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4. Método

4.4. Protocolos e Instrumentos

4.4.1. Questionário Sóciodemográfico e de Saúde:

Este inclui dados da criança tais como idade, sexo, naturalidade, escolaridade local de moradia; do responsável, como sexo, idade, estado civil, escolaridade e renda familiar. Além de características clínicas de saúde, dentre elas: ocorrência de hospitalização, realização de procedimento cirúrgico e acompanhamento psicológico, baseado no questionário utilizado por Araújo (2012), conforme Apêndice D.

4.4.2. Kidcope:

Escala infantil de autorrelato criada por Spirito et al. (1988), composta por uma lista de verificação para investigar dez estratégias de enfrentamento cognitivas e comportamentais. Esta é indicada para crianças de 7-12 anos e é composta por 15 itens, divididos em três grupos: estratégias de enfrentamento de evitação (distração – itens 1 e 2; isolamento social, itens 3 e 4; pensamento mágico, itens 12 e 13; e resignação, item 15); estratégias de enfrentamento negativo (autocrítica, item 6; e culpar os outros, 7); estratégias de enfrentamento ativo (reestruturação cognitiva, item 5; resolução de problemas, itens 8 e 9; regulação emocional, itens 10 e 11; e suporte social, item 14) (Spirito, 1999).

A partir desses itens, podem-se obter também dois escores totais: frequência e autoeficácia da estratégia de enfrentamento adotada (Spirito & Stark, 1994). O Kidcope

(Anexo A) foi construído objetivando ser uma escala breve e de fácil aplicação, promovendo assim a complementaridade entre a pesquisa e a prática clínica (Spirito & Stark, 1994). Além de possibilitar avaliar sistematicamente a variedade de estilos de enfrentamento que as crianças e adolescentes pode adotar em qualquer situação, bem como as mudanças na forma de enfrentar uma situação estressora, uma vez que esta escala pode ser readministrada, conforme Anexo C.

Existem três variações de aplicação para o Kidcope: (a) enfrentamento de problemas cotidianos; (b) de situações relacionadas com a hospitalização; e (c) de uma doença crônica. Este estudo utiliza a escala de enfrentamento de problemas cotidianos, autorrelatados pela criança. O instrumento pode ser administrado individualmente, em formato de entrevista, ou em grupo, sendo as instruções e leitura dos itens realizada com todas as crianças simultaneamente (Spirito, 1999).

Quanto aos escores, é possível obter dados acerca da frequência de um tipo de estratégia de enfrentamento, através da questão “Você fez isso?” e das respostas “Sim” (1) ou “Não” (0). A autoeficácia, por sua vez, obtém-se por meio da questão “O quanto isso te ajudou?” e das respostas “Nem um pouco” (0), “Um pouco” (1) e “Muito” (2) (Spirito, 1999). Alguns tipos de estratégia possuem mais de um item, sendo assim, considera-se “Sim”, caso ela marque “Sim” em dois itens, recebendo “1” na frequência; e registra-se a pontuação da eficácia mais elevada selecionada pela criança, conforme Anexo C.

Ademais, o instrumento dispõe de três questões que aferem acerca do nível de adaptação ou perturbação comportamental e de sofrimento, o distress autoavaliado pelo entrevistado, diante da situação difícil descrita. Questiona-se se o problema descrito deixou a criança: nervosa; triste; e com raiva. Os resultados são obtidos em escala do tipo likert, que variam de “Nem um pouco” (1) a “Muitíssimo” (5), originando uma pontuação total de 3 a 15

4.5. Aspectos Éticos

Esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com parecer nº 1.109.829. Cumprindo-se a Resolução No. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde/BRASIL.

Na etapa de equivalência operacional, o responsável da criança assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que contém informações sobre a pesquisa, identificação dos pesquisadores, riscos, benefícios e a confidencialidade. Além de um Termo de Autorização para Gravação de Voz. A criança, por sua vez, após entender os objetivos da pesquisa bem como procedimentos, confidencialidade, riscos e benefícios, assinou o Termo de Assentimento, concordando com a participação, bem como o Termo de Autorização para Gravação de Voz (previamente assinado pelo responsável). Na equivalência de mensuração, os mesmos aspectos éticos da etapa anterior foram seguidos.

4.6. Procedimentos

4.6.1. Coleta de Dados

A coleta de dados foi iniciada após a aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisas da UFRN, de agosto de 2015 a dezembro de 2016, nas instituições que sediaram este estudo. Na etapa de equivalência operacional, a aplicação aconteceu entre os meses de agosto e setembro de 2015, em uma escola da cidade, em formato de entrevista, que foi gravada e transcrita, de forma individual, em ambiente reservado.

Inicialmente, as crianças foram convidadas a participar da pesquisa e, neste momento, foi explicado o objetivo do estudo, os procedimentos, riscos e benefícios deste. Os escolares que aceitaram, levaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e o Termo de Autorização para Gravação de Voz para que o responsável autorizasse, tendo sido oferecido esclarecimentos quanto ao objetivo do estudo, aos procedimentos, bem como possíveis riscos e benefícios. Após a autorização, as informações foram retomadas junto à criança, que concordando em participar, assinou o Termo de Assentimento.

Com o aceite, esta foi submetida ao teste psicológico Matrizes Progressivas Coloridas de Raven, que avalia o desenvolvimento intelectual infantil e que é um dos critérios de exclusão do participante. Depois do teste, o sujeito foi convidado a responder o instrumento Kidcope, com a finalidade de identificar possíveis dificuldades no entendimento dos itens da versão síntese, que foi obtida na etapa da equivalência semântica. Durante as entrevistas, questionou-se a criança acerca do entendimento das instruções e dos itens. Os itens que não foram compreendidos pela criança foram reformulados durante a entrevista e analisados, posteriormente, pelo grupo de expertises.

Na etapa de equivalência de mensuração, foram realizados os mesmos procedimentos da etapa anterior, acrescentando-se o questionário sóciodemográfico e de saúde, a ser preenchido pelo responsável da criança em casa e devolvido. Em alguns casos, foi feito via contado telefônico. A aplicação desses instrumentos foi realizada em um encontro na escola, também em formato de entrevista, de forma individual e em uma sala reservada.

Nas duas etapas, realizou-se a coleta de dados com todos os sujeitos convidados. Entretanto, as crianças que apresentarem prejuízo de funcionamento intelectual, avaliado a partir do Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven, tiveram seus dados desconsiderados nesta pesquisa.

4.6.2. Análise de Dados

Na etapa de equivalência conceitual, de itens, semântica e operacional, foi utilizado Coeficiente de Kappa de Fleiss (k), com o objetivo de verificar a confiabilidade do consenso obtido no painel de especialistas entre os juízes expertises e da avaliação dos juízes não- especialistas. Com relação à interpretação deste coeficiente, julga-se que para valores entre 0,81 e 1,00, tem-se uma concordância quase perfeita; entre 0,61 e 0,80, concordância substancial; entre 0,41 e 0,60, concordância moderada; entre 0,21 e 0,40, concordância fraca ou pequena; e entre 0,0 e 0,20, concordância leve; e quando for menor que zero, não há nenhuma correlação (Landis & Koch, 1977). Este foi obtido através do “Computer Program to Calculate Cohen and Fleiss Kappa for Ordinal Scales”, criado por Allan Chang (n.d., Brisbane, Queensland, Australia).

Na equivalência de mensuração, os dados foram analisados através de estatística descritiva e inferencial, em especial análise da frequência das respostas e da consistência interna, por meio do Alfa de Cronbach. Para tanto, contou-se com um software de processamento de dados: o Statistical Package for the Social Science – SPSS (versão 20).

5.Resultados

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