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Esta se¸c˜ao se baseia no artigo [WY01] e tem por objetivo mostrar uma s´erie de propriedades dos H-com´odulo sub´algebras de K # H. No decorrer desta se¸c˜ao, vamos denotar Λ um H-com´odulo sub´algebra de K # H.

Proposi¸c˜ao 5.3.1. Λ ´e um kG-com´odulo `a direita via ρ = (IdK#H⊗π)◦ρ = (IdK#H⊗π)◦(IdK⊗∆).

Demonstra¸c˜ao. Conforme vimos na se¸c˜ao anterior, π ´e um morfismo de ´algebras de Hopf. Assim, temos que ∆ ◦ π = (π ⊗ π) ◦ ∆ e que ε ◦ π = ε.

Seja ξ =X i

αi# hi ∈ Λ. Temos que ρ(ξ) =X i  X (hi) αi# hi(1) ⊗ π(hi(2))  . Ent˜ao:

(IdK#H ⊗ ∆) ◦ ρ(ξ) =X i  X (hi) αi# hi(1)⊗ (∆ ◦ π)(hi(2))   =X i  X (hi) αi# hi(1)⊗ (π ⊗ π) ◦ ∆(hi(2))   =X i  X (hi) αi# hi(1)⊗ π(hi(2)) ⊗ π(hi(3))   = (ρ ⊗ IdkG) ◦  X i  X (hi) αi# hi(1) ⊗ π(hi(2))     = (ρ ⊗ IdkG) ◦ ρ(ξ). (IdK#H ⊗ ε) ◦ ρ(ξ) =X i  X (hi) αi# hi(1)⊗ (ε ◦ π)(hi(2))   =X i  X (hi) αi# hi(1)⊗ ε(hi(2))   =X i αi# hi⊗ 1 = ξ ⊗ 1.

Logo, Λ ´e um kG-com´odulo `a direita via ρ.

Observe que, pela proposi¸c˜ao acima e pelo Exemplo1.3.8, temos que Λ ´e uma ´algebra G-graduada, e Λσ = ρ−1(Λ ⊗ σ), para todo σ ∈ G.

A partir de agora, vamos denotar:

G(Λ) = Λ ∩ G(H) e Λ′ = Λ ∩ (K # HK).

Observe que Λ′´e um H-com´odulo sub´algebra de K # H. Segue um resultado extra´ıdo de [WY01, Lemma 2.2].

Lema 5.3.2. Seja Λ um H-com´odulo sub´algebra de K # H contendo K. Ent˜ao:

1. Se σ ∈ G(H), ent˜ao Λσ 6= {0} se, e somente se, G(Λ) ∩ Λσ 6= {0}.

2. Λ1 = Λ′.

Demonstra¸c˜ao. Seja ξ = Pαi # hi ∈ K # H. Observe que podemos fazer hi = σi ∈ G(H) ou hi ∈ Xτi,σi,ni, onde σi, τi∈ G(H) e ni > 0, para todo i, e {hi} ´e linearmente independente.

Lembre que Λσ = ρ−1(Λ ⊗ σ), para todo σ ∈ G. Assim, pela Proposi¸c˜ao5.2.4(1) e pelo Corol´ario

2.3.7, ´e f´acil ver que, se ξ 6= 0 e ξ ∈ Λσ, ent˜ao σi = σ, para todo i.

(1) Se ξ 6= 0 e ξ ∈ Λσ, seja n maximal tal que ξ ∈ K # Hn e ξ /∈ K # Hn−1.

Se n = 0, ent˜ao ξ =Pαi#σi. Como Λ ´e um H-com´odulo sub´algebra, temos quePαi#σi⊗σi∈ Λ ⊗ H. Como {σi} ´e linearmente independente, temos que αi# σi ∈ Λ, para todo i.

Do fato de K ser um corpo, K ⊆ Λ e Λ ser uma sub´algebra, temos que existe α−1i ∈ Λ e αi−1(αi # σi) = σi ∈ Λ. Al´em disso, temos que ρ(σi) = σi ⊗ σ, ou seja, σi ∈ G(Λ) ∩ Λσ, para todo i. Como ξ 6= 0 e {σi} ´e linearmente independente, temos que σi 6= 0, para todo i. Logo, G(Λ) ∩ Λσ6= {0}.

Se n > 0, podemos assumir que α1 6= 0 e que h1∈ Xτ1,σ1,n. Pelo Corol´ario 2.3.7, temos que ∆(hi) ∈ τi⊗ hi+ hi⊗ σi+ X

0<j,p<ni j+p≤ni

Xj⊗ Xp. (5.3)

Pelo fato de Λ ser um H-com´odulo sub´algebra, n ser maximal e {hi} ser linearmente independente, podemos escrever

ρ(ξ) = (α1# τ1) ⊗ h1+ X

ξj⊗ yj ∈ Λ ⊗ H, onde ξj⊗ yj ∈ Λ ⊗ H, para todo j, e {h1} ∪ {yj} ´e linearmente independente.

Ent˜ao, temos que α1# τ1 ∈ Λ. Da´ı, conforme vimos anteriormente, τ1 ∈ Λ. Pelo Corol´ario5.2.2, temos que τ1−1σ1 ∈ HK. Pela Proposi¸c˜ao 5.2.4, temos que

Como π(1) = π τ1−1τ1 = π τ1−1π(τ1), da express˜ao acima, conclu´ımos que π(τ1) = σ. Assim, ρ(τ1) = τ1⊗ σ, ou seja, τ1∈ G(Λ) ∩ Λσ. Logo, G(Λ) ∩ Λσ 6= {0}. ´E imediato que, se G(Λ) ∩ Λσ 6= {0}, ent˜ao Λσ 6= {0}.

(2) Se ξ ∈ Λ′ = Λ ∩ (K # HK), por (5.3) e pela Proposi¸c˜ao5.2.4, temos que ρ(ξ) =Pαi# hi⊗ σi. Pela Proposi¸c˜ao 5.2.3, temos que HK ´e sub´algebra de Hopf. Assim, σi, τi ∈ HK, para todo i. Novamente pela Proposi¸c˜ao5.2.4, temos que σi = τi = 1, para todo i. Da´ı, ρ(ξ) = ξ ⊗ 1 e Λ′ ⊆ Λ

1. Se ξ ∈ Λ1, ent˜ao ρ(ξ) = ξ ⊗ 1. Assim, temos que σi = 1, para todo i. Pela Proposi¸c˜ao 5.2.4, σi ∈ HK. Se hi 6= σi, podemos aplicar o Corol´ario 5.2.2 e concluir que Xτ

i,σi,i ⊆ H

K, para todo i. Como ξ =Pαi# hi e hi = σi ∈ HK ou hi ∈ Xτ

i,σi,i⊆ H

K, para todo i, conclu´ımos que Λ 1 ⊆ Λ′. Segue um resultado com mais informa¸c˜oes a respeito dos H-com´odulo sub´algebras de K # H contendo K.

Lema 5.3.3. Seja Λ um H-com´odulo sub´algebra de K # H contendo K. Ent˜ao:

1. π G(Λ)= G(Λ) ´e um subgrupo de G. Al´em disso, G(Λ) = G(Λ)/G(Λ).

2. Λ ´e uma ´algebra fortemente G(Λ)-graduada. 3. Λ1 ´e uma sub´algebra de Λ.

4. Seja σ ∈ G(Λ). Ent˜ao Λσ = Λ1 σ.

5. Seja σ ∈ G(Λ). Ent˜ao Λσ ∼= Λ1⊗ σ, tanto como Λ1 -m´odulos `a esquerda, quanto como kG(Λ)-

com´odulos `a direita.

Demonstra¸c˜ao. (1) Como Λ ´e sub´algebra de K # H, temos que 1H ∈ G(Λ). Assim, temos que π(1) = 1 ∈ G(Λ).

Sejam σ, τ ∈ G(Λ). Pelo fato de Λ ser uma sub´algebra de K # H, temos que στ ∈ G(Λ). Al´em disso, observe que στ = σ τ , pois π ´e morfismo de ´algebras de Hopf. Assim, se σ, τ ∈ G(Λ), ent˜ao σ τ ∈ G(Λ).

Al´em disso, como H tem dimens˜ao finita e os elementos group-like de H formam um conjunto linearmente independente, G(H) ´e um grupo finito. Da´ı, σ tem ordem finita, ou seja, existe n ≥ 1 tal que σn= 1. Se n > 1, pelo fato de Λ ser uma sub´algebra de K # H, temos que σn−1 = σ−1∈ G(Λ).

Se n = 1, temos que σ = σ−1 = 1 ∈ G(Λ). Observe que 1 = σσ−1 = σ σ−1, ou seja, (σ)−1 = σ−1. Assim, se σ ∈ G(Λ), ent˜ao σ−1 = (σ)−1∈ G(Λ). Logo, G(Λ) ´e um subgrupo de G.

Al´em disso, seja πG(Λ): G(Λ) −→ G(Λ) a restri¸c˜ao de π com dom´ınio G(Λ). Pelo que vimos acima, temos que πG(Λ) ´e um epimorfismo de grupos. Da demonstra¸c˜ao da Proposi¸c˜ao 5.2.4 (5), sabemos que ker(πG(H)) = G(HK). Assim, temos que ker(π

G(Λ)) ⊆ G(HK) ∩ G(Λ) = G(Λ′). Logo, temos que G(Λ) = G(Λ)/G(Λ′).

(2) Lembre que Λ ´e uma ´algebra G-graduada, ou seja, Λ = L σ∈G

Λσ.

Pelo Lema 5.3.2, temos que Λσ 6= {0} se, e somente se, G(Λ) ∩ Λσ 6= {0}, para cada σ ∈ G(H). Observe que, se τ ∈ G(Λ) ∩ Λσ, ent˜ao τ = σ. Assim, ´e f´acil ver que Λ = L

σ∈G(Λ)

Λσ. Logo, Λ ´e uma ´

algebra G(Λ)-graduada. Falta mostrarmos que ´e fortemente graduada.

Sejam ξ, ξ′ ∈ Λ. Da defini¸c˜ao de H-com´odulo-´algebra, temos que ρ(ξξ) = ρ(ξ)ρ(ξ). Al´em disso, π ´e um morfismo de ´algebras de Hopf. Assim, ´e f´acil ver que ρ(ξξ′) = ρ(ξ)ρ(ξ).

Sejam σ, τ ∈ G(Λ) tal que Λσ 6= {0} e Λτ 6= {0}. Pelo Lema 5.3.2 (1), podemos considerar ξ ∈ Λσ e ξ′ ∈ Λτ, ambos n˜ao nulos, tal que ξξ′ 6= 0. Lembre que ρ(ξ) = ξ ⊗ σ e que ρ(ξ′) = ξ′⊗ τ . Ent˜ao, temos que ρ(ξξ′) = ρ(ξ)ρ(ξ) = (ξ ⊗ σ)(ξ⊗ τ ) = ξξ⊗ σ τ , ou seja, ξξ∈ Λσ τ. Portanto, ΛσΛτ ⊆ Λσ τ.

Dessa forma, temos que Λ1Λσ ⊆ Λσ. Como 1 ∈ Λ1, temos tamb´em que Λσ ⊆ Λ1Λσ. Logo, Λ1Λσ = Λσ. De forma an´aloga, temos que ΛσΛ1 = Λσ. Portanto, ΛσΛσ−1 = Λσ−1Λσ = Λ1. Ent˜ao:

Λσ τ ⊆ Λ1 Λσ τ Λ1 ⊆ Λσ Λσ−1 Λσ τ Λτ−1 Λτ ⊆ Λσ Λ1 Λτ ⊆ Λσ Λτ. Assim, mostramos que Λ ´e uma ´algebra fortemente G(Λ)-graduada.

(3) Imediato a partir do Lema5.3.2(2).

(4) Seja ξ ∈ Λσ. Observe que ρ(ξσ−1) = ρ(ξ)ρ(σ−1) = (ξ ⊗ σ)(σ−1⊗ σ−1) = ξσ−1⊗ σ σ−1 = ξσ−1⊗ 1, ou seja, ξσ−1 ∈ Λ1. Assim, temos Λσ = Λσ σ−1σ ⊆ Λ1 σ ⊆ Λ1 Λσ = Λσ. Logo, Λσ = Λ1 σ.

(5) Observe que ambos Λ1σ e Λ1⊗ σ tˆem estrutura trivial de Λ1 -m´odulos `a esquerda. Considere f : Λσ = Λ1 σ −→ Λ1⊗ σ

ξσ 7−→ ξ ⊗ σ. ´

E f´acil verificar que f ´e um isomorfismo de Λ1 -m´odulos `a esquerda.

Seja ξ ∈ Λ1. Observe que ρ1(ξσ) = ξσ ⊗ σ e ρ2(ξ ⊗ σ) = (ξ ⊗ σ) ⊗ σ definem estruturas de kG(Λ)-com´odulo `a direita em Λσ e em Λ1⊗ σ, respectivamente.

Al´em disso, temos que (f ⊗ IdkG(Λ)) ◦ ρ1 = ρ2◦ f , ou seja, f ´e um morfismo de kG(Λ)-com´odulos `

a direita, na verdade um isomorfismo, como mostramos acima.

Segue um importante resultado extra´ıdo de [WY01, Corollary 2.3], que aborda a estrutura dos H-com´odulo sub´algebras de K # H contendo K.

Corol´ario 5.3.4. Seja Λ um H-com´odulo sub´algebra de K #H contendo K. Ent˜ao Λ ∼= Λ′#δkG(Λ),

onde ΛkG(Λ) ´e um produto cruzado.

Demonstra¸c˜ao. Pelo Lema5.3.3 (2), Λ ´e uma ´algebra fortemente G(Λ)-graduada. Pelo Lema5.3.2, temos que Λ′ = Λ1, e pelo Exemplo 1.3.12, obtemos ΛcoH′ = Λ′, onde H′ = kG(Λ). Da´ı, pelo Teorema 1.3.13, temos que Λ′ ⊆ Λ ´e kG(Λ)-Galois `a direita. Al´em disso, pelo Lema 5.3.3(5), temos que Λ = M σ∈G(Λ) Λσ ∼= M σ∈G(Λ) (Λ1⊗ σ) = Λ1⊗ kG(Λ) = Λ′⊗ kG(Λ),

onde o isomorfismo ´e de Λ′ -m´odulos `a esquerda e de kG(Λ)-com´odulos `a direita. Assim, Λtem a propriedade da base normal `a direita.

Finalmente, pelo Corol´ario 1.3.14, temos que Λ ∼= Λ′#δkG(Λ) como ´algebras, onde Λ′#δkG(Λ) ´e um produto cruzado.

Denotemos bε = IdK⊗ ε. Observe que bε ∈ hom(K # H, K), e que

(bε ⊗ IdH) ◦ ρ = (IdK⊗ ε ⊗ IdH) ◦ (IdK⊗ ∆) = IdK⊗ [(ε ⊗ IdH) ◦ ∆] = IdK⊗ IdH = IdK#H.

Antes de mais nada, note que k est´a imerso em K, e K # HK pode ser visto como uma K-´algebra. Lema 5.3.5. A K-´algebra K # HK ´e uma ´algebra de Hopf pontual de dimens˜ao finita sobre o corpo K, onde ∆K#HK = ρ = IdK⊗ ∆, εK#HK = bε e SK#HK = IdK⊗ S.

Demonstra¸c˜ao. Primeiramente, observe que, pelo Lema 2.2.3, HK age trivialmente em K. Assim, αh = hα, para todo α ∈ K e todo h ∈ HK. Pela Proposi¸c˜ao5.2.3, sabemos que HK´e uma sub´algebra de Hopf de H. Como H ´e uma ´algebra de Hopf pontual de dimens˜ao finita, HK tamb´em ´e uma ´

algebra de Hopf pontual de dimens˜ao finita.

Seja {hi} uma base de HK. Ent˜ao {1 # hi} ´e uma K-base de K # HK. Assim, ´e f´acil mostrar que K # HK ´e uma ´algebra de Hopf de dimens˜ao finita sobre o corpo K. Falta mostrar que K # HK ´e uma ´algebra de Hopf pontual.

Observe que podemos identificar HK com 1 # HKem K # HK. Seja C uma subco´algebra simples de K # HK e seja ξ = Pαj # hj ∈ C tal que ∆(hj) = Phi,j ⊗ hi, onde hi,j ∈ HK, para todo i e todo j, e ξ 6= 0. Podemos escrever

K#HK(ξ) = X j αj # ∆(hj) =X j " αj # X i hi,j⊗Khi !# =X j,i (αj# hi,j) ⊗K(1 # hi).

Como C ´e subco´algebra e ξ 6= 0, temos que (αj # hi,j) ⊗K (1 # hi) 6= 0 , para algum par i, j. Como {1 # hi} ´e K-linearmente independente, temos que 1 # hi ∈ C, para algum i. Pelo fato de C ser simples, a subco´algebra gerada por 1 # hi ´e igual a C.

Identificando 1#hiem C com hiem HK, ´e f´acil ver que podemos identificar C com a subco´algebra D gerada por hi em HK. Se D n˜ao for simples, concluir´ıamos que C tamb´em n˜ao ´e simples, o que seria uma contradi¸c˜ao. Assim, D ´e simples. Do fato de HK ser pontual, D ´e unidimensional. Logo, C tamb´em ´e unidimensional.

Portanto, K # HK ´e uma ´algebra de Hopf pontual de dimens˜ao finita sobre o corpo K

Defini¸c˜ao. Seja η ∈ Λ. Dizemos que η ´e um integral generalizado `a esquerda de Λ se ξη = bε(ξ)η, para todo ξ ∈ Λ.

Proposi¸c˜ao 5.3.6. 1. Seja Λ um H-com´odulo sub´algebra de K # H contendo K. Ent˜ao Λ possui um integral generalizado `a esquerda n˜ao nulo ηΛ.

2. Sejam Λ1 e Λ2 como Λ acima. Se Λ1 ⊆ Λ2, ent˜ao ηΛ1 = ηΛ2 implica em Λ1= Λ2.

Demonstra¸c˜ao. (1) Pelo Lema5.3.5, temos que K # HK´e uma ´algebra de Hopf pontual de dimens˜ao finita sobre o corpo K. Observe que Λ′ = Λ∩(K #HK) ´e um coideal sub´algebra `a direita de K #HK. Pela Proposi¸c˜ao1.3.20, K #HK possui a propriedade (Fr). Assim, Λ´e uma ´algebra de Frobenius e, consequentemente, ´e uma ´algebra quasi-Frobenius. Do Teorema 1.3.23, temos que existe um integral n˜ao nulo `a esquerda η′ ∈ Λ. Pelo Corol´ario1.3.24, η´e o ´unico integral `a esquerda de Λ, a menos de multiplica¸c˜ao por escalar do corpo base K.

Denotemos tG(Λ)= X σ∈G(Λ)

σ. Vamos mostrar que ηΛ= tG(Λ)η′. Seja σ ∈ G(Λ) e sejam ξ, ξ′ ∈ Λ. Vamos definir a seguinte opera¸c˜ao de kG(Λ) × Λ em Λ:

σ ∗ ξ = σξσ−1. ´

E f´acil ver que Λ ´e um kG(Λ)-m´odulo ´algebra `a esquerda via opera¸c˜ao definida acima. Pela Proposi¸c˜ao 5.2.3, sabemos que HK ´e uma sub´algebra de Hopf normal de H (ad

l(H, HK) ⊆ HK e adr(H, HK) ⊆ HK). Assim, Λ′ ´e kG(Λ)-est´avel, ou seja, kG(Λ) ∗ Λ′ ⊆ Λ′. De fato, seja σ ∈ G(Λ) e seja ξ′ =Pαi# hi∈ Λ′, onde αi# hi∈ K # HK, para todo i. Lembre que Λ ´e uma sub´algebra de K # H contendo K, e que K ´e est´avel sob a a¸c˜ao de H. Ent˜ao:

σ ∗ ξ′ = σX(αi# hi) σ−1=Xσ · αi# σhiσ−1 =Xσ · αi# adl(σ, hi) ∈ Λ ∩ (K # HK) = Λ′.

Inicialmente, vamos mostrar que ηΛ 6= 0. Pelo Lema 5.3.3 (1), temos que G(Λ) = G(Λ)/G(Λ′). Do fato de G(Λ′) e G(Λ) serem grupos finitos, podemos escrever G(Λ) = {τ

1 = 1, · · · , τm}, e G(Λ) = {σ1 = 1, · · · , σn}, onde σi ∈ G(Λ), e σi 6= σj, onde i 6= j, para todos 1 ≤ i, j ≤ n. Assim, como G(Λ′) ´e subgrupo normal de G(Λ), ´e f´acil ver que G(Λ) = {σiτj : 1 ≤ i ≤ n e 1 ≤ j ≤ m}.

Temos ent˜ao que

ηΛ= tG(Λ)η′= X i,j σiτjη′ = mX i σiη′ = mX i (σiη′σi−1)σi.

Como Λ′ ´e kG(Λ)-est´avel, temos que σiη′σi−1∈ Λ′, para todo 1 ≤ i ≤ n.

Pelo Corol´ario 5.3.4, temos que Λ ∼= Λ′ #δkG(Λ). Assim, podemos identificar ηΛ ∈ Λ com o elemento X

i

m(σiη′σi−1) #δσi ∈ Λ′#δkG(Λ). Vamos supor que ηΛ= 0. Pelo fato da caracter´ıstica do corpo base k ser igual a zero, temos que σiη′σ−1

i = 0, para todo 1 ≤ i ≤ n. Logo, η′ = 0, o que seria um absurdo. Portanto, ηΛ6= 0.

Assim, para todo ξ′=X i

αi# hi ∈ Λ′, temos que

ξ′ηΛ= X σ∈G(Λ) ξ′ση′ = X σ∈G(Λ) σ(σ−1∗ ξ′)η′ = X σ∈G(Λ)

σ bε(σ−1∗ ξ′) η′, pois η′ ´e integral `a esquerda em Λ′.

= X σ∈G(Λ) σ bε X i σ−1· αi# σ−1hiσ ! η′ = X σ∈G(Λ) σ X i σ−1· αi# ε(hi) ! η′ = X σ∈G(Λ) " X i σ · (σ−1· αi)# σε(hi) # η′ = X σ∈G(Λ) " X i αi# ε(hi) # ση′ = X σ∈G(Λ) b ε(ξ′)ση′ = bε(ξ′)ηΛ.

Al´em disso, pelo Lema 5.3.2, temos que Λ′ = Λ

1, e pelo Lema 5.3.3, temos que

Λ = M σ∈G(Λ) Λσ = M σ∈G(Λ) (Λ1σ) = M σ∈G(Λ) (Λ′σ).

Seja σ ∈ G(Λ) e seja ξ ∈ Λσ. Podemos escrever, ξ = ξ′σ, para algum ξ′ ∈ Λ′. Ent˜ao: ξηΛ = ξ′σtG(Λ)η′ = ξ′tG(Λ)η′ = ξ′ηΛ= bε(ξ′)ηΛ= bε(ξ′σ)ηΛ= bε(ξ)ηΛ.

Logo, ηΛ ´e um integral generalizado `a esquerda n˜ao nulo de Λ. (2) Vamos assumir que η = ηΛ1 = ηΛ2.

Pelo Corol´ario 5.3.4, temos que Λ1 ∼= Λ′1#δ1 kG(Λ1) e que Λ2 ∼= Λ ′

2#δ2 kG(Λ2). Observe que Λ′1 ⊆ Λ′2 e que G(Λ1) ⊆ G(Λ2). Se Λ1 6= Λ2, ent˜ao pelo menos uma das inclus˜oes acima ´e estrita.

Al´em disso, note que Λ′

1´e um coideal sub´algebra `a direita de K #HK. Novamente pela Proposi¸c˜ao

1.3.20, K # HK possui a propriedade (Fr). Assim, Λ

1 ´e uma ´algebra de Frobenius. Como Λ′2 tem estrutura de K # HK-com´odulo `a direita e de Λ′1-m´odulo `a esquerda e `a direita, pelo Teorema1.3.21, temos que Λ′

2 ´e um Λ′1-m´odulo `a esquerda livre e um Λ′1-m´odulo `a direita livre. Vamos supor que Λ′

2, como um Λ′1-m´odulo `a direita livre, tenha dimens˜ao maior do que um. Assim, existem ξ1, ξ2 ∈ Λ′2 tais que {ξ1, ξ2} ´e Λ′1-linearmente independente. Podemos escrever ξ1 = P

αi# xi e ξ2 =Pβj # yj, onde αi# xi, βj# yj ∈ K # HK, para todo i e todo j.

Denotemos α = Pε(xi)αi e β = Pε(yj)βj. Observe que α, β 6= 0. De fato, se α = 0, ent˜ao ξ1η + ξ20 = bε(ξ1)η = αη = 0, o que ´e uma contradi¸c˜ao. De forma an´aloga, mostra-se que β 6= 0. Ent˜ao:

ξ1(α−1β)η + ξ2(−η) = X h

αi xi(1)· (α−1β)# xi(2)iη − bε(ξ2)η

=X αi(α−1β) # xiη − βη, pois HK age trivialmente em K. = (α−1β)(ξη) − βη

= (α−1β)(αη) − βη = βη − βη = 0.

Assim, {ξ1, ξ2} ´e Λ′1-linearmente dependente, um absurdo. Logo, Λ′2 tem dimens˜ao um como um Λ′

1-m´odulo `a direita livre. Como Λ′1 ⊆ Λ′2, temos que Λ′1 = Λ′2.

De forma an´aloga, note que kG(Λ1) ´e um coideal sub´algebra `a direita de kG(H). Pela Proposi¸c˜ao

1.3.20, kG(H) possui a propriedade (Fr). Assim, kG(Λ1) ´e uma ´algebra de Frobenius. Como kG(Λ2) tem estrutura de kG(H)-com´odulo `a direita e de kG(Λ1)-m´odulo `a esquerda e `a direita, pelo Teorema

1.3.21, temos que kG(Λ2) ´e um kG(Λ1)-m´odulo `a esquerda livre e um kG(Λ1)-m´odulo `a direita livre. Vamos supor que kG(Λ2), como um kG(Λ1)-m´odulo `a direita livre, tenha dimens˜ao maior do que um. Assim, existem ξ1, ξ2 ∈ kG(Λ2) tais que {ξ1, ξ2} ´e kG(Λ1)-linearmente independente. Podemos escrever ξ1 =Pλiσi e ξ2 =Pλ′jτj, onde λi, λ′j ∈ k e σi, τj ∈ G(Λ2), para todo i e todo j.

Denotemos λ = Pλi e λ′ =Pλ

j. Observe que λ, λ′ 6= 0. De fato, se λ = 0, ent˜ao ξ1η + ξ20 = b

ε(ξ1)η = λη = 0, o que ´e uma contradi¸c˜ao. De forma an´aloga, mostra-se que λ′ 6= 0. Ent˜ao:

ξ1(λ−1λ′)η + ξ2(−η) = (λ−1λ′)ξ1η − bε(ξ2)η = (λ−1λ′)bε(ξ1)η − λ′η = (λ−1λ′)λη − λ′η = 0.

Assim, {ξ1, ξ2} ´e kG(Λ1)-linearmente dependente, um absurdo. Logo, kG(Λ2) tem dimens˜ao um como um kG(Λ1)-m´odulo `a direita livre. Como kG(Λ1) ⊆ kG(Λ2), temos que kG(Λ1) = kG(Λ2). Assim, G(Λ1) = G(Λ2).

Finalmente, conclu´ımos que Λ1 = Λ2.

5.4

O teorema

Antes de mostrar o resultado principal deste cap´ıtulo, segue um lema extra´ıdo de [Yan97, Lemma 5.5].

Lema 5.4.1. Seja R uma ´algebra prima e seja H uma ´algebra de Hopf pontual de dimens˜ao finita que age em R. Assuma que a a¸c˜ao de H em R ´e X-externa. Seja Λ um subconjunto n˜ao nulo de

K # H. Ent˜ao RΛ ´e uma sub´algebra de R racionalmente completa contendo RH.

Demonstra¸c˜ao. Pelo Lema 3.1.1, temos que RH = {r ∈ R : h · r = ε(h)r, para todo h ∈ H}. Seja ξ =Pαi# hi∈ Λ e seja x ∈ RH. Ent˜ao:

ξx =Xαi# hix =Xαi(hi(1)· x) # hi(2) =Xαix # hi= xXαi# hi= xξ.

Da igualdade acima, temos que RH ⊆ RΛ.

ξ(rI) = (rI)ξ = rξI, ou seja, (ξr − rξ)I = 0. Como RΛI ⊆ I, temos que (ξr − rξ)RΛI = 0. Pela Proposi¸c˜ao 3.4.4(2), temos que ξr − rξ = 0, ou seja, r ∈ RΛ.

Logo, RΛ´e uma sub´algebra de R racionalmente completa contendo RH.

Finalmente, estamos em condi¸c˜oes de mostrar a sobrejetividade da correspondˆencia e assim con- cluir a demonstra¸c˜ao do teorema. Resultado extra´ıdo de [WY01, Theorem 2.6].

Teorema 5.4.2. Seja R uma ´algebra prima e seja H uma ´algebra de Hopf pontual de dimens˜ao finita que age em R. Assuma que a caracter´ıstica do corpo base k ´e zero e que a a¸c˜ao de H em

R ´e X-externa. Ent˜ao, para cada H-com´odulo sub´algebra Λ de K # H que contenha K, temos que

Λ = Φ(RΛ).

Demonstra¸c˜ao. Vamos denotar U = RΛ. Pelo Lema 5.4.1, U ´e uma sub´algebra de R racionalmente completa contendo RH. ´E claro que Λ ⊆ Φ(U ) = (K # H)U. Note que, pela Proposi¸c˜ao 3.4.4 (7), (K # H)U ´e um H-com´odulo sub´algebra de K # H. Assim, pela Proposi¸c˜ao 5.3.6(1), Λ possui um integral generalizado `a esquerda n˜ao nulo ηΛ. Pela Proposi¸c˜ao 5.3.6 (2), se mostrarmos que ηΛ ´e tamb´em um integral generalizado `a esquerda n˜ao nulo de Φ(U ), ent˜ao Λ = Φ(U ).

Seja I um ideal n˜ao nulo de R. Pela Proposi¸c˜ao 3.4.4(1), temos que ηΛ· I 6= 0. Vamos mostrar que ηΛ· I ⊆ U . De fato, seja x ∈ I e seja ξ ∈ Λ. Podemos escrever ρ(ξ) =Pξi⊗ hi, onde ξi ∈ Λ e hi ∈ H, para todo i. Ent˜ao:

ξ(ηΛ·x) = X ξi·(ηΛ·x)#hi = X (ξiηΛ)·x#hi = X b ε(ξi)ηΛ  ·x#hi =X(ηΛ·x)bε(ξi)#hi= (ηΛ·x)ξ.

Seja ξ′ ∈ Φ(U ). Podemos escrever ρ(ξ) =Pξ

j⊗ h′j, onde ξ′j ∈ Φ(U ) e h′j ∈ H, para todo j, e {h′

j} ´e linearmente independente. Ent˜ao, ξ′(ηΛ· x) = (ηΛ· x)ξ′. Pela express˜ao acima, temos que X (ξ′jηΛ) · x # h′j = X b ε(ξj′)ηΛ  · x # h′j. Assim, (ξ′ jηΛ) · x = bε(ξj′)ηΛ  · x, ou seja, ξ′ jηΛ− bε(ξj′)ηΛ 

· I = 0. Pela Proposi¸c˜ao 3.4.4 (1), segue que ξ′

jηΛ= bε(ξj′)ηΛ, para todo j. Como ξ′=Pε(h′jj′, temos que

ξ′ηΛ= X ε(h′jj′ηΛ= X ε(h′j)bε(ξj′)ηΛ= X b ε ε(h′jj′ηΛ= bε(ξ′)ηΛ.

Assim, mostramos que ηΛ´e tamb´em um integral generalizado `a esquerda n˜ao nulo de Φ(U ). Logo, Λ = Φ(U ).

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