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o que mudou entre os crocodilos pré-históricos e os actuais?

Por Valeria Incapie Zendejas, 7º ano, Colégio Marymount Os crocodilos vêm dos Arcossáurios, ou répteis predominantes.

A partir desse grupo de animais evoluíram outros três: os Pterossáurios no ar, os dinossauros em terra firme e crocodilos nos rios e pântanos. Os cientistas pensam que sobreviveram porque resistem às mudanças. Se o seu habitat se torna intolerável, entram em letargia debaixo da lama e até debaixo da água. Os crocodilos sobreviveram porque comem de tudo e vivem mais ou menos em todo o lado.

Os crocodilos pré-históricos eram quase de certeza de sangue frio, e se aquecia demasiado abriam e abrem a boca para refrescar a língua e quase não gastavam energia, e comiam uma presa por semana. Os crocodilos não podem mastigar porque não têm dentes afiados para cortar, têm técnicas para desmembrar os animais que não conseguem mastigar.

Os crocodilos são os dinossauros que vivem actualmente.

Deinosuchus foi o maior crocodilo, media 15 metros.

Mas havia crocodilos muito mais pequenos, chamados Aptossáurios. O crânio do crocodilo é quase igual ao do crocodilo pré-histórico, porém os seus corpos evoluíram

para o seu estilo de vida aquática. A mudança mais

importante dos crocodilos foi o paladar. Filtram a água pelas suas vias nasais. Agora os crocodilos são mais pequenos e têm outros tipos de adaptações.

Por Sara Rocha,

Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO/InBIO), Universidade do Porto

Os crocodilos são um grupo de répteis que, apesar do seu aspecto, são evolutivamente mais aparentados com as aves do que com outros répteis, como as tartarugas ou os lagartos. Os répteis são portanto um grupo parafilético, isto é, um grupo que não inclui todos os descen-dentes do seu ancestral comum (já que as aves se encontram entre estes). Aves e crocodilos formam um grupo chamado de Arcossáurios. O registo fóssil diz-nos que o ancestral comum a todos os Arcossáurios terá existido há cerca de 250 milhões de anos (MA), durante um pe-ríodo chamado Pérmico, o início da “Era dos Répteis”. Sem outros predadores, estes répteis primitivos – chamados de “arcossauromorfos” – espalharam-se pela Terra e diversificaram, ocupando quase todo o tipo de habitats e nicho ecológico (aquáticos, terrestres, herbívoros, carnívoros, etc). Destes, são conhecidos alguns fósseis muito antigos, como o Proterosuchus (datado de cerca de 240 MA), que se supõe teria a aparência semelhante a um crocodilo ac-tual, com mandíbulas longas, músculos muito poderosos, pernas curtas e cauda longa, o Tri-lophossaurus, um herbívoro de cerca de 2,5 metros, ou os Rincossaurios, um grupo de várias espécies, também herbívoras, cuja característica mais distintiva seria o focinho curto e dentes modificados formando um forte bico.

Mais tarde diferenciaram-se os dinossáurios e os crocodilos primitivos – “crocodilomorfos”

– há cerca de 225 MA. Ambos os grupos diversificaram muito, surgindo espécies de morfolo-gia e ecolomorfolo-gia bastante diferentes, que dominaram a Terra durante vários milhões de anos – o Triássico, o Jurássico e parte do Cretácico – estávamos em plena Era dos Répteis. Posterior-mente todos os dinossáurios se extinguiram (as aves são os seus parentes mais próximos e únicos descendentes vivos), mas algumas linhagens de crocodilos sobreviveram até aos dias de hoje. Quando pensamos em crocodilos, hoje em dia, não os associamos exactamente com a palavra “diversidade”, mas o registo fóssil (que nos permite também saber quando existiram estas espécies) revela-nos crocodilos “corredores” de patas longas, crocodilos marinhos, capa-zes de mergulhos longos e profundos, crocodilos do tamanho de “chihuahuas” e do tamanho de um Tyranossaurus rex, crocodilos carnívoros vorazes e crocodilos herbívoros.

Sabe-se que os crocodilos mais primitivos (do Triássico) parecem ter sido espécies peque-nas e terrestres, de aparência muito diferente dos crocodilos actuais. Teriam patas e caudas longas e corpos estreitos, talvez com a envergadura aproximada de um cão grande, como seria o caso do Hesperosuchus. Seriam provavelmente bons corredores, alimentando-se de insectos e outros animais pequenos. Como sempre, as excepções existem e conhece-se um fóssil deste

período, que se classifica como um crocodilo bastante primitivo, e que, ao contrário dos ou-tros, seria muito grande, com um crânio com um mínimo de 60cm. Pensa-se que ocuparia o nicho de grande predador terrestre, antes do aparecimento de grandes dinossáurios.

Com o grande evento de extinção entre os períodos Triássico e Jurássico, que se estima ter dizimado grande parte da vida existente na Terra nessa altura, grande parte destes grupos extinguiu-se, passando os dinossáurios a dominar os nichos terrestres. Assim surgiram as formas aquáticas e marinhas que constituíram a maioria dos grupos de crocodilos primi-tivos durante o Jurássico. Algumas espécies, como os Metriorhynchus, desenvolveram mes-mo membros em forma de barbatanas e caudas semelhantes aos peixes actuais, tendo possi-velmente uma aparência de certo modo semelhante a grandes golfinhos, de focinhos muito alongados. Um grupo que se pensa ser próximo a este, o género Dakossaurus (que significa

“lagarto-mordedor”), tinha mesmo um crânio enorme e compacto e mandíbulas fortes, pro-vavelmente adaptados para comer outros grandes répteis marinhos e mesmo voadores, como alguns dinossáurios. Sabe-se que teriam entre 4 a 5 metros de comprimento. Seria o análogo à baleia-assassina dos dias de hoje. Durante o Jurássico, Cretácico e Terciário foi-se originando uma diversidade enorme de formas terrestres, semi-aquáticas e aquáticas. Algumas formas (como os géneros Simosuchus, Chimeraesuchos e Malawisuchus) tornaram-se herbívoras en-quanto outras linhagens se tornaram predadores terrestres, como os carnívoros Sebecus.

Todas estas formas se foram extinguindo, em particular no final do Cretácico (como acon-teceu com os dinossáurios), e é precisamente aí que surgem os parentes mais próximos dos crocodilos “modernos” (os Eusuchia, aos quais pertence a ordem Crocodilia). A esta ordem pertencem todos os “crocodilos” que existem actualmente: crocodilos (família Crocodilidae), jacarés (família Alligatoridae) e gaviais (família Gavialidae). Os gaviais são espécies de água doce, de focinho longo e estreito, que quase nunca abandonam a água. Os membros da famí-lia Crocodilidae reconhecem-se pela sua mandibula em forma de “V”, pelos dentes da man-díbula inferior expostos e pela presença de órgãos sensoriais em todo o corpo. Os jacarés têm um focinho mais arredondado e os dentes nunca ficam expostos quando fecham a boca. Em conjunto, são cerca de 23 espécies de predadores aquáticos, entre os quais o maior réptil da terra, um crocodilo que habita o sudeste asiático e o norte da Austrália – Crocodylus porosus – que pode chegar a medir mais de 6 metros e pesar mais de 1 000Kg. Ainda assim, representam apenas uma pequenina parte da diversidade que já existiu neste grupo.

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