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Projetos e leis do pastor Luis Jorge

CAPÍTULO III – Um homem de Deus na Câmara mariliense

3.10 Projetos e leis do pastor Luis Jorge

E para garantir a reeleição, Luis Jorge apresentou inúmeros requerimentos e projetos de lei que foram aprovados e transformados em leis. Em consulta ao site da Câmara de Marília (www.camar.sp.gov.br) é possível observar que os projetos e requerimentos do pastor se referem a assuntos comuns do cotidiano da cidade como iluminação pública, limpeza de ruas, instalação de telefones públicos, instalação de pontos de ônibus, policiamento em bairros entre outros temas que envolvem a administração de qualquer cidade.

O pastor também participou de comissões internas da Câmara como presidente da comissão de finanças, orçamento e servidor público entre 2001 e 2002 e ainda como suplente na comissão de ecologia e meio ambiente no mesmo período. No biênio 2003/2004, Luis Jorge foi membro da comissão de finanças, orçamento e servidor público que passou a ser presidida por Amadeu de Brito (PMDB) e continuou como suplente na comissão de ecologia e meio ambiente.

Estão disponíveis também no site informações básicas sobre os projetos e leis propostas pelo pastor e especificamente sobre religião, pode-se consultar o projeto 172/2002 transformado em lei 5.421/2003 que trata de desconto de 50% da tarifa mínima de utilização de água e esgoto para os imóveis dos templos de qualquer culto, de entidades de assistência social, ainda que o imóvel onde os mesmos estejam instalados sejam alugados.

O projeto de Lei Complementar 7/2003 que concedeu isenção de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) aos templos, instituições de assistência social e outros.

Em 2004, o pastor apresentou ainda um projeto, aprovado pelos vereadores, para isentar crianças de até 10 anos do pagamento de passagem nos ônibus municipais do transporte coletivo urbano e a lei 5.661/2004 não chegou a entrar em vigor na época, uma vez que a empresa de ônibus responsável pelo serviço, conseguiu uma liminar na Justiça para o não cumprimento, mas segundo ele mesmo relatou, a liminar foi cassada, portanto, a lei deveria estar vigorando.

Além do site, tivemos acesso a cópias de leis e projetos apresentados pelo pastor e em análise do material fornecido pela Câmara, com autorização do atual presidente, Herval Seabra (PMDB), verificamos que em 2002, segundo ano de mandato, Luis Jorge teve apenas dois projetos transformados em leis, os quais estão ligados direta ou indiretamente a sua atividade religiosa, que são: a lei 5.207 que considera a ABC de utilidade pública; a lei 5.404 que trata da visita de religiosos a hospitais, já o projeto 533/2003 em que solicita transporte coletivo gratuito a ministros religiosos, não foi aprovado.

Além da religião, o pastor apresentou projetos em sua maioria, ligados à educação e saúde e depois ligados a temas como habitação, transporte, datas e sobre a defesa da moral, assim como fez a bancada evangélica na Constituinte e apresentou as leis 6.162 e 6.163 que tratam da exposição de revistas e cartazes pornográficos em bancas de jornal.07 Com relação a leis sobre datas comemorativas encontramos a lei 5.676 do Dia da Dona de Casa, a lei 5.687 do Dia Mundial pela Defesa da Cidadania e a lei 5.691 que criou o Dia do Presidente de Bairro.

Leis sobre educação e saúde foram a maioria das leis aprovadas, conforme apontado anteriormente. Em 2001 Luis Jorge teve aprovadas três leis ligadas à educação: a lei 5.034 sobre educação sexual, a lei 5.518 que trata de auxílio a

07

A bancada evangélica na Constituinte trabalhou pela defesa da família e não aprovação de leis ligadas a pornografia, casamento homossexual, legalização do aborto, etc.

estudantes carentes e a lei 5.269 que veda ao empregador criar obstáculos ao empregado que freqüentar a escola.

Especificamente sobre este projeto, o jornal Folha Universal de 15 de junho de 2003, na coluna Palanque, página 5-B, trouxe uma nota sobre o projeto do pastor e no texto, explica que os empregadores costumam criar obstáculos e usar de formas sutis para impedir que o empregado freqüente a escola, principalmente quando há a necessidade de extensão do horário de trabalho, ou seja, mais de oito horas diárias. Em 2003, mais três leis ligadas à educação foram aprovadas: lei 5.846 sobre paternidade responsável, planejamento familiar, lei 5.783 sobre vagas para crianças especiais nas creches e a lei 6.118 que trata de cursos de formação familiar e em 2004, último ano do mandato de Luis Jorge, foram aprovadas duas leis sobre educação: lei 5.205 sobre Semana de alerta a incêndios e a lei 5049 que criou Semana da Família.

Outro tema presente nas leis de sua autoria foi a saúde, quando em 2003, quatro foram aprovadas: a lei 5.959 que trata do atendimento especializado a pessoas carentes, a lei 6.084 sobre a proteção para crianças com Aids, a lei 6.192 sobre casas para portadores de HIV e doentes renais crônicos e ainda a lei 6.161 sobre a identificação de mães e recém-nascidos.

No último ano de mandato, dois projetos foram transformados em lei: a número 5.464 que priorizava o atendimento nos postos de saúde para idosos e crianças e a lei 5.867 sobre a campanha de conscientização contra a dengue. Os direitos do consumidor também aparecem nas leis propostas pelo pastor, como a lei 5.804 que criou a disciplina escolar Direitos do Consumidor, a lei 5.735 que obrigou os postos de combustíveis a explicitar taxas de juros nas vendas a prazo, a lei 5.642 em que os supermercados foram obrigados a afixar os preços da cesta básica e

ainda lei 6.160 sobre o oferecimento de informação ao consumidor da redução de juros para pagamento antecipado.

Em entrevista concedida em seu gabinete, dia 23 de novembro de 2004, Luis Jorge revela que nos quatro anos de mandato, apresentou mais de 100 projetos e destes, cerca de 50 foram aprovados e transformados em leis. Através de cópias fornecidas pela Câmara, foi possível identificar 51 projetos aprovados: 02 em 2001, 03 em 2002, 14 em 2003 e 32 em 2004, último ano de seu mandato, percebemos um aumento significativo do número de leis aprovadas se comparado aos dois primeiros anos em que atuou como vereador. Os projetos não aprovados foram: 02 em 2001, 03 em 2002, 13 em 2003 e 27 em 2004. Citou ainda o projeto de isenção de passagem para crianças de até 10anos, como sendo um dos mais importantes de sua gestão.

Segundo ele, o projeto atende a necessidade das crianças no acesso a escolas, biblioteca, igreja e revelou ainda que alguns pais deixam seus filhos em casa por não terem como pagar passagem. Em casa, argumentou que as crianças estão sujeitas a riscos como acidentes domésticos ou assaltos. Destacou ainda o Projeto de Lei número 39/2001 transformado em Lei número 5.034/2001 que implanta na grade curricular das escolas da rede municipal orientação sexual, para crianças de 7 a 10 anos. O pastor acredita que a orientação adequada pode servir de base para uma vida sexual sadia, de forma correta, não brutal. Segundo ele, a orientação deve ser abordada na escola e em casa.

No ano de 2004, a Prefeitura enviou projeto à Câmara para autorização de verba à ABC que recebia R$ 1.500,00 mensais para o desenvolvimento dos seus objetivos sociais, conforme lei 5.774/2004.

O pastor é responsável também pela lei 5.846/2004 que trata de programa de incentivo à paternidade responsável, planejamento familiar, regulação de fertilidade e liberdade individual de concepção da mulher. Além dos projetos, foi autor de inúmeros requerimentos e entre os destacados por ele, durante entrevista, estão: requerimento para que a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) instalasse escritório de atendimento à população no centro da cidade, pedido ao Banco Santander Banespa para a ampliação do número de caixas eletrônicos na agência central, destacou ainda a sua participação como presidente da comissão de vereadores que foi a São Paulo, pedir a duplicação da rodovia SP 294 (Comandante João Ribeiro de Barros) no trecho entre Marília e Bauru, segundo ele, foram recebidos pelo secretário estadual de transportes e pelo governador. Acredita, portanto que graças ao trabalho da comissão, os recursos foram liberados e o primeiro trecho da duplicação, que vai de Marília a Garça, já foi concluído.

3.11 A relação do pastor com seus eleitores, comunidade evangélica e