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BLOCO TEMÁTICO

OBJECTIVO FORMULÁRIO DE QUESTÕES

Explicar os objectivos

Esta entrevista insere-se num trabalho sobre as consequências do alargamento da escolaridade obrigatória nos alunos com

Necessidades Educativas Especiais destinado a uma tese de Mestrado.

Depois de transcrita, a entrevista será devolvida para confirmação pelo entrevistado.

Garantir o anonimato

Pedir autorização para gravar a entrevista.

Explicar a confidencialidade e o anonimato de todos os dados, opiniões e informações (codificação dos entrevistados).

Preenchimento de uma ficha com informações socioprofissionais.

Legitimação da entrevista

Motivar o entrevistado

A sua participação é fundamental para o sucesso do trabalho, uma vez que este estudo tem por base as opiniões recolhidas nas entrevistas. Inclusão de alunos com NEE no ensino regular Conhecer as percepções do prof sobre a inclusão dos alunos com NEE na escola

O que pensa da inclusão dos alunos com NEE na escola?

Antes de ser professor do Ensino Secundário, já tinha ouvido falar de Necessidades Educativas Especiais?

Como define NEE?

Acha que esses alunos têm de facto uma inclusão plena, e que a escola dá resposta às suas necessidades, desenvolvendo as suas competências académicas tal como aos outros alunos?

Esses alunos ainda não são muito frequentes no Ensino

Secundário, parece-lhe que é possível terem sucesso neste nível de ensino?

Conhece o novo DL que regula a inclusão de alunos com NEE na escola?

36 Caracterizar a experiência profissional do professor com alunos com NEE

Ao longo do tempo já teve alunos com Necessidades Educativas Especiais?

Considerando as caracteristicas da sua disciplina, quais foram as suas principais preocupações e dificuldades quando teve alunos com NEE?

Considera que essas experiências foram bem sucedidas? Porquê? Teve apoio da Educação Especial quando trabalhou com alunos com NEE? E de outras estruturas técnico-pedagógicas?

Identificar as concepções e práticas do professor sobre adequações curriculares

De que forma é que esses alunos condicionaram o desenvolvimento das suas aulas?

Que adaptações teve que fazer para facilitar o trabalho desses alunos e para os integrar no grupo?

Considera que se devem fazer adequações curriculares ao nível do ES?

Comparando com as adequações curriculares no EB, parece-lhe que as adequações ao nível do ES são eficazes?

Sabe que os alunos com NEE no ES podem fazer exame a nível de escola, no 12º ano? O que pensa disso?

Conhecer as preocupações do professor face ao aumento de alunos com NEE decorrente da escolaridade obrigatória

Com o alargamento da escolaridade obrigatória para 12 anos, haverá necessariamente um aumento do número de alunos com NEE a frequentar o Ensino Secundário.

Que consequências imediatas pensa que este alargamento vai ter? A escola está preparada para este aumento do nº de alunos com NEE e para as suas diferentes problemáticas?

Sente-se preparado para enfrentar esse aumento de casos “especiais”?

Duma maneira geral, acha que o corpo docente está preparado para a inclusão de mais alunos com NEE e com problemáticas mais complexas? Consequências do alargamento da escolaridade Obrigatória Identificar as expectativas do professor

Acha que serão necessárias adaptações curriculares específicas? Com incidência em que disciplinas? Adequações de que tipo?

37 relativamente

aos processos de adequação curricular

Pensa que as suas aulas passarão a ser diferentes? De que forma?

A quem pensa recorrer para o ajudar na elaboração de adequações curriculares na sua disciplina? (CT, EE…) Conhecer a opinião do professor sobre as mudanças a efectuar nas ES para facilitar a inclusão

Que mudanças terão que ocorrer nas Escolas Secundárias para receber mais alunos com NEE e com diferentes tipos de

problemáticas?

Se pudesse, que medidas educativas introduziria para diminuir o impacto deste aumento de alunos com NEE?

Necesssidades das escolas e dos professores para o alargamento da escolaridade obrigatória e aumento de alunos com NEE Averiguar as necessidades de formação dos profs face à inclusão de alunos com NEE

Tendo em conta que a maior parte dos profs em exercício no Sec não teve formação sobre NEE, parece-lhe que a formação poderia contribuir para ajudar a lidar com o aumento de casos de alunos com NEE decorrente do alargamento da escolaridade obrigatória? Que tipo de formação seria útil? (temas a abordar; modalidades de formação – cursos, oficinas, círculos de estudo…)

2.4.2 Análise de Conteúdo

A análise de conteúdo tem uma função fundamental, ajuda a descobrir o que se encontra por detrás das palavras, construir um conhecimento relativo a uma problemática exterior aos participantes na entrevista.

Segundo Bardin (2008, p.40), a análise de conteúdo é um “conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens”. Uma das principais caraterísticas é a de redução da informação, uma vez que permite lidar com informação muito numerosa e extensa, organizando-a em categorias de conteúdo através de um processo que obedece a um certo número de regras (Esteves, 2005). Outra caraterística fundamental é o recurso à inferência. Como refere Bardin (2008, p.40), “a intenção da análise de conteúdo é a inferência de conhecimentos relativos às condições de

38 produção (ou, eventualmente, de receção), inferência esta que recorre a indicadores (quantitativos ou não).”

A análise de conteúdo pode ser realizada através de procedimentos fechados (ou dedutivos) ou abertos (indutivos ou exploratórios). Nos procedimentos fechados, parte-se de uma grelha de análise pré-definida, adequada aos objetivos do estudo e elaborada a partir do quadro referencial teórico e/ou de estudos empíricos realizados na área. Nos procedimentos abertos, pelo contrário, as categorias emergem do próprio material em análise (Esteves, 2005). Neste tipo de procedimentos, o quadro de categorias é provisório e vai-se alterando e reformulando com a entrada de novo material, até se atingir um quadro categorial estável.

Geralmente, consideram-se três grandes etapas na realização da análise de conteúdo: a pré- análise, a codificação e a categorização. A pré-análise implica a “leitura flutuante” (Esteves, 2005; Bardin, 2008) permite que o investigador comece a formular hipóteses para a criação do sistema de categorias que irá criar.

Para a codificação, é necessário decidir sobre as unidades de registo, as unidades de contexto e as unidades de enumeração que iremos utilizar. A unidade de registo pode ter caraterísticas diversas, mas corresponde sempre ao elemento de significação a codificar e classificar. Na maior parte dos casos, a unidade de registo é semântica ou temática, correspondendo a uma unidade de sentido que pode estar expressa numa frase, em mais do que uma frase, numa parte de frase… A unidade de contexto, por sua vez, representa o segmento de mensagem mais amplo que permite compreender o sentido global de cada uma das unidades de registo que nele se integram. A unidade de enumeração refere-se à unidade de contagem, quando se pretendem quantificar os resultados e pode corresponder à unidade de registo (Esteves, 2005).

A categorização corresponde ao agrupamento do material em categorias e obedece a regras específicas: a da exclusão mútua (as categorias devem estar definidas de modo a que uma unidade de registo só possa ser integrada numa delas); a homogeneidade (a categorização deve ter um único princípio de classificação, tornando o quadro geral legível como um todo); a exaustividade (nenhuma unidade de registo pertinente para o objetivo do estudo deve ser excluída); a pertinência (o sistema de categorias contribui para o objetivo do estudo e faz sentido em relação ao material recolhido); e a objetividade (uma unidade de registo insere-se numa categoria independentemente de quem analisa).

39 Começámos por fazer uma primeira audição das entrevistas, seguida de leitura e transcrição integral de cada uma. Este primeiro contacto com o conteúdo da entrevista permitiu desde logo uma sistematização das ideias principais.

Seguidamente os textos das entrevistas transcritas foram segmentados em unidades de registo, correspondendo a frases, partes de frases ou mesmo parágrafos que consubstanciam ideias completas. Este constituiu um processo minucioso da análise do discurso. Essas unidades de registo deram origem a indicadores. Os indicadores são as ideias apresentadas por conjuntos de unidades de registo com o mesmo sentido, reduzindo-as à sua ideia central para poderem, posteriormente, ser usados na análise do discurso dos restantes entrevistados. Neste processo, tentámos manter sempre a fidelidade à ideia central das respostas dadas. A etapa seguinte consistiu em categorizar os indicadores, tendo em conta os objectivos do estudo, daí resultando categorias e subcategorias. Depois as categorias foram integradas nos temas anteriormente criados para o guião da entrevista.

O quadro geral da análise de conteúdo, onde constam os temas, as categorias e as subcategorias, está apresentado no anexo IV.

40 “What children can do together today, they can do alone tomorrow.” Vygotsky

3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS POR TEMAS E

CATEGORIAS

Este capítulo destina-se à apresentação dos resultados das entrevistas realizadas. A análise que para isso foi feita está organizada nos temas que decorreram dos blocos temáticos do guião das entrevistas, discriminados nas respectivas categorias e subcategorias. Tentámos “anotar as pistas e as ideias, pôr em evidência as contradições internas e as divergências de pontos de vista e reflectir sobre o que podem revelar” (Campenhoudt e Quivy , 1998, p. 79). O quadro, que apresentamos seguidamente, permite ter desde já uma ideia mais precisa da abordagem que se pretendeu fazer.