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5. ESTUDO DE CASO

5.3 O PROJETO A SER UTILIZADO COMO MODELO

Apesar de estar quase na etapa de apresentação do protótipo ainda não foi abordado como a Realidade Virtual pode contribuir como ferramenta de representação para o projeto de Sinalização no contexto de um Ambiente Virtual de Aprendizagem em Arquitetura e Design. Para responder essa pergunta será apresentada a construção do modelo a ser utilizado no NUVEC e com isso aproveitar o tópico para explicar como tal técnica pode auxiliar nos projetos de sinalização.

O projeto a ser utilizado como modelo no ambiente tridimensional do NUVEC de Sinalização (que será apresentado a seguir) é a sinalização da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolvida pela Agecom (Agência de Comunicação da UFSC). Alguns motivos justificam a escolha do projeto de sinalização da UFSC para o desenvolvimento do trabalho:

• projeto recente (iniciado no ano de 2006) – logo foi possível avaliar o processo de desenvolvimento de projeto atual de sinalização;

• sinalização externa de grande porte – placas de sinalização de grande porte são difíceis de serem projetadas pela dificuldade de visualização do projeto em sua fase de desenvolvimento;

• fácil acesso à universidade por parte do pesquisador – facilidade em conseguir imagens e visitação ao ambiente de estudo;

• facilidade de acesso à Agecom – por estar localizada no próprio campus universitário, resultou na facilidade de pesquisa do processo de trabalho da equipe que desenvolveu o projeto;

• o local de estudo é uma universidade pública federal – portando é um projeto que deve atender aos diversos tipos de usuários, por estar aberta não apenas aos alunos e professores, mas também a toda comunidade e seus visitantes. Diversos tipos de usuários requerem uma gama maior de informações a serem disponibilizadas nas placas.

Retornando às etapas de desenvolvimento de um projeto de sinalização, após a definição do briefing na reunião inicial com o cliente, chega a hora de uma nova reunião para a apresentação da proposta. Se tudo correr bem na reunião, a proposta será aceita. A seguir a imagem do layout (figura 28) proposto para os totens de sinalização da UFSC. Segundo o

livro “O valor do design”36 a palavra layout denomina um instrumento de depuração do próprio projeto e, quando destinado ao cliente, deve simular, da melhor forma possível, o produto final.

Figura 28: Layout criado para as placas dos totens de sinalização37.

No caso específico da sinalização da universidade, a Agecom, diferente das duas ou três opções que os escritórios de design geralmente apresentam, decidiu apresentar apenas uma proposta para não criar confusão e incertezas ao cliente.

Retomando os passos de desenvolvimento de um projeto de sinalização, apresentados no capítulo 2, fica claro que nem todos eles estão sendo mostrados neste estudo de caso. O objetivo do trabalho não é analisar a sinalização criada para a UFSC, mas sim utilizá-la como exemplo para demonstrar em quais etapas a técnica de RV pode auxiliar no desenvolvimento de um projeto. Portanto, não serão mostrados todos os passos do projeto, apenas os que tiverem relação com o processo de representação.

Anteriormente, no capítulo sobre representação, foi visto que a importância do desenho (tanto na arquitetura, quanto no design) justifica-se por ilustrar e comunicar a proposta de projeto que está sendo apresentada e, nas etapas futuras, o desenho será utilizado por diferentes profissionais para a execução do projeto. Ao longo do trabalho foi reforçado que uma boa representação tridimensional é um forte instrumento para auxiliar a compreensão

36 O valor do design: guia ADG Brasil de prática profissional do designer gráfico. São Paulo: Editora SENAC

São Paulo; ADG Brasil Associação dos Designers Gráficos, 2003.

espacial já que, ao contrário de arquitetos e engenheiros, nem todas as pessoas possuem facilidade em entender os espaços a partir de desenhos representados bidimensionalmente. A figura 29 demonstra o projeto de totem de sinalização da UFSC representado bidimensionalmente.

Figura 29: Projeto de totem de sinalização representado bidimensionalmente38.

De acordo com a figura 29, fica claro de que para quem não possui o conhecimento necessário, algumas formas de representação simplesmente não demonstram sua tridimensionalidade. Apesar de a imagem conter todas as medidas necessárias para a construção da placa, elas podem ser insuficientes para o usuário leigo ter uma idéia de tamanho e de como o totem vai se comportar no espaço. Mesmo com referências da figura humana ao lado das placas como na figura 30, o usuário pode ainda ter dúvidas quanto à sua relação espacial.

Figura 30: Uso da figura humana para representação de escala39.

Foi abordado que na arquitetura, além das representações bidimensionais, é muito comum o uso de maquetes. No capítulo sobre representação, foi colocado que as maquetes (sejam elas manuais ou digitais) ampliam a percepção limitada das representações bidimensionais. Sua tridimensionalidade concede liberdade de avaliação do ambiente diferentemente dos desenhos que oferecem pontos de vista limitados. Contudo, por serem feitas em escala, as maquetes ainda não transmitem a noção espacial real do objeto ou do ambiente a ser apresentado. As maquetes eletrônicas, diferente da possível limitação das maquetes manuais, ainda podem utilizar câmeras para observar diferentes pontos do ambiente, entretanto ainda não permite a interação por parte do usuário. A seguir uma imagem tridimensional (figura 31) produzida pela Agecom para demonstrar a utilização do totem.

Figura 31: Representação tridimensional do totem de sinalização40.

39 Fonte: Revista Design Gráfico, n. 62.

Claro que uma representação tridimensional ajuda a compreender a forma do totem, especialmente para os usuários que ainda não tinham conseguido visualizá-las através das duas vistas bidimensionais. Mas no caso de projetos de sinalização, a falta de noção da escala real pode impossibilitar as análises de legibilidade seja pelo tamanho das letras, pela altura da placa, entre outros fatores. Na etapa de estudo ou da apresentação do projeto, ao invés de plantas e desenhos esquemáticos, a técnica de RV permite que os projetistas ou o cliente caminhem pelo ambiente simulado com a proposta de sinalização já aplicada.

Para demonstrar como a introdução da técnica de realidade virtual pode auxiliar o processo metodológico de projetação de sinalização, serão apresentados os passos de sua criação e sua possível inclusão nas etapas de um projeto de sinalização.

5.4 RV COMO TÉCNICA DE REPRESENTAÇÃO EM PROJETOS DE SINALIZAÇÃO