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As emissões totais de GEE decorrentes da realização do evento serão apresentadas em toneladas equivalentes de dióxido de carbono (CO2), ou seja, todas as demais emissões (metano e óxido nitroso) foram convertidas em CO2e de acordo com seus potenciais de aquecimento, os quais podem ser visualizados na Tabela 13 abaixo.

Tabela 13. Gases de Efeito Estufa e seus respectivos Potenciais de Aquecimento Globais (GWP).

Potencial de Aquecimento Global (GWP) dos GEE Fonte

Dióxido de Carbono (CO2) 1 IPCC Fourth

Assessment Report (AR4), 2013

Metano (CH4) 25

Óxido Nitroso (N2O) 298

Fonte: Programa Brasileiro GHG Protocol (2014).

A tabela acima permite considerar que o CH4 possui um potencial de aquecimento 25 vezes maior que o do CO2 e o N2O 298 vezes, assim, para que esses fossem convertidos em CO2

houve a multiplicação dos valores obtidos de emissão de cada um pelos seus respectivos potenciais de aquecimento.

Abaixo segue a Tabela 14 com o total de emissão de GEE durante a realização do CBO, em toneladas equivalentes de CO2 e com as atividades ordenadas em ordem decrescente de emissões.

Tabela 14. Quantidades emitidas de gases de efeito estufa durante a realização do CBO por

atividades em ordem decrescente de emissões, em toneladas equivalentes de dióxido de carbono (CO2).

Emissões Atividades CO2 equivalente (tonelada)

Escopo 3 Transporte aéreo de participantes nacionais 396,577 Escopo 3 Transporte rodoviário de participantes nacionais 36,890 Escopo 1 Transporte aéreo de palestrantes internacionais 27,915 Escopo 1 Transporte aéreo de palestrantes nacionais 10,022 Escopo 3 Transporte aéreo de participantes internacionais 4,079 Escopo 1 Transporte rodoviário de palestrantes nacionais 1,517 Escopo 1 Transporte rodoviário de palestrantes internacionais 0,358 Escopo 3 Transporte rodoviário de participantes internacionais 0,172

Escopo 1 Efluente 0,015

Escopo 2 Energia elétrica 0,014

Escopo 3 Resíduos 0,006 (de CO2 de biomassa)

TOTAL DE EMISSÕES DO CBO 477,559

Fonte: Elaboração Própria (2014).

A tabela acima permite visualizar que dentre as atividades identificadas no Escopo 1, a que apresentou maior emissão foi o transporte aéreo dos palestrantes internacionais (27,915 toneladas de CO2e), justamente por possuírem um deslocamento maior do que os nacionais. A lista dos aeroportos utilizados pelos palestrantes internacionais, bem como a emissão contabilizada na ferramenta de cálculo podem ser vistas nos Apêndice 5 e Apêndice 6.

Ainda com relação ao Escopo 1, o transporte aéreo dos palestrantes internacionais resultou em 10,022 toneladas de CO2e, o que pode ser visto também no Apêndice 3 e Apêndice 4. Já os transportes rodoviários, tanto para os palestrantes (Escopo 1) quanto para os participantes (Escopo 3), podem ser vistos nos Apêndice 1 e Apêndice 2.

Já a geração de efluente contribuiu com a emissão de 0,015 toneladas de CO2e, com o fator de emissão de 0,5 kg de CH4 por kg de DBO5,20, para tratamento efetuado por fossa séptica e sumidouro. O protocolo dessa atividade bem como a sua emissão contabilizada na ferramenta pode ser visto no Apêndice 7.

Com relação ao Escopo 2, consumo de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN), houve uma emissão de 0,014 toneladas de CO2e. Isso porque o Programa GHG

Protocol utiliza o fator de emissão de 0,0960 toneladas de CO2 por MWh de consumo de energia elétrica do SIN. Esse fator é proveniente do fator médio anual de 2013. O protocolo de emissão decorrente do consumo de energia elétrica pode ser visualizado no Apêndice 8.

Caso fosse utilizado o fator do mês de agosto de 2014 (último mês contabilizado até o momento), este seria igual à 0,1578 toneladas de CO2 por MWh, valor 1,6 vezes maior que o utilizado pelo programa. Calculando a emissão com este fator, obteve-se o valor de 0,023 toneladas de CO2 equivalente. A evolução dos fatores de emissão desde o ano de 2012 até agosto de 2014 constam na Tabela 15 abaixo.

Tabela 15. Fatores médios mensais para o ano de 2014 e anuais para os anos de 2012 e 2013 para o

consumo de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Fator Médio Mensal (tCO2/MWh) Fator Médio Anual (tCO2/MWh)

2012 0,0653

2013 0,0960

2014 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago -

0,0911 0,1169 0,1238 0,1310 0,1422 0,1440 0,1464 0,1578

Fonte: Adaptado de MCT (2014).

Esse aumento no fator de emissão no ano de 2013 com relação ao ano anterior é devido à redução da participação das fontes renováveis na matriz elétrica brasileira que caiu de 84,5% para 79,3% devido as condições hidrológicas desfavoráveis e ao aumento da geração térmica (EPE & MME, 2014). Quando se compara ao ano de 2014, pode-se observar que o fator de emissão se eleva gradativamente ao passar dos meses. Isso pode ter explicação novamente nas condições hidrológicas não favoráveis, agravadas pelas mudanças climáticas, mas como ainda não foi realizado o balanço energético nacional do ano atual, tal suposição não pode ser considerada.

Ainda com relação à Tabela 14, a atividade de maior destaque no Escopo 3 foi o transporte aéreo de participantes nacionais (396,577 toneladas de CO2e), sendo o responsável pela maior emissão dentre todos os Escopos. O protocolo dessa atividade pode ser visto no Apêndice 9 e Apêndice 10. O transporte aéreo dos participantes internacionais resultou em

4,079 toneladas de CO2e e a lista dos aeroportos utilizados por esses, bem como a emissão contabilizada, pode ser visto no Apêndice 11 e Apêndice 12.

O tratamento dos resíduos sólidos emitiu apenas 0,006 toneladas de CO2 de biomassa, não tendo emissão de CO2 equivalente, pois o aterro do Canhanduba, para onde o material não passível de reciclagem foi enviado, possui recuperação de metano. Nas emissões de biomassa, são consideradas as emissões de CO2 provenientes da queima de CH4 em flares (queimadores) em aterros. O passo a passo requerido pela ferramenta de cálculo para a emissão decorrente do tratamento de resíduos sólidos, assim como a emissão contabilizada, pode ser visto no Apêndice 13 e Apêndice 14.

Contabilizando todas as atividades dos três Escopos, o CBO foi responsável pela emissão de 477,559 toneladas de CO2e, valor expressivo para um evento com duração de cinco dias, mas justificável pela abrangência de participantes, por se tratar de um Congresso Brasileiro.

A Figura 17 abaixo apresenta o gráfico comparativo das emissões decorrentes dos Escopos 1, 2 e 3 abordados na realização do evento.

Figura 17. Gráfico comparativo entre as emissões de GEE de Escopo 1, 2 e 3 decorrentes da

realização do CBO, em toneladas equivalentes de Dióxido de Carbono (CO2).

Fonte: Elaboração Própria (2014).

O gráfico da figura acima permite concluir que a maior participação nas emissões de GEE é de Escopo 3 (atividades indiretas ao evento), sendo aproximadamente 11 vezes maior que as atividades diretas (Escopo 1) e indiretas de consumo de energia elétrica (Escopo 2). Assim, pode-se analisar que os inventários realizados, de maneira geral e em eventos, abordam apenas os Escopos 1 e 2, deixando de considerar muitas vezes um grande número de emissões.

Abaixo segue a Figura 18 com o gráfico das emissões dos três escopos em percentuais, para melhor comparação.

Figura 18. Gráfico comparativo entre as emissões de GEE de Escopo 1 e 3 decorrentes da

realização do CBO, em porcentagens.

Fonte: Elaboração Própria (2014).

Com o gráfico da figura acima pode-se inferir que as atividades do Escopo 3 foram responsáveis por 92% das emissões totais de GEE. Em contrapartida, a pequena quantidade de emissões de Escopo 2 fez com que essas nem fossem contabilizadas em percentual, apenas as de Escopo 1, com 8%. Assim, conclui-se que as atividades indiretas, principalmente o deslocamento aéreo de participantes nacionais, foram as responsáveis pela grande emissão de CO2 equivalente durante a realização do evento.

4.4 AÇÕES SUSTENTÁVEIS

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