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No quadro de análise de tecnologias colaborativas apresentado na Figura 9, começou-se por considerar quatro factores para a análise de tecnologias colaborativas: (1) níveis de colaboração, (2) redes colaborativas, (3) processos colaborativos, (4) ferramentas colaborativas.

No quadro proposto procurou-se colocar em contexto os processos e o negócio através do tipo rede em articulação com os níveis colaborativos. A partir da conjugação entre processos e níveis colaborativos associou-se as ferramentas colaborativas que se verifica poder responder melhor às necessidades de cada contexto.

Tendo em consideração o contexto de cada relação colaborativa, a análise de tecnologias colaborativas é um processo progressivo desenvolvido com base em negociação, aceitando que processos e sistemas colaborativos são guiados por pessoas e não existem isoladamente (Sharp and McDermott 2001). O resultado esperado será que as tecnologias colaborativas beneficiem a colaboração.

Os níveis de colaboração encontram-se dispostos de forma concêntrica e

representam a base do modelo. Deste, o nível inter-individual é o nível mais básico das relações colaborativas. De acordo com Lertpittayapoom, et al. (2007) os indivíduos são os primeiros a experimentar o conhecimento transferido de outros indivíduos pertencentes a outras organizações. À medida que os níveis evoluem para a periferia, a complexidade das relações colaborativas aumenta face o conjunto de processos que se encontram associados aos níveis periféricos. A divisão dos grupos de entidades que estabelecem relações de colaboração em quatro níveis básicos, teve como preocupação simplificar a relação estabelecida entre estes e os restantes factores evitando ligações cruzadas.

Os diferentes níveis de colaboração enquadram-se individualmente num tipo

de rede colaborativa, seja iniciada por indivíduos, ou iniciada por organizações. Contudo,

esta relação não pode ser assumida numa perspectiva estanque. No nível de colaboração intra-comunitário, tanto podemos estar a referir-nos a redes colaborativas de indivíduos como a redes colaborativas de organizações, conforme explicado anteriormente. Cada nível serve diferentes propósitos (Gupta and Bostrom 2003).

colaborativas. Dada a multiplicidade de processos colaborativos que podem ocorrer nas organizações e a pouca divulgação de informação exacta como esses processos decorrem em concreto, entendeu-se representar a distribuição dos processos colaborativos, identificados na revisão da literatura, pelos níveis de colaboração onde se verifica de forma mais evidente a sua ocorrência.

Os processos colaborativos divididos por processos de suporte, processos

organizacionais, e processos de estrutura, abrangem diferentes níveis de colaboração consoante a sua aplicabilidade.

Os processos de suporte são transversais a todos os níveis de colaboração, sendo a base das acções colaborativas. A ocorrência destes não é igual em todos os níveis, não se verificando todos em simultâneo, nem com a mesma intensidade.

Os processos organizacionais com componentes colaborativas ocorrem na relação colaborativa entre organizações, entre organizações e particulares, e no seio das organizações (Carneiro et al. 2007). No quadro, representou-se a maior parte dos processos organizacionais como sendo comuns aos níveis de colaboração inter- organizacional e intra-organizacional, considerando-se que alguns destes processos se estendem ao nível de colaboração intra-comunitário. É o caso da gestão de tecnologias, da gestão de informação, o desenvolvimento de novos produtos, e da gestão de projectos, através dos quais as organizações promovem relações com comunidades de clientes ou futuros utilizadores dos seus produtos. Estes processos estão também relacionados com o tipo de sinergias produzidas no âmbito da relação colaborativa, podendo estas ser do tipo estratégico, operacionais, ou funcionais.

Os processos de estrutura apresentam-se associados ao nível de colaboração inter-organizacional. A complexidade das relações entre organizações que colaboram levou a que se considerasse separadamente um conjunto de processos que permitem identificar as necessidades tecnológicas no apoio à governação e administração de cada rede colaborativa.

Para cada tipologia de processos identificados no modelo são sugeridas

ferramentas colaborativas integradas, específicas, ou à medida, cujo nível funcional

deverá ser enquadrado com os processos que visam satisfazer.

As ferramentas colaborativas baseadas em soluções específicas, pela sua simplicidade e baixo custo de implementação associado, permitem normalmente satisfazer qualquer nível de colaboração ao nível dos processos de suporte. Admitindo que a colaboração inter-organizacional ou até no seio das organizações poderá decorrer

efectivamente entre indivíduos, entre equipas, ou entre departamentos, considera-se que as ferramentas específicas permitem dar resposta às necessidades mais elementares de suporte ao nível da comunicação, da cooperação, ou da coordenação, qualquer que seja o nível de colaboração. Esta categoria de ferramentas tem particular aplicabilidade onde se pretende rapidez na implementação, simplicidade, baixo custo do produto, baixa complexidade nas interacções, e onde o ciclo de vida da relação colaborativa se prevê reduzido.

As ferramentas colaborativas integradas, mais complexas de implementar, tipicamente baseadas em soluções comerciais, estão orientadas para diferentes segmentos colaborativos. A adopção destas soluções implica uma análise mais cuidada no plano funcional, custo, publico alvo, e período de utilização (Munkvold 2003).

Apesar do aumento da oferta de ferramentas integradas pelos fabricantes e do alargado número de serviços que estas possibilitam, nem sempre é possível cobrir todas as necessidades colaborativas com uma única ferramenta (Munkvold 2003). Tal como com as ferramentas específicas, por vezes, é necessário agregar diferentes softwares que permitam cobrir lacunas. O recurso a soluções mistas ou soluções à medida, são alternativas que devem ser encaradas quando um único software não satisfaz as funcionalidades requeridas pela relação colaborativa.

Em situações estremas, as necessidades colaborativas podem implicar o desenvolvimento de soluções à medida ou o recurso a soluções de ―middleware‖ que permita integrar software de diferentes fabricantes. Entende-se que cada estrutura organizacional é única, podendo comportar necessidades colaborativas específicas.

No quadro apresentado, a análise das tecnologias colaborativas tem a seguinte ordem de prioridades: (1) identificação do nível de colaboração, (2) estabelecimento da relação entre os níveis de colaboração e a rede colaborativa com vista à identificação do tipo de relações colaborativas, (3) identificação de processos colaborativos que decorrem no âmbito da rede, (4) identificação de categorias de ferramentas colaborativas que permitam satisfazer as necessidades das interacções levando em conta os condicionalismos impostos pelos restantes factores colaborativos.

Rede Inter-organizacional Intra-organizacional Intra-comunitário Inter-Indivídual Governação Administração Identidade Mutualidade Normas / Confiança Gestão de RH Gestão de Informação Gestão de Canais Distribuição Gestão de Clientes Gestão de Aprovisionamento Desenvolvimento de Novos Produtos Gestão de Projectos Gestão da Inovação Processos Estrutura Processos

Organizacionais pode implicar.

implica implica pode implicar Iniciada p/ Organizações Comerciais s/fins Lucrativos Governo implica Ges tão de Com unic açõe s U nific adas Gestão de TI’s G es o d e C om unid ad es G es o d e P ro cess os Coordenação: Planeamento; Ajuste Mutuo; Normalização; Processos Suporte Iniciada p/ Indivíduos Sociais Profissionais Académicas Ges tão de P roje ctos Ges tão de P roce ssos Ges tão de C onte údos Pla tafo rmas col abor ativ as à med ida Middleware: Integração de dados; Integração de aplicações; Integração de informação; Controlo de ciclo de vida do produto

Funcionais Estratégicas Sinergias Operacionais Gestão de Fornecedores Cooperação: Captura de informação; Autoria; Difusão de informação; Pesquisa e recuperação de informação; Partilha

Comunicação: Confrontação de ideias e-Interacção Alertas electrónicos Calendário electrónico Gestão de documentos Gestão do fluxo do trabalho

Mensagens Instantâneas Conferência Vídeo/Áudio Correio Electrónico

Voz por IP Ambiente de trabalho partilhado

Lista de endereços / contactos Classificação de Interesses Fóruns de discussão Grupos de discussão Partilha de ficheiros Partilha de aplicações Apresentações online Escrita Colaborativa Quadro Branco Inquéritos / Votação Pesquisa Wikis Feeds Blogs

Capítulo IV

ESTUDO DE CASO

Neste capítulo apresenta-se a metodologia utilizada no estudo de caso. Apresentam-se os resultados da recolha de dados nos casos estudados, e estabelecem-se comparações entre os casos. Para cada caso apresenta-se conclusões.