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QUALIDADE DE VIDA E SOCIEDADE

Fonte: Fokkinga et al.(2014) Tradução nossa.

“modelo centrado no ser humano de Impacto para os Produtos envolvendo efeitos experienciais e comportamentais que podem resultar da interação homem-produto. A estrutura apresenta uma visão geral das diferentes maneiras em que os produtos têm impacto sobre as pessoas. A motivação desse estudo foi originada da observação de que os modelos existentes não conseguiam captar a profundidade e a completa extensão do impacto dos produtos. Os autores acreditam que o modelo pode auxiliar o designer, cujo papel cada vez mais envolve compreender as amplas implicações dos produtos projetados. Nesse estudo, o termo produto deve ser interpretado como produtos físicos, serviços ou sistemas de produto- serviço”.

“Fundamentalmente, o modelo distingue dois níveis de impacto do produto: o nível de interação do produto e o nível de efeito geral. O primeiro é constituído por tudo o que acontece entre o usuário e o produto: tudo o que o usuário percebe (vê, ouve, cheiros, sabores, sente-se) no produto; todas as ações realizadas diretamente com o produto; e todas as experiências (estética, emocional, significado) que o produto provoca diretamente no usuário e outros. Por outro lado, o nível de efeito geral compreende todos os comportamentos e experiências que facilitam, possibilitam, conduzem, apoiam ou promovem o produto, porém o próprio artefato nesse caso deixa de ser o centro das atenções”

Design Inovação

MENTALIDADE DO DCH

(As diretrizes que regem os modelos) PROCESSO (Estrutura e itens do modelo proposto) CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO

(maneira como os processos estão organizados) MÉTODOS (se são propostos ferramentas/ métodos ou não) COLABORAÇÃO (como é abordada a colaboração) - Quadro organizado nas seguintes etapas de baixo para cima em: Propriedade dos produtos Interação humana com o produto Estética do produto/ Emoção do produto/ Significado do produto Comportamento/ Experiência/ Atitude Qualidade de vida e sociedade.

O processo pode ser iniciado dos níveis mais altos para se pensar em todos os diferentes efeitos que se deseja que o produto possua seguindo para outras etapas abaixo no sentido de entender quais interações o produto deve oferecer. Ou pode ser adotado de forma contrária, pensado inicialmente nas interações até a definição final do impacto e efeitos desejados.

- Foco no usuário e no

impacto do produto na interação com o usuário.

METODOLOGIAS

(Diagrama visual de cada metodologia)

DEFINIÇÕES TEÓRICAS

(Informações sobre a teoria e organização das metodologias)

ÁREA DO DESIGN

(áreas que a metodologia está relacionada)

DISCUSSÃO RELACIONADAS A CADA CRITÉRIO APRESENTADO.

A proposta da IDEO e de Stanford se relacionam com a resolução de problemas e em como encontrar oportunidade para propor novos produtos, serviços e soluções através das pessoas. Esses modelos são dispostos visualmente como etapas a serem percorridos.

A proposta do HCDI e de Delft consideram mais aspectos subjetivos relacionados com as pessoas e produtos além da ideia de descobrir uma nova oportunidade para inovar. Em ambos os modelos os itens presentes não são por exemplo etapas a serem seguidas e sim questões a serem consideradas e refletidas no projeto.

O modelo da IDEO está inserido na área social e de inovação, sendo especialmente mencionado a performance dos usuários extremos, o modelo é um dos mais utilizados quando se trata da propagação do conceito de design thinking (DT). O modelo de Stanford está mais associado a área de negócios e também utiliza o DT propagando assim esse conceito. Em ambos os modelos os procedimentos do design são apresentados com a possibilidade de serem aplicados por pessoas que não são designers.

Em ambas as metodologias de Delft e da HCDI estão inseridas em uma área do design que busca a inovação em novos produtos.

MENTALIDADE DO DCH

(As diretrizes que regem os modelos) PROCESSO (Estrutura e itens do modelo proposto) CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO

(maneira como os processos estão organizados) MÉTODOS (se são propostos ferramentas/ métodos ou não) COLABORAÇÃO (como é abordada a colaboração) Ideo e Stanford apresentam em seu conteúdo o que chamam de mentalidade (mindset) que regem o modelo. Delft e HCDI não definem mindsets em seus conteúdos, talvez pelo fato dessa mentalidade já ser algo intrínseco na educação em design e assim esses modelos sendo apresentados para designers seria redundante mencionar os mesmos. Diferente da proposta da IDEO e Stanford que consideram a possibilidade de o processo ser adotado por não designers. As metodologias da IDEO e de Stanford são baseadas em etapas de projetos, sendo essas relacionadas as metodologias tradicionais do design, porém, mais simplificadas e incluindo a interação humana, o que possibilita um entendimento para os não designers. Nos modelos de Delft e HCDI há semelhanças em pensar como os níveis dos produtos podem ser considerados pelos humanos, iniciando das propriedades físicas para os níveis mais subjetivos de entendimento, experiência e interação. Assim, não seguem etapas de projetos, mas apresentam diversos níveis nos quais o produto deve satisfazer os indivíduos.

As etapas da IDEO e de Stanford condizem a realização do processo por meio da execução das fases propostas. A metodologia da IDEO considera as descobertas como um momento concreto que leva a um pensamento mais abstrato em um processo cíclico.

Delft e HCDI apresentam uma estrutura e etapas que levam os projetistas a pensar o projeto de questões mais físicas a metafísicas relacionadas ao projeto (no caso da HCDI por meio de questões) e dos diferentes efeitos que o produto pode promover. Ambas as metodologias levam a um maior nível de compreensão a ser considerado relacionados aos seres humanos (qualidade de vida e sociedade /

ideologia).

A análise das estruturas dessas metodologias reforça o entendimento de que a proposta de Stanford e a IDEO almejam transmitir o HCD para empresas e não designers. Os modelos de Delft e HCDI, por outro lado, parecem fomentar a compreensão de efeitos e interações com produtos tendo como público-alvo os designers. A proposta metodológica de Delft é a única que não propõe métodos em seu conteúdo, as outras três apresentam uma combinação de métodos. Na proposta de Stanford e da IDEO os mesmos são classificados de acordo com as etapas e na proposta do HCDI são organizados por uma classificação baseada em aspectos mais físicos para metafísicos. Observando como as metodologias consideram as pessoas, na proposta da IDEO e Stanford é possível observar que as pessoas são a principal fonte para alcançar as etapas do projeto e dar grande atenção na compreensão de suas necessidades. Quando se trata de Delft e HCDI, as metodologias parecem que as etapas requerem uma compreensão mais ampla das pessoas do que dados de coleta ou uma co-criação. Entre as duas propostas o HCDI considera o usuário e os stakeholders os nomeando como pessoas envolvidas, já na proposta de Delft o foco é no seu modelo e na compreensão do efeito do produto principalmente pelo usuário.

O objetivo na análise das metodologias não foi definir uma proposta ideal ou mais completa e sim a partir da análise embasar um direcionamento a ser adotado pela pesquisa como posicionamento para propagação do DCH na atu- alidade, sem obrigatoriamente excluir as demais. Com essa visão a proposta do HCDI e de Delft trazem considerações mais aprofundadas para o campo do design, sendo a proposta do HCDI mais estruturada e detalhada em termos de aspectos a serem considerados em níveis mais elevados da abordagem como o significado. Porém, mesmo sendo ainda uma concepção mais abstrata, também é importante pontuar a profundidade da proposta de Delft que trata de como comportamentos e experiências provocadas e influenciadas pelo Design vão ter impacto no bem-estar dos indivíduos e de suas comunidades. Em um nível co- letivo, os mesmos também podem mudar as atitudes em relação às questões que consideramos coletivamente importantes ou valiosas (ou seja, ambiente limpo, menos tráfego, coesão social) e impulsionar o nosso comportamento em rela- ção a um “mundo melhor”. As propostas da IDEO e de Stanford colaboram para um entendimento prático e geral de como a atenção pelo humano em projetos pode ser despertada e aplicada. Ambas trazem uma contribuição que pode ser pensada como um conteúdo inicial ou uma iniciação sobre a abordagem em um contato inicial.

As metodologias acima apresentadas, bem como outras referências do DCH, possuem em seu conteúdo um compilado de métodos de design (ou “téc- nicas” e “ferramentas”, como também são denominados) que têm um propósi- to comum de “avaliar problemas de projeto” e “desenvolver soluções de proje- to”. Ao longo dos anos foi reconhecido que os métodos de design promovem um vocabulário comum para o design comum, fornecem métricas de desempenho do projeto, melhoram a comunicação, apoiam o trabalho eficaz da equipe, me- lhoram a qualidade da decisão e a taxa de sucesso de trazer novos produtos ao mercado (GKATZIDOU; GIACOMIN, 2019).

Conforme Martin e Hanington (2012) parte integrante de métodos e téc- nicas são os diálogos que eles facilitam- conversas com stakeholders, membros da equipe, clientes e, mais importante, com as pessoas que acabarão por usar produtos concebidos, sistemas e serviços. Os autores ainda comentam que esses métodos e técnicas têm um papel a desempenhar na forma como a comunidade de design pode estabelecer conhecimentos e construir credibilidade, porque os mesmos podem auxiliar os designers a terem os diálogos assertivos no momen- to certo.

Muitos dos métodos adotados na abordagem do DCH são oriundos de ou- tras áreas de conhecimento como, por exemplo, as ciências sociais. Sobre essa questão, Hanington (2003) comentou que faz sentido usarmos métodos estabe- lecidos em pesquisa humana, já que o design é fundamentalmente uma ativi- dade centrada no ser humano, no entanto, as profissões de pesquisa geralmente têm objetivos e metas diferentes daquelas do design. Por essa razão, os métodos tomados emprestados geralmente devem ser adaptados para melhor atender às necessidades do design.

Em se tratando da organização dos métodos do DCH, em pesquisa sobre essa temática, (GKATZIDOU; GIACOMIN, 2019) foi apresentado uma classifica- ção da variedade de métodos em três categorias: por fases do processo (consi- derada a mais apropriada e sendo adotada em várias referências), por atividades do design ( de acordo com alguma atividade especifica que os designers desejem alcançar, avaliar ou entender) e por objeto de design (estando os métodos nessa classificação organizados de acordo com o tipo de objeto que se deseja proje- tar). Ainda nessa mesma pesquisa, são apresentadas quinze características dos métodos apontadas pelos designers, que parecem fornecer um léxico comum de métodos de design especificamente aplicáveis ao design centrado no ser hu- mano. As características são: tempo que se demanda, esforço, custo, equipe de pessoas, material, artefatos necessários para o método, participantes, quanti- dade de participantes, objetivos, etapas, nível de especialização, configurações, resultados, métodos similares e perspectiva de tempo.

No Quadro 05 são apresentados os métodos adotados pelas referências da IDEO, D.School e HCDI, mesmo não contemplando toda a diversidade existente, o objetivo foi expor alguns exemplos e observar itens semelhantes e conver- gentes. Os três compilados são organizados de forma diferentes, de acordo com a classificação apresentada acima, ou seja, IDEO e Stanford adotaram as fases, enquanto que HCDI adotou as atividades.

QUADRO 05. MÉTODOS E FERRAMENTAS APRESENTADOS PELAS METODOLOGIAS DA IDEO, D.S-