De acordo com Orciuli73 e Celani74 , as t i as de fa i aç o digital pode se
lassifi adas e t s atego ias: aditi as, su t ati as e fo ati as . ORCIUOLI e CELANI , p.69). Estas técnicas de fabricação permitem que os arquivos digitais sejam enviados diretamente do computador para as máquinas de produção, como por exemplo o robô Kuka (Figura 11). Este processo, também conhecido como file-to-factory, exige também concepções diferenciadas no ato de representar os processos digitais de projeto associado à fabricação digital.
73 Affonso Orciuoli é arquiteto e urbanista pela FAU-Mackenzie, professor na Escola Tècnica Superior d'Arquitectura
da Universitat Internacional de Catalunya e no Istituto Europeo de Design, ambos em Barcelona. Membro do grupo de pesquisas Arquitecturas Genéticas, do CEI do SiGRaDi, e fundador do grupo ToolinGroup e da Rede Brasileira de Fabricação Digital. Fonte: http://blogs.pini.com.br/arquiteturas-avancadas/Fixos/sobre-o-blog.aspx. Acesso em 06/08/2014.
74 Gabriela Celani é Professora Associada da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade
de Campinas, Brasil. Ela é a coordenadora do LAPAC, o Laboratório de Automação e Prototipagem para Arquitetura e Construção. Desenvolve pesquisas em design computacional, que incluem a aplicação de teorias e tecnologias de computação, lógica e da matemática em arquitetura e urbanismo. Seu trabalho se concentra em prototipagem rápida, fabricação digital, digitação 3D e automação do processo de design. Do original em Inglês: Ga iela Cela i is a Associate Professor at the School of Civil Engineering, Architecture and Urban Design at the University of Campinas, Brazil. She is the head of LAPAC, the Laboratory for Automation and Prototyping for Architecture and Construction. She develops research in Computational Design, which includes the application of theories and technologies from computation, logic and mathematics in architecture and urban design. Fonte: http://www.fec.unicamp.br/~celani/. Acesso em 06/08/2014.
FIGURA 11: ROBÔ KUKA – IAAC BARCELONA FONTE: AUTOR, 2013.
Segundo Pupo75 (2008), a prototipagem rápida inclui todas as técnicas de prototipagem de
rápida execução (sobreposição de camadas), impressoras 3D (Figura 12), corte a laser, fresas e corte com vinil, para a produção de maquetes em escalas reduzidas e protótipos em escala 1:1, enquanto a fabricação digital inclui técnicas destinadas à produção de edifícios ou partes deles (file-to-factory, metal e tube bending). Estas, por sua vez, destinadas à produção de fôrmas ou peças finais de edifícios, com equipamentos de CNC.
FIGURA 12: LABORATÓRIO DE FABRICAÇÃO DIGITAL – AA, LONDRES FONTE: AUTOR, 2013.
75 Regiane Pupo possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela PUCCAMP - Pontifícia Universidade Católica de
Campinas (1986), mestrado em Engenharia de Produção pela UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (2002), doutorado pelo Programa de Pós Graduação da FEC - Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas (2009) e pós doutorado na FEC/UNICAMP (2011) desenvolvendo pesquisa em prototipagem rápida, digitalização 3D e fabricação digital para arquitetura. Em 2007 participou da implementação do laboratório de Arquitectura Computacional (ISTAR) no IST - Instituto Superior Técnico de Lisboa, Portugal, atuando com Prototipagem Rápida para arquitetura. Atualmente é professora da Universidade Federal de Santa Catarina. Fonte: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4776290H6. Acesso em 06/08/20114.
Para Kas Oosterhuis, coordenador do grupo de pesquisa Hyperbody da TU Delft, Holanda, as tecnologias de prototipagem rápida e fabricação digital nos permitem avançar sobre o paradigma modernista da produção em massa e o ganho de escala:
Agora nós temos uma tecnologia diferente. Nós temos tecnologia para customizar, ou seja, para produzir séries de objetos únicos, de componentes únicos. Não há como justificar que todos os elementos em um edifício sejam o mesmo. Não há justificativa para ter uma janela que se repete. Ou ter colunas que se repetem, ou qualquer coisa – cadeiras! Não há razão! Porque a produção em massa, na verdade, está aberta para a variação de parâmetros durante o processo de produção. Nós podemos produzir séries de componentes únicos. (OOSTERHUIS apud ALVES, 2013).
Na Arquitetura, há a possibilidade amplamente desenvolvida da representação tridimensional a partir de modelos reduzidos ou maquetes. Os modelos cumprem a importante função de fornecer uma representação do projeto que em muito se assemelha à própria obra arquitetônica a ser realizada no futuro, com aspectos de materializade que permitem esta visualização prévia do objeto, a partir de um signo muito coerente para o cérebro humano.
As maquetes arquitetônicas permitem também a atualização constante dos significados na medida em que o projeto evolui. Sua abrangência vai além da questão do representar e avança também em relação ao desempenhar. Muitas verificações são possíveis a partir dos modelos reduzidos e arquitetos se utilizaram desse tipo de estratégia em seus projetos. Apenas para citar um dos mais emblemáticos, apontamos os estudos com maquetes realizados por Antoni Gaudí76
para a Igreja da Sagrada Família. (Figuras 13 e 14).
76 Antoni Gaudí i Cornet (Reus ou Riudoms, 25 de junho de 1852 — Barcelona, 10 de junho de 1926) foi um
famoso arquiteto catalão e figura de ponta do Modernismo catalão. As obras de Gaudi revelam um estilo único e individual e estão em sua maioria na cidade de Barcelona. Grande parte da obra de Gaudi é marcada pelas suas grandes paixões: arquitetura, natureza e religião. Gaudi dedicava atenção aos mais ínfimos detalhes de cada uma das suas obras, incorporando nelas uma série de ofícios que dominava: cerâmica, vitral, ferro forjado e marcenaria. Introduziu novas técnicas no tratamento de materiais, como o trencadís, realizado com base em fragmentos cerâmicos. Depois de vários anos sob influência do neogótico e de técnicas orientais, Gaudi tornou-se parte do movimento modernista catalão, que atingiu o seu apogeu durante o final do século XIX e início do século XX. O conjunto da sua obra transcende o próprio movimento, culminando num estilo orgânico único inspirado na natureza. Gaudi raramente desenhava projetos detalhados, preferindo a criação de maquetes e modelava os detalhes à medida que os concebia. A obra de Gaudi é amplamente reconhecida internacionalmente e objeto de inúmeros estudos, sendo apreciada não só por arquitetos como pelo público em geral. A sua obra-prima, a inacabada Sagrada Família, é um dos monumentos mais visitados de Espanha. Entre 1984 e 2005, sete das suas obras foram classificadas como Património Mundial pela UNESCO. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Antoni_Gaud%C3%AD. Acesso em 06/08/2014.
FIGURA 13: ESTUDO ESTRUTURAL COM MODELO REDUZIDO PARA A IGREJA DA SAGRADA FAMÍLIA, DE ANTONI GAUDÍ.
FONTE: AUTOR, 2011.
FIGURA 14: IGREJA DA SAGRADA FAMÍLIA BARCELONA, ANTONI GAUDÍ. FONTE: AUTOR, 2011.
Os processos Digitais de projeto associados às possibilidades de prototipagem e fabricação digital permitem uma potencialização das técnicas construtivas, que continuam sendo verificadas e possibilitam a evolução do projeto arquitetônico, enquanto signo da obra a ser produzida. Este processo de projeto está sendo atualmente empregado na Igreja da Sagrada Família aproximadamente cem anos depois do projeto inicial, e permite a continuidade de sua
construção, inclusive de modo colaborativo. Segundo Mark Burry77 (2004), consultor do projeto
atual, a modelagem paramétrica permitiu às equipes australianas e espanholas colaborarem no projeto e na construção do transepto oeste da rosácea na Igreja inicialmente projetada por Antoni Gaudí e ainda em construção, a Sagrada Família (Figura 15).
FIGURA 15: MODELOS DIGITAIS E FÍSICOS (A PARTIR DA FABRICAÇÃO DIGITAL) APLICADOS À FACHADA DA SAGRADA FAMÍLIA.
FONTE: BURRY, 2004
De acordo com o autor, o modelo na época levou seis semanas para ser construído, e utilizou geometria associativa para criar uma hierarquia de relações na prototipagem tridimensional realizada com impressão de cêra. (BURRY 2004, p.11).
Processos digitais de projeto assim como as prototipagens e as experiências construtivas realizadas a partir da fabricação digital, nos levam a um importante questionamento: como opera a questão do signo no ato de representar, de acordo com os princípios semióticos?
77 Mark Cameron Burry (nascido em 24 de fevereiro de 1957) é um arquiteto de Nova Zelândia, que é professor de
Inovação e Diretor do Laboratório de Arquitetura da Informação Espacial e diretor fundador do Instituto Projeto de Pesquisa na Universidade RMIT, em Melbourne, na Austrália. Ele também é arquiteto executivo e pesquisador do Templo da Sagrada Família em Barcelona, Catalunha, Espanha. Do o igi al e I gl s: Mark Cameron Burry (born 24 February 1957) is a New Zealand architect, who is the Professor of Innovation and Director of the Spatial Information Architecture Laboratory and founding Director of the Design Research Institute at RMIT University, Melbourne, Australia. He is also executive architect and researcher at the Temple Sagrada Família in Barcelona, Catalonia, Spain.. Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Mark_Burry. Acesso em 06/08/2014.