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5.2. Metodologia de Implementação de Tecnologias Colaborativas

5.2.3. Selecção de Tecnologias Colaborativas

A selecção de tecnologias colaborativas não se limita à escolha de uma qualquer ferramenta para posterior aplicação. Para Coelho (2005), a definição de um sistema de informação baseado nos processos que suportam a estratégia organizacional, são mais resistentes a mudanças decorrentes da gestão de pessoas sem que haja impacto nas actividades.

Esta etapa parte dos resultados obtidos na etapa anterior, o desenvolvimento de um modelo de informação, e através de duas fases, antecipa um conjunto de respostas que visam preparar a etapa seguinte, a efectiva implementação de tecnologias colaborativas. A transição do desenvolvimento de um modelo de informação para a selecção de tecnologias colaborativas passa pela aplicação do quadro de análise de TC, identificando-se categorias de processos que se enquadram com o nível de colaboração e estrutura de rede de colaborativa. Daqui deverá resultar uma orientação para o tipo de ferramentas que servem os propósitos do modelo de informação definido anteriormente. Na Figura 15, apresenta-se graficamente a selecção de ferramentas colaborativas, onde se pode observar a referida fase de transição ligada pelo quadro de análise de TC, e a divisão da etapa de selecção de TC em duas fases: (1) tipo de ferramentas, e (2) tipo de serviços.

Livre Software Comercial SaaS Alojamento Interno Externo Housing onDemand Hosting Parceria

Desenvolvimento e Implementação

Interno Externo

(Passo Anterior)

Desenvolvimento de modelo de informação

Necessidades de Tecnologias

(Passo seguinte)

Implementação de tecnologias colaborativas

Planeamento Desenvolvimento de Raiz Ferramentas Especializadas Middleware Soluções à Medida

Selecção do tipo de Ferramentas Colaborativas

Ferramentas Integradas Quadro de Análise de Tecnologias Colaborativas Tipo de Ferramentas Tipo de Serviços

Figura 15 - Selecção de Tecnologias Colaborativas

A opção pela categoria de ferramentas que melhor se enquadra nas necessidades TC pode ser abordada pela via das ferramentas disponibilizadas pelo mercado, pelo desenvolvimento à medida, ou por uma alternativa mista. Esta ultima,

poderá implicar o desenvolvimento de software específico que permita integrar duas ou mais ferramentas. Na Figura 15, ―middleware‖ representa um tipo de software que permite interligar ferramentas diferentes.

Durante o estudo empírico, foi evidenciado pelos informantes que a opção pelo de desenvolvimento interno ou pela subcontratação foram dos primeiros problemas que se colocaram quando pensaram numa solução que efectivamente respondesse às suas necessidades. A possível ausência de ―Know-How‖39 interno ou a falta de disponibilidade

de recursos humanos para realizar em tempo útil um projecto, implica por vezes a contratação de empresas especializadas. Este não é o único problema, o orçamento disponível para tecnologias leva por vezes a procurar nas parcerias uma solução de compromisso para o desenvolvimento e implementação de TC. A conjugação destes três factores coloca na mesa decisões sobre qual a melhor opção a tomar quanto á oferta de soluções, ao custo dos serviços de implementação, alojamento, e manutenção. A dualidade entre a opção interna e a opção externa começa no desenvolvimento e implementação e reparte-se pelos serviços de alojamento e pelo software.

Na fase de escolha dos serviços a opção por software livre ou por software comercial, em determinados casos, condiciona a escolha do alojamento da solução a implementar. Por outro lado, partindo em primeiro lugar pelo lado da escolha do alojamento poderá ficar condicionada a escolha do software. Qualquer destas opções condiciona a outra, porque de uma forma ou de outra estão associados diferentes custos e condições técnicas. Abordando o problema pelo lado do software, as opções são de natureza comercial ou livre. O software como serviço é uma forma de software comercial baseada na utilização imediata e não na posse do produto, implicando normalmente a adesão a um serviço ―onDemand‖40. Esta solução deixa a cargo do prestador de serviços o

alojamento e manutenção técnica do produto. Do lado do cliente fica a operação, a manutenção dos conteúdos, e o encargo com o licenciamento dos seus utilizadores. O tradicional software comercial, normalmente considerado mais dispendioso, tem como vantagem a oferta de actualizações críticas e serviços de apoio. O software livre, normalmente sem custos de aquisição, pode tornar-se oneroso por falta de actualizações gratuitas, indisponibilidade de alternativas nos serviços de apoio especializado, e por implicar normalmente recursos humanos com conhecimentos técnicos mais específicos.

39 Termo aplicado nas TI quando se pretende referir o saber fazer.

40 Este tipo de software encontra-se disponível para uso imediato, sendo necessário aderir a um contrato de serviços. O Zoho

Em qualquer das alternativas mencionadas, verifica-se que está implícito o alojamento adequado à tecnologia do software.

Abordando os diferentes tipos de serviços de alojamento, a opção pelo alojamento interno, tem associados custos com manutenção, espaço, hardware, telecomunicações, e eventualmente serviços de assistência técnica especializada. A opção pelo alojamento externo, para além do serviço ―onDemand‖, tem como opções o conhecido ―hosting‖41, e o ―housing‖42. A manutenção e outros factores associados a estes,

repartem entre o prestador de serviços e o cliente consoante o plano contratualizado. No ―hosting‖, as condições do serviço envolvem a disponibilização de um espaço num servidor Web, e a utilização de tráfego para acesso a este, mediante o pagamento de um plano de serviços que varia consoante as condições técnicas pretendidas. No plano é comum estar também associado um domínio Web. No ―housing‖, o conceito associado ao serviço, envolve a negociação de um contrato com o prestador de serviços que vai desde a disponibilização de serviços que comportam a hospedagem de hardware, software, largura de banda, manutenção, administração remota, acesso às instalações, entre outros. Por ser inovador, este conceito não é ainda muito divulgado, sendo apenas facultadas informações detalhadas a entidades interessadas em negociar a aquisição do serviço. Contrariamente ao ―hosting‖, não há uma publicitação de preços, serviços incluídos, e condições que permitam a comparação imediata entre prestadores do serviço. Pelas características e meios envolvidos, em Portugal, a oferta mais completa deste serviço está ligada às principais operadoras de telecomunicações da rede fixa de telecomunicações.

A abordagem na escolha dos serviços deverá ser iterativa de modo a obter um alinhamento entre as opções seleccionadas com vista ao perfeito enquadramento técnico, custos, manutenção, e beneficio esperado na utilização.