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5. ESTUDO DE CASO

5.5 O NUVEC DE SINALIZA Ç ÃO

5.5.5 Testagem do protótipo

Para a testagem do protótipo foi desenvolvida uma oficina gratuita de sinalização realizada no período entre 15 de agosto a 5 de setembro de 2007. O objetivo da oficina consistiu em demonstrar o uso da Realidade Virtual como ferramenta de representação em projetos de sinalização através do NUVEC de Sinalização do AVA-AD.

A turma foi inicialmente planejada para um total de 20 pessoas. Inicialmente foi organizada uma aula inaugural para a apresentação da oficina e sua estrutura de

funcionamento. Entretanto o baixo número de inscritos reestruturou a oficina abrindo as vagas aos usuários de diferentes localidades que acompanhariam na modalidade à distância. Acredita-se que os fatores a seguir contribuíram para o baixo número de inscrições:

• divulgação da oficina limitada aos alunos do curso de Arquitetura e Design Gráfico da Universidade Federal de Santa Catarina;

• divulgação tardia de cartazes promovendo a oficina e em um período conturbado onde a UFSC estava passando por um momento de greve, e os que não tinham aderido a mesma estavam em período de férias (julho de 2007);

• decisão tardia de incluir alunos exclusivamente na modalidade à distância;

• longa duração da oficina (4 semanas) e especula-se também certa resistência dos alunos quanto a modalidade à distância da oficina.

Contudo, mesmo com um número reduzido de alunos (10 inscritos no total), a oficina teve o seu início e foi conduzida pelas semanas seguintes. Mas apesar de contar com um pequeno grupo de inscritos, os mesmos foram abandonando pouco a pouco a oficina a ponto de não concluir todas as atividades planejadas. Em uma análise geral são apontadas algumas falhas que devem ter contribuído para o ocorrido, algumas delas semelhantes aos problemas enfrentados na etapa de inscrição:

• resistência dos alunos a modalidade à distância da oficina;

• descaso por não possuir um local e horário fixo para a execução da oficina;

• a gratuidade e não emissão de um certificado pode ter criado um senso de descomprometimento quanto à permanência dos alunos do início ao fim de todas as atividades propostas;

• falhas na implementação de algumas ferramentas do ambiente virtual para auxiliar alguns tópicos da oficina gerando o atraso da inclusão de certas atividades.

Portanto a oficina não foi realizada em sua totalidade e dessa forma ela se mostrou insuficiente para poder analisar o protótipo e poder concluir, a partir da opinião dos alunos, se a realidade virtual pode vir a ser (ou não) uma importante ferramenta de representação em projetos de sinalização.

5.6 CONCLUSÕES

Devido aos avanços da tecnologia e das técnicas de comunicação, houveram muitas mudanças nas maneiras de ensinar e aprender. Assim como os métodos de representação se adaptaram a esse novo panorama, algo similar aconteceu com o ensino.

Com a chegada da Internet, entre outras tecnologias, foram muitas as facilidades na disseminação de informações e consequentemente do conhecimento. Aliás, qualquer usuário de qualquer ponto pode não apenas trocar informações como também reconstruir significados, rearticular idéias tanto individualmente quanto coletivamente e partilhar esse conteúdo com outros usuários da rede.

Diferente dos avanços do ensino online, o uso da realidade virtual aplicada à educação ainda está no início de sua caminhada. Mesmo assim já parece haver um consenso sobre sua importância no auxílio do aprendizado. As pesquisas ainda procuram o modo que isso deve ser feito, assim como seus prós e contras.

Enquanto isso, os ambientes virtuais de aprendizagem se consagram como uma ferramenta de convergência de mídias, conteúdos hipertextuais e interativos. Entretanto, apesar de todas essas características, muitos AVA ainda baseiam-se em um formato linear de ensino com um único pólo emissor de mensagens e quase nenhuma interatividade.

Ao confrontar com as características dos AVA percebe-se que falta o trabalho colaborativo, participação online, além do conteúdo fluído e dinâmico. Buscando reverter esse quadro, o Ambiente Virtual de Aprendizagem em Arquitetura e Design da UFSC tem como objetivo estruturar em termos pedagógicos e tecnológicos um ambiente virtual de aprendizagem online que atenda as especificidades da área gráfico-visual (ao contrário de alguns AVA cuja estrutura se baseiam sobretudo na linguagem escrita).

A principal estratégia pedagógica adotada pelo AVA-AD consiste na aprendizagem a partir da resolução de problemas. Os problemas atuam como catalisadores de conteúdos, gerando a troca de idéias e argumentos entre os membros da equipe na busca de uma solução, transformando as informações recebidas em conhecimento científico.

Além do eixo de aprendizagem baseada na resolução de problemas (ABP), o AVA-AD também conta com o eixo do potencial das tecnologias da informação e comunicação (TIC) e o eixo da teoria dos conteúdos específicos de cada área (TC)

Utilizando alguns passos do desenvolvimento do projeto, o capítulo abordou o uso da Realidade Virtual como técnica de representação em projetos de sinalização utilizando o projeto de sinalização da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolvido pela Agecom (Agência de Comunicação da UFSC) como modelo.

A importância do desenho seja na arquitetura ou no design é mais do que reconhecida, pois graças a ele que o projeto é apresentado ao cliente e posteriormente levado como referência a outros profissionais para sua execução. Mas como foi colocado nos capítulos anteriores, a representação tridimensional é um excelente recurso para a compreensão espacial. Diferentes

de arquitetos e engenheiros, habituados com as plantas técnicas, as representações bidimensionais das vistas não transmitem a idéia de tamanho ou como o projeto vai se comportar no espaço para os usuários leigos.

Com a ajuda do programa SketchUp foram realizadas modelagens tridimensionais do totem de sinalização direcional e do portal de acesso, assim como os ambientes os quais eles foram inseridos. Com a etapa de modelagem concluída foram apresentadas diversas formas de acabamento visual dos modelos. O programa também permite, através de uma de suas ferramentas, transformar o usuário em um avatar e colocá-lo para dentro da cena observando o ambiente modelado. Além disso, o avatar se desloca pelo projeto virtual, podendo até mudar a direção do seu olhar. Desta maneira o SketchUp possibilita realizar uma experiência não-imersiva através da tecnologia de realidade virtual.

Na segunda parte deste capítulo foi apresentada a criação do NUVEC de Sinalização que está sendo desenvolvido no Ambiente Virtual de Aprendizagem em Arquitetura e Design (AVA-AD). O princípio do NUVEC de Sinalização é ter um espaço dentro de um AVA que pode ser acessado pela Internet onde se encontram teorias, experimentos e discussões a respeito de projetos de sinalização. O NUVEC busca explorar o relacionamento dos usuários através do AVA-AD de modo que eles se socializem na resolução dos exercícios. Dentre as ferramentas do eixo de comunicação existe uma chamada ambiente gráfico colaborativo 3D onde serão disponibilizados arquivos em VRML. A realidade virtual visa contribuir nos exercícios colaborativos, onde os aprendizes discutem a execução ou mesmo a funcionalidade de um projeto de sinalização ainda na sua etapa de desenvolvimento.