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Acordos e Tratados Internacionais

Capítulo 2. Proteção Regional

2.1. Europa – União Europeia

O Tratado de Maastricht foi um marco significativo no processo de unificação europeia, possibiitando a unificação política que se somou à integração económica existente entre os países europeus. O Tratado de Maastricht foi assinado em 07 de Fevereiro de 1992 na cidade holandesa que ostenta esse nome. Mas desde o final da Segunda Grande Guerra já havia a preocupação dos governos europeus com a fortificação de suas economias e com a busca de meios de crescimento. No Parlamento europeu os povos dos Estados-membros são representados e esse órgão exerce suas funções de decisão e controle consoante as atribuições fixadas no Tratado334.

Diretiva 2000/60/CE – No que se refere às águas subterrâneas (Anexo II, n.2) propõe que se proceda a caracterização de todas as massas de águas subterrâneas a fim de avaliar as suas utilizações e o grau de risco existente. Essa primeira análise utilizará dados em matéria de hidrologia, geologia, pedologia, ordenamento do território e outros, procurando identificar: (i) a localização e os limites de cada massa de águas subterrâneas; (ii) as pressões a que a massa ou massas de águas subterrâneas estão sujeitas, incluindo: fontes difusas de poluição, fontes tópicas de poluição, captação, recarga artificial, (iii) as características gerais dos estratos que cobrem a área de drenagem que alimenta a massa de águas subterrâneas, (iv) as massas de águas subterrâneas associadas a ecossistemas aquáticos de superfície ou ecossistemas terrestres que delas dependem directamente.

Após esta primeira caracterização, os Estados-Membros procederão a uma caracterização mais aprofundada das massas ou grupos de massas de águas subterrâneas que tenham sido consideradas em situação de risco, que incluirá informações relevantes sobre o impacto das atividades humanas e também informações pertinentes sobre as características geológicas (incluindo a extensão e o tipo das unidades geológicas), as características hidrogeológicas da massa de águas subterrâneas (incluindo a condutividade hidráulica, a porosidade e o confinamento), as características dos solos e depósitos de superfície na área de drenagem que alimenta a massa de águas subterrâneas

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ACCIOLY, Hildebrando; NASCIMENTO E SILVA, G.E.; CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito

(nomeadamente a espessura, a porosidade, a condutividade hidráulica e as propriedades de absorção desses solos e depósitos); as características de estratificação das águas no interior da massa de águas subterrâneas; o inventário dos sistemas de superfície associados, incluindo ecossistemas terrestres e massas de águas de superfície, com os quais a massa de águas subterrâneas está dinamicamente relacionada; as estimativas das direções e caudais de transferência de águas entre a massa de águas subterrâneas e os sistemas de superfície associados, os dados suficientes para calcular a taxa de recarga global média anual a longo prazo; a caracterização da composição química das águas subterrâneas, incluindo a atividade humana.

Análise do impacto das atividades humanas nas águas subterrâneas compreenderá (a) a localização dos pontos da massa de águas subterrâneas utilizados para captação de água, com exceção dos pontos que servem à captação de água destinada ao consumo humano e forneçam, em média, menos de 10 m³ de água por dia, ou que abasteçam menos de 50 pessoas; (b) taxas médias anuais de captação a partir desses pontos; (c) a composição química da água captada a partir da massa de águas subterrâneas; (d) a localização dos pontos da massa de águas subterrâneas nos quais é diretamente descarregada água; (e) as taxas de descarga nesses pontos; (f) a composição química das águas descarregadas na massa de águas subterrâneas; (g) o ordenamento do território na área ou áreas de drenagem a partir das quais a massa de águas subterrâneas recebe a sua recarga, incluindo poluentes e alterações antropogénicas das características de recarga, nomeadamente, desvios das águas da chuva e das linhas de escoamento por meio de aterros, recarga artificial, diques ou drenagem.

Análise do impacto das alterações nos níveis das águas subterrâneas nomeadamente depois de atender aos efeitos do estado da massa de água sobre: (i) as águas de superfície e os ecossistemas terrestres que lhes estão associados; (ii) a regulação da água, a protecção contra cheias e a drenagem dos solos e (iii) o desenvolvimento humano.

Por fim, compreende também a análise do impacto da poluição sobre a qualidade das águas subterrâneas

2.2. América do Sul – Convenções e Acordos Regionais

(i) Tratado de Cooperação Amazônica - foi celebrado em 1978 pelo Brasil, Suriname, Venezuela, Colômbia, Guiana, Peru, Equador e Bolívia. O objeto deste tratado compreende a região amazônica em sua plenitude geográfica. Tal tratado entrou em vigor em 1980.

(ii) Tratado da Bacia do Prata – foi celebrado em 1969 pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Foi complementado em 1973 pelo Tratado sobre o Rio Prata e seus limites marítimos. O objeto deste tratado compreende a gestão compartilhada sobre as atividades que causem impacto na Bacia do Prata.

MERCOSUL

O MERCOSUL é uma integração regional que visa à criação regulamentar de um mercado comum e se encontra atualmente sob a forma de união aduaneira. Não sendo supranacional, como é o caso da União Européia, os Estados- partes do MERCOSUL optaram pela cooperação e harmonização de normas em todos os campos.

O protocolo é uma forma de complementação de um tratado; podemos citar os seguintes protocolos complementares do Tratado de Assunção:

- Protocolo de Buenos Aires sobre Jurisdição Internacional em Matéria Contratual, de 5.8.1994;

- Protocolo de San Luis sobre Matéria de Responsabilidade Civil Emergente de Acidente de Trânsito entre os Estados-partes do Mercosul, de 25.6.1996;

- Protocolo de Santa Maria sobre Jurisdição nas Relações de Consumo. O primeiro Protocolo de Buenos Aires refere-se aos contratos internacionais de natureza civil ou comercial celebrados entre particulares, pessoas físicas ou jurídicas. Com relação à jurisdição pessoal, o Protocolo de Buenos Aires exige que haja um acordo de eleição de foro em favor de um juiz de um Estado- parte para as pessoas que tenham domicílio ou sede social em diferentes Estados-

partes ou, no caso de somente uma das partes do contrato ter sede ou domicílio em um dos Estados-partes, também exige que exista uma conexão razoável, segundo as normas desse tratado. O Protocolo de Buenos Aires adota o princípio da autonomia da vontade das partes, reconhecendo, também, a hipótese de prorrogação da jurisdição. Quando não houver jurisdição voluntária, nem jurisdição prorrogada, o Protocolo aplica vários critérios para fixar jurisdição internacional chamada, nesse caso, jurisdição subsidiária: 1) o local de cumprimento do contrato; 2) o domicílio do demandado; e 3) o domicílio ou sede social, quando ficar demonstrada que cumpriu a sua prestação. Conforme o princípio do actor sequitur forum executionis reconhece-se a jurisdição internacional do país do cumprimento da obrigação.

O Protocolo de San Luis, reconhecendo o elevado número de acidentes de trânsito, com a intensificação das relações entre os quatro países, buscou determinar a jurisdição internacional e a lei aplicável nos casos de responsabilidade civil emergente de acidentes de trânsito ocorridos em território de um Estado-parte, com relação a pessoas domiciliadas em outro Estado-parte. Esse protocolo adota os critérios tradicionais do local do acidente, do domicílio do demandado e do domicílio do demandante.

O Protocolo de Santa Maria refere-se às relações de consumo, e adota o critério do domicílio para a determinação do âmbito espacial e o conceito de residência habitual para a qualificação deste. Com relação à determinação da jurisdição internacional, o Protocolo de Santa Maria adota o critério do domicílio do consumidor.

O Tratado de assunção tem como escopo a constituição de um mercado comum entre a República Argentina, a República Federativa do Brasil, a República do Paraguai e a República do Uruguai. Dentre seus objetivos, podemos citar: (i) a ampliação das atuais dimensões de seus mercados nacionais, através da integração, que constitui condição fundamental para acelerar os processos de desenvolvimento econômico com justiça social; (ii) o aproveitamento mais eficaz dos recursos disponíveis, com a preservação do meio ambiente, o melhoramento das interconexões físicas, a coordenação de políticas macroeconômica da complementação dos diferentes setores da economia, com base no princípios de gradualidade, flexibilidade e equilíbrio. (iii) pela evolução dos

acontecimentos internacionais, em especial a consolidação de grandes espaços econômicos, e a importância de lograr uma adequada inserção internacional para seus países. Expressando que este processo de integração constitui uma resposta adequada a tais acontecimentos. (iv) o presente Tratado deve ser considerado como um novo avanço no esforço tendente ao desenvolvimento progressivo da integração da América Latina, conforme o objetivo do Tratado de Montevidéu de 1980. (v) promover o desenvolvimento científico e tecnológico dos Estados-Partes e modernizar suas economias para ampliar a oferta e a qualidade dos bens de serviço disponíveis, a fim de melhorar as condições de vida de seus habitantes. (vi) reafirmar sua vontade política de deixar estabelecidas as bases para uma união cada vez mais estreita entre seus povos, com a finalidade de alcançar os objetivos supramencionados.

Quanto ao Aquífero Guarani citamos o acordo feito em San Juan, República Argentina, aos 2 dias do mês de agosto de 2010, entre os signatários – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, que têm, uma determinada porcentagem desse aquífero em seu território, da qual a mais significativa parcela pertence ao Brasil – cerca de 850 000 km².