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abatido?

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Na tabela 06 acima, onde atentou-se para o Domínio: Saúde Mental, observamos que 12 (60%) dos entrevistados encontram-se nervosos a maior parte do tempo, 15 (75%) dos entrevistados revelaram sentirem-se deprimidos a ponto de nada poder ser feitos para animá-los, 11 (55%) relataram que em todo o tempo sentem-se desanimados ou abatidos e 06 (30%) expressam este mesmo sentimeno a maior parte do tempo. Observamos uma contradição, quando observamos que 07 (65%) dos entrevistados responderam que em boa parte do tempo eles sentem-se felizes.

Figura 15. Pontuação Geral do Questionário SF–36 por domínios nos idosos diabéticos amputados entrevistados.

A figura 15 acima realiza, de forma geral a demonstração da pontuação obtida para cada domínio, baseadas frente as respostas referenciadas por cada entrevistado. Desta forma, 33,2% entrevistados, caracterizam um Estado de Geral de Saúde deficiente, 29,1% referenciam a presença de dor, 23,0% relatam interferências de ordem variadas nos aspectos sociais, 22,9% relatam uma vitalidade prejudicada. A figura 15 ainda revela que 22,1% dos entrevistados apresenta uma capacidade funcional deficiente, 21,1% apresentam limitações frente os aspectos emocionais e 13,2% apresentam limitações frente os aspectos físicos. Já 17,1% dos entrevistados apresentaram desajustes em sua Saúde Mental.

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7- DISCUSSÕES

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A qualidade de vida por tratar-se de um conceito multidimensional, abrangendo aspectos físicos, emocionais e sociais. Neste presente estudo foram analisados domínios que constitui o Questionário Short Form Health Survey (SF-36), os quais referenciam o estado geral de saúde, limitações por aspectos emocionais e aspectos sociais, vitalidade, capacidade funcional, aspectos que envolve a dor, de um grupo composto por 20 idosos diabéticos e amputados. A maioria dos estudos avaliados para fundamentar este estudo, envolvendo a qualidade de vida de idosos com doenças crônico-degenerativa e/ou com amputações, tem utilizado instrumentos genéricos de qualidade de vida, como o SF-36, ele acaba por avaliar em duas etapas o indivíduo: sua condição real de saúde e o reflexo da doença na vida do indivíduo.

No decorrer da pesquisa, para ser efetuado o levantamento dos dados, surgiram algumas dificuldades, em relação aos idosos apresentarem-se deprimidos e com oscilações de humor , o que veio a comprometer o diálogo entre o pesquisador e os pesquisados. Desta forma favorecendo certa demora para concluirmos a aplicação do questionário SF-36.

No início da pesquisa o entrevistador buscou promover assuntos, de forma coloquial, direcionados a patologia de base, na tentativa de obter respostas quanto o significado de ser diabético, pé diabético, e sobre a perda de um membro inferior, proveniente da patologia.

Os resultados da pesquisa mostram que todos os domínios avaliados no questionário SF-36, apresentaram-se alterados, deficientes e/ou com interferências, principalmente nos aspectos físicos que influenciam na capacidade funcional do idoso e nos aspectos de ordem emocional, estes domínios por sua vez refletem uma qualidade de vida questionável. Em 20 (100%) dos entrevistados observou-se que a perda de um membro é considerada como sendo uma situação delicada e difícil de ser aceita. A amputação foi vislumbrada pelos entrevistados como sendo sinônimo de perdas irreparáveis as quais sumarizam fatores que predispõem a uma piora da qualidade de vida destes.

Na tabela 01 (p.60) evidencia-se que o número de amputados apresenta-se elevado em relação ao sexo Masculino 12 (60%) para 08 (40%) entrevistados do sexo Feminino. O que chama atenção, pois durante a entrevista os diabéticos amputados do sexo Masculino revelaram-se negligentes com o seu auto-cuidado,

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eles apresentavam-se descrentes em relação ao tratamento e/ou controle de sua diabetes, mesmo estando cientes de que poderiam evoluir para novos processos de amputações de membros. Desta forma consideramos estes atos como sendo uma auto negligência, que por sua vez consiste na ameaça a própria vida pela pessoa idosa, deixando de prover cuidados necessários a si próprios conduzindo a uma morte lenta ou á tentativa de homicídio levando à autodestruição.

Um estudo realizado por Pastre et, al., (2005) sobre indivíduos portadores de pé diabéticos realizado com uma amostra de 70 clientes, revelou-se que cerca de 52 são do sexo Masculino, porém ele salienta que, mesmo existindo este elevado número, ainda assim o diagnóstico ocorre de forma tardia, e quase sempre quando já se faz presentes certas complicações, como é o caso da evolução para amputação do membro inferior. Já os diabéticos do sexo feminino, referência o autor, tem um diagnóstico mais preciso sofrendo intervenções imediatas, devido às mulheres irem com mais freqüência aos serviços de saúde, ao contrário do homens.

Na Tabela 02 (p.60), 14 (70%) dos entrevistados estão na faixa etária entre 60 e 70 anos de idade. O que esta sendo confirmado frente os achados de Gamba (2004) no seu estudo sobre amputações por diabetes mellitus, onde 80% de seus diabéticos pesquisados concentrou-se entre 60 e 70 anos de idade. Pastre (2005) discorre em seu estudo, sobre biabetes e pé diabéticos, que dentre 22 indivíduos, destes 17 pertenciam ao grupo etário de 60 a 69 anos de idade. Pastre (2005) salienta ainda que o diabetes reflete no indivíduo uma diminuição da qualidade de vida, além de ter fator preditivo de declínio funcional. Ainda favorecendo nossos achados Oliveira; Milech (2004) discorrem que a prevalência do DM é maior para o grupo etário de 60 a 69 anos de idade.

Na Tabela 03 (p.61) observa-se que o acessório utilizado para locomoção dos idosos amputados são as muletas 12 (60%). Diogo (2003) evidenciou, em seu estudo sobre avaliação da capacidade funcional de amputados de MMII que, dos 30 participantes da pesquisa, 21 destes utilizavam muletas, haja visto que todos apresentavam amputação na altura da coxa. Porém ele salienta para o uso concomitante com a cadeira de rodas, segundo ele, este acessório pode vir a proporcionar uma maior independência e melhores resultados. As muletas influenciam em um elevado gasto energético (pode chegar a 280%).

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Na Figura 07 (p.61) que trata do Nível de amputação dos entrevistados, evideciou-se que 10 (50%) do entrevistados apresentam amputação em nível de perna e 09 (45%) em nível de pé, o que nos chama a atenção, pois dependendo do nível de amputação o paciente desenvolve uma dependência significante, haja vista que é simplismente por uma questão estetica, mas sim em função da perda da liberdade de ir e vir sozinho, caso este muito alegado pelos pacientes que possuem amputação em nivel de perna.

Justificando os nossos achados, Martins (2007) constatou em sua pesquisa sobre diabetes e amputações de membros inferiores, que dos 12 participantes 09 apresentavam amputação na altura da perna e os demais tinham amputação de pés. Ele cita que dependendo do nível de amputação, as atividades de vida diárias estarão limitadas, impondo dificuldades em realizar tarefas simples. A imagem corporal apresenta-se diferente podendo vir a ser rejeitada e/ou difícil de ser aceita no mundo do amputado.

A Figura 08 (p.62) retrata o Domínio: Estado Geral de Saúde, onde atenta para a auto percepção deste, considerando que 10 (50%) dos entrevistados responderam que a saúde esta boa. Já 07 (35%) dos entrevistados consideraram a saúde ruim. O Domínio referenciou também a auto percepção do idoso quanto o seu estado geral de saúde a um ano atrás figura 09 (p.62), onde observou-se que 09 (45%) dos entrevistados responderam, que a saúde estava um pouco pior.

Segundo Silva et. al., (2003), o estado geral de saúde dos pacientes amputados sofrem decréscimos contínuos de acordo com a sua introspecção ao seu meio particular, no estudo que ele realizou com 30 indivíduos que sofreram amputação de MMII, ele observou que 21 dos entrevistados acreditavam que a sua saúde estava regularmente boa, porém eles próprios não acreditavam em progresso, refletindo em uma satisfação negativa com a vida. O modo e os motivos que levam as pessoas a encarar as experiências de vida de forma positiva e/ou negativa acaba por ditar as perspectivas que cada um tem.

O ser humano carrega consigo personalidade e experiências que podem servir para o crescimento pessoal, mas também pode vir como uma lástima para o resto de sua vida, vai depender dos seus valores e do seu emocional (TEIXEIRA, 2002).

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próprios potenciais em comparação com outros pode determinar como elas sentem sua própria vida e condição.

Em concordância com o exposto em nossa pesquisa, Silva (2004) enfatiza que nem todas as pessoas percebem e expressam a sua doença da mesma forma e que a maneira de enfrentamento também é diferente, mesmo em patologias semelhantes.

Nos achados da Tabela 04 (p.63), que avalia o Domínio: Capacidade Funcional, evidencia-se que entre 16 (80%) a 18 (90%) dos entrevistados relataram dificuldades no ato de subir um ou vários lances de escada. A amputação impõem limitações que geram dificuldades, as quais tornam-se vivenciadas constantemente, pelo indivíduo.

Gamba (2004) nos relata que dos 20 pacientes diabético avaliados por ele, os 20 (100%) relataram dificuldades na realização de atividades funcionais. Segundo o autor dependendo do nível de amputação, o indivíduo poderá sofrer impossibilidades de realizar simples tarefas de vida diária.

De acordo com OKUMA (1997) a perda da capacidade funcional leva o indivíduo à incapacidade para realizar simples atividades de vida diária (AVD); vestir-se, comer, tomar banho sozinho e, até mesmo, caminhar pequenas distancias de forma independente. Da mesma forma, também são prejudicadas as atividades ditas instrumentais (AIVD), que se referem ás atividades mais complexas do cotidiano, tais como: passear, fazer compras, limpar a casa, lavar roupas, utilizar meios de transporte coletivo entre outros.

A Figura 10 (p.64) sobre o Domínio: Limitação por Aspectos Físicos direcionados aos prejuízos relacionados ao trabalho/atividade decorrentes da saúde física (Figura 05), 19 (95%) dos entrevistados citaram apresentam limitações e/ou dificuldades na execução do trabalho e/ou atividades. Segundo Salvador (2002) com 07 indivíduos com comprometimento de MMII, ele encontrou um número de 05 indivíduos que apresentavam muitas dificuldades em estarem realizando qualquer tipo de atividade física, independente da atividade não movimentar os membros inferiores. Ele salienta para a falta de desejo observada nos indivíduos em estar se participando das atividades e desta forma se reintegrando ao meio.

Segundo Ferreira (1999) o conceito de homem útil passou a ser consolidado a partir dos novos valores de trabalho, do rendimento e do progresso, que na

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sociedade recém-constituída resulta em produção capitalista. O homem é tão útil quanto melhor for sua força de trabalho e conseqüentemente maior for a sua produção.

Quanto as Limitações por Aspectos Emocionais e seus prejuízo relacionados apresentados na figura 11 (p.64) mostra que 17 (85%) dos entrevistados tiveram suas atividades diminuídas. Okuma (1998) em seu estudo sobre interferências emocionais em amputados, aponta que o emocional do amputado é um componente importante, ele exerce uma significante influência na vida do indivíduo. Diogo (2003) relata que o modo pelos quais as pessoas percebem seus próprios potenciais em comparação com outras pode determinar como elas sentem sua própria vida e condição emocional e social. Loureiro et. al., (2002) revela que diabéticos amputados enfrentam sentimentos de descrença, conformismo, isolamento social, logo comprometendo os sentimentos do indivíduo. O autor evidencia ainda quanto a auto-estima, que por sua vez altera-se automaticamente diante da perda do membro, o que interfere diretamente na qualidade de vida.

O Domínio Dor, exposto na Figura 12 (p.65) caracterizada de aspectos quali- quantitativa avaliando sua influência no cotidiano do entrevistado. Frente os resultados obtidos, logo temos a dor qualitativa apresentando-se de forma muito grave em 01 (5%) dos entrevistados, de forma leve em 07 (35%) dos entrevistados e de forma moderada em 11 (55%). Já o Domínio Dor sob o aspecto quantitativo, a dor foi referenciada por 10 (50%) dos entrevistados como Bastante presente, em 07 (35%) dos entrevistados como Moderada e em 03 (15%). Frente os resultados observa-se dores predominantes de ambos os aspectos. Situações de dores influencia diretamente na qualidade de vida de qualquer indivíduo, cabendo a intervenção imediata, na tentativa de proporcionar ao indivíduo a analgesia e/ou controle deste sinal.

A dor pode ser definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano tecidual. Por ser subjetiva, não existe uma maneira precisa de mensurá-la. A dor pode apresentar-se de diversas maneiras, tais como através do choro, gemido, alterações dos sinais vitais, agitação, tremor ou comportamento verbal. Entretanto os idosos amputados costumam referenciar a dor de forma diferenciada, permanecendo prostrados ou mais quietos que o habitual, devido ao esgotamento físico e mental causados pela doença. É importante citar que a dor prolongada causa no paciente depressão, raiva, falha no desempenho de

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atividades rotineiras.

Borges (2004) ao analisar a prevalência de dor, esta considerada como dor fantasma, devem-se perceber quais os pontos de vista foram considerados para analisar a freqüência. Alguns estudos avaliam a presença de dor fantasma, solicitando aos participantes que escolham entre “sim” ou “não” para expressar se sentem dor fantasma ou não sentem dor fantasma, respectivamente. Entretanto, fica a pergunta: amputados que experimentam dor fantasma uma ou duas vezes por ano devem ser classificados igualmente aqueles que experimentam dor fantasma sempre.

Teixeira et. Al., (1999) relata que a dor fantasma é referida no membro ou em parte do membro amputado, os mecanismos pelos qual a dor fantasma ocorre ainda não foram elucidados. Devido à inadequada resposta a diferentes formas de tratamento, a dor fantasma foi associada a transtornos psicológicos ou a mecanismos periféricos, ocorrendo em 0,4% a 88% dos indivíduos que sofreram amputação, segundo a sua pesquisa sobre dor fantasma no amputado. O que vem por confirmar com o nosso estudo.

O Domínio: Vitalidade apresentado na Tabela 05 (p.65) nos revela que este em um dos itens encontra-se prejudicado em 13 (65%), principalmente no que se refere a estarem cansados durante todo o tempo, logo se questiona a respostas obtida em outro item no qual 20 (100%) dos entrevistados responderam que sentem-se cheio de vigor, de força e de vontade. Ao buscarmos por estudos que respondesse essa variação de respostas dentro de um mesmo domínio, logo ficou evidente no trabalho realizado por GAMBA (1999) sobre a satisfação de idosos diabéticos amputados quando em uma amostra de 40 pacientes ele afirma que 32 destes sinalizaram estarem sentido-se desmotivados e sem energia, porém alguns destes afirmavam que existiam momentos que sentiam-se cheio de vontade e muito vigor, logo confirmou-se as respostas contraditórias, partindo-se do principio que apesar da energia corporal, muitos alegavam não existir energia emocional.

O estudo confirma que o emocional agride todas as vontades, e estas vontades anulam-se frente serem realizadas, uma vez as vontades sendo extirpadas, poderá remeter o indivíduo ao isolamento pessoal, desta forma a qualidade de vida torna-se vulnerável.

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A Figura 13 (p.66) sobre o Domínio: Aspectos sociais - interferências da saúde física ou problemas emocionais em atividades sociais, pode ser observado que 13 (65%) dos entrevistados relataram bastante interferência, sejam de aspecto físico ou mental, as quais prejudicam diretamente sua funcionalidade social e obviamente comprometendo a qualidade de vida.

Nos relata Toscano; Oliveira (2009) em sua pesquisa sobre qualidade de vida em idosos dependentes de auxílio para locomoção, realizada com alguns idosos, os quais em sua maioria responderam que o contato social dos idosos com outros, demonstra ser um componente valioso para a boa qualidade de vida, pois a relação traria uma sensação de bem-estar, às vezes, mais pelo convívio do que pela atividade física propriamente.

As representações sociais em relação ao corpo amputado vinculado este á doença demonstra certa angustia e isolamento social, pois estes indivíduos perderam sua qualidade de vida juntamente com a saúde. Sentimentos de culpa, medos e superstições estão indissoluvelmente ligados ás expressões de doenças e sofrimento, desgaste físico e mental (GOLFF, 1989).

Relacionado a Figura 14 (p.67) quando referencia-se os Prejuízos de Tempo por interferências da saúde física ou problemas emocionais em atividade sociais, logo verificamos que 09 (45%) de indivíduos relataram sofrer interferências nas atividades sociais todo o tempo e 07 (35%) dos entrevistados revelaram sofrer interferências a maior parte do tempo. Corroborando com nossos achados, Dornelas (2007) em seu estudo com idosos diabéticos e amputados, ele relata que todos afirmaram que a amputação acarreta limitações de atividades de vida diárias, assim como alterações na percepção da imagem corporal e do mundo do amputado, o que compromete diretamente o seu convívio social, fazendo com que o idoso passe a sentir-se excluído do meio social, logo interferindo em sua qualidade de vida.

A Tabela 06 que trata do Domínio: Saúde Mental (p.67) nos expõem que a perda do membro, causa um adoecimento ao idoso, desta forma observamos um Impacto psicossocial importante, que acaba por acometer diretamente o estado mental do indivíduo, este fato esta evidenciado quando 15 (75%) dos entrevistados, revelaram estar deprimidos a ponto de nada poder ser feito para animá-los, já 12 (60%) revelam estarem nervosos a maior parte do tempo e 11 (55%) apontam que em todo o tempo estão desanimados ou abatidos.

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No estudo feito por Pedrinelli (2004) sobre a saúde mental de idosos, ele aponta que o aparecimento de uma doença faz com que muitos pacientes sintam-se na obrigação de enfrentar a perda de um corpo saudável e ativo. Para muito deles, o mau funcionamento orgânico leva a perda da autonomia e da capacidade de agir com independência, principalmente quando estes indivíduos evoluem com amputações de membros inferiores. Desta forma a saúde mental sofre sérias interferências, o que compromete o idoso a se readequar em seu novo momento frente o meio, o qual ele vive.

Deste modo, como afirma Jeammet et. al., (1987) a doença comporta, indiscutivelmente, um golpe na integridade do indivíduo e um obstáculo ao exercício normal, principalmente no que se tange a saúde mental. Em princípio e conscientemente ela só pode ser sentida como uma falta, uma deficiência, uma diminuição.

A doença sinaliza a mortalidade do indivíduo, a finitude do corpo e a falta de controle total sobre seu corpo e sua vida, caracterizando-se por uma situação de fraqueza e dependência. O surgimento de uma doença pode fazer com o enfermo sinta que deixou de ser dono de si, tornando escravo de seu próprio corpo e do tempo, sendo gerador de grande sofrimento psíquico para o mesmo (Jeammet, 1987; Botega, 2002).

No estudo de Silva; Silva (2003) verificou-se que os próprios diabéticos perceberam que a sua liberdade ficou limitada, não havendo mais a independência de antes, alterando seu processo de viver, logo interferindo diretamente na saúde mental desta população. De certa forma esta situação deveria levar o indivíduo a procurar alternativas para garantir uma melhor qualidade de vida, mas infelizmente nem sempre isso ocorre. Este fato foi muito bem evidenciado frente às respostas obtidas em nossa pesquisa.

Salientamos por fim, de maneira geral as pontuações obtidas entre todos os domínios, estas aprestadas na Figura 15 (p.68) onde pode ser observado importantes alterações em todos os domínios do questionário SF-36, como já era de se esperar. Pelo o que podemos observar a maioria dos trabalhos que envolvem estudos com idosos diabéticos amputados apontaram para desajustes de ordem fisiológica, emocional, funcional e social, logo podemos evidenciar uma qualidade de vida prejudicada. Para Matsudo (2001) a perda da saúde implica em uma perda

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concreta de órgãos quando das cirurgias mutiladoras ou mudanças de hábitos e costumes, principalmente no caso de doenças crônicas, levando a rebaixamento da auto-estima e do auto-conceito. Constata-se que a amputação limita as atividades diárias, impondo dificuldades em realizar tarefas simples, assim como uma imagem corporal diferente que pode ser rejeitada e difícil de ser aceita. Esse fato pode ser evidenciado tanto no amputado que perdeu um ou dois dedos, esta também podendo ser observada no indivíduo que perdeu todos os dedos ou até um membro inferior completo.

O sentimento de conformação da perda é citado por Luccia et. al., (2002) como sendo um momento de retomada de consciência. Infere-se que a aceitação frente à amputação reflete também em um mecanismo de defesa do amputado e tem valor terapêutico, contribuindo para a diminuição da perda e do sofrimento físico, psíquico e social. A autora reforça ainda a necessidade de compreensão e apoio, não só da família e da equipe de saúde, mas da sociedade como um todo.

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