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Ministros do meio ambiente de todo o mundo, reunidos na segunda sessão da Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA) em Nairóbi, no Quênia, foi aprovado 25 medidas para mitigar problemas ambientais e ajudar a implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris para o clima.

Entre as questões abordadas estiveram lixo marinho, comércio ilegal de animais silvestres, poluição do ar, gestão de produtos químicos e consumo e produção sustentáveis, parte integral das ações globais necessárias para implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris para o clima.

A Assembleia Ambiental das Nações Unidas teve a participação de milhares de delegados de 174 países e eventos paralelos sobre questões de importância global. As sessões da UNEA-2 tiveram ainda a participação do vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson; do presidente do Quênia, H.E. Uhuru Kenyatta; do diretor-executivo do ONU-Habitat, Joan Clos; e do vice-presidente do Irã e ministro do Meio ambiente do país, Masoumeh Ebtekar.

As sessões foram presididas pelo ministro do Meio Ambiente da Costa Rica, Edgar Gutiérrez, que assumiu a posição de Oyun Sanjaasuren, ex-ministro do Meio Ambiente e de Desenvolvimento da Mongólia.

O principal tema da UNEA foi a Agenda 2030 e as iniciativas necessárias para atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Nesse sentido, a assembleia pediu que o PNUMA dê início a novas parcerias e fortaleça as já existentes, incluindo com o setor privado e a sociedade civil.

Os Estados-membros pediram que o programa das Nações Unidas continue promovendo a intersecção entre financiamento e meio ambiente.

Sendo o Acordo de Paris um dos tratados ambientais mais significativos das últimas décadas, a assembleia também concluiu que o PNUMA deve acelerar o apoio aos países, especialmente aqueles em desenvolvimento, para construir uma capacidade nacional para implementação do acordo, além de gerar capacidade de acesso a tecnologia e financiamento. Uma questão importante tratada pela UNEA-2 foi o comércio ilegal de animais silvestres, que está empurrando espécies para a

extinção, roubando o legado natural dos países e lucrando com redes criminosas internacionais.

O PNUMA e seus parceiros, com o apoio de celebridades como a modelo brasileira Gisele Bündchen, o jogador de futebol Neymar Jr. e outras, também lançaram uma nova campanha, a “Wild For Life” para engajar milhões de membros do público a acabar com o comércio ilegal de animais silvestres. A modelo brasileira Gisele Bündchen apoia nova campanha do PNUMA.

Estima-se que haja 5,2 trilhões de pedaços de plástico flutuando nos oceanos, prejudicando tanto a vida marinha como a biodiversidade. Para enfrentar esse problema, os Estados-membros decidiram encorajar empresas a considerar o ciclo ambiental de seus produtos. Os delegados também buscaram a assistência do PNUMA para acessar a efetividade das estratégias de governança e abordagens para combater o lixo marinho, e identificar como mitigar esses problemas.

Também pediram que o programa das Nações Unidas ajude a desenvolver e implementar ações nacionais e regionais para combater o lixo marinho, com ênfase nas regiões que são as maiores fontes de dejetos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima em 12,6 milhões as mortes causadas a cada ano a questões ambientais, enfatizando a importância de um ambiente saudável para uma população saudável.

Diversas resoluções relacionadas à saúde humana e ao meio ambiente foram aprovadas. Uma delas foi uma iniciativa para desenvolver ações de gestão de químicos como chumbo, material que causou a morte de cerca de 650 mil pessoas em 2010 e ainda causa danos ambientais globalmente.

Os delegados pediram que o PNUMA desenvolva pesquisa sobre ações que possam ser adotadas para implementar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS); pediram ao setor privado que tenha um papel maior na gestão de químicos e lixo; e pediram que os países garantam uma melhor reciclagem de baterias tanto no nível nacional como regional.

Outra resolução pediu também que o PNUMA estabeleça uma rede global de pesquisa sobre a ameaça representada pelas tempestades de pó e areia e incorpore a questão em seu trabalho. Tais tempestades contribuem para reduzir a qualidade do ar, um problema que causa a morte de ao menos 7 milhões de pessoas todos os anos no mundo. Conflitos armados e sua relação com o meio ambiente também foram fontes significativas de discussões na UNEA. Um simpósio

abordou as relações entre os deslocamentos de refugiados e o meio ambiente, abordando suas causas e implicações.

Uma das resoluções pediu que os Estados-membros adotem medidas apropriadas para garantir o cumprimento da lei humanitária internacional em relação à proteção do meio ambiente em períodos de conflito armado.

Resoluções sobre desperdício de comida e consumo e produção sustentáveis, que afetam tanto a Agenda 2030 como o Acordo de Paris, também foram aprovadas.

Outra resolução pediu mais esforços e cooperação para diminuir a quantidade de comida produzida a cada ano que é perdida ou jogada fora, assim como o comprometimento dos Estados-membros para atingir o ODS 12, que foca no Consumo e Produção Sustentáveis.

4.7 RIO+20 - CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.

A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009. O objetivo da Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.

A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.

A Rio+20 será composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, está prevista a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reunirão representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência. Em seguida, entre 16 e 19 de junho, serão programados

os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. De 20 a 22 de junho, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas.

Além das “PrepComs”, diversos países têm realizado “encontros informais” para ampliar as oportunidades de discussão dos temas da Rio+20.

O processo preparatório é conduzido pelo Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais e Secretário-Geral da Conferência, Embaixador Sha Zukang, da China. O Secretariado da Conferência conta ainda com dois Coordenadores-Executivos, a Senhora Elizabeth Thompson, ex-Ministra de Energia e Meio Ambiente de Barbados, e o Senhor Brice Lalonde, ex-Ministro do Meio Ambiente da França. Os preparativos são complementados pela Mesa Diretora da Rio+20, que se reúne com regularidade em Nova York e decide sobre questões relativas à organização do evento. Fazem parte da Mesa Diretora representantes dos cinco grupos regionais da ONU, com a co-presidência do Embaixador Kim Sook, da Coréia do Sul, e do Embaixador John Ashe, de Antígua e Barbuda. O Brasil, na qualidade de país-sede da Conferência, também está representado na Mesa Diretora.

Os Estados-membros, representantes da sociedade civil e organizações internacionais tiveram até o dia 1º de novembro para enviar ao Secretariado da Conferência propostas por escrito. A partir dessas contribuições, o Secretariado preparará um texto-base para a Rio+20, chamado “zero draft” (“minuta zero” em inglês), o qual será negociado em reuniões ao longo do primeiro semestre de 2012.

5 CONCLUSÃO

Os problemas ambientais são causados por impactos originados por aspectos mais pontuais, mas que são ligados a um cenário maior, mais amplo. Este contexto maior abarca as atividades humanas que se encontra presente no meio urbano e rural e nos quais podemos mostrar seus efeitos geradores de impactos nos mais variados níveis do meio ambiente. A conscientização ambiental de massa, só será possível com percepção e entendimento do real valor do meio ambiente natural em nossas vidas. O dia em que cada brasileiro entender como esta questão afeta sua vida de forma direta e irreversível, o meio ambiente não precisará mais de defensores. A sociedade já terá entendido que preservar o meio ambiente é preservar a própria pele, e fragilizar o meio ambiente, é fragilizar a economia, o emprego, a saúde, e tudo mais.

Quanto à previsão constitucional sobre a conservação ecológica, a Constituição Federal, em seu artigo 225, § 1º, inciso I, declara que cabe ao Poder Público "preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e promover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas”.

O referido dispositivo constitucional prevê, ainda, em seu inciso VI, que cabe ao Poder Público promover a educação ambiental, em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.

O Direito Internacional Ambiental visa à solução ou amenização dos problemas ambientais objetivando promover, por meio de tratados internacionais, uma tutela ambiental eficaz. Designando medidas de reparação ou compensação pelo dano ambiental sofrido por um indivíduo ou pelo Estado.

Com certeza não são somente os governos que devem se responsabilizar pelo combate à poluição. Cada um de nós, em nosso cotidiano, deve fazer sua parte e refletir sobre ações simples, mas que ao longo do tempo fará diferença para a nossa e para as próximas gerações. Podemos por exemplo, praticar a reciclagem e cobrar das prefeituras o tratamento correto do lixo. Nas férias e passeios, devemos estar sempre atentos aos cuidados ambientais, seja na praia ou no campo. E, denunciar indústrias que estão poluindo o ambiente também faz parte da nossa responsabilidade social e com o meio ambiente.

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