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6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS

Pelas tabelas classificatórias abordadas no Capítulo 3, percebeu-se que as estruturas são divididas, em sua maioria, devido à sua finalidade e subdivididas em alguns casos por sua ocupação. Portanto, através da metodologia descrita no capítulo anterior e da análise de normas, criou-se uma proposta de classificação das estruturas com o intuito de auxiliar os projetistas a escolher se deve, ou não, incluir a verificação quanto ao estado limite último de colapso progressivo na fase de projeto e dimensionamento da estrutura.

Na primeira fase da elaboração dessa classificação dividiu-se as estruturas em 3 diferentes categorias segundo a ocupação e porte da edificação e atribuiu-se para cada uma a observação da necessidade da consideração do colapso progressivo e que tipo de método poderia ser aplicado a cada categoria, conforme mostra o Quadro 5.

O grupo I contempla as edificações com menor risco de ruptura de um elemento essencial e que geralmente tem uma configuração idealizada para uma evacuação rápida e eficiente. Já no grupo II estão as edificações que tem estrutura com maior risco de sofrer colapso progressivo, com maior ocupação e em que a evacuação do local é mais complexa quando comparadas às estruturas do grupo anterior. No grupo III estão as edificações que, em caso de colapso progressivo, podem ter maior dano social e econômico associado, como mostra o Quadro 5.

Quadro 5 - Proposta inicial de classificação de estruturas quanto à necessidade do colapso progressivo

Categoria Natureza da Ocupação Consideração do colapso

recomendados

I Edificações de pequeno porte, com baixa ocupação e até três pavimentos

Não necessitam da consideração do colapso progressivo

II Edificações de médio porte, com ocupação considerável, com mais de dois pavimentos

Necessitam da consideração do colapso progressivo através de

métodos menos rigorosos e detalhados

III

Edificações de grande porte, com alta ocupação, independentemente do número

de pavimentos

Necessitam da consideração do colapso progressivo através de métodos mais rigorosos e detalhados Fonte: Autoria Própria, (2020).

Portanto, considerou-se que as estruturas contempladas no grupo I não tem a necessidade efetiva da verificação do estado limite último de colapso progressivo. As estruturas do grupo II devem ser verificadas e, para isso, pode ser utilizado um método menos rígido. Já nas estruturas do grupo III propõe-se a utilização de métodos mais completos e difundidos, como o método dos caminhos alternativos de carga. Dessa forma, a classificação proposta final está apresentada no Quadro 6.

Quadro 6 - Proposta de classificação de diversas estruturas segundo a necessidade de consideração do colapso progressivo e o respectivo método recomendado

Categoria Natureza da Edificação

Consideração do colapso progressivo e método recomendado I

Edifícios com baixa ocupação, que tenham somente o pavimento térreo ou que não contem com ocupação permanente de pessoas, incluindo, mas não limitado a:

 Residência unifamiliar, independente do número de pavimentos e ocupação;

 Residência multifamiliar, com ocupação menor do que 40 pessoas, independente do número de pavimentos;

 Escolas ou creches de educação infantil, somente com pavimento térreo, com ocupação de até 100 pessoas;

 Escolas ou colégios de ensino fundamental e médio, somente com pavimento térreo, com ocupação de até 150 pessoas;  Ginásios de esportes de escolas ou outros, que não tenham

arquibancadas, independente da ocupação;

 Edifícios garagem, independente do número de pavimentos ou ocupação;

 Centros comerciais, lojas de qualquer tipo de comércio, escritórios, postos de combustível, desde que tenham até 2 pavimentos, independente da ocupação;

 Edifícios com menos de 3 pavimentos, destinados à consultórios médicos, odontológicos, laboratórios de exames, dentre outros, independente da ocupação;

 Unidades básicas de saúde ou de pronto atendimento, instituições de cuidados permanentes a idosos e pessoas com necessidades especiais, com ocupação de até 150 pessoas e até 2 pavimentos;

 Locais que abrigam veículos de atendimento emergencial, como ambulâncias, com até 2 pavimentos;

 Estação de tratamento de água e esgoto;

 Galpões para animais, produtos agrícolas não tóxicos, materiais de construção e outros com até 2 pavimentos;  Portos, aeroportos e rodoviárias de pequeno porte, com até 2

pavimentos, independente do número de ocupantes;

 Locais de visitação turística, restaurantes, bares, dentre outros, com até 2 pavimentos, independente da ocupação.

II

Edifícios com ocupação considerável, que tenham 2 ou mais pavimentos, incluindo, mas não limitado a:

 Residência multifamiliar, com ocupação maior ou igual a 40 pessoas, com 3 ou mais pavimentos;

 Escolas ou colégios de ensino fundamental e médio, com 2 ou mais pavimentos, com até 150 ocupantes;

 Faculdades, universidades, instituições de pesquisa e ensino, de educação de jovens e adultos, com 2 pavimentos e ocupação de até 200 pessoas;

 Edifícios com salas comerciais, escritórios, com até 3 pavimentos, sem limite de ocupação;

 Edifícios com até 3 pavimentos destinados à consultórios médicos, laboratórios, com qualquer ocupação;

Sim, métodos básicos de prevenção, como método da resistência local específica e método das amarrações

 Locais que abrigam veículos de atendimento emergencial, como ambulâncias, com 3 ou mais pavimentos;

 Penitenciárias ou casas de detenção, com ocupação menor do que 100 pessoas e 2 pavimentos;

 Edifícios destinados a quaisquer órgãos governamentais, com 2 pavimentos, independente da ocupação;

 Centros de coordenação e resposta à emergências/catástrofes com 2 pavimentos, independente da ocupação;

 Instalações de geração de energia de qualquer tipo;

 Prédios de bombeiros, policias, dentre outros com 2 pavimentos;

 Torres de controle de aeroportos, independente do número de pavimentos e ocupação;

 Galpões para animais, produtos agrícolas não tóxicos, materiais de construção e outros, com 3 ou mais pavimentos;  Locais de visitação turística, restaurantes, bares, dentre

outros, até 2 pavimentos, independente da ocupação;

 Portos, aeroportos e rodoviárias de pequeno porte, com 2 pavimentos, independente do número de ocupantes;

III

Edifícios de grande porte e que comportam um grande número de pessoas, incluindo, mas não limitado à:

 Edifícios residenciais com ocupação maior do que 40 pessoas e com 3 ou mais pavimentos;

 Escolas ou creches de educação infantil, com 2 ou mais pavimentos, independente da ocupação;

 Ginásios esportivos com arquibancada com mais de 200 lugares;

 Estádios de esportes, com qualquer ocupação;

 Edifícios com salas comerciais, escritórios, com mais de 3 pavimentos, sem limite de ocupação;

 Edifícios com mais de 3 pavimentos destinados à consultórios médicos, laboratórios, com qualquer

Sim, no mínimo métodos de verificação e prevenção como método dos caminhos alternativos de carga

ocupação;

 Unidades básicas de saúde ou de pronto atendimento, instituições de cuidados permanentes a idosos e pessoas com necessidades especiais, com ocupação de até 150 pessoas e 3 ou mais pavimentos;

 Hospitais e clínicas que realizam cirurgias e atendimentos de emergência, com mais de 3 pavimentos e qualquer ocupação

 Faculdades, universidades, instituições de pesquisa e ensino, de educação de jovens e adultos, com 3 ou mais pavimentos e ocupação maior do que 200 pessoas;  Centros comerciais ou shoppings centers com 3 ou mais

pavimentos, independentemente da ocupação;

 Edifícios com salas comerciais, escritórios, com mais de 3 pavimentos, sem limite de ocupação;

 Centros comerciais ou shoppings centers independentemente da ocupação e do número de pavimentos;

 Edifícios com mais de 3 pavimentos destinados à consultórios médicos, laboratórios, com qualquer ocupação;

 Penitenciárias ou casas de detenção, com ocupação maior do que 100 pessoas e 3 ou mais pavimentos;  Pontes e viadutos;

 Edifícios destinados a quaisquer órgãos governamentais, com 3 ou mais pavimentos, independente da ocupação;  Centros de coordenação e resposta à

emergências/catástrofes com 3 ou mais pavimentos, independente da ocupação;

 Prédios de bombeiros, policias, dentre outros com 3 ou mais pavimentos;

 Locais de visitação turística, restaurantes, bares, dentre outros, com mais de 3 pavimentos, independente da ocupação;

pavimentos, independente do número de ocupantes; Fonte: Autoria Própria, (2020).

As edificações consideradas para o desenvolvimento dessa classificação foram adequadas à realidade nacional, bem como, pensadas para o caso de um colapso progressivo de forma isolada, em uma única edificação, por motivos específicos e que se mostraram ocorrer com maior frequência nos casos documentados de colapso progressivo no cenário nacional, tais como: explosões de gás, mau uso da estrutura, mau dimensionamento dos elementos estruturais, incêndio, impacto de veículo em um elemento essencial, dentre outros.

Além disso, a divisão, o nivelamento e a associação com um dos métodos citados anteriormente foi feita de acordo com a ocupação, número de pavimentos e o potencial risco de perdas sociais e econômicas associados.

Ademais, foi considerado se a instalação abriga um órgão essencial para a manutenção de serviços básicos para o funcionamento de uma comunidade em uma situação de crise.