9 DIMENSIONAMENTO ELÉTRICO
9.5 PROTEÇÃO E SECCIONAMENTO
9.5.1.1 Localização dos Equipamentos de Proteção Contra Sobrecorrentes
A aplicação de equipamentos de proteção contra sobrecorrentes deverá ser condicionada a uma análise técnico-econômica de alternativas dos esquemas de proteção de cada circuito. Em princípio, esses equipamentos devem ser instalados nos seguintes pontos:
a) Em tronco de alimentadores
• Próximo à saída de cada circuito da SE, no caso de subdivisão de circuito protegido por um mesmo disjuntor, pode-se, excepcionalmente, utilizar religadores ou seccionalizadores, levando-se em conta a coordenação destes com o disjuntor.
NOTA:
Esta alternativa é válida para o caso de não existir cubículos de saída disponíveis em SE's de localidades com baixa densidade de cargas ou quando há necessidade de derivação de um mesmo circuito para atendimento a mais de uma área.
NORMA TÉCNICA DE DISTRIBUIÇÃO
CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DE REDES E LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA PRIMÁRIA COMPACTA E SECUNDÁRIA ISOLADA
NTD- 1.06
PÁGINA
45/84
• Após cargas, cujas características especiais exijam uma continuidade de serviço acentuada, usar religador ou seccionalizador.
• Onde o valor da corrente de curto-circuito mínimo não é suficiente para sensibilizar dispositivos de proteção de retaguarda, deve-se utilizar religador ou chave fusível.
b) Em ramais de alimentadores
• No início de ramais que suprem áreas sujeitas a falhas, cuja probabilidade elevada de interrupções tenha sido constatada através de dados estatísticos, deve-se utilizar religador ou seccionalizador.
• Nos demais casos, não abrangidos pelo item acima, usar chave fusível.
c) Em sub-ramais
• No início de sub-ramais, e que atendam a mais de um transformador, usar chave fusível.
Nota: A configuração dos ramais e sub-ramais deve ser feita de forma a não se instalar mais de quatro chaves fusíveis em série, contando inclusive com a chave de entrada de consumidor em média tensão.
d) Em sub-ramais que alimentam apenas um transformador
• Poderão ser protegidos por chaves fusíveis apenas no início do sub-ramal, desde que sua extensão não ultrapasse 300 metros e não tenha nenhum obstáculo para a visão das chaves e do sub-ramal, até o transformador.
e) Em ramais de consumidores em AT
• Deverão ser protegidos através de chaves fusíveis de capacidade adequada, inclusive nos casos onde a proteção é feita por disjuntor na cabina consumidora.
f) Em transformadores
• Todos os transformadores deverão ser protegidos através de chaves fusíveis, com elos fusíveis de amperagem adequada à potência do transformador, conforme Tabela 18 e observando-se o disposto, no subitem d.
NORMA TÉCNICA DE DISTRIBUIÇÃO
CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DE REDES E LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA PRIMÁRIA COMPACTA E SECUNDÁRIA ISOLADA
NTD- 1.06
PÁGINA
46/84
Tabela 18– Elos Fusíveis para Proteção de Transformadores.
Rede de Distribuição Urbana - 13,8 kV Potência
(kVA)
Transformad. Monofásicos Transformad. Trifásicos Ligação Fase-Neutro 3 Ø 5 1H - 10 2H - 15 3H 1H 25 5H - 30 - 2H 37,5 6K - 45 - 3H 50 - - 75 - 5H 100 - - 112,5 - 6K 150 - 8K 225 - 10K 300 - 12K
Fonte: COS – CEB – SAO – Serviço de Apoio a Operação.
9.5.1.2 Critérios para Seleção dos Equipamentos de Proteção Contra Sobrecorrentes
Os equipamentos a serem instalados nas RLDC devem ter a tensão nominal e tensão suportável nominal sob impulso atmosférico (NBI) compatíveis com a classe de tensão do sistema e também atender as demais condições necessárias em função do seu ponto de instalação. (classe 15 kV e NBI 95 kV)
a) Chaves e elos fusíveis - para proteção de redes primárias
• A corrente nominal da chave fusível deve ser de 100 A no mínimo igual ou maior do que 150% do valor nominal do elo fusível a ser instalado no ponto considerado.
Em todos os casos, o nível de curto-circuito das chaves será de 10 kA.
• A capacidade de interrupção, associada ao valor X/R do circuito, no ponto de instalação, deve ser, no mínimo, igual à máxima corrente de defeito nesse ponto.
• Para possibilitar o desligamento dos ramais sem necessidade de prejudicar o fornecimento a outros consumidores, deverão ser utilizadas chaves fusíveis equipadas com dispositivo para permitir a abertura em carga, mediante a utilização de equipamento tipo "loadbuster" ou similar.
• Quando o ramal alimentar apenas um consumidor, deverá ser também utilizada chave fusível com o dispositivo para abertura em carga.
b) Chaves e elos fusíveis - para proteção de transformadores de distribuição
Os elos fusíveis de proteção do transformador de distribuição, idealmente, devem cumprir os seguintes requisitos:
NORMA TÉCNICA DE DISTRIBUIÇÃO
CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DE REDES E LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA PRIMÁRIA COMPACTA E SECUNDÁRIA ISOLADA
NTD- 1.06
PÁGINA
47/84
• Os elos fusíveis devem operar para curto-circuito no transformador ou na rede secundária, de modo que os defeitos não repercutam na rede primária.
• Os elos fusíveis devem suportar continuamente, sem fundir, a sobrecarga que o transformador é capaz de suportar sem prejuízo de sua vida útil.
• Os elos fusíveis devem ter seu dimensionamento adequado para proteção do transformador, conforme Tabela 18.
• As chaves fusíveis de proteção dos transformadores de distribuição devem possuir dispositivo que permita a abertura sob carga.
c) Religadores
Os religadores deverão ser empregados em saída de alimentadores e linhas derivando de alimentadores sujeitos a defeitos intermitentes, de forma a evitar-se que as correntes de carga ou dos curtos fase-terra, quando elevadas a ponto de interferirem no relé de neutro da subestação, venham a comprometer a coordenação.
d) Seccionalizadores
A instalação de seccionalizadores ficará restrita ao uso no lado da carga, em série com o religador ou disjuntor, desde que tenham um dispositivo de religamento automático na retaguarda, que pode ser o próprio disjuntor.
9.5.2 Proteção Contra Sobretensões
A proteção contra sobretensões nas RLDC será feita por pára-raios projetados nos seguintes pontos:
• Em transformadores de distribuição.
• Em ambos os lados de estruturas que contenham religadores, seccionalizadores, reguladores de tensão, capacitores e chaves tripolares.
• Em estruturas de derivação de ramais de entrada de consumidores primários.
• Em pontos de transição da RLDC para subterrânea e vice-versa.
• Em pontos de transição da RLDC para rede nua e vice-versa.
Obs: Na transição de cabo nu para cabo protegido, pode-se dispensar os pára-raios se já houver proteção até a segunda estrutura adjacente a ela.
• Nas estruturas adjacentes ao cruzamento de redes aéreas convencionais (condutores nu) com RLDC, quando interligadas.
• Em ambos os lados de chave normalmente aberta.
• Nos fins de redes e linhas primárias.
• Nas redes de 13,8 kV, a distância máxima entre os jogos de pára-raios deverá ser de 500 m, sendo considerados para tanto os pára-raios instalados para a proteção de transformadores, equipamentos, entrada de consumidores, etc.
• Nas linhas compactas de 34,5 kV, considerando-se a maior isolação das mesmas, poderá ser instalado um jogo de pára-raios a cada 1000 m.