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A gente logo quando pensa assim, aí meu Deus, o que é que eu vou ensinar de biologia, então a preocupação maior é justamente estar deixando com que o aluno fique a

Apêndice E – Transcrição das Entrevistas

Participante 04: A gente logo quando pensa assim, aí meu Deus, o que é que eu vou ensinar de biologia, então a preocupação maior é justamente estar deixando com que o aluno fique a

par do que ele ouve na TV, do que ele vê num jornal. Então eu acho que é mesmo [...] a gente procura durante os conteúdos de biologia, a gente procura estar formando esse aluno para entender o que se passa em torno dele com referência ao corpo humano, com referente ao meio ambiente, para que depois ele possa, eh, com que ele, vamos dizer assim, aprendeu, né, na escola, ele poder melhorar a vida dele, a vida onde ele vive, então, daí eu acho a importância assim, de ser professor de biologia é isso. Os conteúdos para que ele se torne uma pessoa melhor, para ele utilizar aquilo que eu passei para ele, não tanto me preocupando com termos técnicos, mas com conteúdos que realmente vá surtir efeito na vida dele, no dia a dia. Então por isso que eu acho que na parte de biologia quando a gente fala para ele, “ah, para que eu vou aprender isso”, daí eu tento relacionar aquilo com, às vezes é meio complicado, mas eu sempre procuro fazer dessa maneira.

P: Como foi o primeiro contato com o caderno do professor e do aluno? Oferecidos como apoio às atividades didático–pedagógicas nas aulas de biologia? Quais suas impressões sobre eles?

Participante 04: Então, quantos anos foram? Foram quatro? É uns quatro ou cinco anos. Foi logo que eles liberaram esse caderno, então, até no início, foi bem assim difícil, porque não tinha material para o aluno. Então a gente tinha que ficar reproduzindo os textos de lá. Porque a gente sabia que também tinha cobrança em cima, daquela maneira deles formatar o conteúdo, então a gente sabia que tinha, então a gente tinha que ficar preparando xérox, às vezes a escola fornecia, às vezes não. Daí dependia muito da gente para estar reproduzindo o material. Então foi assim, no começo, foi bem difícil mesmo, para a gente tentar estar seguindo aquela proposta curricular. Mas eu achei assim muito interessante, porque até então no Estado, nós não tínhamos um currículo assim único. Então assim, eh, algumas escolas do Estado ensinavam, por exemplo, citologia no primeiro ano, outras, ensinavam citologia no segundo, então quando havia transferência de um aluno durante o ano letivo de uma escola para outra. Então, por exemplo, eu aqui, eu dou citologia no segundo ano e vejo só ecologia no primeiro, então vinha aluno comigo com citologia ou vice-versa. Eu estou dando citologia aqui e ele nunca viu na outra escola, então a gente tinha esse problemas. Eu achei assim que foi muito legal por unificar o currículo. Mas, assim, deixa muito a desejar também, tem seu lado positivo e negativo. Ah! Mas no geral, eu achei que foi bem-vindo. Eu acho que é mais uma ferramenta. Eu não vejo o caderno como bíblia. Tanto é que às vezes um aluno fala “ah, professora, a senhora não vai dar exercícios não?” Não isso aqui são atividades, eu vou às vezes, escolher um livro didático, uma atividade mais interessante do que aquela que está exposta ali. E também eu acho que ajudou para muitos professores, no que diz respeito o que que o Estado espera daquele professor, de que maneira ele deve trabalhar aquele conteúdo. Então, por exemplo, a introdução de muitos gráficos, tabelas, nas apostilas que tem bastante e aquele professor que é mais assim, de perguntas e respostas, que infelizmente ainda tem. Então eu acho que também abriu horizonte assim para a gente tentar ter realmente por onde a gente quer seguir.

P: Com qual freqüência você utiliza as estratégias e atividades propostas no caderno do professor? Por quê?

Participante 04: Utilizo diariamente, ele e o livro didático, inclusive, o livro didático, eu acho que a partir do primeiro momento que, o livro didático assim, ele melhorou muito. Porque até a alguns anos atrás era aqueles livros assim, como eu falei para você, de pergunta e resposta.

Os conteúdos estão bem trabalhados, com textos. A parte de atividade também, eles trazem muitos gráficos, tabelas. Então eu acho que os próprios autores estão vendo como o Estado está direcionando e mesmo os vestibulares estão mudando. Então houve uma melhora muito boa. Então eu gosto muito do livro também. Porque o livro tem gravuras. A ilustração nem se compara a ilustração de um livro com o que tem no caderno do aluno. Então, por isso que eu falo, é mais um complemento para a gente. Não é que é aquilo ali e pronto. A gente critica, fala que é bitolado, não tem conteúdo. Mas não é para ter conteúdo mesmo, o conteúdo está no livro.

E também, às vezes, ali aparecem questões que realmente são difíceis para os alunos. Às vezes tem algumas coisas muito assim, que o pessoal fala “nossa, que questão idiota”, que é muito fácil, muito ta na cara. Às vezes a gente pensa que está mas não está. E, por outro

momento, tem coisa muito difícil, que eles não entendem, aí você tem que estar trabalhando com eles para chegar a uma resposta.

P: No caso das questões mais simples, você poderia explicar melhor. Estas questões que parecem ser óbvias?

Participante 04: Sim, parece óbvio, mas, no entanto, a hora que eles vão fazer a atividade, eles não conseguem, aquilo que é tão obvio, mas eles não conseguem colocar no papel o porquê daquela resposta. Então, tem um caderno do segundo ano, que tem um painel, onde tem vários elementos, como por exemplo: um gato, cachorro, o homem, o cavalo, tem água, tem pássaro, tem carro, um CD, estas coisas todas. Aí eles têm que classificar aquilo, assinalar o que é um ser vivo e o que não é um ser vivo. E, eles muitas vezes falam “Professora, isso aqui é um ser vivo?”, e eu não acredito, às vezes, até planta eles não sabem. Eles freqüentam o primeiro colegial e não sabem o que é um ser vivo. E a gente fica, puxa vida né. E daí vem o questionamento, por que você escolheu esse grupo aqui como um ser vivo, que características tem que estar presentes. Às vezes eles sabem e não conseguem juntar, ou seja, relacionar tudo aquilo que eles aprenderam, para resolver aquele determinado problema.

P: Que sugestões de melhoria você teria para o caderno do professor e do aluno?

Participante 04: Eu acho, por exemplo, as atividades, poderiam ter mais atividades práticas,