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Total 11.552.964 4.591.068 16.144.032 77 Fonte: Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio São Francisco

4.4. PROPRIÁ E O RIO SÃO FRANCISCO

Propriá é um município do Estado de Sergipe, localizado às margens do Rio São Francisco, como já dito, possui localização privilegiada por também estar situada na fronteira estadual, margeando a BR-101, principal via nacional de acesso ao Estado (Figura 21).

Figura 21: Localização de Propriá em Sergipe

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Figura 22: Imagem noturna da orla de Propriá

Fonte: Memorial Cidade de Propriá, em Facebook, 2015

1590 – Doação das terras da sesmaria, pelo donatário da Capitania de Sergipe d’El Rey Cristóvão de Barros ao seu filho Antônio Cardoso de Barros. Fundação de um núcleo de catequese para os jesuítas, às margens do Rio São Francisco.

1718 – Com o crescimento populacional e progresso considerável, em 18 de outubro de 1718, esse núcleo foi elevado à freguesia e foi denominado de Santo Antônio de Urubu de Baixo. 1800 – Importante centro urbano e comercial, com cerca de 4.000 habitantes e 875 moradias; o porto apresentava a função de transbordo entre a navegação de cabotagem, a navegação fluvial e o transporte terrestre.

1866 – Em 21 de fevereiro de 1866, Propriá eleva-se a categoria de cidade.

O apogeu de Propriá se deu por vários acontecimentos que marcaram o crescimento e o desenvolvimento da cidade, como as indústrias de beneficiamento de arroz, a partir de 1914, tornando o município o maior produtor de arroz de Sergipe, possuindo também diversas outras indústrias e demais atividades comerciais.

O desenvolvimento era tão visível que a empresa VARIG, completa os serviços de transportes já existentes, como aquático, ferroviário, rodoviário, com o serviço de táxi-aéreo que era feito por hidroaviões que pousavam no Rio São Francisco e levavam seus passageiros ao aeroporto de Aracaju ou Maceió, para serem embarcados em aeronaves maiores. Com o desenvolvimento da cidade, foi realizada a implantação de vários equipamentos, como mostram as Figuras 23 e 24, a construção do cais, praças e outras melhorias ao longo da orla.

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Figura 23: Construção do cais em 1940

Fonte: Memorial Cidade de Propriá, em Facebook, 2015

Figura 24: Imagens da Praça João Fernandes de Britto e Rua Av. Fausto Cardoso

Fonte: Memorial Cidade de Propriá, em Facebook, 2015

Segundo ARAGÃO E PRATA (2002, pag. 36),

É necessário salientar que durante esses 200 anos de autonomia política, o município de Propriá vem passando, desde a o início da década de sessenta do século passado, uma fase de decadência, aparecendo os primeiros sinais de estagnação, caracterizados pela queda da produção agrícola, que não teve mais condições de manter as indústrias levando-as ao fechamento.

A melhoria da malha viária, que facilitou bastante o acesso à capital do Estado, facilitou também a criação de novos centros regionais e a implementação do projeto de desenvolvimento nacional, deu-se com a construção da ponte rodoferroviária sobre o Rio São Francisco ligando Sergipe a Alagoas, como mostra a Figura 25, e que foi inaugurada em 1972. Foi então instalada a CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco) que acarretou modificações significativas na região, alterando a estrutura fundiária e as relações de trabalho, interrompendo o processo produtivo nas principais várzeas de arroz

48 e afetando as indústrias de beneficiamento. Na tentativa de incrementar a atividade industrial, em 1974 o Governo do Estado criou o DIP (Distrito Industrial de Propriá).

Mesmo com as intervenções do Governo, Propriá não reverteu seus problemas de ordem econômica e social, perdendo cada vez a mais suas atividades e importância regional, verificando a falta de empregos, tanto no campo quanto na cidade, vários fatores vem afetando o seu desenvolvimento, levando Propriá à falta de perspectivas em melhorias futuras.

Figura 25: Construção da Ponte Propriá/SE - Porto Real do Colégio/AL, 1970

Fonte: Memorial Cidade de Propriá, em Facebook, 2015

O ciclo do Rio São Francisco comandava o calendário agrícola de Propriá. O principal produto agrícola era o arroz, cultivado em áreas inundáveis pela as cheias. Como em qualquer cidade ribeirinha, Propriá também passou por várias enchentes, mas isso não caracterizava grandes danos físicos e econômicos, pois as enchentes eram esperadas quando chovia na cabeceira do rio, e a cidade preparava-se para migrar para as partes mais elevadas – a mais recente ocorreu em 2007. Atualmente a vazão do rio tem sido reduzida devido à construção de barragens ao longo do curso do rio (Aragão e Prata, 2002). As enchentes marcavam a cidade de forma constante (ver Figura 26).

Atualmente, a maior preocupação em relação ao Rio São Francisco está relacionada à poluição, erosões, assoreamentos, desmatamentos de matas ciliares, e aterramentos de lagoas e córregos, como mostra a Figura 27, ocorridos ao longo do seu curso. As formas de apropriação dos espaços ribeirinhos devem ser previstas de forma planejada, para minimizar os efeitos dos seus usos e ocupações.

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Figura 26: Imagens das enchentes ocorridas ao longo dos anos na cidade de Propriá/SE

Fonte: Memorial Cidade de Propriá, em Facebook, 2015

Figura 27: Pontos ao longo do rio, próximos a Propriá/SE

Fonte: Próprio autor, 2015

Mas, apesar da crise, Propriá continua sendo um polo de atração para as localidades vizinhas, sendo considerada centralidade da região do Baixo São Francisco Sergipano no Plano de Desenvolvimento do Território (2008), desenvolvido pela Secretaria de Planejamento do Estado de Sergipe, pois o comércio e os serviços fazem com que sua população flutuante seja maior que seus 28.451 habitantes. Além disso, há vários potenciais que podem ser aproveitados, se houver união do poder público Federal, Estadual e Municipal com a iniciativa privada e, principalmente, com a comunidade local, para explorar e

50 desenvolver os potenciais naturais, culturais e vocacionais existentes no município, como a sua localização privilegiada às margens da BR-101, centralizada entre capitais do nordeste; a água em abundância e de boa qualidade do Rio São Francisco; seu potencial turístico, com suas belas margens ribeirinhas; sua cultura, com tradicionais festas, como a festa de Bom Jesus dos Navegantes (que atrai pessoas de várias regiões), a Festa de Santo Antônio (religiosa), bailes e festas de clubes, seu artesanato e sua feira livre, uma das maiores da região. Além da infraestrutura existente, voltada para o crescimento da cidade e a geração de renda, como o Distrito Industrial e as várias instituições comerciais e de serviços, já instaladas no município que ainda é sede da região do Baixo São Francisco.

Figura 28: Foto aérea de Propriá

51 5. CARACTERIZAÇÃO DA ORLA DE PROPRIÁ

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