• Nenhum resultado encontrado

2 AS POLIÍTICAS PÚBLICAS NO CÁRCERE COMO CONDIÇÃO DE

2.3 A proteção dos Direito Humanos pela via das políticas públicas para o cárcere

A crise do sistema carcerário exige que as políticas públicas sejam efetivadas para que os direitos humanos dos indivíduos encarcerados sejam garantidos. Somente a lei positivada tem se mostrado ineficaz, apresentando lacunas as quais o judiciário não consegue amenizar. A crescente violação dos direitos humanos, dentro do ambiente penitenciário, é algo que há décadas vem preocupando as autoridades em busca de uma solução.

A ideia plantada na sociedade é de que quem comete crime é aquele, e somente aquele, que rouba, extorque, trafica, mata e tortura. No entanto, o problema maior está em não enxergar que o crime não se define apenas nesses atos; ele vai além, chegando na violação dos direitos humanos.

Aquele que viola os direitos fundamentais inerentes ao ser humanos, privando-o destes e não concedendo meios para evolução pessoal e social, também comete um crime, que por

hora, é gravíssimo, visto que impede o indivíduo de interagir em sociedade e sentir-se parte dela.

Nas palavras de Ingo Wolfgang Sarlet (2006), os direitos do homem são intrínsecos a ele, e a todo modo devem ser respeitados e garantidos, independentemente de quem quer seja, conforme se lê:

Assim, mesmo que possa compreender a dignidade da pessoa humana – na esteira do que lembra José Afonso da Sila – como forma de comportamento (admitindo-se, pois, atos dignos e indignos), ainda assim, exatamente por constituir – no sentido aqui acolhido- atributo intrínseco da pessoa humana e expressar o seu valor absoluto, é que a dignidade de todas as pessoas, mesmo daquelas que cometem as ações mais indignas e infames, não poderá ser objeto de desconsideração. Aliás, não é outro entendimento que subjaz o art. 1º da Declaração Universal da ONU (1948), segundo o qual “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos [...]” (SARLET, 2006, p. 44).

Na obra de Elmir Jorge Schneider (2016), discute-se a questão da violência urbana, segurança pública e a positivação dos direitos humanos frente ao caos vivido na atualidade. Ao trabalhar a dignidade humana, como fundamento do Estado brasileiro, o autor traz uma breve conceituação do que são os direitos humanos, afirmando que,

os direitos humanos servem como um parâmetro, e devem ser seguidos como os direitos ligados à liberdade e à igualdade. Sendo básicos de todas as pessoas, são declarados como inerentes ao ser humano e estão positivados no plano internacional (SCHNEIDER, 2016, p. 93).

O autor continua a reflexão sobre os direitos humanos, enfatizando que a dignidade humana é parte fundamental destes. Isso porque os direitos humanos visam à proteção da dignidade humana. Contudo, a questão não se restringe apenas à lei constitucional, avançando aos seus princípios e a observação destes:

Outra importante observação quanto ao princípio da dignidade humana é que este não se restringe à lei constitucional, indo além dos direitos e garantias expressamente reconhecidos pela Constituição, como pode muito bem ser observado no que apregoado aos afirmar que, “os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela dotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte” (Brasil, 1988, artigo 5º, §2º), incluindo também os direitos positivados nos tratados internacionais no que se refere à matéria de direitos humanos (SCHNEIDER, 2016, p. 93).

Ao analisar a reflexão feita por Schneider (2016), é fácil perceber que, para além da constituição assecuratória dos direitos do homem, a sociedade deve abrir os horizontes de possibilidades de concretização destes e se utilizar de mecanismos inovadores, que envolvam o todo. Nessa perspectiva, as políticas púbicas surgem como forma de assegurar os direitos do homem e viabilizar os mais diversos meios para tal.

Não raro, as políticas púbicas voltadas ao cárcere merecem a mesma atenção dada às políticas sociais gerais, pois, além de assegurarem os direitos inerentes ao homem, são formas de acolher esses indivíduos segregados pelo tempo. A importância de aplicação e controle dessas políticas, frente a dificuldade que se encontra para efetivá-las, é traduzida por Adorno (1991, p. 68), quando afirma:

Certamente, não são poucos os obstáculos que se antepõem à implementação de políticas públicas penais com um mínimo êxito e sequer irrelevantes as forças que concorrem para impedir a transformação das prisões em instituições compatíveis com o exercício democrático do poder.

A ideia de que os homens e mulheres que vivem o cotidiano dentro de celas prisionais não precisam de ajuda dos governos, dos municípios e das sociedades deve ser desmistificada. Essas pessoas precisam ainda mais de amparo, já que se encontram por um longo período afastados da realidade do cotidiano e precisam estar seguros para o retorno em sociedade.

As políticas públicas, nesse sentido, são a fonte de aproximação e garantia de que os reeducandos tenham os seus direitos garantidos, como é o caso da educação, direito fundamental que todo o ser humano possui e que é a base da vida, proporcionando oportunidades de melhora pessoal e social, do contrário a falta delas desrespeita os princípios da humanidade.

A própria Declaração Universal do Direitos Humanos de 1948 (SENADO, 2013) indica já em seu art. I que “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade”. Por isso, é fundamental a participação de todos os indivíduos e governos da sociedade brasileira na elaboração e realização das políticas públicas para garantir os direitos, por hora perdidos, dos seus semelhantes, com deméritos de cor, raça, religião, opção sexual, etnias e outras diversas características pessoais.

As políticas públicas de desenvolvimento social e cultural, apresentam-se como meio para garantir aqueles direitos inerentes aos Pactos Internacionais de Direitos Humanos dos quais o Brasil figura como signatário. Além disso, acabam envolvendo a sociedade nesse trabalho, demonstrando que as pessoas privadas de liberdade e que precisam de apoio para melhorar de vida, não são pessoas diferentes ou que irão afetar negativamente a sociedade.

Os cidadãos que convivem em sociedade, conforme dispõe a Constituição de nosso país e os tratados internacionais, são iguais perante a lei, em direitos e deveres e, por isso, no art. XXII da Declaração Universal dos Direitos Humanos, constata-se o seguinte:

ARTIGO XXII - Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade (SENADO, 2013, p. 22).

Numa visão mais prática e social, as políticas públicas possuem uma característica bastante peculiar ao homem, qual seja, o seu empoderamento, visto que, quando inseridos em atividades e programas sociais com a finalidade de acolhimento e seguridade de seus direitos, o homem vê-se empoderado e encorajado para ir em busca de uma melhora na qualidade de vida.

Nessa linha de empoderamento que as políticas públicas, voltadas ao cárcere, permitem aos indivíduos que por muito tempo passaram segregados, o artigo XVII da Convenção Americana dos Direitos Humanos (SENADO, 2013, p. 26), prevê que “toda pessoa tem o direito de ser reconhecida, seja onde for, como pessoa com direitos e obrigações, e a gozar dos direitos civis fundamentais”. Ou seja, ninguém pode ser tratado diferente, todos são iguais e são possuidores dos mesmos direitos relacionados ao crescimento e enriquecimento pessoal.

A criação das políticas, deve ser de maneira a fortalecer a hegemonia entre todos, proporcionando uma vida compartilhada, tornando os problemas sociais de interesse comum, bem como suas maneiras de resolução, deixando para trás o comportamento egoísta, da prevalência de interesses individuais e benefícios próprios.

Schneider (2016), nessa mesma linha, aduz que a independência e a liberdade das pessoas são meios para que o Estado respeite as leis e proteja seus cidadãos, proteja todos os seres humanos de qualquer arbitrariedade:

Nesta linha, é possível deduzir que os direitos humanos, além de protegerem os indivíduos das arbitrariedades, do autoritarismo, da opressão e dos abusos de poder, também estão associados a uma ideia de civilização e de democracia, que juntas refletem uma ideia de igualdade e de dignidade para todos os seres humanos. Representam a independência e a liberdade das pessoas, fazendo com que o Estado respeite as leis, protegendo todos os seres humanos de toda e qualquer arbitrariedade (SCHNEIDER, 2016, p. 105).

Nesse sentido, as políticas púbicas devem avançar no campo da sociedade e adentrar os presídios, albergues e colônias agrícolas para humanizar os indivíduos que ali se encontram, buscando harmonizar suas vidas de forma digna e lhes mostrar que são iguais perante os outros, que podem e devem buscar meio para a sua evolução.

O Estado é o detentor do poder para aplicar as políticas públicas carcerárias no país, juntamente com ações governamentais e cooperação da sociedade, devendo desenvolver, a partir das necessidades desse grupo, ações que integram os seus direitos individuais e coletivos. O Estado tem a autonomia necessária para realizar cada vez mais, e de forma qualificada, as políticas necessárias, de forma a visar sempre à garantia dos direitos do homem. Nesse sentido, é obrigatória a observação de algumas condições, como por exemplo, a garantia de respeito aos direitos humanos, de proteção e por fim, a obrigação de cumprimento e tomada de medidas que os assegurem.

Uma política pública voltada ao cárcere, quando aplicada, é âncora dos direitos e garantias fundamentais do homem, buscando protegê-lo das violações que a sociedade, ainda que orientada a não ferir os direitos do próximo, possa tentar fazer, ferindo não apenas o subjetivo do homem, mas também seu bem mais preciso que é a integridade física e psíquica.

O trabalho, segundo preceitos constitucionais, dignifica o homem e é neste sentido que muitas das políticas públicas atualmente praticadas, ajudam a engrandecer o homem, preparando-o para o mercado de trabalho externo, já que dentro dos próprios presídios o indivíduo realiza atividades que possam gerar uma garantia de emprego, objetivando desta forma a erradicação de pobreza e evitando a reincidência.

A pobreza é outro ponto que as políticas públicas trabalham nos grupos de pessoas privadas de liberdade, uma vez que possuem em grande parte, conteúdos que transformam o agir e o pensar desses homens e mulheres encarcerados, fazendo com que enxerguem outros horizontes e evitem, em função da miséria e da pobreza, a delinquir novamente ainda que em busca de comida e de uma vida melhor “igual” aos demais. Nesse sentido, é possível fazer uma leitura entre o trabalho e a garantia fundamental, para evitar a pobreza e exclusão social, no seguinte trecho da obra de Sarlet (2006, p. 95):

Neste contexto, vale lembrar, ainda, que o ponto de ligação entre a pobreza, a exclusão social e os direitos sociais reside justamente no respeito pela proteção da dignidade da pessoa humana, já que – de acordo com Rosenfeld – “onde homens e mulheres estiverem condenados a viver na pobreza, os direitos humanos estarão sendo violados”.

A saúde dos indivíduos encarcerados, também passou a ser ponto de importante aperfeiçoamento dentro das políticas públicas, uma vez que essas pessoas fazem parte da sociedade e consequentemente merecem o mesmo tratamento humanitário que os demais. O direito à saúde é um reflexo de valoração da dignidade humana e por esta razão é considerado um bem comum e necessário para a manutenção dos direitos humanos. As políticas públicas envoltas nesse assunto, surgem para afirmar que a saúde é direito de todos, sem distinção de raça, cor e posição jurídica social.

Nesse sentido, Janaína Machado Sturza e Maria Cristina Schneider Lucion (2014, p. 14) salientam que,

o direito à saúde é tido como um direito humano, fundamental e social. Sua essência está intimamente ligada ao direito à vida e à dignidade da pessoa humana, valores advindos do reconhecimento mundial dos humanos, e que atualmente estão garantidos pela Constituição Federal de 1988.

As políticas públicas voltadas ao cárcere, como já dito, são ações de cunho preventivo, em que as ações do governo são planejadas, traçando seus objetivos, metas decisões e avaliações, da eficácia em parceria com a sociedade civil. Não raras vezes, essas políticas são desenhadas pela prevenção, visto que, exigem do Estado um desempenho diferente, implicando custos e possibilidades de ação em busca de uma igualdade social, de direitos e deveres, com foco nos direitos humanos.

Nessa perspectiva, Tamiris Alessandra Gervasoni e Iuri Bolesina (2014, p. 34) explanam sobre a característica preventiva e o modo diferenciado que o Estado deve gerenciar as políticas públicas:

Uma atuação preventiva certamente demandaria um desempenho diferenciado ao Estado, implicando custos, possibilidades de ação, informações sólidas, bem como o movimento de todo um aparato público; ocorre que a “prevenção tende a detectar perigos ainda na fonte e, na medida do possível, antecipar-se a seu surgimento”, dessa forma não se permitiria a ocorrência do dano, o que, em geral, acarreta em um menor grau de atuação e em maiores custos para os entes públicos.

Ainda, conforme os autores acima mencionados, as políticas públicas, diferentemente das leis e normas expressas, podem e devem ser moldadas e reestruturadas por seus criadores sempre que necessário para que o objetivo final seja atendido, ou seja, que os direitos humanos sejam concretizados:

Nota-se, porém que uma política pública não é um direito fundamental e que, portanto, sob ela não recaem as lógicas de vedação e de abolição ou práticas nesse sentido e de proibição de retrocesso social, como se dá nos direitos fundamentais. É plenamente possível a destruição de uma política pública pelo seu criador, assim como a criação de outras, com o mesmo objetivo, mas com abordagem distinta (GERVASONI. BOLESINA, 2014, p. 68).

A possibilidade de alternância, de reajuste e modificação, faz com que as políticas públicas possam ser trabalhadas a fim de assegurar a cidadania e inclusão social dos apenados, visto que quando estiverem delineando caminhos diferentes, que não esses de seguridade, elas devem ser alteradas, melhoradas e qualificadas. Por esse motivo, que muitas políticas voltadas ao cárcere acontecem em alguns anos e em outros não, devido a novas demandas e exigências sociais, acabam sendo extintas para dar lugar a outra que atenda ao momento.

Para que haja uma efetividade das políticas públicas carcerárias, existem inúmeros elementos que devem ser considerados, mas o ponto principal na elaboração e atuação destas, refere-se à intercomunicação entre todas, entre aquelas que visam à educação, que trabalham o esporte, que oportunizam o trabalho, que visam à concretização cidadã, que reatam as relações familiares, etc. Ou seja: todas essas políticas, para que sejam eficazes, devem estar interligadas, cada uma com sua particularidade, mas não deixando de relacionar todas as outras questões derivadas.

Esse é entendimento de Marli Marlene Moraes da Costa e Josiane Borghetti Antonelo Nunes (2014, p. 121), ao asseverarem que,

as políticas públicas não devem ser entendidas como programas que se dividem por setores de acordo com as necessidades do Estado, ao contrário, elas devem estar constantemente interligadas e serem compreendidas a partir da própria construção de instituições e processos políticos, aos quis estão intimamente interligados com todas as questões que regem uma sociedade.

As políticas públicas, pensadas e organizadas de modo a atender os direitos da sociedade como um todo, atingem também aos indivíduos encarcerados, ainda que com alguns aspectos distintos, pois precisam ajustar a vida dessas pessoas privadas de liberdade para voltar a conviver em sociedade.

Os direitos humanos no cárcere, assim, podem e devem ser efetivados com a realização de políticas públicas de cunho assistencial, uma vez que estas trabalham a fim de mostrar aos indivíduos que a vida é muito além da privação. Com efeito, as políticas públicas objetivam agregar os detentos para suas atividades, envolver essas pessoas em projetos sociais para que se sintam qualificadas e iguais, apagando a barreira existente entre a vida no cárcere e a vida em liberdade.

Os projetos sociais, trabalham com a intenção de prevenir e alertar esses indivíduos de que, a vida no crime, não lhes traz nenhuma melhora pessoal e social, apenas permite que os seus direitos sejam novamente violados tendo como base, o contexto da violência e repressão hoje vivenciada. Nesse sentido, os projetos trabalhados dentro do cárcere, permitem que o apenado reflita sobre as condições que ali vive, sobre os erros cometidos e a partir disso, creia numa nova possibilidade de vida para si.

As políticas públicas do cárcere, devem envolver todos os detentos, cada qual na sua individualidade, mas com possibilidade de se identificar em ao menos em uma, trabalhando as noções de cidadania e educação, passos fundamentais para que os seus direitos sejam garantidos, assim como preceituado no texto constitucional. São elas uma maneira de concretizar os direitos do homem, dentro desses ambientes escuros e intimidadores.

Dada a importância dessas políticas na vida dos apenados, é necessário que o Estado, aquele que ao mesmo tempo viola os direitos humanos e fundamentais do homem, organize as ações a serem tomadas, viabilizando a concretização de direitos e cidadania, elementos essenciais e fundamentais para a vida em sociedade.

CONCLUSÃO

A tarefa de desconstruir a ideia de que uma sociedade violenta que apresenta uma relevante crise no sistema prisional e problemas em efetivar os direitos humanos dos seus cidadãos, deve responder com ainda mais violência, é dever do Estado, pois, é ele quem deve primar pela humanização, pela cidadania e pela garantia dos direitos humanos.

Como bem observado na elaboração do presente trabalho, a punição excessiva que muitos acreditam ser a solução, apenas gera mais conflitos, mais desigualdades e guerras. Não se pode admitir que em pleno século XXI, na era da modernidade e das “relações pessoais”, o pensamento social de segregação ainda esteja fortemente presente nas respostas “inteligentes”. A violência alimenta cada vez mais o ódio, a divisão de pessoas, a segregação de cidades, a desigualdade social, e o Brasil como país democrático de direito, deve atuar fortemente com políticas públicas que modifiquem o cenário atual da sociedade.

A crise do sistema prisional brasileiro, relatada a todo momento pelas mais diversas fontes midiáticas, é o resultado de uma sociedade individualista e separatista, que está preocupada apenas com os acontecimentos que circundam os seus umbigos, ou seja, a preocupação condiz apenas com os interesses individuais, ficando em segundo e terceiro plano, os interesses coletivos.

Na esfera de solução do problema, surgem as políticas públicas voltadas ao cárcere, que objetivam inicialmente a diminuição da crise por meio do acesso as atividades de inclusão social e cidadania pelos apenados. Essas políticas de cunho protecionista, demonstram que quando de um lado atua a solidariedade do outro, a violência se cala.

É preciso que haja compreensão da sociedade e dos governantes, sobre a importância de programas sociais que visam a reeducação dos indivíduos segregados, tendo em vista que, após um longo período encarcerados, essas mesmas pessoas necessitam estar inseridas novamente no social. A participação da sociedade é extremamente importante, pois, acolhe e orienta os detentos para a concretização de seus direitos, que devem a todo modo serem garantidos pelo Estado.

A sociedade e os governantes devem estar emprenhados em melhorar o país, não apenas a sua rua, seu bairro e sua cidade, pois, a crise assola o país inteiro e reflete também nas relações pessoais. O problema enfrentado não é apenas dos diretores e conselhos penitenciários, é problema comum a todos nós, pois se a crise hoje se instalou, é resultado de uma má harmonização social, é resultado de uma divisão de valores e individualismo.

É preciso compreender, que o tratamento dado a um, deve ser despendido a todos, e assim, e somente assim é que veremos uma sociedade justa e igualitária, munida de bons pensamentos e ações, preocupada com o próximo, fazendo pelo outro, aquilo que faria por si.

Assim, pode-se perceber que o caminho para acabar com a crise ainda é longo e árduo, mas fechar a porta para as soluções, por puro comodismo, de todo modo, não é a melhor escolha, é preciso efetivar as políticas públicas, assegurar os direitos humanos e assim, somente assim, a crise que se tornou problema social, será superada.

REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, Miriam; CASTRO, Mary Garcia; PINHEIRO, Leonardo de Castro; MARTINELLI, Cláudia da Costa. Juventude, Violência e Vulnerabilidade social na América Latina: Desafios para Políticas Públicas. UNESCO. Brasília, 2002.

ASSIS, Rafael Damaceno de. A Realidade atual do Sistema Penitenciário Brasileiro. Revista CEJ. Brasília: ano XI, nº 39. Disponível em: <http://ww.cjf.jus.br>. Acesso em 03 out. 2016.

Documentos relacionados