• Nenhum resultado encontrado

Pseudoformação, declínio da autoridade e heteronomia: a pseudoindividuação como

A conversão da formação cultural em pseudoformação, não significa somente um processo formativo incompleto, semiformação ou incultura; ela significa, de outro modo, a deformação psíquica e social dos homens, uma vez que esses, em seu processo formativo são despojados sua subjetividade e distintividade e conduzidos à regressão. Para ADORNO (1971), a incultura, por ser mera ingenuidade ou simples ausência de conhecimentos, ainda permitiria uma relação mais espontânea e imediata com os objetos, o que poderia possibilitar o desenvolvimento de alguma consciência crítica, mesmo que limitada. Já a pseudoformação, devido à mediação ideológica a que está submetida, cria, segundo o autor, maiores entraves que a incultura à possibilidade de formação de uma consciência crítica. Nesse sentido, ele defende que nenhuma formação seria preferível à pseudoformação.

A instrumentalidade perseguida pela pseudoformação como seu “mais nobre fim” coloca em xeque não somente os conteúdos nela transmitidos – cuja vulgarização e o caráter mercadológico são evidentes –, mas a relação que se estabelece com os mesmos é também afetada de forma profunda: a formação passa a ser mediada pelo princípio da troca, converte-se em mercadoria, em mero fetiche, e, como tal, esvazia-se de sua substância – a formação do sujeito autônomo –, não oferecendo nada mais ao indivíduo com o que possa identificar-se e formar sua razão. A atrofia do pensamento é a conseqüência imediata da pseudoformação; sua essência é a conservação do sujeito, eliminando-o: “O inimigo que se combate é o inimigo que já

está derrotado, o sujeito pensante” (HORKHEIMER e ADORNO, 1985, p. 140).

Se a formação tradicional apresentava problemas devido ao seu fundamento idealista, o qual conservava ideologicamente a crença no intelecto, no espírito e na auto-realização do sujeito autônomo, a formação atual torna-se deveras problemática, pois, ao inverter a relação entre sujeito e objeto, recai no mais extremo relativismo, anulando qualquer vestígio de espiritualismo e, conseqüentemente, da

possibilidade de realização da autonomia e da liberdade, conforme ADORNO (1971, p. 248):

“É posible que la creencia en el intelecto o espíritu haya secularizado – pasándolo a algo inesencial – el espíritu teológico, y que si a llamada generación joven la desprecia lo que haga es devolverla lo que ella ha cometido; pero donde falta – ella, que, por su parte, es ideología – amanece otra peor. El carácter o personaje social que en alemán se llama (...) geistiger Mensch [persona espiritual] se extingue; pero el pretendido realismo que le hereda no está más próximo a las cosas, sino, simplemente, dispuesto (...) a instalar confortablemente la existencia espiritual y a sorber lo que se invierta en ella.” [grifos do autor]

Ao eliminar o “sujeito espiritual” e se orientar por um “hiper- realismo”, a pseudoformação impede que as contradições presentes no próprio sujeito e na realidade possam ser evidenciadas: a realidade é dada enquanto tal, cabendo ao sujeito aceitá-la e introjetá-la, formando-se segundo os princípios nela dispostos.

Sendo assim, essa formação meramente instrumental não é uma formação para a liberdade; é uma formação administrada, cuja própria idéia de liberdade é controlada, mediada objetivamente pelas condições de falta de liberdade. Essa racionalidade administrativa que caracteriza a pseudoformação opõe-se frontalmente a qualquer forma de espontaneidade – expressão própria da natureza humana, por meio da qual a formação poderia se caracterizar como algo distinto dos mecanismos de domínio social da natureza. Tudo é reduzido a um esquematismo sem medida para poder ser integrado à totalidade. A experiência do sujeito com a objetividade é impedida de ocorrer, pois, devido ao esquematismo da formação, o movimento de ambos fica paralisado: a objetividade, por ser apresentada na pseudoformação como “invariante fixo” (HORKHEIMER e ADORNO, 1985, p. 117), como “sempre-o-mesmo” (natureza morta/dominada), da qual, supõe-se, não resta mais nada a revelar19 e, por isso, já não é mais necessária uma relação profunda – um autêntico envolvimento do espírito – com a mesma; o sujeito, por encontrar-se apartado de sua consciência, que poderia orientá-lo na busca de uma diferenciação em relação aos demais e à própria objetividade, não resistindo à identificação imediata com ela (a mimese se coloca no lugar da individuação). A instrumentação substitui a incorporação da cultura e a “aquisição” de formação se transforma em possessão/apropriação, cujo valor é reduzido a mero fetiche: “(...) la seudoformación es el espíritu apresado por el

19

Se o existente é o verdadeiro, é tudo o que há; então, não há mais “mistérios” a revelar ou contradições a superar. Tudo já está dado de antemão.

carácter de fetiche de la mercancia” (ADORNO, 1971, p. 252). Assim, quanto mais

consistente a integração ao todo, ou seja, quanto maior a sensação de pertença àquilo que se julga culto, mais bem sucedida terá sido a formação – isto é, a pseudoformação – na sociedade contemporânea.

A indústria cultural – cujo “espíritu es la pseudocultura, la

identificación” (ADORNO, 1971, p. 245) – desempenha, no capitalismo tardio, a

função ideológica de integração social do indivíduo. Utiliza-se do esquematismo como um mecanismo de ajuste ao sistema social, retirando do sujeito – concebido como reles consumidor – sua espontaneidade e sua capacidade de pensar, de sentir e de imaginar: na “arte sem sonho” da indústria cultural não há espaço para as fantasias. As atribuições que antes cabiam à consciência, ao “sujeito pensante”, agora estão todas previstas no esquematismo da produção: “Tudo vem da consciência (...) da consciência terrena das

equipes de produção” (HORKHEIMER e ADORNO, 1985, p. 117). Ao sujeito já não

é mais necessário dizer, fazer, pensar, sentir, imaginar, sonhar; a indústria cultural faz tudo isso por ele, por meio dos clichês e estereótipos que ela emprega a fim de coagi-lo a identificar-se imediatamente com seus produtos, conforme HORKHEIMER e ADORNO (1985, p. 117): “A função que o esquematismo kantiano ainda atribuía ao

sujeito, a saber, referir de antemão a multiplicidade sensível aos conceitos fundamentais, é tomada ao sujeito pela indústria”. No entanto, essa identificação

(irracional e irrefletida) somente é possível, porque a indústria cultural utiliza-se de técnicas psicologicamente orientadas – assim como no caso da propaganda fascista – que mobilizam processos irracionais, inconscientes e regressivos dos sujeitos, já emocionalmente predispostos devido às frustrações e descasos sociais que freqüentemente sofrem – da mesma maneira que na “psicologia do fascismo”, que visa “racionalizar o irracional”, “essa tarefa é facilitada pelo estado de espírito de todos

aqueles estratos da população que sofrem frustrações sem sentido e desenvolvem, por isso,uma mentalidade mesquinha e irracional” (ADORNO, 2006, p. 185-86). A

integração promovida pela formação meramente instrumental não deixa, segundo ADORNO (1971), “lagunas de la socialización” (p. 252), por meio das quais as diferenças de formação entre os indivíduos – princípio da individuação – poderiam brotar.

O imperativo capitalista submete a formação à regência do capital, do equivalente de trocas, para servir a seus fins. O espírito humano aprisionado pelo

fetiche da mercadoria, no qual a formação se reduziu no capitalismo tardio, desumaniza- se, torna-se coisa. A existência fica, assim, desprovida de sentido, pois se perde a possibilidade de se ir além do objeto, de superar a própria realidade. A frustração da expectativa frente à impossibilidade do “mistério” que a realidade poderia ocultar e de sua revelação – a transposição do existente, por meio de uma experiência pessoal e única do sujeito – gera nele uma profunda sensação de desencantamento com o mundo.

Em relação a essa questão, Adorno adverte, em Minima Moralia, sobre a tendência contemporânea de se realizar vivências ao invés de experiências, incentivada pelo sentimento de impotência diante da realidade: “Se o objecto da

experiência se eleva sobre as proporções do indivíduo, este em rigor já não o experimenta, mas registra-o automaticamente, mediante um conceito sem intuição, como algo a ele externo, incomensurável, em relação ao qual se comporta tão friamente como o choque catastrófico em relação a ele.” (ADORNO, 2001, p. 183-84).

Tal frustração e desencantamento predispõem psicologicamente os sujeitos à integração, à adesão imediata à totalidade, sem uma necessária reflexão sobre o que lhes é apresentado como verdadeiro. Para a ausência de sentido da vida – aquele profundo “vazio interior” tão comum ao homem contemporâneo – busca-se uma compensação no culto de imagens e formas, promovidas pelas diversas agências de pseudoformação cultural. Essa idolatria favorece um retorno ao pensamento mágico, mitológico e irracional, significando uma enorme regressão da consciência; desse modo, ao render-se a ela, o homem renuncia à plena racionalidade.

Essa adesão irracional somente é possível porque aquilo que se colocava como referência ou fundamento à reflexão do sujeito – a tradição – já não tem mais lugar na formação atual20. A perda da tradição elimina os antigos modelos – tidos como antiquados e obsoletos na contemporaneidade – em que se baseavam a identificação e a formação do ego e do superego21. A autoridade paterna tinha

20

Com isso não se está fazendo uma apologia ao retorno da formação tradicional, já que, de acordo com ADORNO (1971), esta apresentava problemas: “Ni se desea la restitución de lo pasado ni se dulcifica

lo más mínimo su crítica. Nada sucede hoy al espíritu objetivo que no estuviese ya ínsito en el en los tiempos más liberales o que, por lo menos, no exija el pago de viejas culpas (...)” (p. 244).

21

Faz-se necessário, nesse momento, a título de breve esclarecimento, retomar as concepções de Freud sobre a formação do superego (instância psíquica que ora se funde ao ego e ora dele se diferencia), contidas em “O mal-estar na civilização”. Segundo Freud, é por meio da identificação com o superego da autoridade (e de sua internalização) que a criança forma seu próprio superego, instância psíquica que possui as funções de autopoliciamento dos instintos, consciência moral e formação de ideais. Assim, além da autoconservação do indivíduo, protegendo-o (e aos demais) de seus próprios impulsos destrutivos sobre os quais o superego mantém constante vigilância, este é também fundamental ao

importância fundamental nesse processo de construção do eu, já que realizava a mediação entre a tradição (as referências, conteúdos e modelos nela contidos) e o sujeito. A extinção da tradição conduz à perda da autoridade, já que a ausência da primeira deixa sem sentido a função (de mediação) exercida pela segunda. Isso representa um grande prejuízo à construção do eu (aspecto em que se fundam a autonomia e a individuação), pois este se origina na identificação com a figura paterna (modelo de autoridade para a criança); com a extinção da autoridade, portanto, o ego e o superego não podem formar-se adequadamente e o sujeito permanece regredido em “etapas” anteriores do seu desenvolvimento psíquico, indiferenciado da objetividade, fixado na mera submissão à autoridade externa, impedido de realizar uma adequada identificação com a mesma22.

Se a ênfase na autonomia e no individualismo promovida pelo liberalismo burguês suprimiu a referência à autoridade da formação cultural, a sua necessidade ainda não pôde ser superada, uma vez que, historicamente, a autonomia individual não foi completamente conquistada. Ao contrário, a perda da autoridade resultou em uma regressão psíquica profunda, que conduziu os homens a “(...) padrões

de comportamento que contradizem flagrantemente seu próprio nível racional e a presente fase da civilização tecnológica esclarecida” (ADORNO, 2006, p. 168).

Alienados da possibilidade de realização da autonomia, os indivíduos, regredidos e indistinguíveis entre si, tornam-se massa, pseudoindivíduos, e, diante da ausência de uma consciência própria, a necessidade de serem orientados por algum tipo de autoridade é fortalecida. Submetem-se heteronomamente ao comando e à tutela; integram-se à totalidade como forma de compensar sua fragilidade egóica e seu desespero e insegurança frente à impotência de autodeterminação.

sujeito quanto à orientação de suas futuras escolhas, identificações e atitudes, a partir dos ideais que coloca ao ego. Em outras palavras, ele possibilita tanto a preservação de parte da natureza não civilizada, instintiva, do sujeito (fundamental à resistência à dominação), como o reconhecimento da autoridade por ele internalizada, que equivale à formação de uma consciência própria do sujeito, permitindo-o realizar escolhas e decisões de forma autônoma. Desse modo, é devido à formação do superego que o indivíduo tem a possibilidade exercer sua autoconsciência e autonomia, fatores em que a resistência à indiferenciação e integração sociais se fundamenta.

22

A submissão à autoridade a mantém num plano externo ao sujeito, como algo que lhe é alheio e desconhecido, que não pode ser tomada por ele como algo próprio e, sendo, por isso, sentida como força ameaçadora à qual deve submeter-se: a submissão é o meio ao qual o sujeito recorre (defensivamente) para fundir-se à autoridade, livrando-se (ilusoriamente) da sensação de ameaça que ela lhe provoca. De modo inverso, a identificação e a internalização da autoridade paterna permite ao sujeito que ele forme sua própria autoridade interna e, a partir dela posicione-se de forma mais autônoma frente à autoridade externa, marcando sua diferenciação em relação a ela.

A pseudoformação dos indivíduos no capitalismo tardio incrementa esse padrão de (des)subjetivação ao estimular uma (falsa) identificação entre os mesmos e sua integração artificial à cultura. Tomar parte naquilo que se supõe culto, sentir-se conciliado com a “rede social”, representa uma espécie de ressarcimento diante do dano causado ao sujeito – a negação da individuação – pela sociedade. As pessoas sentem-se integradas e ilusoriamente supõem ascender social e culturalmente, julgando-se diferenciadas ao apropriarem-se, por meio do consumo, dos bens culturais; no entanto, distinguem-se subjetivamente cada vez menos. Tal ilusão promovida pela pseudocultura tem motivações objetivas – a satisfação dos fins econômicos do capital –, mas nutre-se das necessidades subjetivas que esses fins econômicos criam nas pessoas, ou seja, embora seja determinada objetivamente, a pseudoformação sustenta-se na configuração psicológica dos indivíduos. As constantes ameaças ao eu, geradas pela violência que advém dos mecanismos de controle social num mundo administrado – como é o caso do mundo atual, em que nenhum espaço é cedido à satisfação pessoal e onde não se vislumbra nenhuma possibilidade de liberdade de escolhas23 –, causam “feridas narcísicas” aos indivíduos, a partir das quais os mesmos são levados a se voltarem a si próprios como forma de autoconservar-se. O sofrimento e a sensação de desamparo, de desproteção, orienta, assim, instrumentalmente, a meta de todas as relações que o sujeito estabelece para o ensimesmamento e autoconservação, mecanismos próprios do narcisismo. Mas, o fechamento em si mesmo reforça, ainda mais, a sensação de impotência diante da realidade. A generalização do ensimesmamento e do sentimento individual de impotência social acaba resultando no narcisismo coletivo – mecanismo subjetivo em que a pseudoformação se apóia –, o qual ADORNO (1971), descreve do seguinte modo:

“El narcisismo colectivo termina en que las personas compensan la conciencia de su impotencia social – conciencia que penetra hasta en sus constelaciones instintivas individuales – y, al mismo tiempo, la sensación de culpa debida a que no son ni hacen lo que en su propio concepto deberían ser y hacer, teniéndose a sí mismos – real o meramente en la imaginación – por miembros de un ser más elevado y amplio, al que adjudican los atributos de todo lo que a ellos les falta y

23

Segundo HORKHEIMER e ADORNO (1985), no capitalismo tardio, a liberdade de escolha dos indivíduos reduz-se à possibilidade de opção entre mercadorias muito semelhantes entre si, possibilidade esta que suscita nos indivíduos o “encanto” (a ilusão) de pensarem que elas são distintas umas das outras. A indústria cultural se coloca como democrática e proclama a liberdade de escolhas, mas devido à coerção econômica essa é sempre limitada aos modelos impostos por ela: “(...) a

liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa.” (HORKHEIMER e ADORNO,

del que reciben de vuelta sigilosamente, algo así como una participación de aquellas cualidades.” (p. 259)

Na sociedade como um todo, os indivíduos ensimesmados não conseguem perceber-se (conceber-se) verdadeiramente como coletividade. Desse modo, seu isolamento psíquico converte-se em ameaça de isolamento social, produzindo nos mesmos um sentimento de desespero por não se sentirem parte do todo. Porém, a relação coletiva com os bens culturais, propiciada pelo acesso e consumo coletivo dos mesmos, devolve, artificialmente, aos indivíduos a sensação de “fazer parte” de um mesmo “universo”, possibilitando que tais indivíduos identifiquem-se uns com os outros e, por isso, sintam-se integrados. Entretanto, como na pseudocultura essa apropriação dos bens culturais, conforme se disse, não significa um verdadeiro envolvimento espiritual ou uma incorporação da cultura “de um modo vivo”, fruto da experiência particular do sujeito, mas é, na realidade, mediada pelo caráter de fetiche da mercadoria que esses bens culturais adquirem no capitalismo tardio, essa identificação e integração não são autênticas, resultando na formação de uma pseudocoletividade, composta por pseudoindivíduos. A (falsa) compensação alcançada por meio do narcisismo coletivo é, desse modo, ambígua e frágil, pois é lograda à custa do próprio indivíduo: este deseja autoconservar-se e busca uma compensação para seu provável aniquilamento, mas para autoconservar-se deve conformar-se à totalidade, o que, na realidade, é o mesmo que aniquilar-se. É a “conservação do sujeito, sem sujeito” promovida pela “cultura industrializada”, conforme HORKHEIMER e ADORNO (1985, p. 143) alertam:

“A cultura sempre contribuiu para domar os instintos revolucionários, e não apenas os bárbaros. A cultura industrializada faz algo a mais. Ela exercita o indivíduo no preenchimento da condição sob a qual ele está autorizado a levar essa vida inexorável. O indivíduo deve aproveitar seu fastio universal como uma força instintiva para se abandonar ao poder coletivo de que está enfastiado. Ao serem reproduzidas, as situações desesperadas que estão sempre a desgastar os espectadores em seu dia-a-dia tornam-se, não se sabe como, a promessa de que é possível continuar a viver. Basta se dar conta de sua própria nulidade, subscrever a derrota – e já estamos integrados.”

Esse é o tipo de subjetivação (ou des-subjetivação) incentivada pelo capitalismo tardio: a pseudoindividuação, em que a “inclusão social” do sujeito requer sua anulação ou exclusão subjetiva. Na sociedade capitalista, aquilo que é privado é somente ilusoriamente privado, pois tudo acaba reduzido ao valor de troca e, portanto, torna-se coletivo, subordinando o sujeito à integração. A (falsa) promessa de autonomia

feita pela sociedade aos indivíduos os seduz somente com o intuito de submetê-los à ordem social, negando-lhes a possibilidade de individuação.

Essa rendição dos indivíduos à totalidade está implicada em determinada dinâmica social e psicológica, discutida a seguir.

2.3. A configuração psicológica sadomasoquista da pseudoindividuação (ou sobre o