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Protocolo de Entrevista ao docente educação especial da UAAM 2º e 3º ciclo E

1.Qual a sua opinião acerca de inclusão de alunos com NEE na escola? Concorda? Porquê?

Sou 100% a favor da inclusão, mas do que é a verdadeira inclusão, os meninos pertencerem a turma e estarem integrados na turma com as devidas condições, sejam recursos físicos e humanos. E serem incluídos nas turmas na sua plenitude ou seja, quando existem passeios, pensar-se nas suas limitações e organizar as saídas em função do aluno. Quando penso na escola inclusiva considero que deve estar planeada em relação aos acessos, a sua construção e estrutura e pela forma como os professores estão preparados e sensibilizados para este tipo de população. Estes alunos não são da educação especial como se houve muitas vezes os professores dizer, são da escola e das respetivas turmas e professor tem de procurar informação de forma a incluir estes meninos o mais possível na vida da escola. Ou seja a escola estar adaptada as suas necessidades e terem estratégias definidas para cada um e sejam elementos de pertença da turma na sua plenitude.

2.E qual a sua opinião a cerca de inclusão de alunos com multideficiência explicite a sua opinião, concorda? Porquê?

Acho que as unidades de multideficiência não têm verdadeiramente alunos com multideficiência, embora possa haver alguns casos. O que existe na maioria das unidades é alunos com problemáticas muito complexas e que depois são colocados nas unidades porque a escola não consegue dar as respostas adequadas. E estes espaços acabam por ser um espaço mais de exclusão do que inclusão. Isto porque a escola não consegue dar essa resposta adequada e os professores do regular na sua maioria não estão disponíveis para este tipo de população, pois não tem informação nem formação para trabalhar com este tipo de população.

3.Considera que as atuais políticas educativas promovem práticas inclusivas? Como? Porquê?

Não de maneira nenhuma, o modo de estar, as atitudes e como se encara a escola a falta de recursos, permite que as políticas sejam uma coisa e as praticas sejam outras. A própria organização escolar, as condicionantes exteriores levam que os professores (alguns) não promovam dentro do contexto de sala de aula práticas relacionadas com a inclusão.

inclusão de alunos contexto escolar? Explicite a sua opinião?

Do meu ponto de vista passa pela aceitação e de serem vistos como seres humanos. A partir de daqui envolver ao máximo todos os intervenientes, dar resposta as suas necessidades tendo em conta todas as suas limitações. Promover uma efetiva socialização e aceitação por parte de todos.

5. Em que moldes considera que o professor pode contribuir para uma prática inclusiva?

Primeiro que tudo deixar de olhar para os alunos como números, e pensar nas suas necessidades e ritmos de aprendizagem. Isto também passa por aqueles com cargos superiores. O professor deve e tem que procurar formação na área das necessidades educativas especiais. Tem que deixar de pensar que estes alunos são só da responsabilidade da educação especial e sim que estes alunos fazem parte das turmas, e tem que dar respostas as suas necessidades. Os professores devem estar envolvidos com todos os alunos e terem em conta as suas problemáticas e ritmos de aprendizagem e adequarem os métodos de ensino a todos os alunos.

6. O que considera imprescindível para desenvolver uma prática pedagógica com alunos com NEE?

Que os professores tenham atitudes não discriminatórias. Penso que passa também pela sensibilização e formação relacionada com NEE.

7. As práticas que existem na escola tem em conta a necessidade flexibilidade do currículo, para os alunos com NEE? Como? Quais?

Não na maioria das vezes, isto porque os currículos muitas das vezes são feitos sem ter em conta o perfil de funcionalidade dos alunos e são debitados e copilados de outros só porque tem a mesma problemática. Outra questão que se põem é que por vezes também a falta de recursos não é facilitador para a implementação dos currículos e a própria organização escolar

8. Qual a sua opinião sobre a inclusão de alunos com multideficiência neste agrupamento?

Inclusão, efetivamente não podemos dizer que temos, pois não temos algumas ferramentas necessárias para que ela exista, principalmente no 2º e 3º ciclo, pois existe uma falta de recursos humanos e uma falta de formação por parte de todos, pois os alunos não têm acesso a sala de aula como devia de ser, pois não são autónomos e necessitam de serem acompanhados por um adulto. A maioria das atividades e projetos não são pensados em função destes alunos, ou seja muitas vezes estes alunos não tem acesso a visitas de estudo ou porque o local onde vão não tem acessos, e não foi pensado nisso na planificação da atividade ou não

existem recursos humanos,….e depois existe a relação com os pares que é por vezes discriminatória e nada facilita a socialização.

9. E da existência de Unidades de Apoio a Especializado à Educação de alunos com Multideficiência (UAAM) neste agrupamento?

As unidades deveriam de acabar, porque por vezes são mais um elemento de exclusão do que inclusão. Os alunos deveriam estar a tempo inteiro na sala de aula e passavam mais tempo com os seus pares e a escola deveria ser dotada de uma equipa de técnicos para responder as necessidades destes alunos. E assim falava- mos de inclusão.

10.Quais as vantagens e desvantagens que encontra da inclusão de alunos com multideficiência?

As vantagens têm a ver com o facto de estarem junto dos pares ditos normais. As desvantagens têm a ver com facto de terem saído dos colégios de educação especial, onde tinham as terapias de uma forma mais intensiva e considero que tinham mais recursos técnicos e o apoio a família era maior nomeadamente nos prolongamentos de horário.

11. Que aspetos considera essenciais ter em atenção ao nível de organização escolar para implementação das UAAM?

As questões dos horários destes alunos, pois não são feitos a pensar neles, e por vezes não vão a determinadas disciplinas, as quais podiam ir, porque tem que ir no transporte adaptado

12. Como organiza o currículo e a intervenção que desenvolve com os alunos com Multideficiência?

Em primeiro lugar penso nas necessidades de cada um e do seu ritmo de aprendizagem. Depois priorizo a socialização, as atividades de vida diária e a sua autonomia.

13. Considera existir uma articulação/colaboração entre professores do EE e do regular no trabalho com alunos com multideficiência? Em que situações? Como? Justifique a sua resposta?

Por vezes existe alguma articulação, temos alguns professores do regular que procuram planificar atividades em conjunto e tem a necessidade de conhecer como aquele aluno funciona e quais os ritmos de aprendizagem e realiza-se um trabalho de articulação e colaboração muito positivo. Mas também existe ainda muito, aquele aluno é da educação especial e o professor do regular não vê necessidade de se preocupar em sequer planificar quanto mais articular.

com multideficiência?

Por norma são sempre aquelas mais relacionadas com o aspeto da socialização. Faço saídas ao exterior e deslocamo-nos nos vários espaços da escola e utilizo muito o tempo do intervalo pois é um promotor de inclusão.

15. Do seu ponto de vista quais são as principais barreiras do acesso à aprendizagens dos alunos com multideficiência? (físicas, materiais, pedagógicas, outras?)

Bem, a própria escola como instituição por vezes é uma barreira, devido aos acessos, aos recursos existentes. Os professores porque não têm formação na área das NEE. E o próprio ministério que não tem em consideração este tipo de população e dita leis ou normativos que não são viáveis na realidade das escolas.

16.Considera que a escola consegue proporcionar os recursos adequados às necessidades dos alunos com multideficiência? Se sim quais? Justifique a sua resposta

Não de forma alguma, não existem recursos suficientes, não existe verbas para por em prática determinadas atividades fundamentais para estes alunos. A acessibilidade dos próprios edifícios não é adequada a estes alunos e falta espaços para trabalhar de forma individual.