de guia metodológico, orientando o estudante em direção ao estudo prioritário.

3.1 Tema de pesquisa

Primeiramente, deve-se delimitar o campo de estudo, dentro da respectiva

ciência de que trata o trabalho científico. A formulação de questões de pesquisa

pode se basear em razões intelectuais ou práticas (CERVO, BEVIAN, DA SILVA,

2012). As razões intelectuais são baseadas no desejo de conhecer ou

(34)

33 compreender um assunto específico e as razões práticas são baseadas no desejo de conhecer para realizar algo melhor ou de maneira mais eficiente.

O tema pode surgir de um interesse particular ou profissional, de algum estudo ou leitura e deve corresponder ao gosto do pesquisador, além de proporcionar experiências de valor e contribuir para o progresso da ciência.

Deve-se levar em conta o material bibliográfico, que deve ser suficiente e estar disponível.

Dentre os critérios para a escolha do tema, observam-se a viabilidade, operacionalidade, relevância, oportunidade e novidade. Pode-se dizer que um tema é importante se estiver ligado a uma questão teórica que vem merecendo atenção continuada na literatura especializada (CASTRO, 2006). O mais importante é o tema que, mais cedo ou mais tarde, vai desembocar em consequências teóricas ou práticas que afetem diretamente o bem-estar da sociedade.

Importante

Quanto à originalidade, é possível dizer que um tema original é aquele cujos resultados têm o potencial para surpreender e o fato de não ter sido verificado anteriormente, não confere necessariamente originalidade a um tema. O terceiro critério, não menos importante, é o da viabilidade, este é o conceito mais tangível, ou seja, o veredicto de inviabilidade é mais fácil de ser atingido com confiança, em contraste com os critérios de importância e originalidade.

As variáveis que interferem no nível de viabilidade de um tema são:

prazos, recursos financeiros, competência do pesquisador, disponibilidade potencial de informações, o estado da teorização a respeito e o apoio do orientador. Definido o tema de interesse no desenvolvimento de um projeto de pesquisa, passa-se à identificação de um possível problema de pesquisa.

3.2 Problema de pesquisa

Em um processo de investigação social, a primeira tarefa é identificar qual

o problema a ser pesquisado. Tal escolha irá conduzir todas as indagações

(35)

34 seguintes. A formulação de um problema de pesquisa não é tarefa das mais fáceis. Alguns autores citam que um meio de formular um problema é começar com uma pergunta formulada de maneira provisória, ou seja, uma pergunta de partida, que poderá mudar de perspectiva ao longo do caminho.

Importante

Em se tratando de conhecimento científico, problema é qualquer questão não esclarecida e que se torna objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento.

Primeiramente, devemos nos atentar ao que não é problema de cunho científico. Exemplificando, o autor apresenta a seguinte expressão: como fazer para melhorar os transportes urbanos? O que pode ser feito para se conseguir melhor distribuição de renda? (KERLINGER, 1980).

Tais problemas não podem ser pesquisados segundo métodos científicos, pelo menos sob a forma como são propostos (KERLINGER, 1980; STAKE, 2006). A pesquisa científica não pode dar respostas a questões de “engenharia”

e de valor, porque sua correção ou incorreção não é passível de verificação empírica (CRESWELL, 2008; GIL, 2008), ou seja, um problema é testável cientificamente quando envolve variáveis que podem ser observadas ou manipuladas. Alguns exemplos são citados pelo autor, como: em que medida a escolaridade influencia a preferência político-partidária? A desnutrição contribui para o rebaixamento intelectual? Para o autor, tais problemas envolvem variáveis suscetíveis de observação ou de manipulação.

Outro fator importante é a relevância do tema a ser estudado. Um problema será relevante em termos científicos à medida que conduzir à obtenção de novos conhecimentos (CRESWELL, 2008; GIL, 2008). Não há regras rígidas para a formulação do problema de pesquisa, porém, algumas recomendações baseadas em experiências de pesquisadores facilitam a formulação, sendo que o problema de pesquisa deve (GIL, 2008):

a) Ser formulado com uma pergunta;

b) Ser delimitado a uma dimensão viável;

c) Ter clareza nos termos;

(36)

35 d) Ser preciso, deve ter os limites definidos;

e) Apresentar referências empíricas;

f) Conduzir a uma pesquisa factível;

g) Ser ético.

3.3 Objetivos da pesquisa

Os objetivos, geral e específicos, expressam a finalidade de um trabalho e a meta que se pretende atingir ao final da pesquisa. Uma declaração de objetivo estabelece a intenção de todo o estudo da pesquisa. É a declaração mais importante de todo o estudo e precisa ser apresentada de maneira clara e específica. A partir daí, seguem-se todos os outros aspectos da pesquisa.

Nos artigos de periódico, os pesquisadores escrevem a declaração de objetivo nas introduções; nas dissertações e nas propostas de dissertação, com frequência aparece como uma seção à parte (CRESWELL, 2008).

A declaração de objetivo indica “por que você quer fazer o estudo e o que pretende atingir” (LOCKE et al, 2007, p.9). Infelizmente, os textos de redação de proposta dão pouca atenção à declaração de objetivo e aqueles que escrevem sobre o método com frequência a incorporam nas discussões sobre outros tópicos, como a especificação das questões ou hipóteses de pesquisa (CRESWELL, 2010).

Podemos nos referir a essas questões dentro do contexto da questão e do objetivo da pesquisa. Outros autores a estruturam como um aspecto do problema de pesquisa (CASTETTER; HEISLER, 1977; WILKINSON, 1991). No entanto, um exame atento de suas discussões indica que ambos se referem à declaração de propósito como a ideia central e dominante do estudo (CRESWELL, 2008).

Essa passagem é chamada de declaração de objetivo, por comunicar a intenção geral de um estudo proposto em uma sentença ou várias sentenças (CRESWELL, 2008). Nas propostas, os pesquisadores precisam distinguir claramente entre a declaração de objetivo, o problema de pesquisa e as questões de pesquisa (STAKE, 2006; CRESWELL, 2008).

A declaração de objetivo apresenta a intenção do estudo, não o problema

ou a questão que conduz à necessidade do estudo. O objetivo também não se

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36 refere às questões de pesquisa, aquelas questões que a coleta de dados vai tentar responder (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2012), em vez disso, a declaração de objetivo apresenta os objetivos, a intenção ou as principais ideias de uma proposta ou estudo. Essa ideia cria uma necessidade (o problema) e será refinada em questões específicas (STAKE, 2006).

Importante

A pesquisa científica só atinge seu objetivo se “todas suas fases, por mais difíceis e demoradas que sejam, forem vencidas e os pesquisados puderem dar uma resposta ao problema formulado” (FACHIN, 2001, p. 113). Assim, o objetivo consiste em resolver o problema formulado comprovando ou não a hipótese ou desenvolvendo a tese do estudo (SAMPIERI;

COLLADO; LUCIO, 2012).

Os objetivos gerais indicam a dimensão mais ampla do problema, contextualizado no tema (BATISTA, 2008). Os objetivos específicos são a particularidade da pesquisa, o que será estudado em profundidade, sempre conectado ao objetivo geral. Ambos devem ser redigidos na forma infinitiva do verbo que o indica.

Dessa forma, podemos dizer que o objetivo geral irá determinar o que se pretende realizar para obter respostas ao problema proposto, de um ponto de vista geral (DIEHL, 2004). Enquanto os objetivos específicos irão determinar os aspectos a serem estudados, necessários ao alcance do objetivo geral, é a definição daquilo que pode ser cobrado ao final do trabalho (verificável), são objetivos intermediários e instrumentais que, em um âmbito mais concreto, permitem atingir o objetivo geral.

3.4 Variáveis e categorias analíticas

O termo “variável” talvez seja o mais usado na linguagem da ciência

comportamental e pode ser definido como um constructo, isto é, um conceito

com significado especificado “construído”, dado por um pesquisador ou ainda ser

um nome ou símbolo ao qual se atribuem valores (KERLINGER, 1996).

(38)

37 Reforçando a definição, podemos dizer que as variáveis são características observáveis de algo que pode apresentar diferentes valores (TRIVIÑOS, 1987).

Em uma pesquisa, a variável independente é o antecedente, já a variável dependente é o consequente, ou seja, a variável independente é uma variável que se supõe influenciar outra variável, no caso a dependente, e a variável interveniente é a que estabelece a relação entre as duas variáveis (KERLINGER, 1996).

Além disso, variáveis independentes são variáveis que “provavelmente”

causam, influenciam ou afetam resultados e variáveis dependentes são variáveis que dependem das variáveis independentes, ou seja, são os resultados da influência das variáveis independentes e a variável interveniente é que vai mediar a influência de uma sobre a outra (CRESWELL, 2008).

Com isso, podemos colocar que as variáveis podem ser diferenciadas de duas formas (STAKE, 2006; CREWELL, 2008): 1) ordem temporal: em que uma variável procede a outra no tempo, uma variável afeta ou causa outra variável/provável; 2) mensuração: observação do fenômeno. Na sequência, podemos verificar com mais detalhes a conceitualização de cada tipo de variável colocada anteriormente (CRESWELL, 2008):

a) Variáveis independentes: são aquelas que (provavelmente) causam, influenciam ou afetam os resultados. Elas também são chamadas de variáveis de tratamento, manipuladas, antecedentes ou previsoras;

b) Variáveis dependentes: são aquelas que dependem das variáveis independentes; elas são resultado ou os resultados da influência das variáveis independentes. Outros nomes para variáveis dependentes são variáveis de critério, de resultado e efeito;

c) Variáveis intervenientes ou mediadoras: ficam entre as

variáveis independentes e dependentes e medeiam os efeitos

da variável independente sobre a variável dependente. Para

exemplificar, podemos usar o seguinte exemplo: se alunos vão

bem em um teste (variável dependente), o resultado pode ser

devido ao preparo com estudo (variável independente) ou à

Referências

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